quarta-feira, 4 de junho de 2014

Os talvegues no Pragal na vista sobre o Tejo

O Pragal é a localidade mais importante entre Almada e o Monte de Caparica. Estende-se num suave vale a norte e a sul uma  vasta charneca -, o Vale de Mourelos. Por aqui proliferaram muitas quintas  que foram de gente fidalga e de nobres (Condes S. Miguel, Condes dos Arcos, Zagalos, e os Eças, que mandaram erigir ermidas com orago quase todas com nomes de " Santos da igreja" sendo os seus donos gente de cargos públicos -, Sargentos mor e guarda mor, ouvidor da Alfandega, Tabelião, Ofícios da Casa Real, médico, cozinheiro, barraqueiro, e de importantes clérigos -, uma zona vinícola importante até ao século XIX com armazéns no Ginjal e Margueira junto ao porto de Cacilhas. 
Com a extinção das Ordens religiosas em 1834, conventos e propriedades agrícolas  que pertenciam a ordens religiosas (Paulistas, dominicanos, franciscanos, arrábidos e agostinhos) e outras de frades Carmelitas, Jerónimos, Trinitários e de padres inglesinhos e jesuítas, umas quintas foram para  a fazenda pública, e outras foram parar a mão de particulares.O crescimento urbano de Almada deu-se com a extrapolação da malha do casario da cerca do castelo tomando a  Rua Direita, hoje Capitão Leitão na direção do Pragal.

 Fontanário ainda existente no seio do Pragal
O historiador Pereira de Sousa, ao analisar cuidadosamente o topónimo "Pragal" refere que o sufixo "al" indicia o significado de um local onde há algo caraterístico. Deste modo Pragal seria um espargal ou terreno fértil na cultura de espargos. Além disso, existem registos escritos antigos referindo Espargal e Pargal.
O que se,i há muita pragana!
O  "Pragal" apresenta-se meio por meio em terreno infértil e estéril propício a espargos que não encontrei, mas os há no Alfeite. Avista-se um deslumbramento serrano de cheiros amargos, puros, com um carreiro a vislumbrar o caminho das arribas estendido por  baixios planálticos de solo arenoso ou argoloarenoso, com abundância de bivalves a dentes de peixe, quase desértico, árido, pedregoso sendo que em alguns sítios apresenta-se bastante consolidado, constituindo um calcário grosseiro, vestido de vegetação rasteira, mas também de catos e canaviais a perder de vista como as vistas deslumbrantes sobranceiras ao Tejo e a Lisboa.
  • Na falésia sobre o Tejo No Pragal nela se  avistam-  três vales:
  • antigo Rocha ou Rocha do Brilha (supostamente rocha de oiro das minas que aqui proliferaram) que no corte e aterros para a construção da autoestrada do sul  se alteraram por completo.
  • O talvegue da Arrábida ou Valdeão 
  • Talvegue de Vale de Palença .
O terreno é pouco elevado; a maior altitude é de 117 metros (colina a norte de Palença de Cima) 
Vale de Palença
Palença de Cima e de Baixo.O acesso é feito pelo Matadouro/Mercado abastecedor do Pragal

Almada vista de Lisboa ocidental  na pintura Jean Noel 1790 de Palença
Instalaram-se em Almada nos finais do século XIX cinco fábricas, entre as quais se destaca a Fábrica de Cerâmica de Palença, localizada na praia, do mesmo nome, e em laboração desde 1884. Utilizava um forno contínuo e quatro intermitentes alimentados a carvão mineral e explorava barreiros locais. Para além da cerâmica comum, produzia também materiais de construção, como tijolo e telha marselha. Ocupando mais de uma centena de operários, a fábrica manteve a sua atividade até aos anos setenta do século XX. 
Fábrica do tijolo e telha de Palença
Telha da quinta do Almaraz na zona do castelo dum casebre em ruínas
 Vista da fábrica de Palença com as chaminés
O portinho de Palença em 1813 também chamado  Porto da Arrábida.
Porto de Palença 1830

O sítio da portagem da auto-estrada do sul, designada A-2, criou um novo vale, sendo eliminado o Rocha do Brilha, por enchimento este antigo talvegue  chamado da Boca do Asno.Ainda existe na zona do castelo, o miradouro da Boca do Vento.
FOTOS http://almada-virtual-museum.blogspot.pt/
Figueira do Inferno
A colina imediatamente a leste com 112 metros (mirante do Rangel) 
Entrada condicionada julgo pela instalação de antenas
Ao longo do carreiro o que resta de ruínas de uma casa
Junta Autónoma de Estradas defronte do Cristo Reis do lado direito

A decadência da Quinta de Montalvão com hortas em redor depois do miradouro de Alfa(n)zina
Do lado direito  o morro do moinho no alto do Pragal no domínio do Hospital Garcia de Orta, também com 112 metros e o desnível do vale.
Predomina o funcho, ditou o nome ao Funchal na Madeira e aqui também é rei com Funchalinho mais à frente.
A empresa Tagol implantada na frente do Tejo.
Carreiro de formigas sempre a trabalhar...
 O Tejo de águas mui sereno...ao miradouro do Rangel
Felicidade sentida no miradouro do Rangel no Pragal desafiando limites a Lisboa -, a fazer fé às palavras do Fernão Mendes Pinto, senti o clímax na Pestana do Mundo...
De volta do miradouro pedras grandes no caminho
Grande empresa sediada na zona ribeirinha do Tejo, onde camions entram a toda a hora, com outros tantos ao longo da descida em fila de espera.
Bairro amarelo conhecido como o Pica Pau na frente para o rio tem um moinho de vento
O avião a furar a nuvem
Aviões em corropio por entre as nuvens sob as nossas cabeças a deixar terra, entrar no rio para voltar a sair, entrar em Lisboa...
Minuto a minuto, sob as urbanizações do Bairros sociais implementados pelo Fundo de Fomento da Habitação em 69, cuja construção foi iniciada em 71 e 83 nos Bairros: Amarelo conhecido pelo Pica Pau; Branco e no Rosa. 
Sendo  reabilitados os Bairros do Raposo de Cima e de Baixo em posse do Estado pelas expropriações em 71, que acompanhou a arriba da Portagem da Ponte no Pragal até ao Porto Brandão, e para sul,  até ao limite do que é hoje o Parque da Paz, e o complexo do Fórum de Almada.
Deixando as arribas em terreno mais plano se implantaram as quintas a partir do século XVII e seguinte, viveram essencialmente da produção vinícola e da produção do trigo, pelo que supostamente tiveram de trabalhar a terra argilosa com muitos moluscos fossilizados
A quinta de Pena-Jóia foi pertença de Fernão Mendes Pinto (?) em paralelo  tal a certeza com a quinta de São Lourenço junto ao rio, ou ainda outra, no Valdeão em Palença de Cima, propriedade das suas filhas que deixaram parte em doação ao convento de São Paulo de Almada, onde a família viveu , sendo juiz de Almada. Aos 60 anos escreveu a Peregrinação demorando 10 anos a compilar e aqui faleceu.Há quem defenda que escreveu as suas memórias numa destas quintas ou de Vale Rosal na Sobreda (?).
Não sei se o nome da quinta  Pena-Joía é o primitivo. A fazer fé na minha criatividade julgo será mais recente por nela terem encontrado um "broche em oiro" por isso jóia, em formato de pena...
Sei que me diverti e muito nesta grande aventura!

Fontes
http://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2014/04/palenca-de-baixo.html
Wikipédia 
www.skyscrapercity.com 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ruínas do Carmo e o seu Museu Arqueológico

Avistei obras nos terraços do Carmo em revitalização pelo arquiteto Siza Vieira
Entrada ou saída do elevador do Carmo
No redor das Ruínas do Carmo escavações arqueológicas, na frente sepulturas
Flores de jarancandá...azuis...
Incrível uma escavadora no recinto sendo que por baixo são lojas...Ana Salazar e outras
Ruínas do Carmo, correspondendo à antiga igreja do Convento de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo, fundado em 1389 por D. Nuno Álvares Pereira.O antigo templo do gótico final, um dos maiores e mais importantes de Lisboa, foi gravemente danificado com o terramoto de 1755, seguido de incêndio
É possível que a ruína do Convento do Carmo e do vizinho Convento da Trindade, aquando daquele terramoto, esteja na origem da expressão popular "Cair o Carmo e a Trindade".
Museu arqueológico das Ruínas do Carmo

O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3500 a.C. - 1500 a.C.).
O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches (início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico túmulo do rei D. Fernando I (1367-1383), transferido de um convento em Santarém para o museu. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII (talvez  D. Afonso Henriques), além de peças romanas,visigóticas e até duas múmias  de crianças peruanas  citando http://pt.wikipedia.org/
      
O túmulo do D. Fernando vandalizado, não sei em que altura, invasões francesas(?)
Há poucos anos foi descoberto a tumba subterrânea onde esteve sepultado o fundador
Pesos em cerâmica, os da frente são pandulhos de Alhandra, e o de trás talvez romano, a legenda em baixo não está correcta...
 
Ídolos de cornos também designados por suportes de lareira (trempes). Os primeiros que conheci diferentes muito afunilados no Museu de Setúbal e no Louvre um compato com 3 pernas como se fosse uma trempe em cerâmica e os pés afunilados.
O meu espanto de ficar de boca aberta...
Na procura do brasão de Armas dos Valentes...debalde não o encontrei deve andar perdido pelo Maciço de Sicó...


               
Uma réplica da espada do Condestável
Entrei com o bilhete de reformada pelos cabelos alvos, sei que saí mais rica!

Seguidores

Arquivo do blog