A minha filha chorava...Vesti-me de cabedal para enfrentar a chuva, apanhei o primeiro transporte que passou a caminho de Lisboa. No autocarro já na ponte reparei que no chão estava uma moeda de um cêntimo... pensei em o apanhar, porque nunca desperdicei dinheiro. Ao apear-me na Praça de Espanha, não só apanhei o cêntimo, como outro, que no entretanto vi um nadita à frente. Parti na direção do metro satisfeita com dois cêntimos no bolso...sob constante chuva a olhar para o chão e a fugir das torrentes de água de sarjetas entupidas sem escoamento...Na estação do Marquês de Pombal , vi mal as indicações e claro fui parar ao Rato...Ao sair da estação pelo Centro Comercial senti-me perdida, ao meu redor dei conta de uma uma imensidão de prédios novos, de fachadas arrojadas, amarelas e,...Atónita, não sabia o "norte" para onde ia... Afinal estava no tardoz do Hotel Sherton...As urgências da Maternidade são na lateral -, exíguas, com sala de espera diminuta, quase sem condições, só umas cadeiras, no pior apenas uma casa de banho para os dois sexos-, aberração constatar que aos dias d'hoje, sobretudo nos edifícios públicos, nomeadamente nos de saúde, já deveria ser bem diferente -, utilização = desinfecção.
- Imaginem um local com grávidas, muitas com infecções urinárias, a fazer uso da única instalação sanitária. Cúmulo dos cúmulos!
Após a triagem, as grávidas sempre com prioridade, sobre os outros casos também de grávidas...Mas dentro de portas, parece se esquecem do 2º grupo...
- Pois deveria haver mais cuidado no deferenciamento, prioridades, sobretudo não se esquecerem das utentes na sala de espera!
- Sobretudo quem aguarda resultados de análises clínicas -, ontem dei conta de esperarem mais de quatro horas duas utentes...Inexplicável quando no laboratório a uma deram uma hora de espera, e a outra duas...Afinal esqueceram-se das grávidas...Inadmissível!
- A Maternidade continua a servir uma faixa de mulheres que vive sem acesso a seguros de saúde, com isso apresenta um vasto leque vindo de bairros da periferia que denotam pelo palavreado, pouca cultura -, mas também constarei haver um público instruído, com habilitações e responsabilidades no trabalho .
Exposto isto foi perfeitamente estendível que o pessoal da MAC não se requalifica no tempo (?) ou sim -, mas continua a atuar como se não desse importância à reciclagem para mudança de atitudes e preceitos devidos no acolhimento -, que quanto a mim peca por falta de eficácia pela aparente frieza, até violência nas atitudes, agressividade nas palavras, fazendo crer que consideram as grávidas como se fossem "carne para canhão"...
- Ora aqui na MAC deveria haver um acolhimento de excelência -, porque aqui nasce vida -, por isso se devia pautar por ser um ambiente calmo, de atendimento personalizado e mui profissional.
Notei que os acompanhantes das futuras mamãs-, sobretudo os homens revelam nervosismo e inexperiência, parecem "baratas tontas com os sacos pelas mãos..." Não basta o que trouxeram de casa com a roupa para o bebé, ainda carregam outro, depois das mulheres entrarem são despidas, tudo é posto num saco opaco branco . Seria importante haver um espaço com armários onde os pudessem guardar.
- Após a triagem se mostra fria, de ar ríspido, sem humanismo, atendendo às fragilidades demonstradas das utentes que aqui chegam cheias de dores e com muito sofrimento -, ainda há pessoal de enfermagem que denota falta de cariz ético e profissionalismo para com elas -, queria ver se fosse uma filha delas a aparecer de imprevisto, pela certa mudavam logo de atitude!
- Sobre este alerta de ineficácia devo acrescentar que nos últimos 10 anos tenho tido um olhar positivo sobre a saúde pública, constatando uma evolução no Centro de Almada onde tem sido evidente as melhorias, seja no atendimento, seja do médico de família e pessoal de enfermagem, sobre isto nada a recriminar.
- Há que admitir que há substanciais mudanças. Mas nem em todos os locais, o que se lamenta.
Acho muito bem que a Maternidade Alfredo da Costa
feche, mesmo remendagem de obras, as instalações estão obsoletas, de poucas condições, julgo apenas a sala de partos se mostra nova. E se faça uma unidade de raiz materno infantil como já existe no norte, onde as parturientes devem ser acolhidas com respeito, atenção e dedicação que todas sem exceção, merecem. Uma valência de melhores condições para os utentes, onde todos, mães e bebés, possam ser bem tratados em tempo útil por pessoal profissional. Sobretudo que queiram voltar e passar palavra que vale a pena, porque é tudo bom e seguro!
Seja no Banco de urgências, como na sala de partos há testemunhos de ali acorrerem mulheres com hemorragias espontâneas a ser tratadas junto de outras que decidem abortar com idade na casa dos 30 anos -, idade mais do que suficiente para saberem se querem ter filhos, ou não, e como os evitar. E o povo a pagar!
- Incompreensível nos dias d'hoje. Agora uma coisa senti que existe-, SEGURANÇA!