domingo, 29 de abril de 2018

Moinhos e Lagares desde a Lagarteira à Constantina

No rasto dos ribeiros artificiais que no passado tiveram nomes diferenciados; valongueiros, ribeiros do munho ou levadas, abertos à força de mãos, serviam para canalizar a água da ribeira principal para os moinhos de água ou azenhas,  lagares e pisões. Depois de cumprir a sua tarefa a água voltava à ribeira para fazer o mesmo trabalho noutros e assim sucessivamente. Quem deixou esta herança? Os romanos , visigodos ou os mouros? O que transparece é que se trata de herança romana pela arquitectura e técnica em aproveitar a parca água na região de Sicó, zona cársica, por no verão escassear .A parca água em Ansião , só corre de inverno até junho, admite-se a actividade moenga e lagareira com  inicio antes de 1175, pela organização de quintas já existir quando foram adquiridas pelo Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e  muito evidente em 1359. Grande foi a actividade de moinhos de água, lagares e pisões, em Ansião desde os Olhos d'água no Nabão , Ribeira da Mata, Ribeirinho, Ribeiro da Vide, Ribeira do Açor,  Ribeiro da Fonte do Alvorge, Avelar e Pousaflores.
No horizonte a visita apressada à Ribeira do Açor, no concelho de Ansião, em semana de Pascoela  para me deslocar à nova oficina do Sr.Luís Sá, de onde parti com sede e deslumbre mais uma vez por estas bandas sem medo desafiar o chuvisco em tempo de  estrebanta a caminho da Lagoa do Pito no ensejo maior regalar mais uma vez o olhar com a  abundância d'águas...Dizia-me o meu marido, mas ainda há pouco tempo lá foste - a que respondi - foi em agosto sem água e agora está cheia!
Já noutra crónica expliquei o topónimo - Lagarteira com  versão diferente do Padre José Eduardo Reis Coutinho, para mim o nome reporta a Lagares de azeite a correr de bica em regateira, herança deixada pelos romanos, porque ao lado da Torre  passou  a via romana com derivação ao Vale Figueira, hoje Fgueiras Podres a passar pela  Constantina e Ansião.
Em 1758 segundo as Informações Paroquiais sobre a freguesia de São Domingos da Lagarteira "compunha-se dos seguintes lugares: Casais da Póvoa 15, Outeiro dos Casais 1 , Coelhosa 16, Vale da Figueira 1 , Carrascos 9 , Mouta e Igreja 8 , Lagarteira de Cima 9, Lagarteira de Baixo 7 , Vale 4 , Poço Menchinho 1 , Galegas 2, Pião 13, Casal dos Barrozos 3 , Machial 6 e Curcial de São Bento 22, da jurisdição do Couto de Torre de Vale de Todos) num total de 448 a 512 indivíduos) ".
Hoje muitos dos Lugares com o nome antecedente de casal, o perdeu. E Outeiro dos Casais não sei se existe. Perdeu-se o nome de Portela e Vale - e a Fonte do Carvalho, hoje apenas Fonte Carvalho.
Lagoa do Pinto
Aparece referenciada nas Memórias Paroquiais com a designação de Lagoa do Pinto, tenha sido corruptela do linguarejar que se adulterou da sua primitiva designação  para Lagoa do Pito. 
Segundo o testemunho de Silvina Gomes "a conheci antes de fazerem os muros em volta do poço e da fonte que abastecia a população, em volta havia relva fresca onde as pessoas estendiam a roupa a corar lavada na lagoa, que hoje essa lagoa está imunda, de águas escuras. Lamental que a junta de freguesia não proceda à sua limpeza e de outras)". 
Trata-se de uma dolina ou geoforma cársica  felizmente ainda  características do Maciço de Sicó que o povo lhes chamou lagoas.No meu tempo assisti a algumas a serem entupidas, outras quase assoreadas se não lhe acodem vão-se perdendo!

 O que seria a construção de formato quadrado na margem poente da Lagoa?
No interior não se vislumbram ruínas de paredes apenas esta porta e as paredes exteriores, teria sido um  lagar? 
A ribeira  vem dos lados de Aljazede com o Nabão  tiveram  muita actividade de lagares e moinhos .
Corre a poente da actual estrada outra em terra batida julgo a primitiva usada como rota do caminho de Santiago (?) na ancestral ligação às aldeias.
Ribeiro parcialmente encanado para a lagoa virá da ribeira de Aljazede que lhe passa do outro lado da estrada.

Uns metros para sul distingui um casario que só quando cheguei ao local percebi foi um lagar com data no lintel  de 1892.
Se não se encontra junto a nenhuma linha de água teria sido movido a vapor (?). 
Do lado de fora encontra-se uma Mó diferente de outras mais antigas que encontrei em pedra mais pequenas e mais altas, uma no que foi o Mosteiro em Ansião e outra no Moinho do Marquinho.
 Alminhas na Rua do Sobreiro
Caso intrigante na toponímia
Rua do Sobreiro e uns metros a sul um pedestal com Rua Principal - duas designações na mesma estrada suposto que uma anulou a outra, deve merecer reparo...
Olival salpicado de calhaus de calcário onde se avista o novo cemitério da Lagarteira.O velho encontra-se defronte da Igreja. Junto do ralis da estrada o muro de pedra seca da Ribeira das Matas assim referenciada nas "Memórias Paroquiais de 1758 pelo pároco da freguesia Caetano Rodrigues."
Depois da Lagoa do Pito e antes da Fonte Carvalho encontra-se o  Poço Minchinho  também aparece referenciado nas Memórias Paroquiais .
Ostentação da placa toponímica de Boas vindas ao Curcialinho, a única nas redondezas em detrimento das demais normais, a razão de aqui ter sido colocada? 
Na divisão dos dois lugares com a ribeira da Mata, na margem norte o Cursialinho e na margem sul a Fonte Carvalho.Nas Memorias Paroquiais  à frente mencionada« há nesta freguezia hum piqueno arroyo, à que se chamam Ribeyra do Assor, o qual tem seo principio á uma moderada fonte chamada do Carvalho que nasce nesta freguezia» Justifica que a fonte do Carvalho hoje apenas Fonte Carvalho .
As voltas e a canalização da ribeira no trajeto da nova estrada...
 
Como reparos lamentável o poste da EDP ter sido colocado no leito da ribeira, e o mesmo desta não se encontrar de leito limpo.E já que o Curcialinho dá as Boas Vindas aos forasteiros devia encetar substancias melhorias em parceria com a Fonte Carvalho alindando as margens da ribeira daqui até à Lagoa do Pinto, apetrechando o espaço com um circuito pedestre, bancos, jardim infantil e espaços ajardinados para as gentes poderem desfrutar da ribeira com águas e em leito de secura apreciar toda a beleza dos campos de olival debruados a muros de pedra seca.Enfim nada enxerguei para descansar!
Foz de um ribeiro encanado vindo de nascente, técnica usada pelos judeus para  terem mais terra arável para cultivo, ainda se encontra em Ansião na quinta que foi de Belchior dos Reis ao Ribeiro da Vide , na Mouta Redonda no quintal do meu marido e,...Aqui seria chão da antiga quinta da Ribeira do Açor que teve capela particular com Imagem a Nossa Senhora da Piedade em pedra bem ornada. A capela foi demolida em meados do século XX segundo testemunho da minha amiga Silvina Gomes.
 A ribeira do Açor corre ao longo da estrada onde seguia a pé a desafiar a chuva a minha mãe...
Lamentável a falta de manutenção das bermas da ribeira entupidas de vasta vegetação...
 
A chuva atormentou-me menos do que a densa vegetação e falta de limpeza da ribeira, na verdade quase não deslindava os suportes em pedra da bela ponte tradicionais nesta ribeira e na do Nabão , que se dizem ser romanas(?) infelizmente a maioria foi substituída por cimento armado...
Figueiras Podres
Aqui viveu o Capitão António Freire e sua mulher Maria Inácia, foram pais de Pascoal José Freire que veio a casar com Margarida Caetana, do lugar do Paço, freguesia da Lagarteira, deste casamento nasceu D. Teresa Maria Freire da Conceição, baptizada na Lagarteira a 6 de Abril de 1815.Junto da capela que ditou o nome ao Lugar há uma casa de sobrado com janelas de avental, não sei de quem foi, tenho de voltar perdi as fotos...
Ribeira do Açor
Graças aos testemunhos de vida de uma amiga daqui natural, a Silvina Gomes " cresci ali ao lado da ribeira que vêm do referido poço Menchinho da Lagarteira, onde as donas de casa lavavam a roupa na água límpida, curtiam tremoços na água corrente que ficavam uma maravilha onde antes também punham o linho de molho para depois ser trabalhado, também naquela água limpa cresciam agriões que a população apanhava para saladas e sopa..."

" na Ribeira do Açor também existiu um moinho movido a água que tinha desvio da água por um Ribeiro (levada), ainda existem as ruínas desse moinho, e o último moleiro ainda é vivo."

"na Ribeira do Açor ainda existe outro lagar de azeite mais antigo do que outro também na beira da estrada, foi  convertido numa empresa de ...??
Na beira da Ribeira ao lado do lagar que já não existe existiu outro moinho , ainda me lembro do ver laborar, o meu avô tinha um terreno pegado.Esse lagar antigo, pertenceu a um senhor que morava em Ansião ,em Além da Ponte, que se chamava, Alberto Ruivo, talvez a amiga tenha conhecido" 

De facto em Além da Ponte viveu Alberto Ruivo, casado com Helena Cruz, irmã da minha avó paterna Piedade Cruz. Ainda não deslindei a origem dos meus ascendentes paternos de apelido "Cruz", apenas sei que o meu bisavô Elias da Cruz nasceu no Bairro de Santo António num tempo que ali viveu gente oriunda daqui dos lugares circundantes, cuja linhagem de alta silhueta e deu o nome de "Piedade" a uma das filhas, a minha avó, que foi mulher lindíssima , e seja também essa a ligação, o nome da Imagem que havia na capela da  quinta da Ribeira do Açor.
Se calhar o lagar foi aqui onde está o portão?
Estela em pedra 
Na frontaria de uma casa ao limite da Ribeira do Açor que desde sempre me intrigava ao passar de carro sem perceber os dizeres, pois tive de fazer o percurso a pé sob chuva copiosa para me deixar ficar francamente satisfeita. Apesar da construção da casa de 1955 retrata casal com ascendência judaica, pelo apelido "Dias" a que lhe acresce a estrela de David ao meio, no final diz CRUZEIRO supostamente alusivo  à extrema da que foi a quinta do Açor (?) para Figueiras Podres.
Lagar da Ribeira do Açor na beira da estrada passando-lhe a ribeira pelo tardoz
Vista a nascente da Ribeira do Açor
Testemunhos de Silvina Gomes da Ribeira do Açor a viver em Vila Nova de Gaia a quem agradeço a cortesia da gentil partilha  
"quanto à capela que diz ter existido na Ribeira do Açor lembro-me de ver uma casinha pequenina ao cimo da estrada ao fim da povoação, que a minha Mãe dizia ali foi uma capela, e mais tarde o dono do terreno ao lado a demoliu." 
"A casa grande que se avista ao fundo sita na margem da ribeira  foi construída pelo meu avô materno José Costa onde nasci e vivi com os meus Pais até aos 23 anos data em que casei e vim para o Porto .Em partilhas coube ao meu irmão David Gomes que a deu a uma neta, que tem feito obras, está linda!"
Foto tirada em movimento 
"casa à beira da estrada em frente propriedade que pertenceu ao Sr. Alfredo Marques pertenceu ao Sr. Eduardo Freire que nunca a acabou e foi reconstruída por um neto que por vezes a habita, julgo tem residência em Coimbra."
Propriedade que foi de Alfredo Marques havia de deixar assinalada com placa em mármore com os nome dos filhos, os meus primos a Dra Lila e Dr Carlos
Constantina
Ao deixar a Ribeira do Açor cuja ribeira passa por debaixo da estrada para o lado da Constantina onde me falaram existem ruínas do que foi um lagar, havendo na ribeira pedras grandes onde as mulheres lavavam a roupa, a que o povo chama Serrabino. Interessante deslindar este nome, se era assim escrito se possa aventar seria de um "Albino Serra" ou Sabino, nome que ainda conheci nos Matos do penúltimo habitante e aqui dito Serrabino pelo costado... Aventa ligação ao povo judaico que viveu na região e nesta ribeira da Mata soube aproveitar os parcos recursos da água de inverno para fazer mover moinhos e lagares. Sábios em abrir ribeiros à força de mãos a partir da ribeira da Mata onde a inclinação desse com ajuda de açudes para desvio da água para os moinhos e depois voltar a engrossar a ribeira principal. 
Na Constantina ainda existe um lagar que foi restaurado, pelo menos por fora , antigamente tinha uma mini hídrica para produzir luz eléctrica, " segundo me testemunho a minha amiga Maria de Fátima Fernandes, seria da família onde muito lá brincou e ainda me disse que existem três açudes na ribeira na Constantina" . Apenas conheço o que se localiza a sul onde desta vez descobri a sua serventia - para elevar a água para um moinho com caneiro para desvio de água que  atravessa a propriedade do Fernando  Paz, "Paciência" para sul , apesar da farta vegetação e da chuva  num percurso a olho medido de 50 metros.Parei de novo junto ao que chamei véu de noiva  com algumas pedras desmoronadas ao meio por isso o fulgor do véu se perdeu nestes últimos três anos, por a queda d'água não se mostrar uniforme como devia.
Fotos de 2003
 O véu de noiva 
Depois de 15 anos o véu de noiva encontra-se quebrado ao meio...sem o seu esplendor de antanho
O açude com o véu de noiva desmoronado ao meio, é necessário limpeza das bermas para se apreciar a beleza com as águas em correria sob a sombra dos carvalhos milenares, outra grande riqueza desta terra, impressionante como aqui a berma da estrada até à ribeira se encontra desalmadamente invadida de farta vegetação e ao lado para sul está limpa!
De chapéu aberto na ponte  do "Fernando Paciência" onde deslindei o moinho apesar da vegetação se mostra dificil de visualizar na esquerda cujo ribeiro aberto a braços para desvio da água com açude, lhe corre vindo da direita para desaguar depois abaixo na ribeira.
Disse adeus à Constantina com chuva.

FONTES
Livro de Notícias e Memórias Paroquiais
Arquivo Municipal de Ansião, acta nº 10
Testemunhos de Silvina Gomes, Maria de Fatima Fernandes e Renato Freire da Paz
Transcrições do Padre Manuel Ventura Pinho das Memórias Paroquiais
José Eduardo Reis Coutinho, in Ansião, Perspectiva global da Arqueologia, História e Arte da Vila e do Concelho
Manuel Severim de Faria - Discursos Vários - in Vida de João de Barros
Arquivo distrital de Leiria 
Testemunho de Sérgio Medeiros

sábado, 28 de abril de 2018

Cais do Ginjal em Almada vai dar em breve caras a Lisboa...

No dia 10 de fevereiro participei num passeio histórico ao Ginjal em Cacilhas patrocinado pelo CAA, Centro de Arqueologia de Almada. Gratuito, com concentração ao Farol de Cacilhas de grandioso grupo apaixonado pelo património ribeirinho de Almada em vias de requalificação.O projecto com maqueta do Plano de Pormenor para o Cais do Ginjal entre o Jardim do Rio e o terminal fluvial de Cacilhas do arquitecto projetista Samuel Torres de Carvalho esteve patente no Fórum Romeu de Carvalho, Internet e na JFA para ser apreciado e votado, ou não, no direito que assiste a cada um em cidadania.
Promotor e autarquia querem iniciar as obras ainda em 2018. Projecto prevê 330 fogos, um hotel na que foi a fábrica  do óleo fígado de bacalhau , bem no alto a desafiar o Tejo e Lisboa e um silo automóvel com capacidade para estacionamento de mais de 500 viaturas obriga ao rasgo de novas acessibilidades entre a zona alta e baixa do Ginjal com impasse a resolver da reversão do centro comunitário de Almada e  da relocalização da Casa da Juventude. A frente ribeirinha, de quase mil metros, vai ser elevada, prevenindo a subida do nível do rio Tejo, e alargada, tornando o cais num espaço de usufruto público. Na parte mais recuada, entre o cais e a escarpa, haverá uma Rua interior e 15 mil metros quadrados de construção onde surgirão edifícios de comércio e serviços, apartamentos turísticos, espaços públicos – mercados das artes e diversos equipamentos de apoio. A exposição realizou -se no âmbito do período de discussão pública, que decorreu até 19 de Fevereiro.
Breve paragem na Floresta do Ginjal, o nome veem-lhe do parreiral que havia na frente e da alcunha do armazenista de vinhos, o Teodósio Pereira de apelido "Caparica" e alcunha " ginjal" nome que veio destronar o antigo sitio conhecido por Coval . O tal "GINJAL" quando se retirou foi para o Monte de Caparica onde viveu na sua quinta, hoje em ruínas, a que chamou quinta do Ginjal -a razão das coisas, quando lá passei há uns dois anos estranhei o nome para finalmente perceber.
 Distingue-se através da janela a parede forrada a conchas...
A mãe da Madalena Iglésias, espanhola , teve uma taberna no seguimento do restaurante " Gonçalves", no último edificio mais baixo, onde se cantava o fado, lamentável ela nas entrevistas que deu nunca abordar esse tempo. Também a Brigit Bardot veio a Cacilhas, num tempo que foi famosa a sua restauração. 
No cimo da arriba a desafiar a capital encontram-se as instalações da fábrica de óleo fígado de bacalhau, muitos beberam na escola, eu jamais!
Antes ao fundo foi uma enseada que se chamava COVAL, pequena reentrância do rio e porto de abrigo com ponte de madeira basculante para as pessoas passarem no cais.
Ao longo da linha do rio encontram-se esqueletos de armazéns em linha com o cais e o Tejo pela frente, alguns serviram de serventia e apoio à pesca do bacalhau; viveres, instrumentos para a pesca do bacalhau para a safra de 6 meses nos dóris e demais mantimentos e medicamentos que os bacalhoeiros levavam.
Este já tinha refeitório com vista deslumbrante e no tardoz um pátio que emprestavam ao inicio aos bombeiros de Cacilhas para festas de angariação de fundos, tinham um nome essas famosas festas, onde vinha gente importante, varreu-se -me....

 
Florescem flores nos telhados duplos à portuguesa
Há que andar de olho aberto com intrusos que se metem nas ruínas e depois exigem casas...Voltei hoje e reparei que além de corda com molas fecharam duas portas...

Parámos junto da ruína da casa de sobrado que foi de Columbano Teixeira da Cruz o padrinho do Columbano Bordalo Pinheiro, que lhe deu o nome, e se diz ali nasceu. 
Entrámos no corredor do Ginjal, uma vila onde havia tanoarias e latoaria .
No tardoz no alto as casas dos operários por causa das cheias.
 
 
 Por baixo há água
 
 
 O sitio onde foi uma fábrica de cortiça. Alguns empresários foram ingleses.

Um dos últimos donos dos armazéns de vinho de Teodósio Pereira. O 1º proprietário dos armazéns Teodósio Pereira era de apelido "Castelo Branco" seguido de "Pereira" e depois "Paz" que me catapultou para apelidos com ascendência judaica, por isso grandes empreendedores.
 
O Eng Rui Manuel Mesquita Mendes fez duas intervenções de cariz histórico fruto das suas investigações-, a 1ª não ouvi devidamente com o barulho das ondas no paredão do cais, percebi que os terrenos seriam inicialmente da quinta do Almaraz que se encontra no cimo da arriba fóssil e por volta de 1800 a câmara solicitou ao Rei informação de quem pertencia uma parte do terreno, tendo passado a ser aforado a quem o solicitava...
 
A fábrica de conservas de sardinha, carne e legumes de um tal "Moreira", galego que acabou por voltar à Galiza, de onde mais tarde veio um neto à procura do que foi do avô, outro suposto descendente judeu.

Praia das Lavadeiras eternizada por Alfredo Keil num belo quadro, num tempo que nascia água potável na praia
  
 
 O restaurante "Atira-te ao rio" era onde dormiam as operárias da fábrica do galego.



Por último o ilustre almadense Romeu Correia , o seu avô viveu no Ginjal onde conheceu o buliço e azáfama das pessoas e das mercadorias que eternizou em três livros.
Tudo se foi com a construção da ponte 25 de abril e a autoestrada o Tejo deixou de ter a valia de antanho também pela modernidade das cooperativas vinícolas e outras.

Na foto de grupo perdi-me do meu marido, sem telemóvel fui a Cacilhas, voltei e subi a escadaria, afinal ele julgava que era a minha alternativa...

 Subida pela escadaria para o miradouro da Boca do Vento
 

Arriba fóssil
O que mais gostava era ainda de ver , sentir, e viver o NOVO GINJAL com as quintas de paredes meias também recuperadas; Almaraz, Olho de Boi e Arealva!
A crónica o mote para mais tarde recordar e não se perderem as memórias dos locais!

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