Sábado o calor pedia praia e piquenique.O meu marido lembrou-se da Praia Fluvial do Rosário no concelho da Moita na frente ribeirinha do Tejo.
Na mesa mais perto de mim ouvi um velhote moçambicano ao telemóvel com um amigo " amigo cabrão você está bem?...amigo cabrão a Mariana está boa?...amigo cabrão estou no Rosarinho a comer carapau...bem - , o que vi no grelhador era chicharro!
Curiosamente assam o peixe -, só o comem frio. Já a carne a comem quente...bebem cerveja que se farta!
Aqui juntam-se muitos amigos, famílias de "retornados" desde os avós aos netos, e ciganos que já se sentam em mantas e toalhas na relva . Não falta a música com rádios pendurados nas pinheiras -, Rui Veloso no melhor, e kisomba.
- Degustámos o nosso piquenique ao meio dia, a fome apertava com os ares iodados : salada russa onde não faltou a maionese, pataniscas de bacalhau , vinho, queijo curado, pessegos, bolo com café e brandy-, levo sempre o termo.
No pior depois da sesta que dormi com o meu marido ligaram um gerador para a música "Irmãos Verdades" soar por todo o recinto no convite a dança...só que o barulho do gerador se tornou ensurdecedor!
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O meu espólio de achados...Cacos! |
Na beira do Tejo apanhei cacos em cerâmica; ratinho; porcelana VA, Sacavém; Aveiro;Lisboa e,... Rebordos de penicos; pega de tacho de barro; rebordos de alguidares; asa de cântaro; pés de malgas e canecas; azulejos; cacos de pratos e bacias ratinho e um pé enorme no canto direito...não faço a mínima ideia do que tenha sido!
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Na cabeça estreei o meu chapéu publicitário do Sotto Mayor numa aposta na faixa juvenil ...e com isso já lá vão 20 anos! |
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Do parque de merendas avista-se pelas clareiras das dunas o Montijo e Lisboa |
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Logo de manhãzinha o parque já estava lotado... |
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Vala que serve o esteiro de dentro. Nas margens apanha-se a argila iodada |
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Vala junto da porta d'água de viveiro desativado |
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Vista do Tejo em maré baixa com a chegada de mariscadores e Lisboa ao fundo
Contaram-me que o chinês que explora um restaurante na Moita meteu uns quantos compatriotas a mariscar para lhe sair o produto mais barato. Não contou com a lei e muito menos com a denúncia...a autoridade chegou, foram apanhados com julgo 900 quilos de ameijoa, que teve de ser devolvida ao rio e pagou de coima 800€ (?)
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Os dois buracos são filamentos de passagem de ar para o casulo - a minhoca para a pesca |
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Aqui ocorreu a desova( minúsculos grãos) em meados de maio da ameijoa -, daqui a 4 estão a ser saboreadas |
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Barcos em maré baixa
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Chegada dos mariscadores carregavam cada um à volta de 50 kg de ameijoa que vendem para Espanha a 5 € o quilo. |
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As minhas pegadas junto do barco com o meu marido longeee... |
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Adorei andar descalça... |
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Estacas de madeira alinhadas ao longo da praia |
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Solitário na apanha da ameijoa |
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Casa da Marinha -, o que resta depois do grande incêndio |
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Resquícios do posto de depuração de ostras do Tejo virada para a praia na frontaria ainda existe o painel de azulejo da fábrica Cavaco |
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Garça esvoaçou com a minha aproximação |
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Um caneco de porcelana da VA em cima de rocha vermelha parideira
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Azulejos e metade de chávena de café da VA ao redor mil e um buraquinhos de seres que suplicam oxigénio-, o barulho que emanam fazia lembrar um riacho a correr...maravilhoso! |
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Ao fundo a Base Aérea do Montijo -, comecei por ouvir os motores quando se fazia à pista para levantar |
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Fez-me uma visita de cortesia ao passar na praia ia com o saco cheio de cacos e caquinhos... |
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No parque de merendas, no tardoz de mim o esteiro de dentro |
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Pinhas verdes a lembrar os pinhões pelo natal |
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O meu marido arruma a mala -, hora de ir embora |
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Bom restaurante e mariqueira com vista deslumbrante sobre o Tejo e Lisboa. Ainda me lembro da tasca velhinha há 30 anos coberta com plásticos e lataria e as mesas cobertas a oleado ... |
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Algum casario de traça castiça como a casa laranja e a faixa de gesso ao nível do telhado |
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Deitada no varandim , lá vai o tempo que vi touradas na praia com um batelão de ferro a servir de "entre barreiras" |
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Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem séc XVII |
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O miúdo trazia a pila presa na mão ( com medo que os caranguejos a comessem...) a meu pedido a tirou...pequenixotaaaaa... |
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Em 2006 desativado o posto de depuração de ostras-, agora centro de eventos e...resta o painel de azulejo
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A maré alta trás correntes de água quente. O banho depois da sesta foi bom, muito bom |
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Larguei os chinelos e pus-me a pé descalça...
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O
Sr José Curado que conheci na manhã na praia do Rosário ensinou-me vários preceitos sobre a apanha da ameijoa e do casulo, também dos efeitos benéficos da argila. Remexeu com as mãos e logo apanhou ameijoa de casca de pedra branca. | | | | |
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Cobri as pernas com argila iodada para a circulação-, bastam 7 dias reverte num ano sem problemas | | | | | | | | | | | | | | |
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Os caranguejos mal se vêem -, giros a andar de lado, num ápice a fugir de nós enfiam-se num segundo no lamaçal. |
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Porta d' água junto da vala serve também de passagem. As valas dividem o rio no dizer do Sr José Curado do lado de cá apanha-se ameijoa do lado de lá berbigão |
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O que rendeu a apanha da ameijoa ao velhote da bicicleta-, escolheu mal porque aqui reina o berbigão... |
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Praia tem uma extensão a perder de vista |
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Estaleiro de Alhos Vedros vê-se a proa de uma Corveta da Marinha Portuguesa pronta a desmantelar....daqui a pouco tempo as guaritas redondas vão aparecer à venda algures...
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Julgo ser oportuno a Junta de Freguesia apostar em alguns melhoramentos.
- As acessibilidades as conheço há mais de 30 anos-, nada melhoraram. Na Moita, curvas e contra curvas por entre casario baixo -, um horror sem explicação em pleno século XXI!
Porque razão não dão continuidade à avenida ribeirinha em paralelo com as ruínas das fábricas desativadas -,o terreno não é público estando na margem do esteiro?
- No Gaio deveria haver placa identificativa para a praia do Rosário, porque é o trajeto é apelativo.
- No Rosário a entrada para a praia é deficitária, curvas à esquerda tudo mal "enjorcado" e com terreno. Há que apostar em fazer obra digna.
- O parque de estacionamento a céu aberto é poeira que nunca mais acaba. Deveriam apostar tal como no Meco e outros paraísos de praias onde a aposta de alpendres cobertos a canas é sucesso e por aqui há por todo o lado.
- A água que se desperdiça dos chuveiros deveria ser reaproveitada para refrescar o terreiro e dizimar a poeira.Tive de passar pela Baixa da Banheira para lavar o carro.
- Há poucas mesas, havendo espaço deveriam colocar mais, ouvi dizer que chegam pelass 6 da manhã para guardarem as melhores...
- Deveria haver placas de aviso " o lixo mete-se no lixo" e um "Almeida zelador" do espaço e das casas de banho.
- O esteiro de dentro merecia ser limpo e nascer à sua volta um parque verde com bancos, aparelhos geriátricos e parque infantil.
- A paisagem é de charneca, salpicado por casario ordeiro do tipo operário e villas.
Aqui e ali nota-se pormenores criativos e artísticos com trabalhos em
gesso na frontaria e cores fortes. A região tem muito potencial, não
está é bem requalificada e aproveitada. O que fizeram ainda é pouco.
- A
ciclovia de ligação à Moita é apelativa, pena o moinho de maré se não lhe acodem acaba por cair e é pena ali ficaria muito bem um bar à beira rio implantado!
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Em 2006 havia este pontão de madeira que hoje não existe |
Foto registada em 2006 com a minha filha junto do painel de azulejo na frontaria do antigo posto de depuração de ostras do Tejo
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O meu marido junto das instalações em abandono-, hoje recuperadas! |
Pena o sol estar tão forte-, já tirei uma foto aqui e ficou belíssima!