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domingo, 1 de março de 2015

O que resta da memória da Mundet no Seixal

A Fábrica de Cortiça L. Mundet & Sons instalou-se no Seixal em 1905. Faz parte da minha memória do tempo de vida profissional em1980, enquanto funcionária no Banco Pinto e Sotto Mayor na Rua do Ouro, bem me recordo que estremecia ao ver uns dossiers enormes de operações de viabilização financeira de dívidas consolidadas em operações compensadas, acopladas de verbetes de categoria: 6, 8, 9 e 10, dossier afeto ao colega Marreiros que se mostrava ao tempo homem  peculiar de  reservado falar,  e jamais consegui entender tamanha e complicada  tramitação processual...
Não seria ético falar de uma empresa que está bem documentada em http://www2.cm-seixal.pt...Assim falo de mais uma visita à cidade em calma caminhada sempre de atento olhar  ao longo do esteiro para subir ao  pequeno Largo da Mundet, onde havia homens a espreitar o sol ...
Um típico fontanário sem água, haveria de ver pelos menos mais uns três do género , a piada do letreiro em esmalte, antítese do estado deplorável dos azulejos que poderiam estar limpos, pois são património...
 Cerejeira florida vestida em manto branco
Neste espaço junto ao muro um enorme eucalipto a necessitar de poda  urgente, pois é da espécie  que os ramos se ramificam, de folha fina, que um dia já matou gente do norte em piquenique em Sintra, quando uma grande pernada se partiu...
A partir daí dei conta da flagrante degradação de alguns pavilhões da empresa na descida para poente pelo derrube de parte do muro no mote para espreitar pavilhões em abandono...
Tantos homens e mulheres que ao tempo aqui trabalharam ...
Ao longo de todo o muro de extrema a sul pintado a grafites 
Chegavam-se pais com os filhos equipados para a prática de hóquei  num pavilhão moderno na avenida defronte da Mundet. Houve no passado  um campeão  José João Marque, formado na modalidade não sei se do tempo da fábrica. Mote que me fez recordar quando aprendi patinagem com os patins velhos dos hoquistas do Estoril, quando frequentei o Colégio Religioso as Salesianas no Monte Estoril, eram pesadíssimos...


Terminus da fachada da fábrica ao estilo alemão típico ao tempo da década  30/ 40 quando ocorreu a Exposição Mundial em Lisboa, tendo sido construídas fábricas, Escolas, e o Estádio Nacional no mesmo estilo arquitectónico.
A desafiar o horizonte a robusta e alta chaminé
Ecomuseu do Seixal o Núcleo da Mundet
 
Este pavilhão mostra um alçado antes do telhado com  janelas de palhetas ventiladoras, no primeiro olhar me fizeram lembrar os pavilhões dos campos de concentração nazi...
 
 
 

Telhado do edifício defronte do esteiro abaulado ao meio, se não lhe acodem ao reforço do  vigamento de madeira, vai ruir...

Mundet anos 50, nesta foto ainda me recordo da casa defronte da fábrica em abandono , talvez tivesse sido dos proprietários? Na graça a fábrica com o esteiro aos pés, tendo sido a casa há poucos anos derrubada por força do progresso para requalificação do jardim e da avenida ribeirinha...

Além o poste bem alto com a bandeira do Partido Comunista na sua quinta da Atalaia
Deixei o sítio da Mundet na certeza que este enorme espaço venha a ser revitalizado em prol de algo que seja útil à cidade, e às memórias das gentes que aqui trabalharam.
Difícil é entender porque ao tempo nenhum fábrica de Cortiça vingou na região, sendo esta, a maior de todas no setor corticeiro no País e durante um tempo, do mundo, tendo sido reconhecida pelo papel inovador na área da política social. A partir da década de 50 com o aparecimento do plástico começou o seu declínio porque não souberam modernizar-se ou chefia incompetente (?) para em 1988 após um longo período de lutas sociais e reivindicações justas dos seus trabalhadores, além das várias tentativas de viabilização económica, em definitivo encerrada.Adquirida pela Câmara em 1996, que musealizou dois edifícios da Fábrica-, Edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e o Edifício da Caldeiras de Cozer onde é possível visitar exposições temporárias deste património industrial do concelho.
Estranho o sacrifício das gentes que ao tempo não foram capazes de vencer na união a vitória da continuada laboração, para no norte outra congénere laborar com destemido sucesso pela criatividade, com patrões que auferem demasia riqueza...
Em remate no meu julgar o Seixal detinha os melhores profissionais na arte da poda...Mas ao ver os brutais ramos dos plátanos fiquei perplexa, o certo é serem os ramos cortados ao "joelho", porque em Almada também não o fazem melhor, observei um homem a chamar a atenção ao técnico, que do chão dava ordens ao homem armado de moto serra ao cimo da basculante a receber indicação onde devia cortar ...Após o corte ainda se mostrarem altos os ramos, pelo que irrompeu em voz um bom homem que observava o trabalho os questionando -, o corte não ser o certo, devia ser muito mais abaixo-, a que lhe responde o mandante-, então não sei, mas vá dizer isso ao meu chefe, ele quer que o corte seja assim deste tamanho "então não sou alentejano, para mim devia ser o corte ao joelho"...
Tarefa que deixa a pensa quem sabe do ofício-, o saber da arte de podar árvores vão  produzir menos lixo, menos estragos em caso de intempéries, e melhor manutenção, mas isso é para gente que sabe tocar o ofício, o que se vê é gente com o pelouro a auferir chorudo ordenado, sem ter dado provas do talento para o saber fazer...
No melhor deixei a cidade com ciclista vestido a rigor equipado a preceito com fato do seu Benfica, envergava camisola Jorge Jesus, máscara e cascol, desfilando na avenida que era só sua ...
Pois já adivinhada a vitória de 6 ao Estoril.
Fontes
http://www.cm-seixal.pt/patrimonio/patrimonio
Fotos do google

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