sexta-feira, 25 de abril de 2014

Comemorar 40 anos do 25 de abril aperaltada de vestido

O destino era Óbidos, não fosse o pingo no nariz do meu marido se mostrar irreverente, homem muito sensível,  sendo a Costa de Caparica o destino mais acertado.
  • Junto do portão da garagem encontrei na calçada um cravo vermelho de caule pequeno que logo apanhei e com ele desfilei na bolsa vermelha e depois orgulhosa na cabeça...
  • O cravo vermelho o símbolo da liberdade que abril trouxe a Portugal!
Lembrar Salgueiro Maia o  militar de 29 anos, perfil vincado no orgulho da farda que vestia, determinado e de confiança " o isco, o faz tudo, pau para toda a colher do mentor da Revolução" -, Otelo Saraiva de Carvalho. 
Capitão quase desamparado na defesa da Revolução saiu de Santarém com comandita de tanques rodados, pequenos -, os panares e arrelias com avarias e desconhecimento do transito na capital -, é sabido que andaram por ruas de sentido proibido...
O  êxito da coluna no Terreiro do Paço teve a sorte do atraso da Fragata Gago Coutinho que saíra nessa manhã  para integrar as forças da Nato e voltou ao Tejo sob ordens do governo  para se  fundear em frente do Cais das Colunas -, não fosse o 2º comandante com 27 anos ter dito NÃO ao comandante de 50 anos, e a sorte do apoio de colegas, por isso não disparou -, tão pouco sabia dos obuses vindos de Vendas Novas estacionados no Cristo Rei para a abater, que se deixaram quedos -, no entretanto apareceu a 7ª cavalaria da Ajuda do lado do governo onde se destaca o grande vulto então alferes, que também não obedeceu ao comando do comandante para disparar, e os militares o acompanharam na mesma sorte de nada fazerem contra os colegas de cavalaria de Santarém e por fim a aviação a pedido dos militares não interviu...
  • Por isso não houve tiros nem mortos entre militares!
Exposição no Largo do Carmo
Extasiada a ver os painéis
Salgueiro Maia, homem pequeno de estatura, mas forte na garra lusitana, armado de megafone nas mãos no Largo do Carmo ao lado de um tanque apontado às instalações do quartel da GNR onde se tinha refugiado o Marcelo Caetano...Houve uns tiros contra a fachada do quartel para o assustar, e na deixa resignar, o que aconteceu, saiu para o exílio...
Cenário que assisti a preto e branco na televisão  à hora de almoço em casa dos meus pais, perplexa com pessoas empoleiradas nas árvores do Largo...
Para meu espanto não havia ação, sangue, só gritos de ordem e cravos enfiados nas espingardas... 
  • Grande castração que se vivia até àquele dia e do mundo pouco, quase nada, se sabia!
 
  • Na Pide é que houve tiros contra civis, alguns mortos e muitos feridos.
  • Salgueiro Maia herói de Abril  não deveria ter sido desterrado para os Açores... 
Para mim o MAYOR MILITAR DA REVOLUÇÃO, O MAIS INTEGRO, NÃO QUIS HONRAS, NEM VAIDADES, MUITO MENOS ESTATUTOS TÃO POUCO RIQUEZAS...
  • Não merecia ter desaparecido por doença tão cedo desta vida.
Muitos dos colegas da Revolução supostamente com boas intenções adquiriram (?) a herdade  comprada após o 25 de abril pelo genro do Aristóteles Onassis  na zona de Odemira, que mais tarde abandonou e foi totalmente saqueada de todo o espólio, atualmente explorada com grande sucesso e modernismo na cultura de morangos para venda no estrangeiro, o que estranho é os meandros como foi adquirida, justo por homens de revolução, deixa-me a pensar!
  • Na Costa não havia hoje feira de velharias, antes só artesanato, este Presidente da Junta não é para brincar...
  • Pouca gente na Costa, ainda era cedo e a noite deveria ter sido de festa...
  • No paredão havia uns a andar, outros de bicicleta, e muitos no mar a surfar, decorria um campeonato para jovens.


  • Em gente nenhuma senti espírito de comemoração da revolução de abril, ninguém se vestiu a preceito, ora ele há dias e dias, e o 25 de abril sendo de festa da liberdade todos se deveriam engalar -, na minha opinião, eu sim fui de vestido e nenhuma outra assim vi...
Apesar do meu marido me ter perguntado "onde arranjaste essa saia e blusa...
Claro que me saltou a "mola" e falei, falei...
  • Encontrei a minha cabeleireira , caminhava com uma amiga, e se deslumbrou com o penteado ainda durar depois de uma semana...
  • Chegada a casa o cravo ficou no hall numa bica de Sacavém...
  • Ora  vaidosa para mais tarde recordar prestes a comemorar 57 anos na desportiva, alegre e muito bem comigo, apesar de saber que a vaidade sendo exagerada é negativa -, mas que fazer se gosto de self da minha pessoa...
  • Self com o meu marido...adoentado!
  • Viva a liberdade!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Figueiró dos Vinhos na IX feira de velharias na Páscoa

O convite foi-me gentilmente endereçado pelo entusiasta Pedro Ladeira, imediatamente aceite a gosto, porque a terra de  Figueiró dos Vinhos, será sempre o marco nesta minha vida, nas lides de feirante, desde há seis anos.
A cifra de euros nas vendas rondou os três algarismos!Desde sempre uma boa feira para mim!
Os meterologistas ditavam chuva e com ela o certame se realizar no mercado...Rezei ao divino de vela acesa para o tempo se apresentar seco, com  isso se desenrolar ao ar livre, no Ramal-, nome que não me encaixa, porque para mim ramal é um mais abaixo na distribuição das  quatro estradas, sendo o espaço-, o jardim do adro da igreja ou do Município...
Acordei em Ansião com névoa densa, no dizer do meu marido "esta terra é um buraco" mal chegada ao Camporês, o planalto onde um dia aterrou um avião e muito antes foi palco para os lados de Aljazede e Chão de Ourique da célebre batalha travada com D. Afonso Henriques contra os sarracenos,- que alguns historiadores vaticinam apesar de outros  teimarem em Ourique  no Alentejo e na história previligear, resplandecia já de sol a raiar em abertas -,o que mais me fascina, por isso a teima de me engalanar de vestido!

O fresco da Sintra do norte não me libertou do casaco de antílope e da boina de veludo com a pena de pavão, augúrio de sorte pelo fulminante verde...
O tempo desenrolou-se sob algum ameaço de nuvens negras que para nosso bem se libertaram de águas noutras terras, parece em Alcobaça caiu forte, por aqui no compto geral portou-se bem sem chuva, apenas dois a três pingos...
A autarquia através do pelouro da cultura patrocinou almoço aos feirantes com dois convites por banca, o que não deixa de ser um triunfo, até porque almocei muito bem.
Travei conhecimento com novos colegas: Dulce, Fernando, Eva e o marido Sr. Abrantes.
O meu marido com o Humberto sentado na conversa
A banca do Sr. Fernando
Ao meio da manhã saboreei o que sobrou do folar de carnes que fiz na véspera, ofereci uma fatia à Cristina que me teceu elogios...Parabéns, a palavra da prima São a quem outro ofereci, porque a Páscoa é para quem gosta de fazer e partilhar, na deixa de não comprar feito...
Folar
O padre de chapelinho branco sem a comandita da visita pascal estranhamente achei pouca a demora na ronda dos paroquianos -, e aqui na feira apenas na companhia do sacristão enfeirou um sino...
No final da tarde apareceu de cariz garboso a reindivicar atriz da sétima arte a filosofa que faz o favor de ser minha amiga-, Guilhermina, nascida na bela terra de Chão de Couce onde reis e rainhas pernoitaram e o D. Sancho I passou a Lua de Mel, apresentou-se quase irreconhecível de belos óculos de sol e de carnes esbelta, moderna, e nova -, gentilmente me agraciou na aquisição de um belo prato em faiança Cavaco de Gaia com uma flor que a ela a cativou num gosto lembrar...
Reencontrei amigos feirantes e outros que jamais pensei ali aparecerem.Quem me surpreendeu como feirante foi a Cristina de Campelo...Nunca fico com trunfos nas mangas, mal recebi convite ela liga-me e contei-lhe, sem o esperar me telefona de véspera a dizer para lhe guardar lugar...
Ainda mais ao me confidenciar que tinha feito a feira da ladra no sábado, ora para tanta aventura é preciso muita lata!
O Carlos rapaz de semblante apagado e triste a montar o estaminé de chão partiu uma bacia de faiança que colou depois do almoço, só faturou 15€...O ano passado fartou-se de ler, nunca se esquece neste dia de presentear o público alvo mira e anda-, os miranda no dito "tenho isto igual, era da minha avó, e na casa do meu pai também havia uma taça assim e,..." com uma salva de amêndoas na sua banca onde haviam muitos talheres em alpaca e casquinha, confidenciou ter um cliente que montou um restaurante decorado a talheres, mas que não tem aparecido...Calhando já não precisa de mais!
A Dulce rapariga noviça, julgo só vendeu a bica de caldo em faiança de Coimbra de barro vermelho que namorei logo pela manhã, única peça que comprei na feira com laivos azuis que viria a ser  modelo copiado por Sacavém. A seguir a banca da tia, as primeiras a empacotar as tralhas e a ir embora...Insatisfeitas!
O Sr. Fernando ajudou-me a catalogar umas notas de escudos, pra me arrepiar contou-me sobre algumas peripécias vividas com a sua ex mulher, sem pejo fez gosto em contar que no tempo de vivência contando com ele constatou ter ela quatro amantes-, deixou-me de boca aberta...Falou dela como mulher de gostos ninfomaníaca, e ladra...Sendo homem virgem de signo, pacífico no estar e apaixonado cego, no limite enfurecido com tamanha garra para a pôr de casa para fora...Nas feiras sente alegria bastante para esquecer o passado triste e desolador, mas feliz por se ter libertado,com provas que ela o quis matar por várias vezes com infusão de veneno, que viria a encontrar, de todas as cores ficou, mas salvo a tempo, enraivecido por se ter deixado ludribiar por tal peste do diabo!
Apareceu um vendedor ocasional de Pedrogão que tem um pequeno espaço dedicado à República e à Maçonaria, procurou-me se sobre estes temas tinha alguma coisa...Colecionador que pretendia desfazer-se de algumas peças, desde Sacavém; pratos publicitários, Cavaco, Fervença(?) norte, por certo o prato com o peixe cortado às postas e muitas peças restauradas "ratinho"...Não sei se acaso se estreou, por as ter comprado num tempo muito caras e neste agora de recessão por elas ainda pedia muitíssimo...
O colega do lado tinha uma bela banca tal como o Félix do Alqueidão da Serra dos Candeeiros, e o mesmo a banca do Sr. Manel e da esposa Helena. Havia uma banca de jovens com três belos exemplares de tábuas de passar a ferro em madeira, a maior ainda assim pequena mostrava-se um belo exemplar em estado impecável, pediam 40 euros...A minha Dina na feira de Azeitão comprou uma maior por 20€...
Desta vez nem parei os olhos na banca da Luísa porque demora tempos infinitos a montar, a feirante mais carismática, sempre de estar em calmaria, mais tarde passou-me da ideia e fiquei com lamentos, porque no sábado pendurei uma bela taça que lhe comprei o mês passado na feira de Pombal...Olhei a banca do Carlos e da Lurdes com boas peças de pratos falantes em faiança de Coimbra e pratinhos de corações "AMOR" ainda denegriram esta terra pelas fracas vendas e não deviam...Ao lado a banca de gente de Elvas com peças valiosas que não são para esta terra (?) antes para clientes da Linha do Estoril...Mal enfeiraram, antes compraram. Fiquei de passar na banca da D Helena e do Sr. Tony para comprar uma caneca de faiança, com a conversa esqueci-me, revi a D Ilda e o marido Henrique com vidros da Marinha Grande. O Sr. Vidal com latões e panelões de três pernas e a boa banca do Sr. Jorge e da D Rosa com o ajudante, o carismático e dinâmico o Sr. Leonel de Vila Nova da Barquinha.
Deu nas vistas um casal achadiço de petulância -, ele loiro de mente burro, ela alta com ares de emproada e resposta lastrápia, estúpida e arrogante, os vi o mês passado na feira de Ansião na procura de peças d'oiro a um euro...
Se chegaram graciosas duas senhoras que pararam a contemplar dois painéis de azulejos em miniatura no estaminé de chão, réplicas do século XVII, pintados à mão, uma se encantou com a graça que emanavam e a pensar alto onde os poria em casa...A amiga amistosa em a presentear já a puxar da carteira para os comprar, eis que desiste...O mesmo de outro casal -, ele enfeitiçado com uma garrafa para uísque em cristal Atlantis, ela sobre o preço alvitrou baixa que não aceitei...Ainda bem que na ideia não me lembrava de ficar com ela em prol vender outra igualmente nova, mas menos graciosa, ou talvez não..Sim porque isto de gostos não se discute!
Outro de estar seleto me perguntou se o Santo, a imagem do Sagrado Coração de Jesus era em madeira...Convenhamos que 20€ não podia ser...Antes terracota da Estatuária de Coimbra.
Vendi pines variados para uma boina repleta deles de mulher da minha idade de cabelos alvos a raiar negros toda modernaça, e ainda outra de Lisboa com casa nos arredores me levou copos casca de cebola.
Reconheci o Sr. Lopes que conheci na feira de Pombal me comprou duas esferográficas, das boas.
Este ano só fotografei o sítio onde estive...Mudei de mala e a máquina fotográfica deixada no estaminé quando vadiei...

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