sexta-feira, 25 de julho de 2014

O sítio da Ermida de Santo António em 1739 em Almada

Há muito que o casario na cerca do castelo de Almada se começou a expandir para poente.
Foto de Viagens no Paiz (XXI): Almada In Branco e Negro. Semanário Illustrado, N.º 56, Ed. 25.4.1897
O terreno retilíneo  foi propicio à construção de casario de nobres a quem a vila pertenceu como D. Leonor Telles e da Casa de Bragança, também de ingleses com a designação de Rua Direita.
Rua Direita
Fotos antigas
Retiradas http://historiadealmada.blogspot.pt 
"Citando um comentário
" obrigado por citar o blogue http://historiadealmada.blogspot.pt 
e fazer referência a elementos que publiquei no artigo 
https://www.academia.edu/640421/Patrim%C3%B3nio_Religioso_de_Almada_e_Seixal_Ensaio_sobre_a_sua_hist%C3%B3ria_no_s%C3%A9culo_XVIII_artigo_in_Revista_Anais_de_Almada_Revista_Cultural_n.o_11-12_2008-2009_. 
"Devo contudo manifestar uma discordância relativamente às considerações deste post, ainda que a observação sobre o portal setecentista seja original e pertinente, parece-me pouco provável que este corresponda à referida ermida, isto por duas razões, a primeira prende-se com o facto da dita ermida, ainda que na Rua Direita (actual Rua Capitã Leitão), ficar na antiga freguesia de São Tiago, uma das duas freguesias do núcleo urbano antigo de Almada. Ora as casas da freguesia de São Tiago ficavam precisamente a sul da dita, ou seja todas as casas do lado esquerdo da rua que partia do Castelo para a Rua Direita e partir daí todas as restantes do lado esquerdo da Rua Direita, ora esta portal que refere fica precisamente do lado oposto, ou seja do lado da freguesia de Santa Maria do Castelo. Esta localização foi confirmada posteriormente pelo livro das décimas de 1763, que regista, precisamente na Rua Direita na parte da freguesia de São Tiago, uma casa de altos e baixos do Capitão António Carvalho de Matos, Tabelião Público da vila de Almada, com uma Capela ou Ermida adossada à mesma cuja fábrica recebia 4$000 réis das rendas pagas pelos inquilinos das casa. Por outro lado, como bem nota, o portal que ali se vê corresponde ao antigo portal de um pátio ou quinta, e que corresponderia muito provavelmente ao das casas do Conde de Valadares, também referidas no mencionado livro das décimas."
Rua Direita hoje Capitão Leitão
 Em noite de S. João 2014
Houve uma petição em 1739 para  construção de uma Ermida dedicada a Santo António na Rua Direita
Segundo o comentário o portal seria da quinta do Conde de Valadares.
Para mim aventar a hipótese da Ermida  ter existido neste local aconteceu por dois motivos:
1º Apeguei-me ao ferro que se repara nele do lado esquerdo do portão, onde poderia estar uma lamparina acesa no tempo de antanho, porque a Ermida seria pequena, apenas para os nobres que habitavam na Rua(?).
2º Em nenhuma foto ou gravura da época aparece a Ermida (?) e este portal é o maior que aparece, que supostamente  poderia ter sido da Ermida, por esta ter estado adossada ao casario de uma quinta(?).
Veja-se o varandim em ferro forjado século XVIII na casa da direita.
Portal setecentista encimado por belo padrão ladeado pelos caracóis tão típicos no remate dos portões teria sido arruinada com o terramoto de 1755 (?) e de novo reabilitado como parte integrante numa casa. Supostamente  aventa nesta casa agora em ruína da foto, onde foi um dia o portal original (?) reutilizado, por comparação da foto primitiva, a seguir a Casa da Musica .
Mas como diz quem sabe, pelos estudos e pesquisas o portal pode não ter sido o da capela por estar no lado oposto da rua e ser muito da casa do Conde de Valadares(?)
Interessante o remate arredondado na cimalha da casa ao nível do portal a imitar o que se vê na foto grandioso, seria?
Pois vou de férias-, estou sempre de férias!
Adoro captar imagens de ruína que me transparecem sempre o belo.

Sei que sou generosa, no gosto critico e acutilante que me é peculiar. 



Distingui na pomba de sentinela o teu estar
Na janela aberta o céu azul que nos ilumina 
Na entreaberta sonhei relíquias a descobrir 
Na flor no agreste rebate assim nascida
Lembrei bons tempos de valia O milhões
Repto final  seja aposta no euromilhões!


A ruína por detrás desta portada de sacada alicia à descoberta de cortinas de nylon,  caixilhos, barrotes, telhas, e mais haverá  no entulho e debaixo do chão... 
Vidraça partida engalanada de flor nascida e sobrevivente em fausto, por entre o parapeito de terreno agreste...
Óculo oval entreaberto de janelo ainda de cortina, emoldurado por quadrado em relevo na frontaria
Interessante saber o que aqui irá de novo nascer!
Ora pode ser mote para novas e frutificas descobertas, na vontade de dar nova imagem à Rua  Capitão Leitão com a menção do que aqui houve no passado.
Mapa de Almada de 1904

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Palácio da Cerca em Almada





Mais conhecida por Casa da Cerca, nome ganho da antiga cerca do convento.
De vez em quando uma paragem para visita.Encontro sempre algo diferente, porque o vento é uma constante a norte na frente do Tejo.Apetrechada  com serviço de café e esplanada sem guarda ventos...
As vistas sobre o Tejo e Lisboa são apaixonantes, mesmo com ventania que ali é quase constante.Local aprazível para namorar às escondidas...Pois tantos são os lugares recônditos e belos!
Esta pinheira foi cortada em finais de  2017...
Vistas deslumbrantes 

A Casa da Cerca foi  o que resta de uma Quinta adquirida pela Câmara de Almada em 1988, recuperada em 92 tendo sido transformada num Centro de Arte Contemporânea, assumindo-se hoje como a "Casa do Desenho".
A solar a sul ladeada por escadaria cujas colunas de pedra se prolongam na parede no estuque relevado com desenhos que a meu ver se fossem pintados de amarelo ocre-, umas das cores caraterísticas da cidade de antanho como o Seminário com orgulho exibe  nos dias d'hoje, seria o ex-libris.
O tanque de pedra que era abastecido por uma cisterna que se encontra do lado oposto a grande profundidade.
O jardim a nascente com um parreiral de uvas de mesa, que encanto começam a pintar.


Fortes muros sobretudo a norte de grande altura a suster o contraforte do acesso da estrada para o Olho de Boi contornam a quinta da Cerca supostamente a antiga do castelo, que lhe deu o nome  (?)  construída no século XVII.Após o 25 de abril  o solar foi ocupado vários meses para funcionar como  hospital. Sendo adquirida anos mais tarde pela autarquia. 
Portal seria o primitivo da quinta?
O seu jardim botânico " Chão das Artes" promove a ligação e conhecimento entre a botânica com muitas plantas tintureiras como o açafrão ou o linho, papoila, alfazema e rosmaninho delas se extraem pigmentos para a pintura, e o cânhamo para suster as telas.Um bocadinho desleixado o antigo parreiral da quinta com os cachos com moléstia (pó) pois não foram cuidadas.Já a nascente o novo parreiral se revela bem cuidado.
A porta estava aberta...quis registar a foto de fora com o vidro ficou assim... Lá dentro os produtos e sementes do jardim entre eles algodão e nozes.
Romanzeiras anãs, já com uma romã
Sozinha no meio da terra arada preta  em fim de cultura ainda  resta um pé com flores azuis
Lago de água corrente com os papiros de beleza imensurável
Nozes, existem várias qualidades
O dragoeiro secular não se aguentou na trasladação  que aconteceu em popa e circunstancia, assisti com fecho de transito e um grande camião que o transportou-, supostamente não gostou das vistas, pois viveu e cresceu abrigado.
Imagem sobre a falésia do Cristo Rei parece tão perto e ainda falta a Piscina da Academia, descampado com pombais, o cemitério, e o Seminário
Deslumbrantes vistas
A quinta tinha duas mesas de pedra retangulares uma  a nascente e esta a norte em recantos bucólicos e abrigados
Muitos remates de  muros e de bancos na tradição  nesta região com caracóis
Do alto  do muro da cerca pus-me sem medos a fotografar o  Cristo Rei, Olho de Boi e o rio ali tão perto e a uma altura de mais de 70 metros...
Selfie de costas para o rio
Arriba fóssil e ao fundo Olho de Boi
De volta a caminho da saída  reti o olhar nas oliveiras a necessitar neste outono de PODA-, uma coisa que os técnicos da Câmara parece não sabem fazer, atendendo ás más podas que se constatam na Escola Anselmo de Andrade e na via pública-, que tal um curso de reciclagem na câmara do Seixal ou em Sta Susana no Alentejo, pois eles mostram saber da arte.
Capela 
No corpo da capela  a maquete da escultura metálica LIBERDADE da autoria de Jorge Vieira  e outra em terracota  com dentes a imitar marfim...vão ver...
De paredes meias uma exposição onde se podem apreciar as paredes na estrutura gaiola com madeira cruzada tipo losangos preenchidos de argamassa de barro com pedra e cerâmica, que já mostrei noutras vezes.
Também o azulejo da entrada desta vez não fotografei.

No propósito de não mostrar tudo para que visitem, com isso se dêem conta dos pormenores, e se encantem!

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