São mais os feirantes eventuais do que os ditos normais. Muita gente nova, estudantes, sempre houve, mas agora entopem a feira por tudo o que é sítio.Roupa, muitos trapos,colchas de renda, lençóis de linho, naperons,calçado e malas.Ao longo da feira dei de caras com: achadiços, imigrantes, desocupados e gente a necessitar de dinheiro, não sei se para comer se para alimentar o vicio.
Na descida o aparato da equipa de filmagem que fazia uma reportagem do buliço da feira.
A capital está a ser invadida com novas feiras, hoje , dia da feira na Avª da Liberdade, sitio de muita passagem, agora vendas duvido que as façam...já lá fui por duas vezes, só ouvi queixumes. Julgo que alguns feirantes desistiram em prol de continuar na feira da ladra.
Corri a feira e pouco ou nada vi de interessante. Fiquei com a sensação que as moto-serras da STHIL são material contrafeito, vi mais duas novas. Dei com um rapaz novo a apreçar 4 grandes frascos em vidro de farmácia, para os vender, já teria comprador, bem regateava o preço, havia um estranho, tinha pedras de calçada brancas com um líquido choco...
Havia vendedores de ocasião que fugiam à polícia, esgueiravam-se entre os passeantes e iam abrindo os sacos, num deles comprei um cestinho em vidro e uma estatueta de Coimbra com o estudante e a menina de cântaro, ao meio a fonte, por me fazerem lembrar um tempo ido quando ia à cidade e as via em fila no estaminé do vendedor nas escadinhas da igreja de S. Tiago.
Deliciei-me em compras de 1 e 50 cêntimos. Tinteiros, copos, ovos,caixinhas e ainda uma belezura de uma mini jarrinha que a VA produziu , sempre fez as minhas delícias.
Ao passar na banca do Rui, cada vez mais gordo, uma senhora cumprimentou-o e apressou uma travessa Companhia das Índias, estilo Mandarim, e um prato azul dinastia Quialong, responde ele "a travessa duas e meia e o prato cem" ...a mulher agradeceu boquiaberta enquanto a amiga lhe diz "duas e meia deve ser duzentos e cinquenta euros..."
A semana passada apressei um prato século XIX em cantão popular de Coimbra, magnífico, pediu-me 20€. Caro, para mim. Hoje ainda o tinha para vender, baixou para 15€, ao vê-lo na mão constatei que foi restaurado, pois...estragaram o prato, perdeu qualidade. Porque lindo, o azul é... e, continua a ser para um ignorante, só se aprende errando, eu nesta feira já fui enganada com uma grande travessa restaurada, quando cheguei a casa,na minha mania de limpeza ao pô-la em agua, começou a desfazer-se até que vi as mazelas, partida ao meio e ainda de um lado...o pior foi o alto preço que paguei por ela. Por isso "olho vivo a ver as peças".
Descobri uma jarra em cristal checo ; branca e azulão, biselado.Uma obra de arte de uma qualquer fábrica perto de Praga.Já na saída comprei uma pandeireta artesanal, feita em Moçambique, cujo som é exuberante, os feirantes um casalinho novo, vendiam o espólio do pai de um deles, por certo foi tropa.Curiosamente o ano passado na província uma vizinha fez a limpeza ao sótão, deixou ao lado do caixote do lixo uma série de coisas que não resisti a trazer comigo. Por ser aldeia, não vi vivalma, peguei na bacia de esmalte às bolinhas azuis e fiz dela um grande vaso, dentro vinha um barril em cerâmica, impecável e bem antigo, ainda um tambor que o filho Carlos trouxe de Angola no tempo da tropa. Ofereci-o à minha irmã , agora a pandeireta de pele igual será para ela também...não sei se a merece, logo vejo!
De regresso da feira fui buscar uma Caixa Métrica Nº 2 , mobiliário do meu tempo de Escola Primária.Uma amiga professora coleciona artigos desse tempo remoto usado na educação. Descobria-a, fiquei feliz, porque sabia que ela desejava ter uma.Se ela me quiser ofertar alguma coisa, bem gostaria que me desse um mapa de Portugal com Ancião escrito à antiga. Falta-me jeito para pedir seja o que for!