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domingo, 30 de agosto de 2015

Brutal soltura em Setúbal seja rivalizar o festival do chocolate ...

Ontem o dia acordou com calor, quentura soturno, em ar abafado a chamar trovoada, intenso ar quente , mal se podia respirar por Setúbal. O certame das velharias mostrava-se parco em visitantes.
Passa um  casal, a mulher de ascendência asiática, com costela macaense (?), a puxar o carrinho de bebé, já ele vestido com calção de banho em azul da cor do Sado, pega num pratinho Mandarim século XIX, diz-me "é de Macau ?".Expliquei as substanciais diferenças e as muitas reproduções do modelo feitas sobretudo em Macau.
Ao meio da manhã abeira-se da minha banca um colega que conheci na última feira de Azeitão, de cariz efeminado, dócil e sensível, carece de atenção e ser compreendido.Dizia-me "estou indisposto, já fui várias vezes à casa de banho ao Pingo Doce, não imagino o que me possa ter feito mal...Dissecamos o seu pequeno almoço-, um iogurte retirado na véspera do frigorífico, que não devia, as casas estão quentes, poder-se-ia ter alterado o que lhe disse, convencido ficou de beber bastante água para não desidratar.
Parou uma senhora que  se põe a mexer num conjunto de cinco cálices em vidro da Marinha Grande do século XIX, só queria um, e dos mais pequenos, ficou amofinada por lhe dizer que só vendia o conjunto, ainda lhe fiz preço para dois pequenos, que não gostou e em ar delambido responde;- na festa do Avante compro mais barato... naquilo pega num cachepô em "casca de cebola", e aponta para uma linha no vidro de união das partes, e diz-me "este tem defeito" -, sorridente respondi-lhe -, a senhora será uma mulher com cultura, quer é testar se sei da arte do negócio-, logicamente saberá que o vidro antigo era feito por partes que depois eram unidas ficando a peça com as juntas visíveis, que lhe dá credibilidade em relação às replicas dos chinesismos...Foi-se a falar sozinha!
Se há coisa que abomino é constatar mulheres de glamour vestido por fora e burras em défice cultural por dentro!
O Aroucha transpirava sob o sol abrasador...mas vendia, não apreciei ter vindo até à minha banca como que a chamar um cliente que via a banca, para lhe vender uma jarra ornada a bustos, Capodiomente...
A feira foi uma lástima. Comprei ao Luís um grande prato com um pêssego ao centro, provável fabrico do norte(?).
Comprei uma boa almoçadeira da VA ao casalinho simpático que vive para os lados de Óbidos 
Também neles uma réplica com tampa de pote de farmácia para enfeitar uma casa de banho
Quem me veio cumprimentar logo pela manhã a minha recente amiga Luísa, amante de bons livros e câmaras fotográficas, ontem comprou uma brutal que não disparava por 3€, só para lhe aproveitar a tele objectiva...
As selfis:a máquina dela bem melhor que a minha!
Ausente da banca chego,  vejo uma mulher a mexer num jarro tipo gomil, expliquei ser rara, de Massarelos, gostou bem dela, na certa esperava que fosse a 1 €...
Passa uma mulher acompanhada da mãe e de um homem, perde-se de amores por um guarda jóias com o brasão de Portugal, pintado na década de 40 pela altura da Feira Mundial ocorrida em Lisboa , em que Salazar quis glorificar em massa os feitos dos descobrimentos e outros valores de antanho. Estava fechada com fita cola, abri para a mostrar convencida que a comprava, disse-me que já tinha gasto o dinheiro com muitos pratos...percebi que comprou meio serviço com florzinhas em azul que a D Ana tinha em saldo e na segunda volta já lá não estavam, alvitrei-, o seu marido que lhe ofereça-, diz-me ela é o infeliz do meu irmão depois de olhar melhor reparei que revelava alguma deficiência, em mexer nas coisas como as crianças...
Pelas nove da manhã tinha ido a um café não habitual onde bebi um "garoto" e comi um pastel de nata mui fresquinho com canela, ao meio da manhã o meu marido trouxe-me uma boa bifana da tasca do mercado que saboreei com água que levei, e ao almoço comi um iogurte e fruta; laranja, melão e uma banana. Já se fazia tarde quando os colegas abalaram para almoço, fiquei a tomar conta de quatro bancas. Mal chega o Ilídio, sentei-me no banco a conversar sobre um "Cristo" em latão que trazia no bolso, e sinto um mau estar intenso com dores agudas no abdómen, por saber como acaba o filme apresse-me a pedir-lhe para ficar a tomar conta da banca que tinha de ir procurar uma casa de banho.
No jardim de Setúbal é inadmissível haver recentes instalações sanitárias ainda não ABERTAS ao público, que deveriam ter integrado o Programa Polis, requalificando as WC debaixo do coreto e outras instalações de lavagem automática, como as que foram recentemente aqui postas, que demoraram a fazer a ligação de tubagens de esgoto e águas e continuam fechadas, estão à espera de quê? Se só podem servir com moedas!
Os pés encaminharam-me para os lados da Praça Bocage onde  entrei num café, e na casa de banho, arriei o calção e em pose de alturas, rápido e  brutal alívio e aliviada me senti, qual sensação em desova de um quilo de detritos, curiosamente sem cheiro, se bem que não se comem sabonetes...
Votei ao certame pelo lado de fora, combalida não me apetecia falar com ninguém, mal chego à banca em acheganças vejo o meu marido, e de novo irrompem suores frios, pedi-lhe para ficar e abalei sem norte, desnorteada, à procura de outra casa de banho, onde cheguei em cima da hora periclitante , felizmente era grande daquelas para deficientes, e em postura quase deficiente, abençoada sorte de ter tempo em arriar o calção, eis que senti uma bomba que saiu de mim a 1000 à hora...
Aliviada por mais um quilo de detritos saídos das entranhas...Sem delongas  nas mãos um enchumaço de papel higiénico, e em ato imediato em viragem para melhor higiene e limpeza dei conta que o projétil da bomba sofreu na saída um efeito qual disparo igual ao dos golos em arco que entram na baliza, mas aqui não entrando na sanita onde deveria , antes se mostrava plantada pelo chão ao seu lado em imenso mar de merd...aos montinhos, qual planalto de cumes diferenciados a rivalizar pela cor o do festival do chocolate ...forte alívio do tormento, a fatal lembrança!

Fenomenal estoiro, nesta idade será o terceiro nesta ordem de grandeza. A primeira em 78, numa noite no Liceu José Falcão em Coimbra, por não gostar das casas de banho achei que tinha tempo de chegar a casa, eis que chegada a Santo António dos Olivais, os suores frios e as cólicas a escassos 50 metros da parte de casa alugada, só tive tempo de entrar na cabine telefónica onde a esfoira foi monumental, de pior consequência, valeu-me o tanque de lavar a roupa na entrada da casa...

Ontem o certo era deixar Setúbal, assim pelas três da tarde embalei as coisas a custo e fiz-me ao caminho, tenho estado a recuperar bem.
Mal havia eu de dizer que ao passar pela Quinta do Conde que dali a uma hora havia de ser palco de um massacre, por causa de cães...Supostamente antes mau feitio, gente sem elasticidade mental para o dialogo e quiçá excesso de autoridade "por terem costas quentes" , fácil é incutir a culpa solteira ao Kaiser, o nome do cão-, o mesmo nome que eu e a minha irmã na década de 60 pusemos num perdigueiro que era do Dr juiz, por não ter na sua casa espaço adequado para o ter o oferta ao nosso pai, o nome sonante, de um jogador de futebol alemão, que ao tempo fazia furor... Pois eu também não gosto que invadam a minha privacidade, aliás deixei de comprar vivenda por isso mesmo, pelo incómodo do constante  ladrar, mesmo a passear se mostra aborrecido, e outros barulhos dos vizinhos, que me demoveram da compra, também porque estas zonas foram urbanizadas sem qualquer planeamento urbanístico, um desatino a convivência entre o simples abandono, vias em socalcos de terra batida a conviver com outras de asfalto, deficiente sinalética e outras acessibilidades sem desafogo criativo e de rasgo estético, sempre lixo e aberrações, seja de construções, muros, ou outras infra estruturas mal conseguidas e muitas semi inacabadas-, local que tinha tudo para se mostrar belo, se houvesse ordenamento, se tivessem apostado em manter o ex libris do casario pertença do Conde, que lhe ditou o nome, infelizmente derrubado, mais tarde a frente melhorada e ajardinada, bem podia ser cenário de um quadro de cariz romântico, mas ainda assim ambiente que não condiz comigo, seja pela arbitrariedade que gosto de respeito, respeitar e ser respeitada.
Educação é de berço, qualquer um pode ser rico mas ser um "animal".
Pois segundo o ditado não há dois sem três, será que mais alguém sofreu desarranjo intestinal? 
Em remate o meu profundo lamento com enorme pedido de desculpas à senhora, que teve o trabalho de limpar  a imundice por mim deixada em lugar privado de servir o público, tapada a deixei como pude com papel higiénico. 
Reconheço que falhei não explicar o incidente, mas na verdade não vi segurança nem ninguém a quem podia falar-, pela falta de respeito aqui me exponho em público, abnegadamente!

Obrigada pelo carinho a todos que me viram de má cara e me endereçaram melhoras. O meu bem haja. 

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