terça-feira, 26 de junho de 2012

Má poda em local público na Escola Anselmo de Andrade em Almada

As zonas envolventes dos espaços verdes da Escola Anselmo de Andrade em Almada, neste mês aqui decorreram podas...indevidas...por serem fora de época, pior do que isso - mal feitas - deixaram troncos -, coutos,   como se constatam nas fotos - perigosos - em todo o lado ainda mais em qualquer sítio público como escolas-, amanhã de novo encobertos por ervas altas -, perigoso para as crianças a correr podem magoar-se seriamente...
Coisa para pensar...
Hoje, a moda da chiquice do nome pomposo das profissões...todos são técnicos...técnico de limpezas...técnico de equipamentos...técnico de jardins e,...
O que sinto? Muita falta formação, profissionais que deviam ter cursos de formação sobre podas de árvores e arbustos, conhecendo a época propícia para  cada espécie-, por exemplo as laranjeiras e limoeiros devem ser podados pelo S. João, ainda a ciência da arte da poda, como deve ser executado o corte, ou cortes, e não o que se vê no caso,  atabalhoadamente. A uma cerejeira do Japão  a copa foi totalmente podada, mal acaba de dar fruto...uma delinquência de burrice, ainda uma figueira jovem a quem deixaram os "ladrões"- filhotes no pé  - só tiram força a árvore...
Podar para quê ? De uma maneira geral a poda favorece o crescimento das plantas. Estimula a floração dos arbustos com flores e a frutificação das árvores frutíferas.
Antes de podar uma árvore, é necessário aprender a conhecer os diferentes tipos de ramos que constituem uma árvore:
 -   Ramos principais e laterais que formam a coroa da árvore
 -   Ramos verticais e concorrentes que são uma particularidade da natureza e beneficiam de um tratamento   especifico no momento da poda.
Os diferentes tipos de poda:
Uma das regras em matéria de poda é de libertar o centro dos arbustos para permitir à luz e ao ar penetrar. Convêm podar por cima de um nó dirigido para o exterior da planta e eliminar todos os ramos fracos que se cruzam no meio da ramagem.Consideram-se 3 tipos de poda:

A poda de formação
Serve ao desenvolvimento da coroa e é praticada entre o segundo e o quinto ano da plantação. Efectua-se no fim do Outono até ao início do Inverno para que a cicatrização esteja feita quando sobe a sebe na primavera e realiza-se em duas etapas :
- Um corte do ramo principal ao nível dos ramos laterais (ligeiramente por cima de tal maneira que ele guarde a sua posição dominante).
- Um corte anual dos ramos dominantes laterais e o corte de um quarto do comprimento dos ramos concorrentes que estão no ramo principal.

A poda de desbaste
Esta poda é indispensável para obter uma coroa bem estruturada, facilitando a passagem do ar e da luz.
Para favorecer o crescimento e a frutificação, é necessário cortar os ramos que crescem para o interior da coroa e desbastar os ramos verticais, concorrentes e laterais assim como os ramos que estão fracos e muito apertados.

A poda de rejuvenescimento
É praticada quando o crescimento da árvore e as colheitas diminuíram.
Esta poda consiste em rebater os ramos laterais até ao ramo lateral inferior e cortar o ramo central, de tal maneira que o conjunto forme diferentes triângulos cujo o ramo central conserva a posição dominante.

 - Uma achega para quem gosta destes trabalhos.
Julgo que o trabalho foi executado por trabalhadores camarários...ainda não concluíram o serviço, ainda há muito matagal para roçar. Se roçassem duas vezes por ano, a erva não crescia tanto, os espaços ficavam mais apelativos - assim vai tudo à frente...a manutenção destes espaços requer atenção, respeito e sobretudo carinho para com as árvores e plantas que devem ser tratadas seguindo os manuais de práticas milenais deste saber,  e não o que se constata...à bruta, de qualquer maneira, sem denotar técnica e saber!
Sendo um lugar onde as crianças gostam de se divertir - então não vejo os mais novos quando entram nesta Escola, e  tentam descobrir os espaços correndo uns atrás dos outros...deveria  a segurança ser uma prioridade.
Arrepia-me ver...algum pessoal  técnico...que pede licença para varrer e apanhar qualquer lixo...outro que se passeia demais com batas abertas, ainda muitos que passam o tempo na rua a esfumaçar...
Sinto uma nítida falta de atitude e brio no trabalho, para com a dignidade de nos dias d' hoje em dia para quem tem um trabalho remunerado!
  • Citando SAINT-EXUPÉRY IN, CIDADELA
     "A MORTE DO JARDINEIRO NÃO É COISA QUE LESE UMA ÁRVORE. MAS, SE TU AMEAÇAS A ÁRVORE, ENTÃO O JARDINEIRO MORRE DUAS VEZES."

domingo, 24 de junho de 2012

O meu S. João em Almada

Almada - termo proveniente das palavras árabes Al-Madan - a Mina - havia exploração de ouro pelos árabes numa jazida  na Adiça, a caminho da Lagoa de Albufeira - O dia da cidade celebra-se a 24 de junho em honra de S.João Baptista - o mesmo  dia que D. Afonso Henriques  conquistou o burgo aos mouros em 1147.
S. João engalanada
A vila também foi pertença dos Ingleses - de D. Leonor Mascarenhas, e da casa de Bragança. Honrou-se amiúde com a visita quer de monarcas, quer de nobres, por estas terras deixaram palacetes e solares em grandes Quintas -  a que chamavam - a outra Banda ou Lisboa oriental em meados do século XVIII.

A igreja de S. Tiago  - edificada no início do século XIII fora das muralhas do castelo - num período de aumento demográfico da vila . Em 1724, a igreja foi “reedificada” - viria a ser mais tarde novamente - respeitando a abóbada de nervuras, pós-manuelina, que cobre a capela-mor, não interferindo também no corpo da nave, que manteve o revestimento integral de azulejos de padrão, da primeira metade do século XVII, de todo o património existente na altura foi a que menos sofreu com o terramoto de 1755. Resistiram os monumentais painéis da capela-mor, encomendados entre 1730 e 1740, descrevem dois momentos capitais da lenda do orago da freguesia, apresentando do lado da epístola a Trasladação do corpo de São Tiago e do lado do evangelho São Tiago combatendo os mouros na batalha de Clavijo.A capela mor é lindíssima. O tecto é rematado por rosáceas  de calcário, e ao meio a Cruz de Malta e a dos Templários, a ordem a que pertencia.  Urge necessidade de acudir à ermida com obras de manutenção: torre do campanário de pedra a desintegrar-se, igual com a  abóbada onde está a pia batismal, paredes com humidade, chão com remendos de madeira inestética altos, perigosos...confesso, a tela moderna encomendada ao mesmo autor de outras do género na capela do Cristo Rei  não se coaduna com a antiguidade aqui patente, no meu ver o altar em degraus com o Santo no pedestal era mais adequado à época. Há outras belas imagens - S. Tiago; S.Jorge; Nossa Senhora da Conceição e,...
Perde-se nos tempos a  tradição da procissão - fala-se do seu início desde 1143  - para comemorar a expulsão dos mouros.Perdeu-se no tempo também, a razão, porque passaram a ser feitas duas - uma na véspera em que o Santo vem em romaria da ermida de S. Tiago até à capela da Ramalha, e no dia seguinte - sai nova  procissão da capela da Ramalha de volta à ermida junto ao castelo. Sendo que em tempos de antanho a Quinta da Ramalha se considerava  fora de portas, noutro extremo - como se explica esse grande trajeto(?)
A minha dedução de forte possibilidade em que se tornou o ritual  ancestral em pagão...

Corria o anos de 1872 - atesta o azulejo da frontaria da Quinta de S.João da Ramalha - propriedade da família Abranches, ainda o conheci pequeno e bem bonito,  há anos foi substituído por este painel que cobre a cimeira do portão . Gente devota, desejava abundância nas colheitas - uvas e frutas - o mesmo voto que a Quinta do Pombal ( oferta do Marquês a uma das suas amantes) que com ela entesta, além de outras . 
Lógico que tal pedido se fizesse suar ao prior no convite da imagem do Santo padroeiro vir em romaria de procissão à Quinta com o seu nome, sendo esta fora de portas de Almada, o jeito seria o Santo ficar na sua capelinha , o que muito honraria sobretudo as senhoras que aí oravam diariamente - a que se juntou o néctar de boa casta  aqui produzido como oferenda para as missas do prior, gastronomia de festa rija - boa amêijoa à Bulhão Pato apanhada no Porto Brandão e, filhoses de bom trigo moído nos moinhos do Monte de Caparica, quem sabe também hospedaria - no dia seguinte a procissão saia da capelinha de Santo Antão em direção ao Pragal na única estrada de ligação - Costa de Caparica a Almada  -  entrava na vila à Quinta dos Espartários também com uma belíssima capela dedicada a S. Sebastião, mais à frente na agora rua Capitão Leitão passava ao palácio dos Marqueses de Fronteira...não sei a localização ( o  edifício da Câmara com a torre é o que restou da antiga igreja de Santa Maria do Castelo aquando do terramoto)e seguia em direção à igreja de S. Tiago, assim os donos e vizinhos se sentiam abençoados, e do prior  de barriga, e carroça cheia: vinho;azeite e figos  fartos aqui chamados pelo nome do SANTO, nem se fala.

O meu marido lembra-se nos anos 60 de ver a procissão passar ao Pancão - depois de passar o palio e os peregrinos fechava-se com uma carroça e nela homens bêbados a entoar música com canas - havia quem lhe chamasse -  Procissão dos Bêbados -
Fui peregrina na procissão em 79, depois de casar vim morar no concelho. Lembro-me da capelinha muito velhinha, tudo em redor canavial, com caminhos em terra batida. Havia homens bêbados  que colhiam  canas com o canivete  e delas faziam flautas ao rachar uma das pontas para fazer soar música ,  em cantoria seguiam no fim da procissão a cambalear ...a procissão demorava quase 3 horas, além do andor do Santo, havia outro, - que deveria ser o da Santa(?) com os anos por falta de homens capazes de o carregar este culto abandonado...e, não devia!


















Nesse tempo a procissão que saia da capelinha da Ramalha era conhecida por  - Procissão das Canas -  Também eu me recordo de na espera da procissão se armar em cortejo  me abeirar do canavial, com a unha cortava a ponta de uma fresca - durante o percurso a enrolava e trazia comigo, a guardava até ao ano seguinte dentro da minha vitrine de recordações, jarrinha minúscula de pau-preto, onde se juntavam outros raminhos igualmente colhidos de outros lados com a mesma satisfação.
Poucos foram os anos, deu-se uma grande expansão urbanística, das canas nem rizomas, e o nome nem mais se fala, ficou apenas na tradição agora conhecida - Procissão da Ramalha.

 
 Lembro-me de ouvir dizer ao povo desses tempos e ainda hoje aos mais velhos que o falam à boca cheia
 " O Santo vem dormir uma noite com a Santa da Ramalha"...
Pergunta-se, mas como, se a capela tem orago de Santo Antão?
Santas...nenhumas...há gente que fala numa... não sei agora o nome...uma boa questão!
Hoje, felizmente a capela encontra-se recuperada...contudo a necessitar de vistoria urgente a parede de ligação à casa apresenta sérias infiltrações de humidade que estão a dar cabo da pintura a imitar marmoreados - muito graciosos.As telas são bonitas. Toda a capelinha é encantadora.


Havia arraiais em Almada velha um pouco por todo o lado. A sardinha no arraial do Partido Comunista tinha acabado. A noite estava agradável, no Jardim do Castelo era aprazível a calmaria da noite amena. Comi pela primeira vez "sardinha no pão"numa taberna  - percebi o gosto de tal petisco.Bebi vinho tinto do bom, e ainda comi uma fartura.Dei um gostinho ao pé no bailarico, sem dançar.
Fogo de artifício
Hoje - dia do padroeiro - a procissão saiu com atraso da Ramalha - digo eu - fez espera das gentes da autarquia e convivas, alegre almoço em dia feriado da cidade habitual no Pavilhão do Feijó, debalde entusiasmados com a almoçarada rija - esqueceram outras festas da cidade - não vi que alguém comparecesse ao ritual de levar o Santo de volta a casa...já passavam das 8 horas quando a  procissão terminou - mal o Santo assentou no pial do portal da ermida deu mote a outra tradição - as flores do andor são para o povo - o prior avisa antes o Santo entra e só dentro da ermida é despido pelos escuteiros e  acólitos, sem dó nem piedade - fica nuzinho de fazer pena... cravos e gladíolos vermelhos são depois por eles ofertados aos peregrinos que esperam ansiosamente na porta...em atropelos esticam os braços e arrepanham as flores uns dos outros - um frenesim - os homens da Irmandade são os primeiros, mal poisam o andor surripiam os boquets de florzinhas amarelas e  ramos fartos de cravos - em voz alta para calar os demais boquiabertos, entoam - merecemos - carregámos com o andor ontem e hoje. Claro que sim. O fausto cacho de uvas - símbolo da Quinta da Ramalha de outros tempos, não sei quem o come - também o mesmo simbolismo da coroa ornada de várias frutas, que segue na procissão na frente do andor carregada por duas raparigas enfiada num varão de madeira - dá graça imensurável pelo colorido e simbolismo de riqueza que aqui existiu - e só acabou com a  expansão urbanística, é sempre leiloada na porta da ermida - rematada por 50€ - um costume, graciosa enfeitada com: pêssegos, ameixas, figos grandes pretos de S. João, cerejas, pêras, nêsperas e,...por entre folhagem de hera e outras verduras. 
Este ano ganhei três cravos e um raminho de verdura!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Falar de Alcochete com cheiros a jacarandá...




Amanheceu o dia com sol, pouco depois das 7,30 da matina na autoestrada do sul no ramal da Amora vi refletidas no espelho as luzes das motas Harley em alinhamento a 120, ordeiros - foi preciso o meu marido infringir o limite nos 140 ao Micra carregado para captar as fotos...



Também o sonante roncar dos tubos de escape. Madrugaram cedo da concentração de Cascais, desde sexta feira, saíram rumo a casa, pela matrícula - Holanda.
Pouco mais de uma dezena, de todas as cores: a solo: no masculino, e feminino; ainda casais, e apoio logístico-carrinha forrada a autocolantes...

                                                     Amei a cor desta Harley...
Fez-me lembrar a minha adolescência - um Opel Manta lindo, pintado nesta cor - nele viajei pela primeira vez até ao Algarve: vi burros a puxar carroças, figueiras, alfarrobeiras e o hotel de Montechoro, junto a este um galinheiro a fazer-lhe extrema...coisa que me deixou a pensar!
Fiquei muito encantada com esta surpresa - sempre gostei das Harley-Davidson!
Jamais me aventuraria a guiar uma, medricas do caraças, nisto, porque noutras coisas sou bem afoita!
Perdi-as de vista ao mudar de rota a caminho de Alcochete para a estreia na sua feira de velharias e artesanato.Um pandemónio, as novas e velhas estradas com rotundas enormes, e má sinalética - um horror - perdemo-nos em voltas e voltinhas - inventei há muitos anos um termo para cenas mirabolantes "Coynamaynn street" num repente estávamos no meio dos terrenos agrícolas quase a rondar as salinas do Samouco - antes atravessámos uma longa estrada ladeada por vedação, na berma pedestais em cimento triangulares pintados de amarelo com letras - de metro a metro...deve ter algum significado - do lado direito uma sequência de casinhas tipo bairro popular, ao fundo em frente do esteiro e do sapal deparei com o grande batatal arrancado com o trator - as batatas cobriam a terra  à espera de apanha rápida...o sol a raiar forte, o seu inimigo!
No meu julgar antes da recessão se instalar foram feitos grandes empreendimentos no Montijo e Alcochete. Irreconhecível a explosão habitacional em S. Francisco - fiquei com a nítida sensação de se tratar de um condomínio fechado - num repente engole a estrada antiga - perdemo-nos nas estradinhas novas que mais parecem labirintos: sobe, desce, rotundas , becos, jardins, casario velho, novo, agrícolas e, ...falta sem dúvida uma avenida sem entraves que ligue estas duas lindas terras - ainda é tempo - tanto o campo ainda vazio. Assim haja força e vontade em a fazer, possivelmente obra parada julgo pelo abrandamento da economia - mas que faz falta, não haja dúvida. Na volta havíamos de nos voltar a perder, já íamos a caminho da Atalaia quando reparei no azulejo da Quinta de Palhavã, ainda nos exaltámos, houve desculpas, Deus ajudou no desaguisado, quando finalmente teimei no meu poder de orientação, ainda ouvi "ainda vamos parar a Lisboa pela ponte Vasco da Gama"...estava certa na minha intuição,  a sinalética é que deixa muito a desejar - coitados dos mais inexperientes e turistas - daqui  para se dirigirem a Lisboa dispõem de três variantes :  Vasco da Gama,  Vila Franca de Xira e  ponte 25 de abril.Ontem não houve feira no Pinhal Novo. Em Alcochete a organização está entregue aos Bombeiros, apareceram mais feirantes, ainda outros que comigo tinham estado na véspera em Setúbal - o bombeiro rapaz novo, mostrava-se incapaz para acudir a todos, com dificuldade em analisar o organograma feito à mão...não fosse o expediente da Fernanda, batida em feiras em aligeirar a distribuição dos lugares, perdia-se tempo. Montei o estaminé na frente da banca do João Santiago - feirante desde 68 - uma vida - dos colegas, o mais velho - homem simpático, afável, educado que conheço da minha primeira feira na Costa de Caparica no feriado de Novembro - ontem o dia que se conversou mais, de sorriso maroto disse-me "gosto de ti, és uma mulher muito intuitiva e não voltes a tratar-me por senhor - esse está no céu!". Emprestou-me uma banca que eu gostava de ter uma igual, robusta e muito fácil de transportar em relação às minhas mesas pesadíssimas  "para mal dos meus pecados"...
Estreei-me com a venda de jarrinhas "casca de cebola" a uma linda senhora loira acompanhada de uma amiga ruiva, sardenta de olhar doce - Maria Policarpo. A conversa levou-me a falar do blog, a Cíntia atenta - o nome da bela senhora loira - diz-me " não me diga que o blog é o Lérias onde  tenho aprendido tanto?..."  pois estava certa no nome, agora sobre a aprendizagem, gostei de ouvir confesso. Ao se  incutir o  gosto nas velharias de quem nos lê, acredito hajam mais pessoas interessadas em valorizar e até, em as adquirir...acabou por fazer mais compras noutras bancas. Falámos ainda dos sites de leilões das aldrabices e dos enganos -que os há - acredito que um dos sucessos de vendas resulta de algumas pessoas não se predisporem a ir às feiras - julgam que não é do seu estatuto - ora as feiras são milenares, vivas, autenticas, intemporais. Deixei de fazer compras on line , tão pouco perco tempos a ver páginas dos artigos - comprei um penico que trazia a asa colada com fita cola, um prato grande que chegou pequeno, ainda acerbas apostas no hora do fecho dos leilões, debalde perde-se a peça porque inexplicavelmente outros interesses maiores se alevantam, na maioria são uma carestia  e aparece muito lixo!
Vinha de mais uma voltinha à casa de banho - um reparo - deviam ter um zelador para alertar os serviços camarários , não custa nada o pessoal da manutenção tratar destes espaços  - falta um trinco na porta, papel e sabão azul e branco - os jornais no desembrulha e embrulha encarde as mãos...
Acabei por me perder no papel de zeladora ... o meu olhar avistou ao longe uma casa alta com uma tira de azulejos grandes - Arte Nova - serão de Aveiro? com remates a Coruchéus - nome dado aos terminais que podem ter vários formatos: Pianhas; urnas; fogachos ou fogaréus; vasos; pinhas; figuras humanas; o mundo e,...de muitos telhados caraterísticas das terras ribeirinhas do Tejo: Vila Franca de Xira, Alhandra, Paço d'Arcos, Almada, Moita; Setúbal e,...Alcochete. A foto da direita foi tirada na véspera em Setúbal da minha banca. Quem me lê sabe que adoro azulejaria.Os terminais são coruchéus - Mundo-  intervalados por outros em forma de pinha.

                                  Alcochete 
Terra cuja fundação atribuída a 850 A. C. foi tornada vila com D. JoãoII, aqui nasceu o o rei D. Manuel I em maio de 1469 - o meu mês - e, mais tarde este  lhe viria a conceder o foral em 1515. Foi a Cíntia que me avivou o nome - coruchéus - quando depois do almoço  a voltei a encontrar e lhe contei a minha odisseia, trazia ela uma grande travessa que tinha sido da sua avó oferta do avô que trabalhou na Companhia Nacional de Navegação. Percebi logo que era inglesa sem ver o tardoz,  marca azul esborratada  e, ainda uma marca gravada na pasta. A minha amiga  Leonor Ceia há tempos ofereceu-me uma série de objetos  pertença uns da sua querida avó, outros da sua querida mãe - destaco duas travessas grandes com a mesma bordadura igual à da Cíntia e, os mesmos dourados nas pegas - foi o Santiago que me alertou - um dos donos da fábrica de Sacavém - Gilbert(?)  foi também dono de outras fábricas de loiça : Vista Alegre e da inglesa onde foi feita a travessa da Cíntia - sendo que as minhas julgo serem VA - têm o mesmo formato e acabamento só diferem na estampa. Agora o inimaginável. A Cíntia ofereceu-me a sua travessa herança da sua querida avó.
Travessa oferecida pela Cíntia
Travessa oferecida por Leonor Ceia
Fiquei extasiada, sem palavras para articular - sei que a abracei - agraciei com dois beijinhos apesar de ela dizer que se sentia engripada - uma atitude que jamais vou esquecer!
Levei-a de novo à minha banca, disse-lhe "escolha qualquer coisa..." - Ato imediato responde - escolha a Isabel - só sabia que gostava de jarrinhas - a escolha recaiu numa da  Fábrica Carvalhinho. Disse-me ainda que a Maria a sua irmã adotiva,  ambas são filhas únicas e a Cíntia linda não tem filhos, em conversa com o meu marido este disse-me que ela lhe contou que o marido tem um príncipe com 8 anos,que ela gosta como se fosse seu . A Maria, não menos linda, não sei se os terá ... tem sim - um príncipe de 26 anos!
O que sinto  - se eu vivesse em Alcochete queria ser irmã adotiva de ambas - senhoras amorosas com "muita boa onda", cultura e estórias de vida: da Maria, e dos seus antepassados quiçá descendentes da nobreza que aqui habitou - tem rosto de princesa -  o palácio será que ainda resiste de pé? Fiquei sem o saber, sonho querer, um dia voltar a falar dele!O dia "fez muitas caras" - ora sol forte a encoberto, o pior foi o vento que se levantou na maré alta.Na  minha volta de cortesia pela feira mais uma vez dei de caras com um colega vestido de sweat-shirt branca com golinha azul revirada para dentro "à matador", e calças de ganga  a condizer com a sacola feita de outras com bolso, nos pés calçava sandálias. No meu jeito atrevido estabeleci conversa " o colega por acaso não fez a feira no sábado em Ponte de Sôr, se não era você era outro muito parecido amigo da Isabel de Carcavelos?"
- Resposta fez-se indirecta " olhe lá, se eu não quisesse que a minha mulher soubesse que lá fui?..."Aguentei firme, sorri e desatei a contar " ontem na feira de Setúbal vi um homem que me pareceu sem duvidas ser o Richard Gere, de frente e de perfil, grisalho, magro, a mesma silhueta e olhar, não sei se tinha o dente da frente encavalitado...sei que em segundos o imaginei mais novo vestido de calças xadrez na personagem "Gigolo" na rua a dar saltinhos batendo com um pé na outra perna..."
- Resposta escorreita  " ainda agora estive no norte do Brasil, as mulheres também me chamavam - Richard Gere, Cristo e,...mas olhe lá, esteve mesmo na feira de Setúbal?"
- Sim, estive.
- Eu também e não a vi. Não se lembra de ver na feira de Azeitão um homem vestido de túnica até aos pés e cabelos compridos?
- Sim , lembro, parecia um hippie vestido à árabe, tipo intelectual.
-  Sou eu. Estava farto de tanto cabelo a entrar pelos olhos e pela boca... não sei quando o volto a cortar!
-Aleijarei o passo com um sorriso depois de um piropo com soslaio malandreco... estava na hora de "dar corda aos chinelos". Parei para cumprimentar o Paulo e a mulher Clara - trouxeram a nora com uma amiga - montaram uma banca de roupa e sapatos em 2ª mão - debalde não se estrearam. Mais acima estava a D. Maria de Jesus com outra amiga - tristes pouco tinham faturado - queriam despachar vidros opacos que outro colega "rodas curtas" e chapelinho tipo Robin dos Bosques com andar à pato, dizia ser murano...esqueceu-se de dizer  antes - Tipo - em frente a Fernanda e o marido Fernando, cegou há tempos...invejo a paciência dela, na frente um colega de bengalinha com mobiliário e objetos bons, já no largo encontrei o Sr. António (GNR) com uma pequena prensa, julgava ele que teria comprador para ela a fazer fé na última feira que aqui vendeu uma igual,  na sua frente os irmãos Luís Miguel, meu  colega profissional ao quadrado e o Paulo, artista com uma banda, tinham peças na banca  muito boas, algumas de raridade - estavam desanimados - ninguém tinha perguntado por dois banquinhos de pernas altas em preto a imitar patas de leão com garras douradas e estofos de seda lavrada  purpura. Comprei um prato covo de faiança partido na amiga do Santiago - Carla - sobre o qual aprendi da boca dele - um prato Ti Emila. Seguramente saiu de uma fábrica entre Aveiro e Alcobaça  - nome dado pelos "ciganos" que os compravam a uma feirante que teria o nome de Emília...vou fazer um post no Lérias...sobre ela haveria de ficar com dúvidas sobre a sua seriedade...sobre o preço fez-me desconto, à posterior disse -me outro, o mesmo ocorreu uma 2ª vez...não simpatizo com gente desta laia, nem um bocadinho...o seu olhar esverdeado sardão, não nega matreirice!
Horas de almoço.O Santiago foi com o amigo que o acompanha de cariz carrancudo e malcriado - cabelo estepe russa, marreco e óculos escuros à cowboy...vendedor de moedas, chateado porque não se estreara...e, que culpa tem os demais?
Fiquei a comer o meu farnel, rematei com suculentos morangos e cerejas - refestelada sentei-me a ler um romance de um dos livros da banca...apaixonante!
O meu marido foi o primeiro a regressar, ficou a tomar conta das bancas enquanto eu fui beber o meu cafezinho, junto ao rio vi o Santiago no seu passo pesado - chamou-me -  fez-se para a foto que lhe tirei... diz-me satisfeito "gosto de caril que nem cornos..."

Contemplei o Tejo que beija esta terra. Lindo o quadro em pano de fundo  - Lisboa - não menos bonito o varino a baloiçar nas ondinhas da brisa que se fazia sentir. Um dia, há anos, daqui deste cais parti numa fragata recuperada pela Câmara, passei pela ponte Vasco da Gama ainda a ser construída, vinham no rio  plataformas grandes - nada menos que o piso - grandes guindastes as levantavam no ar e os punham no acrescento da ponte, até ficar pronta, fazia-se também a cobertura do Pavilhão Atlântico e de outros na Expo...
Caldeirada servida a bordo feita pelo timoneiro, no caldinho juntou massinhas  que nos serviu em malgas sob a toalha de plástico da mesa corrida. Boas lembranças de Alcochete, da fragata  e, do Tejo !
Acabei por encontrar um café tipo bistrô com loiça branca de design, colheres igual ainda réplicas de pratinhos de vidro a imitar os da VA - amorosos - nisto chega-se uma senhora com um bolo barrado a chantily  coberto com morangos - saí, antes que a gulosice me tentasse para lhe pedir uma fatia, lá se ia a minha dieta!
Nova voltinha, novas conversas, voltei a cruzar com o João de Azeitão - "o Cristo" - homem de 60 primaveras, vai celebrar outra daqui a dias - a 10 de julho, caranguejo de signo...dizia-me "mas tu acreditas nessas tretas" - temperamento sensível, humano,despreocupado, bom vivan, disponível, afetuoso de paixão fácil,  gosta de escrever anedotas e pensamentos que lê  sem rodeios a quem o queira ouvir - gosta de fazer rir e deixar a pensar...dedica-se à cultura de plantas aromáticas - o seu negócio que vende na feira de Azeitão -  o seu estaminé repleto de quinquelharia com uma máquina registadora , sobre as novas tecnologias não quer nem aprender, apesar de ter um filho professor de informática na Irlanda - gosta de falar olhos nos olhos - tirou os óculos de sol, vi um olhar doce, esverdeado, cansado e quiçá sofrido, dizia-me "há qualquer coisa em ti que me desespera...sai-me da frente...acho que é o teu sorriso..." ..
- Risada farta! Um bom piropo faz bem, alimento para o ego nesta idade madura a caminhar para a velhice tal como os objectos das bancas - velharias no meio de velharias - na despedida ainda me convidou para comer caracóis, rejeitei por não apreciar - não consigo!
- Disse em jeito de remate, porque não és viúva?Ainda hei-de ir de propósito a Setúbal só para te ver...
- Ri-me com o inusitado assim dito de relance, nunca antes assim ouvido...um lírico!
Logo eu que nem a propósito ontem decidi dedicar-me a leituras - não aprecio confesso, logo comecei por me aventurar com um romance, e a viver um real(?) como se fosse adolescente, apesar da falta de liberdade, coisa que me deixou a pensar!
Conheci também  um casal muito simpático, a senhora deu-me um cartão de visita  com a citação " Sê a mudança que queres ver no mundo" - Ana Maria Thomã - escreve uma coluna no jornal de Alcochete e, fazia voluntariado no Lar da 3ª idade. Desabafou - sentia-se indignada, usando as suas palavras " fui apelidada de bruxa (?)"...nome depreciativo, só pronunciado por gente de cabeça "oca" ...inevitavelmente saltou-me a vontade de falar desta forma quase ancestral de reviver as raízes e, fazer luz sobre o nevoeiro que envolve as práticas "mágicas"  - de uma forma de fazer "medicina" . A magia escondia muitas vezes um conhecimento de ervas , mezinhas , rezas contra: mau olhado, cobranto, cobrão e,... passavam de geração em geração e que substituíam cuidados médicos, inexistentes nos locais recônditos do nosso interior rural. Nas beiras davam-lhe o nome - benzilhoa. Lamentável em pleno século XXI  ainda se sofrer na pele além da recessão económica, desemprego, falsos amigos também a ignorância cultural e falta de largueza de horizontes de um sarrafo de gente que não se reciclou, parou no tempo - esperando pacificamente o seu destino - a morte. De louvar a sua nobre intenção - fazer-se ouvir na mensagem e na partilha das estórias de vida  - sem rodeios nem fantasmas - a causa para o despedimento do serviço voluntário sustentou-se na argumentação - sem argumento - deveria fazer voluntariado acompanhada. Sem comentários. Perante o que ouvi e sem querer tirar partido - entristeci em o saber, impensável, admitir que nesta terra de caras para o Tejo, acorda todos os dias a sentir a capital, hajam pessoas com dificuldade em assumir a  globalização, refugiando-se em telenovelas e religiosidade, não admitem mais conhecimento...seria bom se fosse só aqui, puro engano - em todo o lado - Portugal apesar de quase 40 anos de liberdade continua muito iletrado, adverso a ser activo e  moderno!
O saber não ocupa lugar - muito menos abertura para qualquer tema de conversa por mais mediático que seja, falta a estas pessoas teimosia para se manter de mente sã e corpo saudável, apesar da idade do BI. A aposta nos dias que correm incentiva  envelhecer com qualidade de vida, mantendo a mente activa inclusive na aprendizagem das novas tecnologias, e exercício físico dentro e fora de água. Entrosámos abordagem sobre ioga, viagens, memórias, e  loiça...contou-me que tem um prato de loiça de Sacavém com a torre de Belém em azul que era da sogra apesar desta se ter divorciado do filho há 30 anos. Um ano destes o recebe em casa cheio de filhoses que o sobrinho desta foi incumbido da sua entrega. Ao agradecer a gentileza da oferta perguntou se podia ficar com o prato a que a sogra respondeu  - sim - só tinha de lhe arranjar um substituto para ela apresentar na mesa o cozido...ao companheiro dei uma aula sobre a VA na sua produção de vidro por falta de caulino em 1824, enquanto ela atendia o telemóvel, homem de cabelos grisalhos, também me fez lembrar alguém - o Dr Pedro Ribeiro irmão do meu cunhado, os mesmos belos e serenos olhos azuis - adorei o estatuto de professora, por minutos!
O Santiago viu-me a olhar para a sua banca - anéis de pedras - disse-me "escolhe um que te dou"- escolhi dois e pedi preço - paguei 2 €  - as imperiais que tinha acabado de comprar...num sorriso maroto disse "escolheste bem, esse que puseste no dedo de madrepérola, fica-te a matar".
Não queria levantar a banca antes de faturar pelo menos 30€ - para o combustível e almoço - em voz alta fazia-se anunciar " comprem na minha banca, só me faltam 10€..."nisto apareceu um rapaz, amante de moedas, acabou por comprar, procurava uma rara de 1934 ou seria 35?
Hora de arrumar caixotes - a pior parte. O Paulo tinha o Nissan entupido de velharias; malas de cartão, balde dos bombeiros, tanque em cimento em miniatura de criança para lavar a roupa, artefato de ânfora romana, lataria, livros e,...sem espaço para um banquito azul a precisar de reparação, ia deitá-lo no lixo, pedi-lho para a minha casa rural. Será sempre o banco do Paulo - assim identifico as coisas que me dão - pelo nome das pessoas que me os ofertaram. Derradeira despedida, cumprimenta-me um bombeiro de estatura pequena e com síndrome de Down, simpático, ligeiro de passos, andava a recolher as bancadas emprestadas a alguns feirantes - trabalhador me pareceu, eficiente, e educado nem se fala!
Na viagem de regresso a casa "delirava com os meus botões"...a cumplicidade da Cíntia e de uma amiga elegante que entretanto passou por nós, e do gosto das três em reciclar objetos deixados no lixo...igual ao Paulo , disse-me a sua mulher Clara que em Setúbal encontrou uma resma de livros antigos encadernados a cabedal junto do caixote do papelão, não hesitou em os levar consigo, os vendeu a bom preço...
A feira no pior - uma mulher que se abeira da minha banca vestida a rendas chinesas e cinto em plástico que lhe dobrava nas banhas a dizer para o filho " olha um saleiro" - o isto - uma peça de porcelana VA usada para inalações em termas. Triste é constatar uma tristeza cultural nas feiras - mulheres e mães iletradas - outra dizia para o marido "olha pedras parideiras" - as pedras -  fósseis do Cristo Rei.. Expliquei. Do marido só ouvia " vês a senhora sabe",quando falo sobre as pedras parideiras (numa excursão ao norte as conheceram), voltou a comentar " a senhora sabe",  ainda voltaria a repetir mais outra vez, quando se falou sobre o oiro alentejano nas imediações da gruta do Escoural...
cachos floridos anilados das jacarandá
Relaxei no caminho a pensar nos cachos floridos anilados das jacarandá, na véspera em Setúbal - por aqui só vi árvores da mesma espécie de flores em amarelo ocre...o Paulo de Setúbal apanhou algumas e enfeitou a banca - Nunca conheci um homem tão vaidoso com a apresentação dos seus objetos que troca por outros se não os vende - em Setúbal vi um almofariz de "brecha" da Arrábida andava com ele há um mês, passou em menos de uma hora por três mãos contando com a dele...o mesmo com uma caixa de pesos em latão.Delira em faturar, aguçar o apetite do comprador pela variedade também na fidelização para visitas futuras ao seu estaminé montado em escalada de altares. Criativo com "bichos carpinteiros" não pára quieto - afinal ele é um artista na arte do desenho!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O meu dia de Santo António!

Imagem do meu Santo António de Lisboa -, Homem nascido junto à  Sé em Lisboa a quem os pais deram o nome de Fernando de Bulhões. Morreu em Pádua a pregar sermões aos peixes - tal como eu gosto de fazer...chamam-lhe por isso Santo António de Pádua, mas também de Coimbra onde estudou e saiu para o mundo - por isso é nosso!
Imagem restaurada por mim. Base em madeira e imagem em gesso comprei-o há anos em Setúbal todo esbeiçado  e incompleto por uns míseros euros. 
Para o Menino  adaptei uma bonequinha de porcelana  a quem pintei o cabelo, a cruz foi o meu marido que a fez do resto de um estendal que encontramos num vazadouro de entulhos.
Adoro enfeitá-lo com fitinhas de seda. Vivi numa casa de caras para o adro duma capela de 1643 com orago a este Santo -, as minhas primas ornamentam de fitas largas de seda : brancas e azulinho...
Eu imito-as, claro!
São Francisco de Assis  a sua imagem apresenta-se  com um crânio aos pés, um rosário, uma Cruz ao peito e um lírio. Vendi-o na feira das Caldas da Rainha.
                                     
                                Um dos meus oratórios...esqueci-me de acender a velinha...

Disse-me a minha filha que mora em Alfama  -, a festa para ela e amigos  durou a noite toda, passaram pela Bica, acabaram ao meio dia no Cais do Sodré...foram para casa dormir, acordaram a 3 mn de acabar o jogo da seleção com o estardalhaço das gentes que em  Alfama viam o jogo no momento que o Varela marcou o golo da vitória.
Eu e o meu marido saímos de casa logo de manhã em caminhada até ao Pragal onde apanhámos o comboio numa de saborear os bilhetes ofertados numa iniciativa camarária de reciclagem, e claro apreciar a paisagem na ponte, onde o rio com as arribas, e o paquete  ancorado na  doca Rocha Conde D' Óbidos no meio de tanto contentor e gruas com gente pequenina a sarilhar por todo o lado... imagem avassaladora de linda!

A meta do destino era o Areeiro.
Partimos depois em caminhada rota de cruzeiro pelas sombras: Avª de Roma, João XXI, Campo Pequeno,
                                          Avenidas Novas...
Pouco movimento e pouca gente, muito bom para se passear, só tive bateria para esta foto...gostei das marquises deste belo prédio no gaveto com a Avª da Republica.
O problema foi mesmo almoçar, não vimos jeito de nada, só algumas pastelarias com senhoras de cabelo ripado a tomar o pequeno almoço em cima da hora do almoço... 
A fome apertava, em boa hora decidi que o melhor seria voltar a Almada. Apanhámos o comboio em Entrecampos .Pouco passava da uma da tarde quando nos sentámos no Pragal  num restaurante de gente de Caminha, onde há anos saiu um euromilhões milionário, durante muito tempo aqui acorria muita gente para apostar, achando que lhes dava sorte...eu também!
A sardinha fresquíssima de Peniche, uma delícia, boa salada com pimentos, batatinha nova sem pele em molho quente de azeite e alho, maravilhosa, pão torrado para não engordar e alentejano para o queijinho meia cura, bom vinho fresco, mousse, café e bagacinho amarelinho, uma pomada!
Uma caminhada coisa de 10 km. Foi fantástico o nosso dia de Santo António por Lisboa e Almada.
Apesar do bom almoço espero ter abatido umas calorias.
O que me faltou? Bailarico!!!
Sendo o Santo namoradeiro também tive a minha merecida quota parte. Um bom banho e creme com sabor a coco, que fresquidão doce...e soneca  a ouvir boa música. Acordámos para assistir na sala ao jogo da seleção ( a casa do Benfica fica a 100 metros , gritam golo antes de nós o vermos na tv, coisa de 5 segundos)...Não gostei de ver o Ronaldo a falhar a torto e a direito...o melhor do mundo??? imagino se o treinador o deixasse agora no banco -, sim era o que faria com outro qualquer, mas trata-se do Ronaldo...coisa para pensar!
Acabei de tomar um chá verde com queijo fresco, o meu jantar.
O dia de Santo António podia ter sido pior, lá isso podia! 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ponte de Sôr na minha primeira feira de velharias

Recebi convite da minha colega Isabel Rute de Carcavelos - valeu a insistência, desta vez no sábado rumei até Ponte de Sôr. A minha primeira vez que aqui passei foi em 75 ficou-me na memória um antiquário com um grande portão e na sua frente - velharias a chamar a clientela antes da ponte  romana que lhe daria para sempre a graça do seu nome e do rio que lhe passa debaixo dos arcos.Havia de aqui voltar a passar outras vezes - a última o ano passado na rota que fiz no dia de aniversário da minha mãe, descansámos deitadas no relvado da zona ribeirinha, a comporta no rio Sôr confere ao espaço uma fresquidão imensurável naquele Alentejo que mais me pareceu ser uma Beira arraiana ou mediana (?) - a fazer jus a outras : alta,  baixa e litoral...

Saí bem cedo. Amei contemplar os arrozais do Vale do Sorraia - verdes - a perder de vista, lindos serpenteados por grandes cegonhas nos ninhos altivas ou no chão à procura de alimento. Na lezíria de Coruche ao amanhecer já andavam dois balões de hélio a deambular pelos céus, bem lhes quis tirar uma foto...ficaram pequeninos...

Senti escassa sinalética, sobretudo no entroncamento para o Couço - merecia um entroncamento ou rotunda bem sinalizada. Já em Mora gostei de apreciar as avenidas novas a circundar a cidade, nunca pensei que o fluviário ficasse fora de portas, junto ao rio, faz sentido. Amei revisitar a barragem de Montargil, vi alguns pescadores, e barquinhos ancorados  numa baía .Paisagens lindas com o sol a raiar e bandos de rolas e pardais pelos céus...uma calmaria. Parei para desembrulhar as pernas e verter águas, enterrei-me até ao joelho - tal a fofura das terras roteadas ao longo da estrada para prevenir os incêndios - fez-me lembrar os anos 75 quando fui a 1ª vez a Badajoz - via este lavrado quilómetros sem fim sem saber tal significado.Tão verde esta extensa faixa de terras de regadio : arroz e milho na maioria.Deveria-se apostar mais na agricultura - a paisagem é magnífica nesta altura do ano.
Ganhei a feira no prejuízo.Havia uma ligeira brisa, o suporte do prato de porcelana China finais do século  XVIII não aguentou a agrura e viria a estatelar-se na calçada em mil pedaços...cheio de borboletas pintadas à mão...aqui ainda está na banca o penúltimo do lado esquerdo - vêem-se alguns de Macau maiores e bem diferentes, este era autêntico - valeu que o tinha comprado por uma pechincha por o vendedor não se ter apercebido ou nem tal saberia...
Senti que as gentes de Ponte de Sôr vão à feira com gosto de comprar. Passavam de mãos a abanar e vinham com sacos cheios...de coisas embrulhadas em jornais.
A menina que organiza os feirantes é muito acessível e simpática. Não se paga terrado, o espaço é o que se queira.Nos cafés o chamariz são as tigeladas de Abrantes - doce típico "roubado" ...maravilhosas!
A feira desenrola-se ao longo da calçada do jardim junto à avenida. Relva bem cuidada com rega automática, muito espaço de lazer. Florido. Muito bem cuidado com casas de banho públicas subterrâneas de 1971 com um azulejo alusivo a "menina e menino" que me recordei logo deles assim que os vi...Nos dias de feira podia ter papel e sabão, ainda um autoclismo avariado - só depois vi o balde junto à torneira no hall...
Senti que as gentes pouco usufruem destes belos espaços sombrios e acolhedores, junto ao rio um leque de aparelhos de ginástica - excelentes para exercícios de manutenção - ouvi comentar que alguns gostavam, todos os dias logo de manhã faziam ali a  sua ginástica. Muito bom saber.

Pavoneavam-se duas senhoras na feira - à partida parecia nada terem haver uma com a outra de tão diferentes que eram ou talvez tenham... quiçá não quis dar "a mão à palmatória ao meu instinto"...nestas coisas os homens são mais afoitos -, na feira de Setúbal na semana anterior vi passar um garanhão altarrão pela feira  com o braço a arrematar contra ele o companheiro pequeno e loirinho -cena ternurenta...
Mulher vivaça,  fanfarrona de conversa ligeira vestia calças de ganga -  larga traseira parecia um sofá e mamas verdadeiras que de silicone não vi nem um par. Tabelei conversa com ela e os demais para "dois dedos de conversa" tirou os óculos de sol - constatei  lindos olhos, no imediato me fiz ouvir, nem agradeceu... do longo cabelo fez farta trança de ponta loira e raiz branca a rondar as costas - enquanto a outra mais alta, tipo intelectual, recatada e tímida vestia saia escura e blusa de seda às riscas azul e branca, de poucas falas - amedrontada... me pareceu apesar da altura. Calcorrearam a feira acima e abaixo, num repente  a vivaça sentou-se à sombra de uma árvore na frente do estaminé do Sr Manel das Caldas onde este abancou a mesa para o almoço, antes entrosavam alegre cavaqueira sobre a faiança atrevida que se fabrica e ainda  se vende para os turistas nas Caldas -, até gostou de contar que quando se casou e lá foi em visita, afirmou tal loiça não conhecia...estava dado o mote para conversa farta - cena caricata que se criou com um vendedor de souvenirs...o Sr Manel e o filho jeitosos para o negócio aproveitaram o ensejo dela se ter sentado na sua beira a fazer que descansava - nisto ofereceu-lhes comida - comeram sandes, que não se fizeram "caras" em aceitar. A amiga também se sentou ao seu lado - então não vi o filho dele a correr a pedir emprestadas cadeiras a outro colega... comeram na rua com aquela gente sem modéstia - afinal tinham feito 40 km para vir à feira. No íntimo do Sr Manel gravitava negócio, pensava para com os seus botões - "estão no papo para começar a vender"...e, vendeu - completamente extasiada com o brilho das latas, ferros e latões, estava a vivaça. Foram buscar o carro para junto do estaminé, nele meteram uma trempe triangular para a lareira em ferro forjado, um invólucro de munição de 90 cm  em latão  reluzente- apenas desmontada, nunca foi utilizada - um perigo se ousarem mexer na espoleta - vão sentir uma pequena explosão, ou se vão, ainda se assustam, ou então não...senti que a amiga estava à distância, talvez se sentisse incomodada com tal à vontade, ainda se entusiasmou com uma pequena enxada de cabo torcido em aço...e tantas outras peças que ficaram de reserva para comprar na próxima feira: braseira em cobre, hélice e dois tachos de asas em latão...ainda trocaram contactos para quando forem a banhos para os lados das Caldas irem almoçar a casa dele.Um conhecimento de mais valia - sorte grande,. já que só tinha enfeirado coisa de 30€...senti que o filho do Sr Manel estava hilariante com a sua tática da venda e lábia para a seduzir e do abaixar preço pelo pai para faturar - fazia a contabilidade depois das despedidas - de manhã vi um colega de Coimbra descarregar na sua camioneta de caixa aberta pias e suportes em  pedra que um dia aguentaram grandes pipas de vinho - um comprador ficou encantado com as esculturas para a sua quinta em Viseu a quem  o vendedor respondeu " pense, se as quiser todas vou lá levar-lhas, agora só uma, não...".
Fiquei surpresa por reencontrar a colega Maria Helena dos lados de Fátima que conheci na feira de Pombal e Miranda do Corvo - mulher franzina a quem a vida nunca agraciou tamanha bondade, de tarde passava ela pela minha banca, dizia-me "fui à procura de farturas para o meu home, a mulher costuma estar ali ao fundo a vender, hoje não a vi" - disse-lhe - por não lhe comprou uma tigelada, responde - " primeiro tenho de lhe dizer..." coitada uma sofredora, tal o medo que tem do marido um "brutamontes" - não imaginava que se deslocasse tão longe - afinal é mais perto do que o meu caminho...também reencontrei a Ermelinda com quem estive na feira de Torres Novas - coitada anda a reboque com o marido, doente diabético, mal se descuida na hora do pequeno almoço, o açúcar sobe...arrelias de meia noite e gastos com uma reforma de 300€... gostei de voltar a ver o prato de grandes dimensões de Coimbra  todo ele decorado a motivos florais em verde ervilha com reservas de ondinhas ovais sucessivas em manganês -  afinal ainda anda na banca - marcado 250 fazia-me por 100 - da 1ª vez que o vi  na sua banca disse-me que tinha um comprador em Óbidos que lhe ficava com todos...comprei-lhe umas peças a um euro muito interessantes.Também estava a D. Isabel e o marido Antero que conheço da feira de Setúbal e Montemor o Novo. Entre eles o grande estaminé pelo chão do colega "cigano" ruivo e sardento que dantes fazia Azeitão esteve em Montemor onde não faturou e agora julgo que também não, dizia ao meu marido "amanhã vou fazer a feira de Castelo Branco". As peças dele na maioria boas - estatuetas em granito, latões, cerâmica e ferro - são muito muito caras.O pai dele faz nos sábados - Estremoz com um estaminé de pratos e a neta igual - peças muito boas. Na minha voltinha o netinho do sardento disse-me " então não me está a conhecer?" respondi - sim, da feira de Montemor...levanta-se e diz-me " compre aqui qualquer coisinha na minha banca" e, dirigiu-se comigo até ao estaminé prostrado no chão onde tinha: frascos de todas as cores, pratinhos de faiança de Aveiro e outras miniaturas...disse-lhe "se queres vender tens de por preços como a colega lá do fundo...desde 1 a 5 € porque quinquilharia as pessoas compram...senti que não me deu ouvidos...habituado que está com a família a pedir sempre muito.A primeira pessoa conhecida que vi e que cumprimentei -  a Isabel, o marido e a filha linda de 17 aninhos - sobretudo ela muito enérgica, uma lutadora. Depois vi mais acima o Sr Henrique e a esposa Ilda da Marinha Grande que tinham estado ao meu lado na feira de Montemor o Novo.
O meu marido viu no colega de Coimbra uma taça de Sacavém para a marmelada com a publicidade da "confeitaria Aviz de Coimbra" -e comprou-a. Havia uma taça do crescente - de tender a broa  com filetes a manganês - tenho uma igual, pedia caro, ao almoço levantou a banca e foi embora...

O pior mesmo as formigas! A colega do lado teve de ir aos chineses comprar uns sapatos antes que elas lhe comessem os pés, também a D. Isabel lá teve de ir comprar uma camisa para o marido que de manhã num recheio que comprou se sujou a carregar sozinho - camisa apertada - o Sr Antero passeava-se com o peito o léu...feliz tinha vendido uns pratos de Sacavém do chinês...( o meu marido percebeu dos chineses, debalde o bom homem quereria dizer com o motivo chinês do pagode: amarelos, castanhos com toques de azul, dos meus preferidos.
Honras teve um prato na minha banca de Sacavém com a bordadura em relevo de espigas de trigo e ao centro dois miúdos de África a fazer que pilam mandioca...passa uma senhora, pergunta-me se sabia alguma coisa sobre este modelo...respondi -"tenho alguns exemplares com outros motivos: ceifeiras; caçadores; flores; pesca milagrosa e motivos africanos com canoas e este em particular o que gosto mais pela exuberância do desenho" - naquilo diz-me " foi o Salazar que mandou fazer estes motivos à fábrica de Sacavém no tempo do Estado Novo - sobre as actividades do povo e claro das províncias ultramarinas."
Pois são conversas como esta que se partilham e fazem das feiras lugares apaixonantes!
No regresso fiz um trajecto novo de alternativa - segui a indicação do Couço sem passar por Mora. Curva contra curva do "katano - sicha penico" a ponte sem laterais...apenas uma corrente em ondinhas, frágil,  o rio assoreado de regatos, regateiras e murteiras verdes mais me pareceu o Mondego velho em Montemor o Velho...
Pior mesmo foi um funeral sem carreta de defunto - comandita de carros que não ultrapassavam em rota de cruzeiro a 70...levaram uma buzinadela...vi o da frente do pelotão, velhote de cabelos grisalhos em cima do guiador com medo de sair da estrada...uma frota de carros de fazer inveja ao meu velho Ford com mais de 20 anos - abriu sinal para passarmos em segurança e, assim chegámos a casa sãos e salvos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A boa corvina que se pesca em Cacilhas...

  • Corpo de Deus no gozo com sabor a feriado -, o último em Almada!
Inicialmente o dia estava destinado para ser o  1º dia de praia. Depois mudou-se de ideias - com ida no comboio pela ponte até Lisboa assistir à procissão do Corpo de Deus...debalde o dia amanheceu frio e molhado, ouvimos falar em greve de comboios - mudança de planos.
Umas compras numa grande superfície para o meu estaminé nas feiras, ainda fomos à Cova do Vapor encher a base do chapéu de sol com areia - maré vazia - lindas as canoas que estavam no areal.Fresco a aragem que se fazia sentir a iodo, saímos em direção ao mercado do Monte de Caparica à sardinha e morangos. Na varanda acendi o fogareiro para as assar -senti o cheiro a Santos populares...e já pingam no pão de centeio. Uma grande salada e batatinha cozida - repasto saboreado e regado com bom vinho maduro a olhar para o Mar da Palha - privilégio de morar no último andar. Hoje foi dia de pôr a máquina  a lavar a loiça. Dias não são dias. Depois de tomar o nosso cafezinho com cheirinho sem açúcar saímos em caminhada por Almada velha - parámos no jardim junto da igreja - defronte do lago com repuxo um lindo painel de azulejos de...
Cargaleiro de 1956


Uma pintura muito à frente naquele tempo!

Calcorreámos ruelas estreitas de Almada velha até ao - Largo da Boca do Vento.

O vento no miradouro fez-se sentir nas "fussas"  todo o caminho da descida até ao Olho de Boi.
Pena o Museu Naval estar encerrado aos feriados e domingos - Não deveria!
Lápide que assinala o local do palácio do  Prior do Crato - El Rei de Portugal  que mandou incendiar para os mouros não o pilharem e se apoderarem dele.
Painel de azulejos com a Senhora do Cabo Espichel feito na fábrica de Sant' Anna em 1893 na frontaria

Fonte da Pipa outrora grandiosa com as suas bicas a encher pipas para os barcos levarem água doce além mar virou parque de estacionamento - não gostei.
Jardim junto ao Tejo a olhar a falésia  vaidosa com o seu elevador panorâmico num namoro descarado a Lisboa a toda a hora, finalmente temos este belo espaço - porque Almada esteve de costas viradas para o Tejo séculos a mais!
A emblemática Ponte Salazar -que em segundos virou 25 de abril. O estadista falhou em não dar continuidade ao projeto - a linha férrea - que a ter sido feita hoje seria muito mais interessante o seu trajeto e o fixar de populações. Acredito tivesse uma variante até à Costa de Caparica, que tanta falta faz.
                       Armazéns e casas do tempo áureo da pesca do bacalhau , algumas forradas a azulejos da                             Fábrica Viúva Lamego. 
Não resisti deitar-me na relva!
Andava um pai com a filhota a brincar..possivelmente um pai divorciado...

Janelas da Copenave  abertas de vidros partidos à espera de requalificação.

  • Porta alguém se atreveu a pintar - fez-me no imediato lembrar as cores alegres da faiança de antanho.
Homens a trabalhar no feriado na solidificação da arriba fóssil















Pescador no Ginjal - a pesca gloriosa - robalos e esta corvina com 10 kg -, já só já tinha a cabeça, possivelmente vendeu o resto para algum restaurante...



















Explicou-me que a desova ocorre entre abril e junho...Só as apanham mais um mês.
Vi gente de idade vestida com sedas e cores florescentes à Benfica  até fazia doer o olhar - dirigiam-se para o baile no salão do  restaurante Ginjal.
No largo de Cacilhas as esplanadas com gente a ouvir a música do bailarico abrilhantado por um conjunto. Algumas pessoas dançavam - reparei num casal amoroso - que inveja despertou nos demais e em mim também - homem de cabelos grisalhos descalço a dançar daquela maneira envolvendo a sua companheira e amada- uma loucura de tirar a respiração - até um velhote dançava sozinho e mexia-se bem - nem reparou no jipe da GNR que fazia espera para entrar no quartel!
Cacilhas está em requalificação urbanística.Em fase de ultimação a montagem do antigo fontanário perto da igreja - a rua agora é pedonal, aos poucos volta ao antigamente -  só falta a requalificação das fábricas de gelo e dos armazéns dos armadores do bacalhau serem reconvertidas em restaurantes  e outras unidades viradas para o turismo na frente ribeirinha.
  • O restaurante Ponto Final estava à pinha  - o palanque com almofadões - deitados estavam uns quantos numa modorra de relaxamento a ver o Tejo - ambiente por demais romântico!
Uma caminhada de mais de seis quilómetros. Sinto-me estoirada!

Seguidores

Arquivo do blog