quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O miradouro de Alfa(n)zina no Monte de Caparica

Acordei com um sol radioso e pelo meio da manhã saí a caminho da Caparica, no saco levava bolo rei e lembranças à minha sogra, para a quadra festiva, que vai acontecer de hoje a uma semana. 
Confesso imbuída de mente  efervescente conduzida na vontade de revisitar em deleite do que resta do mirante de Alfa(n)zina -, impensável neste século XXI ainda ninguém de direito ter olhado com olhos de visão futurista na aposta da sua requalificação e do espaço envolvente-, como ponto turístico, depois do atentado urbanístico aqui implementado, sendo local aprazível, dos mais belos de Almada, defronte de Lisboa e do Tejo, na teima aposta da construção de Bairros Sociais, nos anos 70 , sem nome dignificante, ficou conhecido por Bairro Amarelo, dado pela cor ocre dos prédios, sendo que outros  lhe chamam deprecientemente o "Bairro do  Pica Pau" julgo pelas tábuas dos estendais. Aqui alojaram na maioria cidadãos de etnia cigana e outros desfavorecidos, muitos jamais tinham habitado uma casa, nem tão pouco sabiam servir-se dela, pondo o bacalhau de molho no bidé, tacos que atiçaram fogueiras e,...

Perdi os anos que não percorria o Bairro, só de carro na estrada principal, por medo, pela maioria da população concentrar  marginais-, o carro dos meus sogros raptado foi encontrado  junto do mirante, pelos filhos, encharcado de argila amarela da região, evidenciou ter sido usado para transporte de carga ilícita ?Pela quinta do Monte Alvão, na estreita ligação à praia de Alfa(n)zina no Tejo, e na descida da arriba por caminhada em carreiros cravados na encosta ladeados de canaviais, bem calcados, o que evidencia uso frequente na serventia recôndita de tarefas ilícitas? Sendo que o certo seja o uso para apreciar a paisagem ou pesca lúdica. Julgo que no passado esta praia tinha ancoradouro que servia a bela quinta de S. Lourenço, com silhares de azulejos incríveis com acesso por um túnel  escavado na arriba.
De qualquer das formas devo acrescentar que senti limpeza e ordem, seja dos edifícios que tem sido reabilitados, e as ruas com poucos monos de sofás, que descarateziam sempre os locais, o mesmo da lataria a circundar terrenos, situação que a câmara deveria tomar uma atitude em acabar em definitivo, fazendo o que falta fazer-, criação de hortas comunitárias parceladas com água e casota para guardar as alfaias, como se vê por França em recinto fechado, em que cada inquilino paga uma renda mensal acessível, por causa da água . A subir a calçada larga de Alfa(n)zina estava parada a camioneta da rodoviária, perplexa ao ver o condutor a imitar os cães-, urinava contra a  porta, para não ser visto...Nunca ninguém pensou em colocar cilindros de WC, junto a alguns pontos de paragem, que se introduz uma moeda e depois de usadas se limpam automaticamente... 
Perde-se no tempo a designação correta se ALFA(N)ZINA ou atualmente ALFAZINA
Derrubado o moinho do Raposo-, incrível  sentia nele a aberração por alguém lhe ter cravado numa das paredes o marco geofísico, me questionando, e agora onde o foram recolocar?
Foto retirada https://www.facebook.com/pages/AMO-TE-CAPARICA/
Fartar de rir este agora em saber do seu fatal destino, a que se deveu o destrono do seu lugar altaneiro?
Para no espaço se fazerem novas infra estruturas camarárias, interessantes e modernas, de grande utilidade para as gentes que aqui vivem, piscinas, biblioteca e o Parque Urbano do Frois, sendo que o moinho aqui incorporado teria enriquecido este lugar na história, sendo recuperado, o certo!
Pecou a meu ver o olhar azedo em deixar prevalecer o que é traça antiga ,em prol do ultra moderno da arquitetura das novas obras? Sendo que os opostos se atraem, o certo era o moinho ter sido mantido.
Mirante em forma cilíndrica, a rivalizar o formato dos moinhos típicos nesta paisagem, felizmente ainda se encontra salpicada, por aqui e ali, nas veredas altas dos costados dos profundos vales.
Vista espetacular de tirar a respiração, abençoado na arquitetura bem delineada por escada em caracol, degraus afeiçoados a escopro e martelo,  o corte da pedra, hilariante, a sua subida,  tremi ao chegar ao último degrau, porque me deparei  na sua volta com um enorme buraco sem paredes laterais, absolutamente nada para se agarrar -, tamanha emoção que este local me inspirou, a pensar nas pessoas que por aqui subiram, foi dose dupla de êxtase! 
atrás de mim na selfie , a falta de dois degraus
Ruínas do conhecido miradouro de Alfa(n)zina -, a entrada da Quinta de Monte Alvão que foi pertença de Fernão Mendes Pinto . Hoje ainda não se tem a certeza se a Peregrinação, a sua grande obra, teria aqui sido escrita ou na Quinta de Penajóia também se diz ter sido sua, defronte  desta a nascente, ou ainda na Quinta do Rosal na Charneca de Caparica, onde passava grandes temporadas. O que se sabe foi descoberto há poucos anos num documento no Seminário de Almada que atesta  a doação de parte desta Quinta por duas das suas filhas ao Convento Dominicano de Almada, destas terras.
Já aqui escrevi sobre a Quinta de Penajóia, com o seu miradouro, chamado do Rangel, sítio altaneiro sobranceiro ao Tejo, sem qualquer estrutura arquitetónica, sendo ainda longe da casa, para aqui um mirante imponente apesar da brutal ruína, se revelar local idílico para viajar e recordar as lembranças do seu passado pelo oriente que  na escrita lhes deu glória e brilho descritivo de inegável valia, por se mostrar muito abrangente e encantador a recordar memórias  do seu passado encantando-se com o buliçoso que daqui via das naus a cruzar o Tejo... Comunguei o mesmo estar que inevitavelmente me fez viajar nas nuvens acima do céu ora  de cara azul, na vontade de desatar a fugir pelos carreiros e encontrar o rio e as pedras negras de algas e os fósseis enormes das ostras dum passado antigo para sentir as águas do Tejo a bater de mansinho...Mas e o medo de encontrar meliantes?Parei de sonhar ao arrepio fulminante na espinha quando a medos senti a descida do mirante se mostrava mais assustadora do que a subida, tal percalço da falta dos degraus descarnados  de pedras com um enorme buraco, sem muros laterais, estando ali sozinha! 
Engano meu...Nem sei se o mirante será primitivo da quinta, pode até ser que nos finais do século XVIII /I julgo tenha sido remodelado com a inclusão de ferro nas vigas que ainda se avistam, uma maior que outra no suporte da placa da galeria que liga as duas partes, e ainda do chão em mosaico cerâmico.
Em baixo ainda visíveis duas pedras aprumadas de ombreiras do portal da quinta, e ao lado a porta de acesso ao mirante.
O que resta de uma telha partida de Palença produzida no Vale que lhe deu o nome, a um escasso quilómetro, na frente de Lisboa, quando aqui são terras de Almada...Teria o dono da fábrica a sede em Lisboa?
Ao cimo das escadas depois do arco abre-se um piso com mosaicos, que se prolongava na ponte suportada por placa ladeada por suportes em ferro.
Gostaria de ter bebido aqui um chá e perder-me em boas memórias!
Apesar de ter olhado para norte, não passei de Lisboa!
Do alto do mirante, ao seu redor uma cercania de muros em lata...barracas, anexos, lixeiras!
Adoro selfies...
Em frente reavistei o miradouro do Rangel onde já estive e amei...
Amei desfrutar do espaço em silêncios, apenas invadida por aviões a cada 2 minutos...
Gostei de ver ovelhas a pastar, poderiam ser reaproveitados tantos hetares em abandono no pastoreio ou no plantio da vinha  modernizado, como no passado foi nestas terras grande e da melhor qualidade. 
O que resta da  entrada na Quinta de Monte Alvão
Vestígios ocupados de quinta de Monte Alvão no caminho da praia de Alfa(n)zina.
Feliz de coração cheio de emoções ao deixar o mirante de Alfa(n)zina, na certeza de voltar num dia ao entardecer para fotografar o pôr do sol.
Na continuidade da estrada até ao Raposo uma Escola  abençoada de belas vistas que me pareceu limpa e com árvores e arbustos de robustez e equilíbrio em poda, sendo que mais adiante encontrei as novas infra estruturas camarárias , Piscinas , Biblioteca e o Parque Urbano do Frois ...
Ao longe um moinho com cúpula -antes ou depois usado como capela?
                           
Observei gente a passear com cãezinhos pelo parque e até ovelhas a pastar. Outros andavam por cantos e recantos na procura da Escola do miradouro de Alfazina  para uma reunião do Centro de Emprego, pelos vistos jamais tinham aqui estado, sendo que o desconhecendo por completo e pela pela falta de sinalética na via principal se mostrar deficiente...Pareciam baratas tontas à procura, mais uma vez  ajuda e cicerone.
Falta ver mais gente a caminhar para dar segurança ao Bairro, no entanto a frota automóvel a senti de primeira qualidade..
Fevereiro de 2016, o Agrupamento de Escolas Miradouro Alfazina dita poema no google
Hoje, em Almada o paraíso
Não foi o sol nem o mar 
Foi a imagem de um sorriso
E um percurso similar.

Fontes 
Uma foto retirada de https://www.facebook.com/pages/AMO-TE-CAPARICA/

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Fenache o desair na paisagem da Caparica...

Portas abertas em granito para olhar a  Freguesia da Caparica, que bem o merece!
Citando In Memorial do Convento "Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, se não é a cabeça dos homens o próprio e único céu."
Citar Vincent Van Gogh 
"Ame muitas coisas, porque é no amar que reside a verdadeira força. Quem ama muito conquistará muito, e o que for feito com amor estará sempre bem feito."
Palavras para quê… 
O Amor consegue milagres, já sabem, então porque fugimos dele? 
Sonho todos os dias perder-me pelas quintas, e fechar os olhos imaginando tempos de fausto de antanho...Uma forma de rebuscar amores pela natureza, património e costumes do nosso povo, que se perdem no tempo e os quero recordar para todo o sempre!
Caminhantes pelas dunas e azinhagas  argilosas de burros albardados de alforges de verga e homens sentados neles...
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada
Aguadeiros no poço da bomba na Costa
Tema apaixonante este gosto em falar da Lisboa oriental -, como em antanho os lisboetas apelidavam Almada, por  a distância ser apenas de meia légua, de ricas quintas na maioria de gente da fidalguia e nobreza. No Pragal  e Monte da Caparica ainda existem vários vestígios arquitetónicos de casas solarengas inseridas em quintas implantadas desde os séculos XV e XIX, épocas em que terão gozado alguma prosperidade, intimamente ligada ao desenvolvimento da viticultura que floresceu por todo o concelho com a cultura do trigo, havendo em toda a arriba ainda vestígios de moinhos de vento. 
Ao tempo o Porto Brandão era afamado, catraios levavam gentes e a produção das quintas para abastecer a capital, produtos agrícolas como o mel, caça de muita variedade desde coelhos a patos, produtos do mar e do rio -, gentes que no século XVIII vinham desde outubro a dezembro em safra para a pesca, até que se fixaram pelos areais, vindas de Ílhavo e Algarve, viviam em cabanas armadas com paus de madeira, cobertas a colmo, e usavam barretes pretos, por serem os mais baratos.
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada
Da Costa era reconhecida a boa sardinha, e o Porto Brandão era conhecido pelo grande número de lagostas, ainda o transporte de lenha e carvão, como fontes de energia para fornos de pão, louça, cal que haviam muitos, ainda para uso doméstico, também madeira de pinho para as naus da Índia, e tábuas de sobreiro para embarcações grandes e pequenas. Tempo de fausto da exploração agrícola, criação de animais, produção de vinho, trigo e fruta dos muitos pomares de romãs e laranjais nas quintas que circundaram Almada.
No século XIX as vinhas sofreram pragas, uma delas a filoxera, viria a fustigar por completo os vinhedos, acabando esta cultura por desaparecer por completo, tendo sido Almada um grande produtor vinícola que chegou a exportar.Por esse fato, associados a outros em meados do século XX, muitas quintas conheceram a decadência com nítida degradação que se deveu aos seus habitantes terem passado de camponeses a operários, também porque a maioria dos filhos dos donatários das quintas seguiram estudos, com isso o abandono gradual da terra e dos seus rendimentos, e o concelho tomou características urbanas.
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada de alguns rótulos de marcas de vinhos produzidos e outros engarrafados em Almada 
Hoje ainda predomina na paisagem a sumptuosidade de solares abandonados, poucos ainda ativos, muita ruína, e outras simplesmente desapareceram totalmente para dar lugar a urbanizações de baixo custo. 
Trepadeiras que crescem desalmadamente pelos muros de quintas da Caparica
"Há muito que está já em curso a terceira fase do processo de Revitalização Urbana e Plano Estratégico de Almada Velha abrangendo uma área de 16,7 hectares no qual se situam grandes áreas industriais desativadas, o Campus Arqueológico do Almaraz, o Castelo de Almada e o Núcleo Histórico. 
Para todas vão surgir novas experiências de planeamento participativas iniciadas em 2000, algumas delas sofreram revezes de substanciais melhorias, num desenvolvimento sustentável envolvendo na atualidade atores chave: institucionais, económicos, sociais e também ouvindo as populações com debates temáticos em fóruns."
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada
Muita criança de enxada nas mãos no terreiro de quinta no Pragal, atrás dela urbanizações a crescer com gruas.
Em baixo
Ambiente rural anterior a 1907 do Campo de S. Paulo defronte do Seminário de Almada
Contraste das urbanizações que se implementaram na década de 60/70 no crescente abrupto de Bairros Sociais, fora de portas de Almada, na Caparica-, locais emblemáticos de vistas sobre Lisboa e a Arrábida, sem salvaguarda dos  camponeses que resistiram o tempo que puderam no pastoreio pelas quintas em abandono.
Bairro Amarelo implantado na quinta do Raposo, conhecido por "Pica Pau" na vista para sul, a norte com uma vista sem fim sobre Lisboa, ainda ostenta a ruína em redondo da entrada da quinta de Monte Alvão que foi de Fernão Mendes Pinto. Outras quintas onde foram construídos bairros sociais ; quinta de Santo António da Bela Vista, Quinta de S.Miguel, Quinta de S.Francisco de Borja; quinta das Casadas de Cima, quinta das Moucas, quinta do Bicheiro e o hospital Garcia de Orta na quinta do Bocelinho, entre outras.
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada

Seria matéria interessante neste século XXI o tempo de se juntarem vontades- IGAPH em parceria com a Câmara, para em consenso na forte aposta da requalificação das arribas que gravitam à volta das urbanizações na coragem de implementar de novo o trigo e a cultura da vinha, ordenada e modernizada, com adega cooperativa. Seria aposta ganha na requalificação de centenas de hetares em abandono total, salpicados, sem ordem por hortas de afros, onde proliferam barracas que se foram agregando à volta das ruínas de casas solarengas e ainda outras a esmo que se perfilam ao longo das estradas.
O desafio de novo apostar nestas culturas por terem sido duas valias  aqui "rainhas", mas só gente de visão pode e deve ter capacidade de empreender, porque não falta mão de obra na região. Habitantes que vivem nos bairros sociais nas imediações cultivam as arribas da linha do comboio e do Metro de superfície, apesar da falta de água, a cada ano florescem mais, não sei se o proveito é recompensado na proporção do trabalho árduo de cavar a mãos a terra.
Todos os investidores sairiam vencedores, porque os jovens destes bairros nada ou pouco fazem, sendo preciso pô-los a trabalhar na sorte de ainda haver os mais velhos habituados ao trabalho da terra, uma mais valia, a aproveitar a baixo custo.
Quinta da Rabicha em Lisboa com o mesmo engenho que era uso em Almada
Ainda existem em muita quinta poços grandes em diâmetro, apetrechados de engenhos de ferro, ou o que resta deles -, noras encravadas em quatro pilares. A água era tirada à força de animais atrelados que faziam os alcatruzes encher e vazar por condutas em viadutos , outras tinham engenhos em lata, o moinho de vento, como eu via em miúda nos filmes  Westerns.
Quinta dos Condes de S. Miguel 
Na esquerda  do portão de entrada foi a capela transformada em arrecadação(?). Em baixo o moinho de tirar água
Ainda funciona, o tanque está sempre com água e as hortas dos afro verdes, airosas e frescas
Quinta de Santa Rita
Na Estrada do Casquilho a seguir à quinta da Bela Vista defronte da quinta de S. Miguel 
O nome Santa Rita que estava na cimalha da porta já desapareceu...
 O fausto mirante ao jeito japonês com telhados sobrepostos, já abatido
Quinta de S. Francisco de Borja  na Caparica

 O que resta do seu poço e nora

Existe a lembrança de memórias de outras quintas cujas casas ou ruínas foram deitadas abaixo para a construção de Bairros Sociais;   Alcaniça  e Bicheiro restam incompletas o nome nas placas das ruas.
Quinta da Boa Esperança ostenta data no portal de 1776 .
 
Restos de varandim em ferro forjado típico do séc. XVIII
Vista do jardim da Quinta de Nossa Senhora da Conceição  , avista-se aquinta de 1776 que se situa defronte da estrada do Casquilho

Quinta Nossa Senhora da Conceição
Foi propriedade da UGT. Agora julgo pertence à Associação de montanhismo(?).
 Mantém a tradição das janelas abertas ...

Ostenta um pombal em formato de moinho.

 O celeiro do trigo foi transformado num salão das "Testemunhas de Jeová"
 O poço da quinta de Nossa Senhora da Conceição
Quinta da Boa Esperança ( II (?)
Em meados do século XX, por volta dos anos 40? Supostamente algum herdeiro da quinta sita uns metros atrás com data de 1776 fez mais à frente uma casa nova, com o depósito elevado de águas onde mandou colocar o nome da quinta, o mesmo ao lado de um portão um  painel em azulejos ,e do outro lado as iniciais do donatário, o Sr Horácio? 
Quinta da Fumega
Desta quinta resta o que as fotos evidenciam com o portal e o azulejo alusivo do nome Fomega-, novo, porque bem me lembro do antigo azulejo, com a menção correta "FUMEGA" que deveria ter prevalecido, tal incúria só acontece por analfabetação dos pintores, fenómeno áscoro que lamento de vez em quando observar em publicidade e outras. No tempo o casario foi sendo absorvido sem estética, num amontoado onde no r/c funciona um restaurante/tasca com peixe grelhado. Na frontaria ainda visível a argola em ferro onde se prendiam os cavalos.
O poço da quinta que estava desativado, foi selado recentemente.
Ainda resta na frontaria uma ombreira de janela?
Quinta do Brasileiro no Monte de Caparica 
Evidencia pelo nome, que o dono enricou no Brasil. Os azulejos do painel com o nome da quinta já lhe faltam letras, e é pena vir a perder-se. Resta o portal e ruína dos cómodos agrícolas, atendendo às janelas pequenas com grades viradas para a rua.Por dentro não sei se ainda existe a casa original ou outra(?).
Quinta da Frescalhota
Quinta do Ginjal no Monte de Caparica
Pior sorte a desta quinta apesar do lugar altaneiro com vista sobre a Arrábida e Mar da Palha, de beleza em vastidão, imensurável. Completamente em ruína, só de paredes erguidas, em seu redor anexos e casas baixas-, evidencia após o abandono, que serviçais sem os donos por perto, começaram a fazer as suas casas como puderam para viver, apanágio que se observa em muitas outras quintas na região, não sendo contudo assim agregadas à casa mãe, se observam pela orla da extrema da quinta, com a estrada ou mesmo de permeio nos terrenos dela.

Monte da Caparica
Derreter olhares no telhado no casario no tardoz da igreja  com remate em semi círculos airosos, outro com baluartes em faiança de excepcional beleza e,...
Muro feito com Mós de moinhos na travessa da igreja no Monte de Caparica.
 
Quinta da Filipa d'Água com a sua capela de orago a Nossa Senhora da Boa Esperança merece uma crónica.

FONTES
http://www.setubalnarede.pt/
http://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/1154/1/Ruralidade%20em%20Almada%20e%20Seixal.pdf
Fotos retiradas da visita ao Museu da Cidade de Almada

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