quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Igreja de Areias, em Ferreira do Zêzere, a mais bela da região

Igreja de Areias no concelho de Ferreira do Zêzere
A minha escolha para assistir à missa no último 15 de agosto de 2018. 
Fatal deslumbre pela tamanha monumentalidade. Na região, nos concelhos limítrofes a Ansião será porventura a igreja mais rica e grandiosa que conheço, merecia ser melhor conhecida e estudada, praticamente nada sobre a mesma encontrei...Quem não conhece deve visitar para se sentir mais rico. Será de esperar todo o espólio esteja inventariado, fotografado e protegido com seguros, alarmes e trancas!

Dissecar a Wikipédia e DGPC sobre a povoação de Areias
Sítio Arqueológico da Avecasta, com a Anta da Avecasta e a Gruta da Avecasta, e povoado da Idade do Bronze em Vale Rodrigo (indo de S. Domingos, S. Jordão, corta-se para a direita para Vale Rodrigo, Meneixas e Rego da Murta )
Ocupado desde o Paleolítico, supõe-se que até à Idade Média, no local conserva-se uma aldeia com cerca de quatro mil anos. Foram descobertos aqui vestígios do Calcolitico, da Idade do Bronze, do período tardo-romano e do período medieval.

A povoação de Areias foi designada pelo grão-mestre D. João Lourenço sede da Comenda de Pias  Segundo Américo Costa esta freguesia teve outrora a designação de "Arnas das Pias" - quiçá terrenos arenosos. 

A freguesia de Areias surge integrada na Comenda de Pias e constitui-se então a igreja paroquial de Nossa Senhora da Graça que se tornou sede da nova unidade administrativa, pelo menos até 1588, ano que se fundou a igreja de São Luís de Pias. 

A igreja matriz de Areias 
Terá sido fundada no século XV,  e reconstruída  por João de Castilho em 1548
Sucessivamente remodelada por várias campanhas com várias influências estilísticas: renascentistas, maneiristas e barrocas, sobre uma base estrutural  gótica, havendo notícias da sua existência em 1489 (Sequeira, Gustavo de Matos, 1949). Esta data corresponde, sem dúvida, ao início da construção do templo, uma vez que a capela-mor foi mandada fazer em 1502 por D. Manuel, e a sacristia foi terminada em 1510 (Idem, ibidem). Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a igreja foi reconstruída cerca de 1548, numa campanha de obras dirigida por João de Castilho (Serrão, Vítor,2002, p. 67), o arquiteto responsável pelas grandes obras da Ordem de Cristo na época da reforma empreendida por Frei António de Lisboa. O templo manteve a estrutura de gosto gótico, com planta retangular disposta longitudinalmente, cujo espaço interior se divide em três naves. 
A fachada da igreja, transformada na campanha de João de Castilho, apresenta um corpo avançado de três registos, num modelo de fachada-torre , onde foi edificada no piso térreo a galilé assente sobre robustas colunas jónicas e coberta por abóbada de nervuras. No segundo registo foi colocado um nicho com baldaquino, sobre o qual foi aberta a janela que ilumina o coro-alto. No último registo foram abertas as sineiras, e uma empena remata o conjunto. No interior, vários arcos de volta perfeita assentes sobre colunas jónicas marcam a disposição das naves, cobertas por teto de madeira. A capela-mor é coberta por uma abóbada de nervuras cujos espaços entre elas são totalmente decorados com pintura de brutesco , possivelmente executadas no século XVII. As chaves da abóbada são decoradas com a Cruz de Cristo e o escudo de Portugal, gravados em relevo. As paredes laterais da capela-mor são cobertas por painéis de azulejos de padrão seiscentistas, azuis e amarelos, e ao centro foi colocado o retábulo de talha dourada barroca. No programa decorativo interior destaca-se ainda o retábulo pétreo, edificado na primeira capela lateral do lado do Evangelho, datado de 1596.»

João de Castilho o grande Mestre escultor  do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra 
 

Nossa Senhora da Graça
 A pedra sempre em primeiro plano

Gárgulas 
Apesar de menores a reportar para as que vi na  Notre Dame em Paris,  figurativas e outras em canudo...

 Bancos exteriores para o adro
Uma curiosidade 
Bancos de pedra no interior
A igreja exibe no exterior como no interior bancos corridos em pedra. 
Em mais nenhuma recordo tenha antes visto.
 Pias de água benta carcomidas
 Chão lajeado, bonito como deve ser em manter a traça antiga
 Imagem de Santo de roca?
Grandes pinturas expostas, sem perceber se são antigas e restauradas ou novas (?)
 
Púlpito
Elegante, na base trabalhado e ao cimo apresenta  barra  esculpida com caras de anjos alados ao jus de babete lavrado, na região existem várias caras de anjo -  belas , pese sem pintura o requinte da sua graciosidade no talhe. Divina escultura!
 
 Belos altares
 
Chão em mosaico antigo 
A reportar o da igreja do Seminário de Cernache do Bonjardim e capela na igreja da Torre de Vale de Todos, Ansião
  Os azulejos em amarelo e azul , seiscentistas  lembram a sacristia do seminário de Almada
 Capela mor 
A cúpula com nervuras  em pedra com as chaves decoradas com a Cruz de Cristo e o escudo de Portugal, gravados em relevo.  Entre as nervuras  decoração com pintura de brutesco, azul celeste e branco, possivelmente executadas no século XVII. 

 Carrinhas do Lar transportam pessoas para a missa em cadeiras de rodas. Gostei de ver
 
 
 A toponímia - Poço da Ordem atesta que foi terra dos Templários

Fontes
Wikipédia
DGPC

Comemorar 40 anos de casório em terras do Algarve!

Estadia no Algarve num resort em Albufeira  muito agradável, calmo, verde, florido e com piscinas...
 Deliciei-me com belas paisagens da cor do fogo entranhadas sem dó nem piedade no calcário...
 

 
 
Celebrar 40 anos de casamento aos dias d'hoje deve ser para poucos!
Como foi possivel terem passados tantos anos?
Depois de mar e de piscina a saída para jantar.
 
Pego do Inferno 
Um inferno até atinar com o local. Graças ao GPS do carro da minha filha que seguia na frente algures no sotavento algarvio no concelho de Tavira, inadmissível como a autarquia mantém aberto um local turístico sem o mínimo de condições aos dias d'hoje; falta de sinalética, estradas estreitas sem limpeza de bermas.
Local sem trilhos num deles esventrado no xisto pelos caminhantes a lembrar o costado de um crocodilo, devia ter registado foto de onde irradiam outros por descidas sem qualquer segurança...
Muita sorte ainda não ter havido acidentes com turistas nos trilhos e no registo de fotos a olhar a fenda aquífera onde rebenta o olho d'água para descer quase a rastejar debaixo de alfarrobeiras até chegar a um laranjal onde mais à frente por entre canas altas se avista a queda d'água no lago verde ... outro assim muito mais belo conheci em Envendos - Pego da Rainha .

 
Caos o redor com matas de canavial derrubado outro vivo e por todo o lado lixo em grandes sacos pretos. O local no passado esteve arranjado que um incêndio veio destruir, sem ser razão para continuar em total abandono, no tempo que cheguei e vim de volta pois desisti de ficar em local tão imundo onde não existem condições para piquenique, no pior o carrego dos sacos na descida e na subida com gente a chegar e partir .
Pego do Inferno
Vistas de norte com muita perigosidade por falta de barreiras
A queda d'água
Ainda assim sem quaisquer condições havia gente que tomava banhos...sem medo de cobras, da profundidade - 7 metros e da lenda que ali caiu uma carroça com gente que nunca apareceu, óbvio que na queda ficaram no fundo com a carroça por cima...
 
Acabou por ser um desconsolo o que julgava ser um paraíso no Algarve!
Porém o ganho inusitado em enxergar paridade fascinante com o Maciço de Sicó pelas pedras esburacadas como na Venda do Brasil, a cor vermelha da terra rossa, muros de pedra solta, cumes das serranais a lembrar o vale cársico do Rabaçal, zambujeiros (oliveira brava de folha pequenina), salpicos de sobreiro e azinheira em chão vestida de manto verde crespo de vegetação mediterrânica, e ainda o vale aquífero com rebentação de olhos d'água doce como o nosso do Nabão, na toponímia Vale Judeu e Cachopo ainda tão viva no meu tempo por assim se chamarem as crianças e ainda os laranjais aqui perder de vista e antigamente não havia casa que não tivesse no quintal a sua e um limoeiro, como tenho na minha casa rural , marmeleiros e figueiras com figos que ninguém apanha, só estrangeiros e eu saltámos as bermas para os apanhar...

Cachopo e Asseca
Falta de limpeza. O que outros deixaram e não deviam!Peixe por tudo o que era sitio
 Olhos d'Água
 
Gente na apanha da amendoa
Voltar para casa...
Os fardos de palha no Alentejo a embelezar a paisagem

Apenas não senti no Algarve o tomilho que chamamos erva de Santa Maria que dá o travo ao queijo do Rabaçal e devia mudar de nome para queijo Sicó.Sem favor senti-me em casa, pese embora os castelos de envergadura como Paderne a rivalizar com migalhas de ruínas, as delicias vividas neste último agosto como antes jamais!

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