Ontem ao aportar em cima das 8 H a Lisboa, o homem do leme do cacilheiro equacionou (?) passar pela frente do paquete da família do "C" que se afundou-, "arrepiado com o monstro" apelou o bom senso em meter freio, passando pelo tardoz-, já eu nunca tinha passado a metros de uma torre, um monumento flutuante, inesquecível, fascinante.
A água salgada da piscina marcava 23º, sentia-se ligeira brisa.
Como nos esquecemos de levar brinquedos para o Vicente brincar na piscina, não foi de modas e pegou no boneco do termómetro...
A minha Dina de esperanças, linda!
O chapéu do Vicente secava na cabeça do Buda, mas voou para a piscina, teve de ser pescado...
Fenomenal como habitué na recepção, o carinho, onde nunca falta o bom champanhe, vinhos, e comida saudável, determinados a comer produtos portugueses, mas ontem só comida de origem espanhola, dado pelo mote do leque na mesa ladeado de flores buganvília.
Ainda só estavam os copos para a limonada com água mineral
Mesa já engalanada com os fluts do champanhe e copos de vinho
A paelha, uma receita dada por um colega espanhol, investigador da Interpol, teve a participação de todos, já cozinheiros de colher na mão só mesmo eu e o Zé Manel.
Divinal no gosto, tempero e apresentação. Todos repetiram.
Na frigideira azeite a estalar a cebola, a que se juntou o chouriço cortado às rodelas, e depois um quilo de arroz do Sado, sempre a mexer, envolvendo. De seguida um consomé (ratatouille, feito de cebola, alho, pimento, tomate e curgete), as carnes (peitos e lombinho) já cozinhadas: coelho, galinha , porco, gambas descascadas, uma panela de caldo de galinha, ervilhas e por fim a decoração com as gambas grandes e os mexilhões.
Todos se esqueceram do açafrão que era da melhor qualidade, em filamentos vermelhos...
Mas não fez falta, estava deliciosa!
A sobremesa um bom gelado, delicioso
Em redor da mesa perdi-me na conversa de muitas conversas, mais uma vez, o pôr do sol só me dei conta quando se escapava no horizonte no meio de nuvens e algum nevoeiro.
Charli, muito educado, só entende francês...Zangou-se por a sua hora da gamela com ração já ter passado há muito, os donos adeptos da disciplina, explicaram a demora, que percebeu amuado indo se refugiar debaixo da mesa!
Mas antes ao entardecer fomos ao pomar apanhar fruta.
Não resisti a comer morangos, ao lembrar o tempo de gaiata, quando os roubava da volta dos poços, fora de portas no Vale Mosteiro, porque era iguaria rara, quase ninguém os plantava.
E maças Casanova, que nos levaram na conversa do amante fervoroso... e pêssegos de roer, maças raineta, limões, ameixas amarelas e,...
Foi tão bom, mas tão bom este dia...fascinante!
Brindes de saúde, sempre olhos nos olhos, em horas sem hora, em alegre cavaqueira...
Desfrute em ambiente de bem estar, em que fácil é se amar desmesuradamente o belo, pessoas de mente aberta, modernistas, sem clichés, almas gémeas, touro/Virgem, um encanto de boas emoções sentidas, também nos beijos e fraterno, os abraços.
Logo na chegada o Zé Manel se queixava aflito das "cruzes", ao final da tarde quem diria, puxou-me para uma dança, debalde como podia dançar com um homem que na juventude foi figura de cartaz da Companhia de Bailado Nacional, que acompanhou a nossa Amália ao Japão e,...
Perplexa de boca aberta, com tamanha classe do passo e leveza... dizia-me "deixa-te ir"...visivelmente atrapalhada balbuciei-, desculpa, não sou capaz, aprendi a dançar com uma vassoura de piaçaba...
Sorriu, de olhos bem abertos azul forte, nascido algures numa terra nas abas da serra algarvia-, não resisti a partilhar, a única terra que há anos senti os homens serem muito atrevidos, se metiam comigo, estando acompanhada com o meu marido...
Em uníssono uma ovação de forte risada...
- entendo gostas de ser líder!
Sabes que eu e a Ivone fomos parceiros de grande empatia e sintonia, muita vez sem treino, foi um tempo fantástico na dança.
Casal excecional, amante de regras, gostam do rigor na vida, senhores de excelsa educação, mas também sem tabus em falar seja de que assunto for, de bom humor, hoje é raro já assim encontrar.
Bem hajam caríssimos amigos!
Espero que o Charlie não se tenha amofinado por termos prolongado o lanche ajantarado...