Fernão
Gomes, que fora mercador, era devoto de Santo Antão, o mesmo Santo que era
patrono dos negociantes de cereais e de carnes. Sendo a ordem de Santo Antão
devotada aos cuidados dos doentes atacados pela peste (denominada fogo-de-Santo
Antão), melhor se compreende o contexto em que aquele proprietário decide, em
1456, construir na Quinta das Farinhas fora de portas da vila de Almada um oratório consagrado aquele
santo.
Já a conheci como Quinta da Ramalha em quase abandono há quase 40 anos -, que antes se chamou Alvalade, Farinhas, até à designação de Quinta de S. João da Ramalha.
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O S. João na Praça MFA, antiga Renovação nos anos 50, foto cedida por Estefâneo Barros que fotografei no Museu da Cidade
"O padre de Almada dirigia-se à
Ramalha (antiga Alvalade) na tarde de 23 de Junho de cada ano, pernoitando a imagem
alternadamente umas vezes no oratório de Santo Antão, outras vezes na Ermida de
Nossa Senhora da Piedade, situada ali próximo na Quinta de Crastos, onde,
segundo a tradição, está sepultada uma das filhas de El-Rei D. Dinis,
regressando à vila de Almada na manhã do dia seguinte acredito com a carroça abarrotar de fruta, legumes e vinho, produtos produzidos na quinta .
Já em 1730, a Mesa da
Irmandade se recusara a organizar a procissão, alegando que o oratório ficava
muito distante da vila de Almada. Esta atitude provocou insubordinação popular,
argumentando João Vieira de Sã Ribeiro que a procissão de São João Baptista se
realizava para a Ramalha desde tempos que não havia lembrança nos homens velhos
do seu tempo, exigindo que se cumprisse o preceito religioso, pois desde que
deixou de ter lugar, não deram as fazendas novidades, o que se reconhecia por
castigo divino.Do lado da Mesa da
Confraria de São João Baptista, o sargento-mor de Almada, Domingos Rodrigues
Cobra, alegava que a organização da procissão era da competência dos irmãos que
administravam em cada ano, saindo com o santo uns anos e outros não, não
podendo assim João Ribeiro exigir a realização de um ato que dependia da
vontade alheia.Apenas em 3 de Junho de 1734, o assunto fica
parcialmente solucionado através de uma Provisão do Patriarca de Lisboa, D.
Tomás I, na qual ordenava que "levem o santo à dita ermida na véspera do
seu dia, e o tragam no dia, como de tempo imemorial se tem praticado, e
mandamos que esta se cumpra como nela se contem".A partir desse dia foi a população da Ramalha e de mais
lugares vizinhos, que se encarregavam dessa tarefa e a procissão jamais deixou
de se realizar ao longo dos últimos mais de 266 anos.A Quinta das Farinhas passou a ser conhecida pela Quinta da
Ramalha, encontrando-se em 1958 na posse do engenheiro Ernesto Borges, que a
vendeu aos proprietários do Restaurante Dragão Vermelho, situado em Almada. Na
década de setenta do século XX a quinta é urbanizada, algumas acomodações são
oferecidas ao Clube Desportivo e Recreativo da Ramalha e o oratório de Santo
Antão e edifícios anexos entregues à Câmara de Almada, sendo a sua gestão da
responsabilidade de uma comissão de festas que organiza a tradicional
procissão."
Texto retirado http://www.portugalweb.net/
O andor de S. João onde o vermelho é rey!
As obras de requalificação do que restava da Quinta de São João da Ramalha e a sua Capela são os últimos vestígios da antiga paisagem rural da cidade de Almada. Ao lado da ermida foi construída uma valência social de apoio a crianças, e na antiga casa da quinta funciona, julgo, apoio à vitima.
Desta quinta da Ramalha foram retirados azulejos pombalinos, sabiamente aplicaram no novo centro social da Casa de S. Paulo no Pombal a servir de indicação das salas, dos quartos, das casas de banho, capela e,...inaugurado no dia 25 de janeiro no dia de S. Paulo na presença do Sr.Bispo de Setúbal, do anterior que revolucionou a diocese, já reformado, e do 1º ministro Dr. Passos Coelho.
A Creche e o Jardim de Infância da Ramalha, inaugurado no dia 28 de Setembro de 2010.
Pratos em faiança designado S. João atribuído fabrico a Coimbra
A Festa Anual de São João Baptista, padroeiro da Cidade (24/6) é a preservação da memória de uma
manifestação religiosa que está na origem da identidade cultural de Almada.
Um ano de S João http://quintaisisa.blogspot.pt/2012/06/o-meu-s-joao-em-almada.htm