Quinta D'Alegria em Almada edificada em sítio altaneiro no morro a contemplar o Mar da Palha .
Mulheres formosas com cântaros de água à cabeça sob rodilha de trapos vinham à fonte da quinta da Alegria.
Mulheres formosas com cântaros de água à cabeça sob rodilha de trapos vinham à fonte da quinta da Alegria.
Foto Museu virtual de Almada
Fachada da casa da quinta da Alegria vista de nascente.No local onde estão as ervas era um campo de ténis da casa.
Fachada lateral virada a sul. Supostamente no tempo com o abandono da residência há mais de 70(?) anos em que gente pobre, sem eira nem beira se instalou em seu redor em casebres de paredes meias com a casa grande, como aliás se constata noutras quintas pelas redondezas depois do abandono das terras e das casas os trabalhadores se remediaram como podiam, sem rei nem roque, cuja economia sempre foi paupérrima.
A fachada da frontaria é para poente virada para Almada onde se juntaram casebres
O portão da entrada ostenta a pedra calcária oval com o nome da quinta e o símbolo da estrela de David
QUINTA
ao meio esculpida a estrela de David
D ALEGRIA
Esta quinta foi pertença de uma família judia que a construiu em 1893 cuja data está patente dentro de portas e no átrio para a casa e jardins com empedrado de passeios com pedrinhas pretas e brancas,segundo me confidenciou um morador na zona.
Espreitei através da frecha pequena da lata do portão com os cães em voz de comando a ladrar...Descobri uma escada de pedra e por baixo arcadas que não sei o que foram no passado.
O que me contaram e gostei de saber é que a escada dava aceso ao ringue onde as senhoras jogavam badminton.Ora, se ao tempo já jogavam as senhoras e os homens ténis, era gente muito culta, à época.
No muro da frontaria descobri esta pedra calcária com um buraco encastrada, uma possível reutilização vinda de outro imóvel nobre (?)...
Remate do portal da quinta sito a poente da porta principal foi reutilizada na lateral de casario adoçado ao longo da calçada primitiva basáltica de acesso à quinta.
Possivelmente o banco pintado a branco que se encontra na lateral do que foi a calçada basáltica seria pertença da quinta da Alegria.
Aqui não faltam placas sinaléticas
A quinta entestava com a única estrada de Cacilhas para a Cova da Piedade. Ainda resta parte do muro primitivo com os buracos de escoamento de águas e ainda do retiro escavado para se poder ali estar a apreciar quem passava, devia ter por dentro bancos, típico noutros tempos nos muros das quintas.
As vistas sobre a Margueira do que resta da Lisnave
Ao lado da casa para norte outrora pertença total ou parcial da Quinta da Alegria viria mais tarde a ser de uma corticeira que aqui se instalou e nos anos 60 ardeu. Restam três chaminés, uns pilares e ruínas.Supostamente o espaço faz parte da revitalização da Margueira onde um dia sairá um espetacular empreendimento turístico de grande beleza, paradigma de luxo e opulência soalheiro onde vão aterrar helis para trazer magnatas...ainda gostava de ver!
Nesta lateral da casa também há moradores, ao que percebi estão numa situação diferente, tendo o terreno dono (?) , no dia que for o plano da Margueira avante terão de sair (?).
O que chama a atenção é a brutal degradação do que foi a quinta que dá o nome ao local.O meu marido recorda-se nos anos 60 aqui ter vindo com o pai visitar um amigo e eram casebres de madeira com esgotos que corriam a céu aberto... Felizmente hoje o espaço é bem diferente. Apenas existem alguns casebres e anexos com moradores no redor da casa da quinta-, casa bem guardada com cães que ladraram , ouvi abrir o portão chega-se a nós um homem quando registávamos fotos e tabelámos conversa, pessoa simpática e afável, até que se chega na subida uma mulher velhota de cariz assustada, perguntou ao vizinho o que queríamos...responde-lhe -, não é nada, não se preocupe, não é nada consigo...Acabou por nos confidenciar "o que resta da quinta tinha dois herdeiros, agora apenas um, ao que parece a semana passada aqui apareceram duas pessoas, os supostos donos"..fiquei a pensar para os meus botões, então se tem de pagar IMI tem de vir conhecer a riqueza do imóvel que possuem...Pois entende-se perfeitamente o medo e receio de algumas das gentes que aqui vivem seguramente há mais de 50 anos. Supostamente os donos do imóvel se descuidaram em vir receber rendas, fazer obras de melhoramento para as poder com direito aumentar e neste agora receiam o despejo!
Não sei se os donos do imóvel terão projeto para a casa?!
Justo seria a parceria certa com a câmara na sua revitalização com apoios comunitários? Interessante seria o seu restauro, atendendo ao seu passado judaico, e ainda ao que parece existe no local os alicerces do que foi um grande moinho, o que evidencia possuírem searas de trigo (?) . Seria interessante a reposição do campo de ténis e o de badminton, melhor tentar descobrir a sinagoga (?) supostamente soterrada no quintal do morador na lateral a norte da casa da quinta -, um dia ao cavar bateu numa pedra, veio a descobrir uma cúpula em mármore que se abatia na direção do rio, por certo com ligação à casa (?).
Não sei se os donos do imóvel terão projeto para a casa?!
Justo seria a parceria certa com a câmara na sua revitalização com apoios comunitários? Interessante seria o seu restauro, atendendo ao seu passado judaico, e ainda ao que parece existe no local os alicerces do que foi um grande moinho, o que evidencia possuírem searas de trigo (?) . Seria interessante a reposição do campo de ténis e o de badminton, melhor tentar descobrir a sinagoga (?) supostamente soterrada no quintal do morador na lateral a norte da casa da quinta -, um dia ao cavar bateu numa pedra, veio a descobrir uma cúpula em mármore que se abatia na direção do rio, por certo com ligação à casa (?).
Obviamente o certo seria haver negociações com os donos do terreno da corticeira (?) para aquisição da parcela de terreno dentro do muro que em tempo de antanho foi pertença da quinta e no mesmo deslocalizar moradores de paredes meias, dando-lhe casa e um quintal, estando assim toda uma vida habituados, sendo que ainda existem espaços mais a sul para as fazerem, em prol de os deslocalizar para arrabaldes.Almada só ficaria a ganhar com a revitalização da emblemática quinta de nome ALEGRIA, seja pela cor primitiva, em rosa forte-, a cor da câmara , nada mais a calhar cuja junção do nome e da cor em harmonia no centro nevrálgico de Almada num belo espaço para ser usufruído por todos, dignificando a cidade e também os judeus que aqui teimaram viver, em justa homenagem.
Rosas brancas e trepadeira azul lindíssima a ornar hortinhas na encosta do morro na Quinta da Alegria
A ponte do que foi a Lisnave tanta vez a vi trabalhar...
Sagres, ancorada na base do Alfeite ao Caramujo, marinheiros empoleirados aguardavam que as velas fossem içadas...
Um pescador conseguiu em minutos só com a corda virar o barco cheio de água e areia e pô-lo direito para na maré baixa o limpar.
Fontes
Google
Foto Museu virtual de Almada