O Lugar dos Matos, foi escolha no cimo de um outeiro, com a chegada de clãs judaicos, com menção na centuria de 500 a par do Escampado de Calados.
Avistava o movimento do corredor romano/medieval nos Empiados do Caminho de Santiago de Compostela e aos pés no Barranco passava o corredor romano/medieval de sul de Almoster, Sarzeda e Escarramoa para o Vale Mosteiro.
Sito no termo sul de Ansião. Foi a falta de água a condicionar nos meados do séc. XX, o seu abandono.
A Venda do Negro, em tempos idos se chamava Venda dos Negros, dos genes herdados dos mouros do norte de África, cuja descendência ainda persite em tez trigueira, pele macia, lusidia, olhar castanho escuro e cabelos encrespados...Nos Matos pelo menos persitem na familia de apelido Mendes!
Como já mencionei o que ditou a desertificação da aldeia dos Matos e da do Barranco foi a falta de água. No Vale Perrim, o poço de Acúrcio Monteiro, a poente do Carril, com água do aquífero do Nabão, abastece a Fonte da Lagoinha, no Pinhal, onde o povo ia buscar cantaros de água.
A ruína
O tabique
Ruinas de outars casas mais antigas
Esta aqui sepultado e talvez os pais."
Com vizinhos que viviam mais abaixo, meu pai, e o primo Álvaro.
Tias Emília de Jesus e Gracinda Simões
Minha tia Emília, minha tia Gracinda, minha prima Marieta com a filhinha Ana Lúcia, o meu pai e eu ao colo.
Na frente da capela de S.Mateus o meu pai Alberto Simões, meus primos António Santos, Álvaro Simões Abreu e o vizinho
Fica esclarecido que os seus avós teriam recebido esta casa de herança ou por compra.Na verdade a casa data dos primórdios de 1700, a capela ostenta a data de 1740 e quando foi instituída por esta família do padre Jorge já ele contava 28 anos, o que equivale a dizer que nasceu em 1712.
Um dos problemas de quem emigra, a futura herança fica por receber ao Deus dará e pelas vicissitudes várias da vida ao não lhes ser favorável voltar a Portugal, muitos acabam por os perder porque outros se apropriam deles por usucapião....
As poucas vezes que visitei o Lugar dos Matos foi a pé
Mas recordo a última há anos quando procederam à abertura do novo caminho pelo tardoz da capela na direção a norte, à Lagoa da Ameixeira e Vale Penela. Estacionei o carro da minha mãe e aventurei-me a entrar nesta casa por ter a porta aberta onde distingui vestígios do parco mobiliário ali deixado com arcas de pinho e cama de ferro. Nesta casa viveu a última moradora neste Lugar, Isaura, mulher triste e abnegada teria sido ludibriada por artes do diabo pelo namorado de Albarrol, e o seu querido filho, o Zé, só foi reconhecido pelo pai biológico recentemente, a fazer fé no ditado popular " mais vale tarde que nunca" até ouvi dizer que este filho, o Zé da sua tenaz têmpera obstinada para o trabalho, o pai lhe deu sociedade nos negócios, o considera um verdadeiro filho, que o é!
Mas antes a pobre e triste mulher deixou este Lugar dos Matos em idade cansada para se casar e ir morar para outro outeiro, o Alqueidão, hoje está num lar não sei se ainda dona das suas faculdades para receber esta boa noticia da paternidade do seu querido filho...
Atualmente a casa da família do Padre Manuel Jorge, onde viveu e depois os avós e pais da Adelaide
Gentil partilha de Maria Adelaide Mendes Simões "Veja só, tudo começou com um link que eu vi no facebook sobre uma caminhada.As pessoas passaram ao lado da Capela do São Mateus e aparecia um pedacinho da frente da casa, fiquei toda arrepiada, me emocionei muito e fui procurar no Google, o que vi me deixou muito triste por ver os meus primos deixarem tudo se acabar. Por favor Isabel não quero perder contacto consigo, porque sempre vejo alguma coisa da minha Terra. Eu vi o que você publicou e chorei muito, pois amo cada pedra , cada árvore, morro todo dia um pouquinho com saudades e vontade de viver aí , mas não posso infelizmente.Você não imagina o bem que me fez. Nasci no Carrascoso, mas meu pai era dos Matos. A família dele morou nessa casa. Só que essa casa era do meu avô, Manuel Simões. Nela nasceram meu pai e meus tios. Meu pai, Alberto Simões, nasceu em 1922. A minha avó chamava-se Maria de Jesus Duarte, mas os irmãos dela tinham o sobrenome Tojo, tinha um vizinho Moreira que andava sempre às turras com ela por causa da água do poço. Vim para o Brasil com 5 anos. Os Cancelinha de Albarrol são família da minha avó, mas a minha avó era natural do Ribeirinho (e os Cancelinha também de onde partiu para Albarrol por casamento). A casa, as terras são da família Simões. O meu tio António ainda vive no Carrascoso. Minhas tias e meu pai já faleceram. Para o Brasil vieram dois. No Casal das Pêras, vivia a minha tia Ana da família Mendes que tinha um tear. E o correeiro casado com a Oliva era primo do meu pai. Havia uma família no Carvalhal que eram primos da minha mãe. A senhora se chamava Jesulinda, um filho dela se correspondeu comigo muito tempo na década de 70 , ficava perto da casa da Olívia. Sabe Isabel muitos anos já se passaram muitas coisas mudaram, mas a lembrança e as saudades ficam. Também tenho um primo que tem um táxi na vila, o Alfredo, a esposa de chama Isaura.Encontrei em Santos uma pessoa que morou ali numa daquelas casinhas. Mas vim para São Paulo e perdi contacto. Mas foi tão bom falar sobre a Terra..."
Agosto de 2020
Para memoria futura as pedras da cantaria a arte de Ansião do séc XVII. Deviam ser sob melhor opinar espólio do futuro Museu de Ansião, antes que se percam de vez.
Pelo menos há mais de cem anos os pedidos de passaportes revelam o espírito de aventura e de ganhar a vida pelas faixas etárias, os que levaram a mulher e filhos, porventura com a ideia de não mais voltar .
O desconhecido ouro verde - o café, por isso o destino Santos, também África para S. Tomé para as roças como feitores.
A avó do Zé Maria Marques Reis, nasceu na Quinta do Martim Vaqueiro, era natural dos Matos
Processo de inventário orfanológico Data descritiva 1901
Inventariado: José Simões; inventariante: Feliciana de Jesus Freguesia: Mattos - Ansião.
Porque faziam isto? Se não ganhavam à saca então eram tolos...Não acredito, era sinal de força, de poder!
Concurso |
No entanto para partir era preciso terem dinheiro para a passagem, por isso houve muitos que venderam o que tinham, disso me recordo ouvir o meu avô " Zé do Bairro" a propósito de um pinhal que tinha comprado a um primo para este ir ao Brasil, outros receberam carta de chamada de familiares já instalados, e lhes pagariam depois de arranjar trabalho, pior, os que se aventuraram em emigrar assinando contrato com despesas incluídas e ainda acomodação, sem jamais verem o "fundo ao tacho" na liquidação da divida que na vez de baixar crescia com juros capitalizados...
Pois houve produtores de café que se aproveitaram dos emigrantes portugueses, descaradamente!
Fontes
“Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas - Ansião" de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes
Olá! Meu nome é Maria Adelaide Simões. Nasci no Carrascoso, mas meu pai era dos Matos. A família dele morou nessa casa. Só que essa casa era do meu avô, Manuel Simões. Nela nasceram meu pai e meus tios. Meu pai, Alberto Simões, nasceu em 1922. Tenho uma foto da casa (na qual apareço junto com meu pai) tirada em 1972. Interessei-me pelo assunto pois você disse que a casa era do padre, mas na verdade era do meu avô. Gostaria de enviar-lhe a foto, assim como algumas fotos da família, tiradas em frente à capela de São Mateus, também tiradas em 1972. Meu email é mariaadelaide.simoes@gmail.com. Enviei-lhe um convite pelo Hangout.
ResponderExcluirCara Adelaide muito obrigada pela cortesia da visita e pela partilha de saberes. Já lhe enviei um email.
ResponderExcluirCumprimentos
Isabel