Ninguém se importa com a apanha dos quiwis...
Alpendre caro...As ripas pregadas com prego fino não resistem ao vento...
Migas com peixe frito do rio, carne de porco à alentejana e claro tigelada, doce típico da região.
Viajando por estradas antigas que cruzam novas, semi perdidos na sinalética, e em nosso redor somente paisagens avulsas semeadas de pinheiros, pelo chão muita pinha e da boa , para logo o piso se afundar em costado e abrupto vale, outeiro, monte, serra, planalto, salpicado por Lugares perdidos, onde ainda vive gente, e nós na crista da serrania, a desafiar cristas de quartzo afloradas à superfície há milénios , iguais assim belas admirei na Foz do Cobrão, compridas e bravias a lembrar lábios sedentos em misto de quartzitos; branco rosa e amarelo , desafiantes, a despertar ainda o sonho do garimpo, ainda aqui vivo, inspirador de maluca aventura de encontrar oiro!
De repente eis forçados a parar com tanto riso ao ler as placas..." no papel de atrizes a trautear entoamos ...
Vai a fórneas, esfrega a herdade, no alvito da beira..."
Nova paragem a contemplar a paisagem com o Zêzere ao longe para lá de Sarnadas.Ir ou não ir a Sobreda Formosa, a decisão coube a Oleiros.
Lugar de bons ares, onde se sonha alto, se grita sem ninguém ouvir, e verte águas quentes, que molham tornozelos, perdida a imaginar como é possível ainda viver gente por estes infindáveis vales, fazendo casas na lomba do costado, prostradas ao sol, abrigadas e soalheiras, ainda assim encravadas de serras por todos os lados, barbaramente fustigadas por tanto incêndio, e ainda assim estas gentes tem esperança na construção do seu futuro e das suas vidas aqui -, que se diga não é vida para qualquer um, porque só gente que conhece os rigores da invernia ,o calor dos verões, sabe aguentar as agruras sem queixume maior, tão longe da civilização.
Adoro pedras, claro que não resisti a trazer esta em ardósia, ao olhá-la fez-me ver uma espada!
O "arroz" já está a florir em lilás
Na descida de grande declive, 20% uns 700 metros a partir do planalto do Alto do Cavalo-, sítio estranho , mágico, feiticeiro, no meio das alturas e do nada, aberto para o mundo -, se não fossem as eólicas, estas gentes viviam quase completamente em isolamento...
Logo avistamos Madeirã e depois Oleiros sempre com muita cerejeira nas veredas...
Oleiros e a sua bela igreja
Visita ao Hotel de Santa Maria uma possível escolha para o aniversário da minha mãe, porque tem suites para 5 pessoas. Muito bem recebidas-, a recepcionista de grande elegância no estar e no ser, prestou-nos as informações pretendidas, e com gosto nos foi mostrar as instalações .
O átrio do hotel com escultura e pintura
As carpetes e algumas pinturas murais com o mesmo desenho, a lembrar árvores nuas no inverno que lembram a tapeçaria de Portalegre
A minha mãe agarrou-se à escultura sem pensar...
Bule branca ornado com grãos de café
Misto de objetos do passado , um alambique
Banco feito com duas rodas de carroça
Delicado o pormenor em ardósia da região com o nome das divisões,já vi com azulejos pombalinos com a inscrição sobre acrílico
A caminho do SPA
Suite para 5 pessoas
Produtos da região
Cavacas e filhós, ainda uma canastra típica na região onde não falta a toalha de linho rendada com o prato dos queijos de cabra, malga de azeitonas, o presunto, salpicão, aguardente de medronho, o frasco do mel e o maranho no prato "cavalinho"de Sacavém.
Terra outrora fausta de castanheiros, ainda há castanha
Paisagens de neve e gelo que parecem cristais ou estalactites
Tear de tecer as mantas e o milho para fazer a broa
Ao fundo o forno a lenha onde se assa ao fim de semana o cabrito estonado à moda de Oleiros
Delícia. Por marcação
Bela paisagem da Ribeira da Sertã
Ao longo das margens da Ribeira, sobretudo na freguesia de Mosteiro, ainda persiste o cultivo do "vinho calum", branco, ligeiro, de fraco grau alcoólico muitas vezes comparado com o vinho verde, requintado.
Nesta terra de xisto e argila o pinheiro bravo é rei.
Trouxemos sacos com boas pinhas...Fontes:
Quatro fotos do google