sexta-feira, 24 de março de 2017

Poesia a Maças de D.Maria

No cimeiro altaneiro de Maças de D.Maria onde em dia de vento sopra a nortada da Lousã agreste e fria  e das serranias de Pedrogão o suão em tempo de verão, terra onde se respira ar puro que dá vida aos pulmões e acalenta o coração. Por aqui as mulheres em meados do séc. XX ainda usavam capas com carapuço, julgo lhes chamavam "capuchinha", a lã era tecida muito densa para o frio e a chuva não entrar quando andavam a trabalhar no campo e no pastoreio , só usavam chapéus de chuva para ir à missa e à vila.
Paisagem a nascente com a fachada do solar e a capela dos Pimentéis Teixeira
Alegrar o espírito com a história verídica de um médico que se apaixonou pela vila de Maças de D.Maria no concelho de Alvaiázere, a quem dedicou poesia em homenagem às Cinco Vilas, Ansião e claro a todos!
Por ter sido exposta sem qualquer foto na Página do Facebook apenas teve 17 "gostos"...Nitidamente empobrecida, por isso a necessidade de aqui a retratar em dignidade viva em perpétua aleluia.

Citar excerto Livro “Turbilhão de Veleidades de Alfredo do Rosário Rodrigues 
https://terrasdaribeirinha.wordpress.com/…/terrasda…/page/6/

"O Dr. Alfredo natural de Lisboa costumava deslocar-se com a família do Alentejo até Oliveira do Hospital para passar o Natal com os familiares da sua esposa. Numa destas viagens reparou numa placa indicativa de Maçãs de Dona Maria. Diz o autor: “Foi neste caminho que me despertou a atenção uma placa misteriosa, evocativa de um segredo qualquer, a merecer talvez o desvendar de alguma lenda ou a descoberta de um conto de fadas. A placa dizia Maçãs de D. Maria …
Por altura de um desses Natais tinha surgido, nos jornais, um anuncio a pedir um médico para a Casa do Povo de Maçãs de Dona Maria. Após a visita de Natal, e de regresso ao Alentejo, passando o Pontão, rumando a Tomar, o autor acrescenta “… ali na baixa da Venda Nova, junto às minas de gesso do Manhoso, logo num cabeço acenava Maçãs aos passantes da estrada real e não resisti a subir a ladeira, cheia de cascalho solto e curvas enfadonhas.
Chegando ao povoado, parei no Armazém das Cinco Vilas e o senhor Bernardino Alexandre ensinou-lhe onde era a Casa do Povo.” Aqui falou com o Presidente da Casa do Povo, o senhor António Cirilo, sobre as condições oferecidas à função de médico na Instituição e continuou a viagem de regresso ao Alentejo. Durante algum tempo ficou a pensar no assunto, foi a insistência do senhor Cirilo, e a possibilidade de encurtar a distância no Natal do Alentejo a Oliveira do Hospital que o levou a aceitar o lugar de médico em 1963. Ora, o que à partida seria um ponto de passagem para terras mais a Norte, acabou por se tornar a sua terra de adopção.
O Dr. Alfredo Rodrigues ficou enfeitiçado por esta Vila de Maças de D.Maria porque, como diz ”… há sonho, há vida, há magia. Magia que vem, se calhar, daquele fio tão leve e tão forte unindo esta vilazinha aos meandros amorosos de Sancho I e Maria Pais, a Ribeirinha dos trovadores, a Maria das belas maçãs rechonchudas a encantar olhos medievais de Cavaleiros da Távola Redonda. Tanto que seduz, prende e perdura “per omnia saecula saeculorum”!
Isso me reteve. Por isso cá estou …
Faleceu em 2003 em Maças de D. Maria."

Poema “Sol-Posto em Maçãs” 
Escrito em 1992, um bonito poema de homenagem à terra de sua eleição
Maçãs de Dona Maria, no concelho de Alvaiázere.

O Sol esconde-se ali atrás
da serra da Nexebra.
Bola a arder, parece que faz
em chamas
o verde pinhal da encosta
e a visita, encantada, gosta
de olhar como a luz escorre,
numa alegria,
a cair no vale
de Vendas de Maria.
Aqui Maçãs, no alto,
soprada do vento
que assobia um lamento
de sobressalto,
sentinela do sol-posto,
com raios difusos
a bater-lhe no rosto,
é sonho dormente
que pensa acordar,
sonho real que não sente
desejo de se afundar.
A terra palpita por viver,
sente-se estremecer.
É vendaval da vida,
a luta corpo a corpo
movida a fio de espada,
a guerra não perdida,
combate por um sopro,
vitória conquistada.


quarta-feira, 22 de março de 2017

Amo-te Lisboa no hábito de caminhar os netos ...

Semanalmente vamos uma vez a Lisboa de um modo geral gostamos de ir à terça para de manhã desfrutar da Feira da ladra, sempre por caminhos alternativos a rever novidades e obras.
Cais de Santarém ainda obras e arqueologia
 
 Palácio Dona Rosa em Alfama como era e como está!
O Arco do Palácio da Dona Rosa
Subida das Escadinhas do Arco da Dona-Rosa

 Interessante após o terramoto o prédio na esquerda se adoçou à fachada da capela 
O sítio da Capela e a escadaria lateral do palácio
Citar http://aperscrutadora.blogspot.pt/2010/03/morreu-o-palacio-da-dona-rosa-alfama.html
"É conhecido por «Palácio da Dona Rosa», "cujo fundador se desconhece" (nota da JF de Santo Estêvão). Um olhar mais atento à fachada exterior do 139 da Rua dos Remédios deixa antever que, no sec. XVIII, ostentava notória beleza arquitectónica. O Palácio assenta sobre uma casa nobre quinhentista que terá pertencido a Luís de Brito Nogueira, senhor dos morgados de S. Lourenço, em Lisboa, e de S.to Estevão, em Beja. Por casamento, o Palácio entrou para a casa dos Viscondes de Vila Nova da Cerveira, e Marqueses de Ponte de Lima, título outorgado ao 14.º Visconde. Igualmente por casamento, juntou-se aos bens dos Marqueses de Castelo Melhor. Em 1883, a Capela de Nossa Senhora da Conceição estava ainda incluída no distrito da paróquia de Santo Estêvão. A cruz e os pináculos que coroavam a fachada foram retirados. O púlpito e o tecto de masseira com pinturas em tela foram transferidas para uma igreja em Alhandra, ficando apenas com os azulejos barrocos das antigas capela e sacristia. Em 1889 existiu ali uma taberna. Do portal principal, flanqueado por dois grandes vãos de janelas gradeadas, acede-se ao pátio nobre que, por sua vez abre sobre um logradouro: o “Pátio da D. Rosa”, transformado na década de 1930 num conjunto de habitações para famílias pobres. Um interessantíssimo exemplar de casa apalaçada urbana de meados do século XVIII, sobretudo pela articulação dos dois corpos da fachada (habitação e capela) através do Arco D. Rosa e Escadinhas do mesmo nome. Há um mês ruiu uma parte. Um incêndio deflagrou hoje. Mais uma parte da história de Lisboa que se perde. Vejam-se quem são os proprietários, e, já agora, façam-nos um favor: procedam em conformidade!"
Finalmente em restauro,na capela não enxerguei azulejos...Não registei foto por causa dos tapumes.
Interior do Palácio em 2104 quando começou o seu restauro
Subida das Escadinhas do Arco da Dona Rosa
  
  Beco dos Paus
Vista sobre o Tejo
  Rua dos Corvos
 
 
 Largo do Outeirinho da Amendoeira
Contornar o alto paredão que suporta o Convento da Igreja de S.Vicente de Fora 
De notar sendo antigo se mantém firme porque a sua frontaria tem imensos buracos de escoamento de águas, caso que o paredão na Graça não tinha, por isso ruiu...Pior os teve no passado e obras de restauro os taparam. Afinal os antigos eram mais sábios que os de hoje...
 
 Slogan pintado no muro
 Remate do paredão com o caracol típico da arquitetura portuguesa
 Vista sobre Alfama com a Igreja de Santa Engrácia
 Construção ao jus romano em lajes de cerâmica com dois pilaretes em pedra a ladear a entrada
e lápide em pedra esculpida com três conchas de vieira e seta indicando o caminho de Santiago (?) com a data de 1825
 Recinto a sul da Feira da ladra, uma bela chaminé
Música ao vivo
 Olhares ao acaso dei conta deste placard   com a matrícula AMO-TE LISBOA
Estaminé de chão um casal feirante de etnia cigana
Um relógio de sol, jamais devia ter saído do seu local primitivo onde foi encastrado em 1841.
O almofariz em mármore foi com muita certeza pertença de um convento(?).
 
Albarda de um burro enfeitada com pompons em policromia berrante carateristica do Algarve e uma Mó em barro
Ou almoçamos fora ou em casa da nossa filha 
Dou corda aos sapatos na tarefa de engomar a roupa, mal acabada vamos buscar os netos ao infantário. Março a primeira vez que os trouxemos a andar, não levámos o carrinho. De mão dada, alegres motivo que deu satisfação a todos os que passaram por nós, de facto as crianças são o único motivo que faz os anónimos tabelar conversa e sorrir, seja de que idade for e etnia.
Escolhidas as fotos com os netos onde se mostram pouco explícitos
Para os convencer que não havia colo aliciámos passar pelo jardim.
A Laura mais nova um ano comanda a marcha.
Portaram-se bem. Mal chegados a porta abraço de tarefa cumprida, afecto que a avó ensinou.

O Vicente com os meus óculos e bigode, não se quis vestir de chef de cozinha, adora tachos e panelas, só pós o avental e o chapéu logo o tirou...  A Laura vestida de flor

Na semana seguinte de novo para não se esquecerem...
Pararam  a resmungar, o Vicente não lhe conseguia segurar na mão porque a manga do casaco da Laura é comprida...Tive que a dobrar.Só a Laura de vez em quando por ser ainda pequenina o meu marido a leva ao colo.
 No jardim os dois no escorrega
 Na rua a conversar com uma senhora que estava na janela
 Em casa depois do banho o Vicente gosta de ver livros e de pintar
 
No Dia do Pai fizemos a meia maratona da ponte para nos encontrarmos no Jardim Zoológico Onde desfrutaram de um belo ambiente verdejante com sol muito acolhedor

 Surpreendidos com um belo exemplar de uma ave lindíssima, um pavão
 

A 3ª vez o Vicente desceu a escadaria do Infantário e fez todo o caminho sem nunca pedir colo. Uma vitória. 
 
 A frase mais gira do dia do Vicente - DEIXA ESTAR...


Fontes
http://aperscrutadora.blogspot.pt/2010/03/morreu-o-palacio-da-dona-rosa-alfama.html
cidadanialx.blogspot.pt/2014/10/palacio-de-dona-rosa-em-alfama-espera.html

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