terça-feira, 6 de maio de 2014

Óbidos em estreia na feira de velharias

Aconteceu no feriado  do Dia do Trabalhador .
Francamente saí satisfeita, as vendas embora fracas se saldaram pela positiva. 
Apareceu gente simpática, um visitador habitué dos Blogs, o Dr João Ferreira : dos meus: Lérias e velharias e do Coysas; Arte e livros da Maria Andrade e Velharias do Luís Y -, com quem tinha travado conhecimento à mais dum ano nas Caldas da Rainha -,  pelo imprevisto de um belo aperto de mão, em força como gosto e sinto deve ser dado, pela emoção, e pelo porte garboso de cavalheiro, simpático, afável, revela cultura enciclopédica, no desejo de desanuviar  (?) se derrete em delícia  no que publicamos...
O calor fez-se sentir, houve gente que levantou ferro antes de pagar porque não se estrearam, um outro de Mercedes só se estreou na venda nas peças que  logo pela manhã namorei no seu estaminé.As feiras de velharias em Portugal deveriam ser regidas por lei estadual e jamais por conceito Camarário, Juntas de Freguesia ou Associações várias -, embora nelas encarregue a incumbência de as fiscalizar, orientar e manter na regra da tabela de regras, isto porquê? Se os feirantes correm o País de norte a sul -, o certo seriam as normas  e clausulas serem tabeladas regidas numa única norma, assim todos saberiam como atuar, sem haver quezílias, muito menos atropelamento de gente que se acha mais esperta que os demais -, os novatos, os tímidos, os que não tem maldade, "sem eira nem beira" neste agora a vender qualquer coisa para seu sustento sejam  migalhas, ainda acreditam na boa vontade, mas ele há gentalha invejosa e maldosa  em tudo o que é sitio, sem humanismo algum!
Este mês na Figueira da Foz apareceram feirantes que nos últimos 5 e 4 meses faltaram, no entanto abancaram nos seus lugares de antanho, e deles não arredaram pé de olhar altivo, fazendo sentir a todos que eram senhores do espaço dantes ocupado e não deveria ser!
Um feirante uma vez coletado com o CAE de VELHARIAS pode abancar na feira que quiser, se para tal houver lugar disponível, ou boa vontade do organizador lhe arranjar um canto, para não perder a viagem e se ir embora em branco...
  • Em Leiria o Sr. Joaquim nunca deixa ninguém sem lugar.
Atendendo a emponderáveis dos ditos responsáveis organizadores e cobradores, lamentavelmente constato  que cada um se rege por si próprio, ou coisa que o valha -, numas terras a espera faz-se até às 8,30 e noutras pelas 9 H para auscultar a presença dos vendedores fixos, que em caso de não se apresentarem serão os seus lugares atribuídos aos que entretanto se inscreveram por ordem de chegada...O certo!
Há quem faça desaparecer as listas de presenças que começa de madrugada em Algés e Paço d' Arcos...
Há atropelos nas grandes feiras com gente que se inscreve e aos amigos sem estar presentes, enfim imensas faltas de respeito.Há muita desordem de regras, e malvadez, quando seria fácil todos se regerem por apenas uma lei desde que fosse bem feita.Os critérios das faltas  presenciais deveriam ser aplicados a partir da 3ª falta consecutiva com  a perda do lugar fixo em todas as feiras.As feiras deveriam ser gratuitas ou de taxa paga igual pelo metro quadrado, marcado no terreno e jamais o espaço  " medido a olho" e  sempre de recibo passado. Na Figueira da Foz cobraram o espaço a olho -, e nada de recibo passado, para quem vai a receita? Fácil seria se fazer em exel uma estatística dos feirantes por ordem alfabética e assinalar  presenças e faltas  com  aplicação da coima-, a perda do lugar fixo.
  • Os feirantes deveriam avisar atempadamente a sua presença como se faz na feira de Belém e da Avª da Liberdade e outras.
Óbidos sendo uma sala de visitas turística do Oeste com o seu faustoso e grandioso terreiro da entrada que se abre depois do grande arco do aqueduto deveria ser a meu ver reestruturado por arquiteto paisagista que nele apostasse numa  melhoria significativa de todo o espaço englobando os parques distribuídos na envolvente dando prestígio  emblemático à muralha monumental que mal se enxerga .
Premente seria a aposta na terraplanagem  que nivelasse os três espaços: parque de estacionamento junto do Posto de Turismo, antigo estacionamento no patamar abaixo onde se desenvolve a feira, e o terreiro em terra batida dando ao aqueduto lindíssimo, a visibilidade de grandeza e beleza que bem merece.As árvores depois de podadas podem ser sempre trasplantadas com uma retroscavadora.
As casas de banho escassas, sem manutenção, ou pouca, se apresentavam pela tarde depois de muitas presenças de excursões de cheiros nauseabunda, ora os ambientadores de cheiro são baratos...
Desnível do parque a norte com o prostrado a sul cortado pela estrada para a entrada da vila -, esta, deveria ser anulada e desviada para junto da muralha ao lado do Cruzeiro da Memória.
A ideia passaria por ser abrangente em delinear  no grande espaço uma visão futurista, e nele contemplar: parques de estacionamento para carros, autocarros, galeras de cavalos, feiras de artigos da região, artesanato, velharias e outras iniciativas de índole turística como a feira medieval e a do chocolate.
Deveriam apostar numa nova variante logo na primeira rotunda da saída da A8 na direção do fim do aqueduto que circundasse as Bombas de combustível e do jardim  relvado na direção da muralha  no enfiamento do Cruzeiro da Memória na direção da vila.

Desse modo o terreiro e os parques de estacionamento livres da estrada atual se revelariam de muita potencialidade futurista nos vários eventos a acontecer. A Camara deveria apostar em pessoal no Fundo de Desemprego para manter a limpeza da mata na 
envolvente das muralhas que se apresenta densa sem podas...
Matagal o que parece tal como no costado a nascente do aqueduto! 
Aposta no requinte turístico de bancas  propriedade da autarquia,  todas iguais com toldo para chuva e calor tal e qual como na feira de Belém, sendo os estaminés de ferro velho prostrados nas pontas, por o stock ser maior ainda assim ordenadas.
Alargar o Posto de Turismo com mais efetivos para organizar os eventos e as presenças dos feirantes que  deveriam avisar  antecipadamente via telefone ou email até à véspera do certame .No caso a D. Graça, uma graça de senhora de estar calmo e atento, desempenha cabalmente a sua função.
Estranho será pensar -, turista que venha de um País de cultura superior à nossa sinta na pequenez deste nosso Portugal  à beira mar plantado neste século XXI  a mesma pequenez tacanha na falta de visão e criatividade, que poderia ser de grandeza, acrescida sobretudo na panóplia de  regras sem regra, que colidem nas feiras que decorrem no País -, em abono da verdade já deveriam estar regradas por lei estadual, sendo aplicadas com zelo em todos os certames e não dispares, fato que só baralha feirantes e confere uma má imagem aos que chegam de fora.
  • Em Estremoz o fiscal disse-me em alto e bom som  " não volte cá sem autorização da Camara", com imensos lugares vazios...Falta de polimento no atendimento que deveria ser personalizado.
  • Por demais sabido os bons arquitetos, engenheiros e outros sábios para opinar, delingenciar, fazer bem feito!
Os turistas nos Jerónimos deparam-se com uma feira ordenada de bancas todas iguais, vão a Óbidos e constatam que o recinto da feira se apresenta em parte atrolhado de pedras grandes de brita de calibre de calhau, estranhamente se estende pelo relvado do jardim até às Bombas de gasolina...
Pior parece uma feira da ladra, da parte da tarde apareceu uma euzinha dona do seu nariz que pôs um estaminé no chão de roupas usadas a 50 cêntimos...No relvado desfiles de roupa, sapatos, malas e ferro velho.
Convenhamos que sendo zona de grande potencial turístico deve haver enquadramento dos artigos a vender.
Apresentou-se uma feira nada ou pouco proativa numa parouvela plantada, quando poderia ser grandiosa!

O patamar do estacionamento em cima e a feira de velharias que se desenrola logo na relva do parque abaixo da estrada
A Nazaré  a ruiva vendedora ao lado da sua banca
Peças em faiança que me encantaram na sua banca um prato e uma enfusa
Na banca do Luís do Cartaxo vi este prato motivo cavalinho que me pareceu se tratar de faiança de Coimbra, me convenceu numa troca vantajosa para ele-, levou da minha banca dois pratos Alcântara motivo leques novos, deu-me um em faiança apenas pintado com um filete largo em  azul cobalto...

 Descobri esta jarra de altar das Caldas da Rainha e uma chávena com pires da VA na mesma banca
Reencontrei gente conhecida: "António Bacalhau", Carlos , Isabel e a cunhada Fátima, Josué, Sr Manel e a esposa Helena, o casal Palhais, o Miguel de Coimbra que não me punha os olhos em cima há meses e me teceu um rasgado elogio ao meu novo visual...Outra colega que faz Setúbal, ainda outro tipo hipiee que fez Algés e,...
  • Não faltou  a roulote das bifanas e cerveja fresquinha.
Feiras bem organizadas a melhor aposta para fomentar turistas e compradores na mostra do que é realmente Português, e com sorte encontrar peças estrangeiras fruto da deslocação das gentes e das trocas negociais onde tanta beleza de estórias se mistura com  a história.
Gente visionária precisa-se!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Algés na estreia em glória na feira de velharias

Morosidade infinita na decisão -, teima que perdura no meu feitio a ponderar, no caso em participar na feira sem explicação aparente, sendo que tinha ingresso comprado desde outubro...
Com obras a decorrer no jardim fui nos últimos dois meses à feira como cliente e na terceira não quis deixar de tentar aventurar-me como vendedora. Cheguei em cima das 8 horas e parti ao encontro da responsável do certame para me inscrever. Só a partir das 9 horas é que distribuem as pessoas pelos lugares dos vendedores de lugar fixo que ficam vagos. Pedi ao "António o Igrejinha" para me guardar os caixotes, homem gentil o fez carinhosamente. Nesse entretanto a matar tempo assisti na espera a complôs de gente que se acha mais esperta que os demais-, uma talzinha engalanada a vermelho atendeu o telemóvel desta maneira " então marido como estás?..." nunca apreciei uma mulher dirigir-se ao marido por marido, o certo será o chamar pelo nome, amor ou,...Jamais marido, soa mal, soa a poder imperial, ou coisa pior... 
Querendo manter a audiência dizia à boca cheia aos que a rodeavam  sentados e de pé nos bancos do telheiro " logo quando chegámos partimos o vidro de um quadro enorme,  mas vamos vender assim que  ninguém se apercebe...De riso sórdido pensei com os meus botões, ora ora que chatice assim pensar, se o quadro é grande e tinha vidro, o mais certo é ser uma estampa, deram-me um assim igual em tamanho,de vidro com moldura larga em dourado e recortes parece de Museu com um poster ...
Depois assisti à conversa de par orelha com que enrolou com lábia a responsável para abancar onde queria na companhia dos feirantes que lhe interessavam..." de tal ordem que na demanda da caminhada por ser de passo apressada fui atrás no passo dela e das amigas, a meio caminho dei-me conta que a responsável não vinha connosco, nisto perguntei-lhes por ela, eis que me responde com ares de emproada arrogante engalanada ainda do festejo do Benfica" que eu saiba ainda não tenho cara de responsável, ela ficou lá atrás..." ...
 
Abanquei de estaminé no chão em cima da relva ao sol. Ainda mal arrumado fui sorteada na venda de uma bica de caldo da Lusitânia que no filme "O paciente inglês" logo no início, a enfermeira na tenda dá de beber num exatamente igual em branco com a pega de lado ao médico...
  • Gostei francamente do público nesta minha estreia na feira de Algés, em glória pelas vendas, e pelos conhecimentos.
Falei com o Miguel, o primo das minhas amigas Isa e Manuela Saraiva, na banca tinha um belo  e enorme caspon da fábrica carvalhinho em azul que veio de um antiquário que descontinuou e a filha não quer continuar...

  •  Um belo penico impecável da fábrica do Desterro-, raro na banca do Miguel!

O Blog do Lérias e velharias  proporciona-me travar amizade com muita gente que me encanta, e se encanta com as minhas estórias neste mundo da faiança...Ontem mais um seguidor me reconheceu, falamos sobre porcelana da China, ainda me deu umas dicas sobre um Mandarim. Em demanda na volta pela feira de regresso me veio agraciar com um pratinho em ocre e preto no motivo Cantão Popular -, palavras para quê, são atitudes destas que nos deixam deslaçadas sem palavras, e com vontade de continuar.
  • Como se não bastasse mais tarde deixou um comentário que me deixou novamente sem palavras...
"Fui hoje a Algés na busca de uma tacinha chocolate da Companhia das Índias e acabei por comprar uma série de coisas sem ter encontrado aquilo que efetivamente queria. Nesta minha demanda tive o prazer de conhecer pessoalmente a autora deste excelente Blog cujo título é de facto curioso e oportuno e que nas Lérias se aprende e partilha conhecimentos e experiências que de algum modo nos faz querer comprar e por vezes vender para voltar a comprar sem que disto se viva, mas como um complemento, e um passatempo que não é mais do que colecionar história e histórias. A Maria Isabel é uma pessoa com uma larga experiência no que se refere às faianças e tenta saber o máximo possível e ao partilhar aqui no seu Blog os seus achados é sem sombra de duvida alguém que em muito tem contribuído para um estudo mais profundo da faiança portuguesa.
Eu como disse gosto muito das peças que encontro mas por vezes conhecer as pessoas e as suas histórias são experiências deveras gratificantes. Parabéns e obrigado por tudo o que tem tentado partilhar. "

A minha resposta "Caro Eduardo muito obrigada pela cortesia da visita e dos ternos elogios que me deixaram deveras sensibilizada com as suas eloquentes palavras, de todo imerecidas, apenas me sinto aspirante e entusiasta neste mundo do conhecimento e aprendizado da faiança.
Contudo sou teimosa, gosto de aprender e de partilhar o que sei, sem jamais ficar com trunfos na manga.
As feiras, e este Blog do Lérias tem-me dado alegrias entusiastas pelas pessoas anonimas que chegam até mim e se tornam no tempo amigas e cúmplices neste gosto simples, alegre com estórias e muita história.
Mas foi o Eduardo que ontem me surpreendeu pela positiva e deixou deslaçada nas palavras com a oferta de um pratinho em motivo Cantão Popular pintado a duas cores:ocre e preto , raro, por ser habitual apenas o azul. Deixou-me sensibilizada porque parece se está a tornar um hábito, do mesmo jeito o conhecimento em Alcochete, a Cíntia me reconheceu do mesmo modo igual, foi a casa e me ofertou uma travessa que fora da avó...Bem haja Eduardo pelo tempo, pela conversa, pelo carinho, e sobretudo pelo gesto amigo e fraterno que senti ser homem de bem, simples, como se a nossa amizade fosse de sempre. Obrigada pelo deferimento com que me distingiu. Alguma dúvida ou apenas conversa, use o email se quiser."
Pratinhos de oferta do Eduardo e do meu marido noutra feira


Inusitadamente ao meio da manhã  travei conhecimento com  a bela Dulcineia de Cervantes-, mulher felizada de aparência bela, com a sorte do atributo no BI deste nome fascinante, cariz moreno e trintão aviado, sendo o seu D.Quixote homem romântico, gentil e obsequiador a agraciou com um belo prato de grandes dimensões em faiança de Coimbra pintado a azul no momento que cheguei à banca do Luís Sobral,  precisamente para o analisar  a seu pedido que antes fizera ao meu marido. Depois do meu rasgado elogio ao prato e à gentil oferenda me confidência que na véspera lhe comprara outros dois, até me ficou de me enviar as fotos. Mais tarde ao falar com o colega a quem viria a comprar um pratinho, a quem teci elogio pela oferta de boa faiança no estaminé, me confidência que na véspera  tinha vendido dois belos pratos, um com o S. João...Acaso falo dos mesmos?


Em segundos vibrei no sonho que paira em gente bonita, de ar doce, sensível e enamorada " os começos são a parte melhor dos romances"...
  • Bonito seria todas as mulheres deviam ter o seu  D. Quixote...
No Blog do Lérias tinha este comentário  "Adoramos o seu blog e os seus comentários elogioso. Brevemente enviamos fotos dos pratos de Coimbra com o S João Batista. Bjs Dulcinea e D Quixote"

Amei,porque  é gente assim simples, que não tem medo das palavras e das ações de afeto que me frascinam!
Não me posso queixar, o meu  D. Quixote presenteou-me em final de feira com este prato Sacavém em azul, para lembrar a travessa igual em oval grande que nos foi roubada de uma casa .



Tirei parte do lucro da venda da bica de caldo que comprei na feira de Figueiró dos Vinhos de laivos azuis que vendi ao colega Maia com perto de 80 anos, destemido na arte negocial, gostava de ter a fibra dele, mas nisso sou mais apagada, um dia destes vai para casa de um colecionador.


Ora tudo para não desfraldar a minha Dulcineia na compra de um prato com o pintassilgo empoleirado num belo ramo muito colorido, alegre, uma graça e de peso levíssimo, evidencia fabrico do norte(?).


  •  O estaminé de chão do colega onde comprei o pratinho tinha inegavelmente boa faiança.
  • Há quatro meses vi algumas destas peças na feira de Estremoz -, a taça oval na frente  às reservas em azul com flores só foi  vendida no domingo...
Travei conhecimento com dois homens maduros sendo um deles meu colega bancário a quem perguntei os nomes, mas sendo o dia recheado de tantas descobertas me esqueci levianamente...O que lamento, porque na verdade  se trata de dois homens cultos, de muita boa formação, que sabem ouvir, estar e de boa conversa. Francamente adorei conhece-los, se mostraram homens amantes da faiança portuguesa, o mesmo gosto na cumplicidade e na partilha de saberes, por serem cativantes, apesar de um se mostrar mais tímido, ainda assim de belo sorriso, simpático com muito bom gosto. Fiquei a imaginar a coleção...
Delirei a avaliar pelos sacos de compras...
    Bela terrina possível Caminha(?) na banca do André
Passeava-se pela feira um deputado da Assembleia da República da faixa política de direita, sobejamente conhecido, ainda assim vaidoso desfilava com a sua compra -, uma bengala com pega em prata...
  • Apresentei-me no meu estar habitué ora de boina ora de chapéu de aba larga porque o sol aqueceu!


Os meus colegas das redondezas pouco ou nada faturaram...Os ouvi a lamentar!
Ao meu lado instalou-se um hippie de meia idade, de carnes franzino, desdentado, farto bigode e de cabelos a imitar palha e ao lado uma mulher com meia duzia de peças que as pensava vender antes do almoço,  nada faturou  outro remédio não teve que se ir embora dando duas peças esbeiçadas ao colega. Da parte de tarde ao ser abordado pela polícia para mostrar o cartão de feirante e não o tendo, ouviu sermão e missa cantada com a ordem de levantar a banca, se não levava coima...Pois também tive de mostrar as minhas credenciais...
  • O policia falou como gente que sabe o que diz, de voz firme, parcas palavras, as certas, ditas com autoridade, valeu a pena assistir pela disciplina e formação na defesa do certo!
O pobre diabo depois de arrumar o espólio por não ter espaço, fico-se na estreia de uns minúsculos bonecos de plastico, quis deixar na minha banca uma  malga de Sacavém das últimas, a mesma que a outra mulher de manhã lhe tinha dado, ficando com o bule minúsculo das Caldas...Já a amiga que entretanto se encostou a ele para vender artesanato se mostrava "infeliz pelo marido a ter deixado entalada nos bancos e..." o hippie de falar farfalhudo pelo tabaco e falta de dentes dizia " ganho dinheiro a fazer cinzeiros de latas, porque gosto, assim as pessoas não sujam o chão e combate-se a poluição..."
  • A minha melhor feira de sempre!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Comemorar 40 anos do 25 de abril aperaltada de vestido

O destino era Óbidos, não fosse o pingo no nariz do meu marido se mostrar irreverente, homem muito sensível,  sendo a Costa de Caparica o destino mais acertado.
  • Junto do portão da garagem encontrei na calçada um cravo vermelho de caule pequeno que logo apanhei e com ele desfilei na bolsa vermelha e depois orgulhosa na cabeça...
  • O cravo vermelho o símbolo da liberdade que abril trouxe a Portugal!
Lembrar Salgueiro Maia o  militar de 29 anos, perfil vincado no orgulho da farda que vestia, determinado e de confiança " o isco, o faz tudo, pau para toda a colher do mentor da Revolução" -, Otelo Saraiva de Carvalho. 
Capitão quase desamparado na defesa da Revolução saiu de Santarém com comandita de tanques rodados, pequenos -, os panares e arrelias com avarias e desconhecimento do transito na capital -, é sabido que andaram por ruas de sentido proibido...
O  êxito da coluna no Terreiro do Paço teve a sorte do atraso da Fragata Gago Coutinho que saíra nessa manhã  para integrar as forças da Nato e voltou ao Tejo sob ordens do governo  para se  fundear em frente do Cais das Colunas -, não fosse o 2º comandante com 27 anos ter dito NÃO ao comandante de 50 anos, e a sorte do apoio de colegas, por isso não disparou -, tão pouco sabia dos obuses vindos de Vendas Novas estacionados no Cristo Rei para a abater, que se deixaram quedos -, no entretanto apareceu a 7ª cavalaria da Ajuda do lado do governo onde se destaca o grande vulto então alferes, que também não obedeceu ao comando do comandante para disparar, e os militares o acompanharam na mesma sorte de nada fazerem contra os colegas de cavalaria de Santarém e por fim a aviação a pedido dos militares não interviu...
  • Por isso não houve tiros nem mortos entre militares!
Exposição no Largo do Carmo
Extasiada a ver os painéis
Salgueiro Maia, homem pequeno de estatura, mas forte na garra lusitana, armado de megafone nas mãos no Largo do Carmo ao lado de um tanque apontado às instalações do quartel da GNR onde se tinha refugiado o Marcelo Caetano...Houve uns tiros contra a fachada do quartel para o assustar, e na deixa resignar, o que aconteceu, saiu para o exílio...
Cenário que assisti a preto e branco na televisão  à hora de almoço em casa dos meus pais, perplexa com pessoas empoleiradas nas árvores do Largo...
Para meu espanto não havia ação, sangue, só gritos de ordem e cravos enfiados nas espingardas... 
  • Grande castração que se vivia até àquele dia e do mundo pouco, quase nada, se sabia!
 
  • Na Pide é que houve tiros contra civis, alguns mortos e muitos feridos.
  • Salgueiro Maia herói de Abril  não deveria ter sido desterrado para os Açores... 
Para mim o MAYOR MILITAR DA REVOLUÇÃO, O MAIS INTEGRO, NÃO QUIS HONRAS, NEM VAIDADES, MUITO MENOS ESTATUTOS TÃO POUCO RIQUEZAS...
  • Não merecia ter desaparecido por doença tão cedo desta vida.
Muitos dos colegas da Revolução supostamente com boas intenções adquiriram (?) a herdade  comprada após o 25 de abril pelo genro do Aristóteles Onassis  na zona de Odemira, que mais tarde abandonou e foi totalmente saqueada de todo o espólio, atualmente explorada com grande sucesso e modernismo na cultura de morangos para venda no estrangeiro, o que estranho é os meandros como foi adquirida, justo por homens de revolução, deixa-me a pensar!
  • Na Costa não havia hoje feira de velharias, antes só artesanato, este Presidente da Junta não é para brincar...
  • Pouca gente na Costa, ainda era cedo e a noite deveria ter sido de festa...
  • No paredão havia uns a andar, outros de bicicleta, e muitos no mar a surfar, decorria um campeonato para jovens.


  • Em gente nenhuma senti espírito de comemoração da revolução de abril, ninguém se vestiu a preceito, ora ele há dias e dias, e o 25 de abril sendo de festa da liberdade todos se deveriam engalar -, na minha opinião, eu sim fui de vestido e nenhuma outra assim vi...
Apesar do meu marido me ter perguntado "onde arranjaste essa saia e blusa...
Claro que me saltou a "mola" e falei, falei...
  • Encontrei a minha cabeleireira , caminhava com uma amiga, e se deslumbrou com o penteado ainda durar depois de uma semana...
  • Chegada a casa o cravo ficou no hall numa bica de Sacavém...
  • Ora  vaidosa para mais tarde recordar prestes a comemorar 57 anos na desportiva, alegre e muito bem comigo, apesar de saber que a vaidade sendo exagerada é negativa -, mas que fazer se gosto de self da minha pessoa...
  • Self com o meu marido...adoentado!
  • Viva a liberdade!

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