O dia ameaçava chuva contra a vontade do meu marido teimei ir fazer a feira - tinha saudades!
Queria estrear a minha bancada nova... e vender...acontece que enfeirei mais do que ...
Levei livros, loiça, fosseis e futilidades...
Conheci um colega artesão - Sr Carlos que habitualmente faz feiras de artesanato. Andou imigrado pela Holanda nos estaleiros como soldador no tempo que as Meco as fragatas da Marinha Portuguesa foram lá feitas...até me contou a asneira de terem à última da hora ter de encurtar a proa...porque não caberiam na doca da Marinha...dizia ele " sempre foram 6 metros "...respondi eu...não não...foram 10...por isso na vez de cortarem as ondas como uma faca cortam como se fosse um sapato - andam sempre de "focinheira dentro de água a bate-las...e as peças de artilharia que se lixem...até saltam parafusos, é o que tenho ouvido. "
Faz barcos e outros motivos que monta dentro de garrafas e garrafões.
Dizia ele que um dia perto de S. Pedro de Muel chegou-lhe um velhote à banca todo aborrecido porque as pessoas não valorizam as peças de vidro - no caso era um garrafão de 25 litros - antigo vidreiro contou "para fazer um igual eram precisos sete homens e ainda assim saia com defeito".
Em Cascais vendeu uma peça do género com a "Sagres" a duas senhoras bem apresentadas. Quando vende uma obra sua gosta de perguntar ao cliente para onde vai - para atestar o seu orgulho - no caso elas disseram sem papas na língua " vai para uma casa da descendência Champalimaud "...
Ainda outra venda...andava ele com uma peça que adorava , gostava de mostrar, não tencionava vender por isso marcou o preço de 500€ até que um dia é abordado por um senhor que lhe pergunta o preço, diz que é muito interessante, mas cara. No dia seguinte o mesmo senhor aparece acompanhado por outro bem vestidos e dizem de rajada - vamos levar a peça...o homem ficou boquiaberto....perguntou se lhe podiam dizer para onde ia - responderam "podemos sim senhora - vai para o Museu do Estádio do Sport Lisboa e Benfica"...ainda - sabe "dantes chegava-se à banca um casal com um filho e este dizia coisas tão lindas - os pais olhavam um para o outro respondiam - deixamos escolher o menino ...agora chegam-se na mesma, o menino diz a mesma coisa - só que os pais dizem - é lindo sim, mas temos a casa cheia"...
Um contador de estórias!
Chega-se uma senhora baixota , idosa de cabelo sedoso com uma malinha redonda e dentro dela trazia peças suas para as quais procurava parelha embrulhadas em jornal, ainda um rolha de vidro para garrafa - tabela conversa comigo " não foi à senhora que prometi uma rolha de vidro?" - respondi que não, que não vinha à feira há mais de um mês...teimava "a senhora é tão parecida, bem talvez a outra seja mais velha..." respondi - pois ainda sou uma menina e moça...não desgrudava..."o prometido é devido"...tenho de a encontrar se prometi não posso falhar... voltava ao mesmo - "promessas são promessas"...
Passadas mais de 3 horas fui dar outra voltinha pela feira - encontro-a na frente de uma banca a conversar, meti-me com ela " então ainda anda na feira"...responde "sim, já comi uma maçã "... nisto admirei a banca da colega e descubro uma garrafa que me pareceu ser a "panela cujo testo seria a rolha dela" ...e sem delongas disse-lhe "parece-me que é esta garrafa, já que a senhora até é parecida comigo - ora dê cá a rolha para experimentar....responde pausadamente - "eu até a trocava se a senhora tivesse uma rolha para a galheta que parti na Páscoa"...fiquei muda...falsa duma figa...tinha uma rolha a mais e não queria comprar, apenas trocar...a mim fartou-se de "mandar postas de pescada" em matéria de seriedade...
Há velhos muito surdinas...cuidado com eles!
Chega-se uma senhora baixota , idosa de cabelo sedoso com uma malinha redonda e dentro dela trazia peças suas para as quais procurava parelha embrulhadas em jornal, ainda um rolha de vidro para garrafa - tabela conversa comigo " não foi à senhora que prometi uma rolha de vidro?" - respondi que não, que não vinha à feira há mais de um mês...teimava "a senhora é tão parecida, bem talvez a outra seja mais velha..." respondi - pois ainda sou uma menina e moça...não desgrudava..."o prometido é devido"...tenho de a encontrar se prometi não posso falhar... voltava ao mesmo - "promessas são promessas"...
Passadas mais de 3 horas fui dar outra voltinha pela feira - encontro-a na frente de uma banca a conversar, meti-me com ela " então ainda anda na feira"...responde "sim, já comi uma maçã "... nisto admirei a banca da colega e descubro uma garrafa que me pareceu ser a "panela cujo testo seria a rolha dela" ...e sem delongas disse-lhe "parece-me que é esta garrafa, já que a senhora até é parecida comigo - ora dê cá a rolha para experimentar....responde pausadamente - "eu até a trocava se a senhora tivesse uma rolha para a galheta que parti na Páscoa"...fiquei muda...falsa duma figa...tinha uma rolha a mais e não queria comprar, apenas trocar...a mim fartou-se de "mandar postas de pescada" em matéria de seriedade...
Há velhos muito surdinas...cuidado com eles!
Julgo que houve colegas que não se estrearam.
Li as "gordas" do jornal - um pavor a trágica notícia - alegadamente "um irmão teria atropelado e depois assassinado à facada uma irmã por causa de heranças - palácio onde nasceram presentemente à venda..." ..."tudo porque o presumível homicida viu o Dr juiz lhe revogar a Procuração dada pela mãe (?) após o falecimento do pai para tomar conta dos negócios, num ano estoirou em casinos mais de um milhão de euros"... indignada pelo inusitado e extrema violência - sem mais nada saber, apenas feeling...acho que esta mãe (?) como muitas outras não sabem o real significado de uma Procuração Notarial e dos poderes exarados na mesma - pior do que isso é sentarem-se à sombra da bananeira à espera que o seu filho (?) adorado, favorito o eleito em prol dos outros (?) o líder para tomar conta dos negócios de família e da fortuna...e, com isso assumem tomar medidas extremas com tal gesto impensado : delegam e afastam-se - dão "rédea solta", não acompanham os negócios, não pedem contas, limitam-se a aceitar directrizes - são literalmente "enganadas com muita lábia" e mentiras ardilosas, tolas - fazem que não notam as extravagâncias que se vêem a "olhos vistos" - porque lhes é difícil aceitar - "afinal é o seu menino" a quem perdoam sempre...porque o dinheiro é muito, se fosse pouco a coisa mudava de figura..no dizer popular " casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão".
Há mães que nunca deixam crescer os filhos. Não lhes dão uma educação para a vida, para serem gente a pensar a agir. Serão sempre apesar da idade - 40, 50, 60 anos " eternamente crianças no pior dos sentidos" - porque é bom ser-se criança em qualquer idade!
Esta mãe ao ver revogada a Procuração pela justiça - um acto bem feito - será que consegue interiorizar o que quer dizer?..."que o seu filho não reunia condições de responsabilidade no momento, pior nunca reuniu a dar azo à notícia "estoirou mais de um milhão no casino num ano ...
Difícil agora será esta mãe gerir a tragédia que assolou a sua família e para a qual possivelmente contribuiu ao não ser perspicaz , atenta, nem tão pouco ponderou medir consequências futuras ao dar-lhe tal poder milionário - o filho ao sentir na pele a revogação de tais poderes ficou louco de raiva a clamar vingança desmedida sem capacidade de avaliar danos, porque está doente - viciado em jogo - só isso parece lhe dar prazer(?) - estoirar a fortuna da família, porque se fosse só dele - tinha esse direito .
Onde estão os valores de família ? - este homem simplesmente os atirou para segunda linha. Afinal o maior património a meu ver do que disputas de heranças.
A sede de vingança revelou-se na pretensão de querer assassinar as duas irmãs...pereceu a golpes fatais na mais velha, a outra sobreviveu porque um homem acudiu a tempo ... ainda parece que foi até Alcácer à procura de uma terceira irmã...
Coitada desta pobre e rica mãe - o filho na prisão - será ela capaz de o visitar (?) sabendo que foi o alegado assassino da sua primogénita?
Deve ser dor que nunca mais acaba - não há dinheiro que pague, nem palácio que valha a pena!
Esta a sociedade dos nossos tempos formatada a pensar somente no dinheiro e no seu poder afrodisíaco!
Desculpem o desabafo, fiquei agoniada - tanta gente com tanto dinheiro...tantos que querem comer e não tem nada nem tostão...ainda outros que são poupados para andar com a vida direita - uns desgraçados !
Vi muita maezinha tolinha a proceder assim durante anos na minha atividade profissional. Um dia chega-me ao banco uma velhota a perguntar se ainda havia dinheiro na conta....conversa puxa conversa acabou por me dizer que em tempos comprou a casa ao senhorio, como só tinham uma filha decidiu com o marido fazer logo a escritura em nome dela...entretanto a filha licenciou-se e foi para o estrangeiro...um dia em Lisboa tocam à campainha...eram os novos donos - compraram a casa só por fotografias - a filha tinha-a vendido sem se preocupar com a mãe viúva que ficou na rua...(no caso deveriam os pais ter feito escritura de usufruto) ...dizia-me a senhora lavada em lágrimas...era tão boazinha a minha menina, nem acredito que foi ela que fez uma coisa destas...estava na rua e não aceitava dar-se conta!
Um dia escrevo estórias verdadeiras como esta.
Mulheres que fizeram maus casamentos, que não se realizaram acabam por se rever num filho homem, ou num único filho - será sempre o seu bebe ...não os deixam crescer, aceitam passivamente tudo o que eles dizem e fazem até quando estes os começam a drogar para manobrar as suas investidas para levantar poupanças...
Já estou a divagar é que a noticia deixou-me completamente extasiada...Não havia necessidade de tamanha loucura!
Li as "gordas" do jornal - um pavor a trágica notícia - alegadamente "um irmão teria atropelado e depois assassinado à facada uma irmã por causa de heranças - palácio onde nasceram presentemente à venda..." ..."tudo porque o presumível homicida viu o Dr juiz lhe revogar a Procuração dada pela mãe (?) após o falecimento do pai para tomar conta dos negócios, num ano estoirou em casinos mais de um milhão de euros"... indignada pelo inusitado e extrema violência - sem mais nada saber, apenas feeling...acho que esta mãe (?) como muitas outras não sabem o real significado de uma Procuração Notarial e dos poderes exarados na mesma - pior do que isso é sentarem-se à sombra da bananeira à espera que o seu filho (?) adorado, favorito o eleito em prol dos outros (?) o líder para tomar conta dos negócios de família e da fortuna...e, com isso assumem tomar medidas extremas com tal gesto impensado : delegam e afastam-se - dão "rédea solta", não acompanham os negócios, não pedem contas, limitam-se a aceitar directrizes - são literalmente "enganadas com muita lábia" e mentiras ardilosas, tolas - fazem que não notam as extravagâncias que se vêem a "olhos vistos" - porque lhes é difícil aceitar - "afinal é o seu menino" a quem perdoam sempre...porque o dinheiro é muito, se fosse pouco a coisa mudava de figura..no dizer popular " casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão".
Há mães que nunca deixam crescer os filhos. Não lhes dão uma educação para a vida, para serem gente a pensar a agir. Serão sempre apesar da idade - 40, 50, 60 anos " eternamente crianças no pior dos sentidos" - porque é bom ser-se criança em qualquer idade!
Esta mãe ao ver revogada a Procuração pela justiça - um acto bem feito - será que consegue interiorizar o que quer dizer?..."que o seu filho não reunia condições de responsabilidade no momento, pior nunca reuniu a dar azo à notícia "estoirou mais de um milhão no casino num ano ...
Difícil agora será esta mãe gerir a tragédia que assolou a sua família e para a qual possivelmente contribuiu ao não ser perspicaz , atenta, nem tão pouco ponderou medir consequências futuras ao dar-lhe tal poder milionário - o filho ao sentir na pele a revogação de tais poderes ficou louco de raiva a clamar vingança desmedida sem capacidade de avaliar danos, porque está doente - viciado em jogo - só isso parece lhe dar prazer(?) - estoirar a fortuna da família, porque se fosse só dele - tinha esse direito .
Onde estão os valores de família ? - este homem simplesmente os atirou para segunda linha. Afinal o maior património a meu ver do que disputas de heranças.
A sede de vingança revelou-se na pretensão de querer assassinar as duas irmãs...pereceu a golpes fatais na mais velha, a outra sobreviveu porque um homem acudiu a tempo ... ainda parece que foi até Alcácer à procura de uma terceira irmã...
Coitada desta pobre e rica mãe - o filho na prisão - será ela capaz de o visitar (?) sabendo que foi o alegado assassino da sua primogénita?
Deve ser dor que nunca mais acaba - não há dinheiro que pague, nem palácio que valha a pena!
Esta a sociedade dos nossos tempos formatada a pensar somente no dinheiro e no seu poder afrodisíaco!
Desculpem o desabafo, fiquei agoniada - tanta gente com tanto dinheiro...tantos que querem comer e não tem nada nem tostão...ainda outros que são poupados para andar com a vida direita - uns desgraçados !
Vi muita maezinha tolinha a proceder assim durante anos na minha atividade profissional. Um dia chega-me ao banco uma velhota a perguntar se ainda havia dinheiro na conta....conversa puxa conversa acabou por me dizer que em tempos comprou a casa ao senhorio, como só tinham uma filha decidiu com o marido fazer logo a escritura em nome dela...entretanto a filha licenciou-se e foi para o estrangeiro...um dia em Lisboa tocam à campainha...eram os novos donos - compraram a casa só por fotografias - a filha tinha-a vendido sem se preocupar com a mãe viúva que ficou na rua...(no caso deveriam os pais ter feito escritura de usufruto) ...dizia-me a senhora lavada em lágrimas...era tão boazinha a minha menina, nem acredito que foi ela que fez uma coisa destas...estava na rua e não aceitava dar-se conta!
Um dia escrevo estórias verdadeiras como esta.
Mulheres que fizeram maus casamentos, que não se realizaram acabam por se rever num filho homem, ou num único filho - será sempre o seu bebe ...não os deixam crescer, aceitam passivamente tudo o que eles dizem e fazem até quando estes os começam a drogar para manobrar as suas investidas para levantar poupanças...
Já estou a divagar é que a noticia deixou-me completamente extasiada...Não havia necessidade de tamanha loucura!
O meu colega do lado- rapaz de Setúbal desempregado - bom moço e generoso - em Azeitão deu-me duas moedas do tempo do último rei...hoje, deu-me um quadro pequeno com tela pintada...bem andei de volta dele para lhe comprar uma forma de sapato de criança - uma loucura de bonita...tinha outras maiores, até me dava uma - aquela por ser airosa fazia-se caro a puxar preço - bem contei o dinheiro que me restou, até dava...naquilo ele disse-me "na próxima feira se ainda a tiver dou-lha..." pois sim é danada de bonita o raças da forma de sapato de criança...começou a chover foi um desatino a arrumar, não deu para negociar...fiquei com tanta mas, tanta pena. Sonhei oferece-la à minha filha.
Sei que ia amar!