O topónimo Serra de Pousaflores e Serra dos Carrascos, foram perdidos em mapas e cartas militares nos anos 1940, 1947 , 1984 e 2004. Por falta de zelo de quem veio e de quem foi auscultado, sobre a tradição do que deve ser honra na verdade creditícia.
No I Congresso de Historia e Património da Alta Estremadura em Alvaiázere 2016
Coligi a Serra dos Carrascos no trabalho apresentado pela Dra. Raquel Vilaça: A Idade do Bronze na Alta Estremadura :Depósitos metálicos e sua conexão com o espaço
2 espetos na Marzugueira;
escopro e machados nas Carrasqueiras;
machado nos Penedos Altos;
punhal de Alvaiázere junto dos Penedos Altos e Castelo de Sobral Chão(Pelmá) identificado por Aquino em 1986 como povoado muralhado com ocupação da Idade do Ferro (recuando ao Bronze Final?), que lhe fica a NW, tal como do machado da Serra dos Carrascos e do castro da Serra do Castelo antes referidos, permitem-nos equacionar a existência, no vasto território de Alvaiázere, de distintos complexos de povoados/depósitos numa relação hierárquica tendo por vértice o Castro de Alvaiázere, verdadeiro focus regional.
Revelam a estreita ligação da estrada coimbrã que depois de Coimbra se voltam a unir ao Pereiro, a sul da Ribeira da Murta a coincidir com depósitos e demais testemunhos( funerários e habitacional)
Pelo contrário, bem localizado ainda que o sítio de achado em si esteja irremediavelmente perdido, é a Marzugueira (Maçãs do Caminho, Alvaiázere), lugar próximo do local onde se encontraram, em 1924, três espetos articulados (Almagro Gorbea 1974, ; Vilaça 1995: 346.
As respetivas fichas de entrada no Museu Nacional de Arqueologia, onde as peças se encontram, indicam “vestígios de enterramento”, mas tal não deverá ser entendido necessariamente e à letra como lugar de sepultura) que comentaremos adiante.
- Conímbriga, cujo papel no Bronze Final terá sido efetivamente importante em termos regionais tendo presente os dados da Gruta de Medronhal (Arrifana) e do Alto do Castelo (Eira Pedrinha)81 Vilaça 2012.
- Trás de Figueiró (Ansião), também a valorizar pela comprovada ocupação naquela época, talvez irmanando com Conimbriga 82 Coutinho 1999: 29; Vilaça 2008: 84; Vilaça 2012; Vilaça e Cunha-Ribeiro 2008: 42
- o “complexo de Alvaiázere”, já comentado, indiscutível nódulo estruturante do povoamento 83 Vilaça 2008.
Por altura das antenas de telecomunicações na Serra da Ameixieira, descendo para nascente até encontrar um antigo quelho, em parte murado a pedra seca, tendo o contraforte poente altos penedos, que não se enxergam pela vegetação crespa, que os esconde, mas, num olhar mais atento ainda se enxerga a parede natural, que a não ter vegetação deve ser medonha. Nos séculos se desprenderam penedos firmes , encravados pela encosta.
1 Caminhos romanos
2 Caminho de Santiago no Alvorge
Recordar a queijeira no Rabaçal com raízes no Alvorge
Com orgulho exibia rara coleção de fósseis que recolheu a pastorear o gado. Instiguei-a sobre esse nato gosto – deu meia volta e nas mãos trazia a primeira pedra que lhe abriu a mente – um órgão genital masculino, ereto com testículos esculpido em pedra. Magnifico, a quem pedi para sentir na minha mão...Espectável que a família após a sua morte precoce tenha feito a entrega do seu espólio ao Museu do Rabaçal.
Já no Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior do meu amigo Arnaldo Silva, em Torre de Moncorvo o fascínio de ter visto ... pedras fálicas romanas com ranhuras.
Feliz coincidência levou-me a tentar perceber o período da historia onde o homem se imitou na pedra e já os romanos, fariam uso deles...
Na foto vários machados de pedra , por catalogar que achei na Serra dos Carrascos
Demais foram encontrados em Pousaflores. Não sei onde estão guardados.
A merecer atenção a colocação de sinalética para a Cova da Moura e Buraco do Lobo; abrigos naturais de pastores, antes de mouros e bem antes do homem caçador coletor . Como prospeção à imediação do marco geodésico para localizar a laje esculpida com o pé do Menino Jesus. No Casal das Pêras, em Ansião, conheci em miúda, o pezinho de Nossa Senhora, que a beatização secular os batizou obra de Deus…
O carreiro proto-histórico, associado aos vários castros na região, de norte para sul, abre perspetiva à descoberta de arte esculpida e quiçá rupestre com milhares de anos, nestas serras.
Reconhecido desmate árduo à imediação do castro do Castelo da Serra de Pousaflores. Acalenta a ideia de ligação entre os castros focados, na mesma Serra de Pousaflores, numa rota histórica se houver trabalho de rede da JFPousaflores e da JF Chão de Couce. Iniciativa que se pode estender a Alvaiázere, ao castro da Marzugueira. Como deve merecer alerta a destruição do castro de Maças de D. Maria, com a implantação da estação de serviço na A13. Onde para o espólio? Com compromisso de o expor numa vitrine, debalde ainda nada vi...Impensável a falta de cultura a tão grande perda!
Falta sinalética cultural nos vários castros do concelho de Ansião!
Como dignificar o velho topónimo Serra dos Carrascos e o seu Castelo, porque os erros devem ser corrigidos!
Fontes:
Livro Topografia das Cinco Vilas do Dr. Costa Simões
Livro de 1986 do Padre Coutinho
I Congresso de Historia e Património da Alta Estremadura em Alvaiázere 2016 o trabalho apresentado pela Dra. Raquel Vilaça
Fotos do castro do Castelo da Serra dos Carrascos retiradas da página Facebook de Ansião
Dissertação de mestrado do Dr. Manuel Bernardo Pereira Vieira Nunes Cravo