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quinta-feira, 7 de junho de 2012

A boa corvina que se pesca em Cacilhas...

  • Corpo de Deus no gozo com sabor a feriado -, o último em Almada!
Inicialmente o dia estava destinado para ser o  1º dia de praia. Depois mudou-se de ideias - com ida no comboio pela ponte até Lisboa assistir à procissão do Corpo de Deus...debalde o dia amanheceu frio e molhado, ouvimos falar em greve de comboios - mudança de planos.
Umas compras numa grande superfície para o meu estaminé nas feiras, ainda fomos à Cova do Vapor encher a base do chapéu de sol com areia - maré vazia - lindas as canoas que estavam no areal.Fresco a aragem que se fazia sentir a iodo, saímos em direção ao mercado do Monte de Caparica à sardinha e morangos. Na varanda acendi o fogareiro para as assar -senti o cheiro a Santos populares...e já pingam no pão de centeio. Uma grande salada e batatinha cozida - repasto saboreado e regado com bom vinho maduro a olhar para o Mar da Palha - privilégio de morar no último andar. Hoje foi dia de pôr a máquina  a lavar a loiça. Dias não são dias. Depois de tomar o nosso cafezinho com cheirinho sem açúcar saímos em caminhada por Almada velha - parámos no jardim junto da igreja - defronte do lago com repuxo um lindo painel de azulejos de...
Cargaleiro de 1956


Uma pintura muito à frente naquele tempo!

Calcorreámos ruelas estreitas de Almada velha até ao - Largo da Boca do Vento.

O vento no miradouro fez-se sentir nas "fussas"  todo o caminho da descida até ao Olho de Boi.
Pena o Museu Naval estar encerrado aos feriados e domingos - Não deveria!
Lápide que assinala o local do palácio do  Prior do Crato - El Rei de Portugal  que mandou incendiar para os mouros não o pilharem e se apoderarem dele.
Painel de azulejos com a Senhora do Cabo Espichel feito na fábrica de Sant' Anna em 1893 na frontaria

Fonte da Pipa outrora grandiosa com as suas bicas a encher pipas para os barcos levarem água doce além mar virou parque de estacionamento - não gostei.
Jardim junto ao Tejo a olhar a falésia  vaidosa com o seu elevador panorâmico num namoro descarado a Lisboa a toda a hora, finalmente temos este belo espaço - porque Almada esteve de costas viradas para o Tejo séculos a mais!
A emblemática Ponte Salazar -que em segundos virou 25 de abril. O estadista falhou em não dar continuidade ao projeto - a linha férrea - que a ter sido feita hoje seria muito mais interessante o seu trajeto e o fixar de populações. Acredito tivesse uma variante até à Costa de Caparica, que tanta falta faz.
                       Armazéns e casas do tempo áureo da pesca do bacalhau , algumas forradas a azulejos da                             Fábrica Viúva Lamego. 
Não resisti deitar-me na relva!
Andava um pai com a filhota a brincar..possivelmente um pai divorciado...

Janelas da Copenave  abertas de vidros partidos à espera de requalificação.

  • Porta alguém se atreveu a pintar - fez-me no imediato lembrar as cores alegres da faiança de antanho.
Homens a trabalhar no feriado na solidificação da arriba fóssil















Pescador no Ginjal - a pesca gloriosa - robalos e esta corvina com 10 kg -, já só já tinha a cabeça, possivelmente vendeu o resto para algum restaurante...



















Explicou-me que a desova ocorre entre abril e junho...Só as apanham mais um mês.
Vi gente de idade vestida com sedas e cores florescentes à Benfica  até fazia doer o olhar - dirigiam-se para o baile no salão do  restaurante Ginjal.
No largo de Cacilhas as esplanadas com gente a ouvir a música do bailarico abrilhantado por um conjunto. Algumas pessoas dançavam - reparei num casal amoroso - que inveja despertou nos demais e em mim também - homem de cabelos grisalhos descalço a dançar daquela maneira envolvendo a sua companheira e amada- uma loucura de tirar a respiração - até um velhote dançava sozinho e mexia-se bem - nem reparou no jipe da GNR que fazia espera para entrar no quartel!
Cacilhas está em requalificação urbanística.Em fase de ultimação a montagem do antigo fontanário perto da igreja - a rua agora é pedonal, aos poucos volta ao antigamente -  só falta a requalificação das fábricas de gelo e dos armazéns dos armadores do bacalhau serem reconvertidas em restaurantes  e outras unidades viradas para o turismo na frente ribeirinha.
  • O restaurante Ponto Final estava à pinha  - o palanque com almofadões - deitados estavam uns quantos numa modorra de relaxamento a ver o Tejo - ambiente por demais romântico!
Uma caminhada de mais de seis quilómetros. Sinto-me estoirada!

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