sexta-feira, 27 de junho de 2014

Feira da ladra sem regras no Montijo...

Acordei com vontade de ir ao Montijo  vender usados: roupa, malas e bijutaria na transformada feira de velharias  sem regras, em feira da Ladra.
Estava uma brasa, abriguei-me debaixo duma árvore que só largava tinta e verniz... 
As velas na banca da colega do lado derreteram...
Houve roupa branca  na banca da Maria que se manchou em nódoa ...
  • Já nem me lembrava mais de fazer a feira desde que a organizadora D. Margarida -, Guida para amigos e conhecidos, no trato carinhoso deferido pelos colegas  -, julgo por motivos pessoais deixou as feiras. Faz falta uma senhora do seu cariz imponente de porte e de saber!
Desde então ouve-se que tem aparecido muita gente , havendo  alturas de quezílias com os lugares... 
Porque a feira é arbitrária sem organizador e sem regras, aparece quem quer vender.
Mas eu não senti nada disso -, cheguei em cima das 9H , a hora limite dos feirantes certos, abancarem. Julgo tive sorte no lugar porque o Vitor, fez uma bancada pequena...


A Maria avisou-me para não trancar a passagem do café-, claro que tive esse cuidado, mas pelos vistos outros não o tem tido no passado, com isso tem havido chatices, o que se compreende.
O espaço da feira torna-se pequeno.
Se houvesse organização, colmatava-se estes incidentes, o mesmo dos lugares não sendo marcados, é sempre problemático-, uma situação que deveria ser revista pela Câmara urgentemente em regulamentar
Aliás a fluência continua escassa (?) só quem passa para o mercado, e na volta com o dinheiro que sobra compra alguma coisa, nomeadamente roupa boa a 1€...Claro que roupa de toilette e outra sendo a 2, 3, 5 , 8 ou 10 €  se  ficam a olhar a pensar que é tudo corrido a 0.5 cêntimos ou 1€...
Ora uma coisa é uma coisa , e outra coisa é outra coisa!
Roupa comprada ao quilo, em casas da especialidade -, outra coisa é roupa igualmente boa, supostamente melhor, de casa  e familiares, como algumas bancas tinham, que poderia ser vendida mais cara , porque o vale, muito mais que de proveniência duvidosa e chinesises!
O mesmo na bijuteria, uma cliente chega-se a mim, no espanto me  mostra  uns brincos ainda fechados que comprou por 0,50 cêntimos, com ar se interroga como é possível gente a vender ao desbarato ...Partindo do sobreposto que lhes foram dados no ganho 0,5 cêntimos...Para pensar! 
O mesmo comigo, comprei uns bons calções na Maria que tenho usado sem deslargar por casa, um fato de banho e ainda uma minúscula balança...Tudo de 1ª qualidade, basta olhar para as vendedoras, e para as peças, o certo!
Ora há pessoas que não sendo agraciadas com os ventos da fortuna nas feiras , ainda assim tem dias de melhores vendas,  com isso resignam-se, sendo que ganhos revertem para prejuízos, e enquanto assim for se mantêm em atividade, eu perfilo este estar. Porque tenho visto muitos a desistir . No entanto há outros que não fazem feiras  por fazer, para desempatar 20 a 40 € , que para alguns é dinheiro, outros os há, preferem apenas fazer uma ou duas feiras onde se fatura bem, com isso menos fadiga, chatice de levantar cedo, procurar lugar e estacionamento e mais dinheiro a bailar no bolso .


Em tempos falei sobre o recinto da feira -, o ideal seria juntarem as velharias com o artesanato, mercado biológico, e de roupas junto do rio (?) sendo o espaço ordenado e organizado nas temáticas, onde a afluência se mostra grande, tal como o estacionamento -, tal como é o de Estremoz, funcionam em paralelo até às 2 H -, se bem que aqui faltam os espanhóis, mas se fizessem publicidade bastante, viriam gentes de Lisboa, de carro ou de barco passear, comprar, e com prazer, ainda almoçar. Para pensar!

Valeu a pena pelo WC público. Um orgulho, que me pareceu um quiosque, afinal o que qualquer terra devia ter  dispositivos do mesmo cariz e neste caso a 0,02 cêntimos, com papel, enorme, de limpeza automática são todos, só tinha 0,5 não dá trocos...

Uma torreira de quentura...Nem a sombra dos chapéus  valeu, vi feirantes ao almoço a levantar ferro...

Os miúdos ciganos apareceram pelas 10 H , o pai largou-os  do carro com os leões, andam para os vender há mais de 4 feiras, segundo as palavras da Maria Passos, a mim os miúdos giros e bem dispostos disseram que queriam 5 €...Fizeram-se à fotografia.
O estrangeiro não se fez rogado ao lavar os pés na taça do repuxo da praça, até os esfregou no bronze...

Bonita peniqueira de criança na banca dum colega
Loiça de lata que a minha mãe me comprava nas festas de agosto  na minha terra numa banca encostada ao Tribunal...

















Fraca clientela e muito calor, há uma hora  já estava em casa a tomar o meu banho...
O que faturei gastei na feira...
  • De saída o voltar a constatar as fracas acessibilidades -, paradas no tempo na frente do esteiro, com curvas em "S" apertadas, a precisar de solução urgente, pois o Montijo merece essa requalificação  ribeirinha , onde persistem paredes despidas de brilho em ruína, antigos armazéns ou fábricas e na frente terreiros com palmeiras, num projeto que aventa se ficou pela metade, e neste agora depois de obra já feita, e bem, ainda a teima de continuar a fazer melhor, pelo prazer em devolver o esteiro às pessoas para nas águas calmas deslumbrar a paisagem com aves migratórias no regalo, a passear!

Muralhas do Forte de Almada e quintas e franjas de azulejos

Olhar o fausto de anteontem de resquícios de muralhas e muros grossos e altos do que foi um dos Fortes de Almada para proteção do sul e do poente, havia outro conhecido por castelo na parte velha .
No Pragal, o que ficou desse tempo foi reaproveitado pelas antigas quintas, quis o tempo alterar e modificar, ainda assim apontamentos marcantes desses tempo de fausto e riqueza.
Resto de guarita do forte
Guarita da antiga muralha  do forte de Almada, apenas resta o que aqui se vê e mais à frente existe na toponímia ( Travessa do Forte), julgo este nome "Forte" seja o nome da quinta que foi expropriada para se em parte urbanizada e a restante jardim que ladeia o acesso à Portagem.A sê-lo falhou a atribuição da toponímia que deveria ser Quinta do Forte.
Restos de muros altos...
Contraste  na paisagem com casas solarengas das antigas quintas estão a ser arranjadas, como esta.
Outro grande muro

Antigo muro alto  de uma  quinta ainda de pé a rivalizar na urbanização que no tempo não cuidaram do resto do espaço sobrante e deviam!
Lote recentemente vendido onde está a ser construída uma vivenda num lote com mais de 300 m2 com caixa de ar que desconhecia-, vigas de cimento armado do traçado da estrutura da casa onde são abertos buracos redondos alternados para circulação do ar por debaixo da placa.
Ficará soberba a sul, pelo muro muito alto no tardoz  com vista para a Arrábida e ainda um pequeno jardim.
Antigas instalações da Cooperativa Piedense onde chegou a funcionar o Preço Justo
O emaranhado de fios e de postes em aberração total na paisagem...
Nesta quinta funcionou inicialmente a Cooperativa Piedense com um belo painel de azulejos na frontaria do portão com a Nossa Senhora da Arrábida
Os muros foram feitos à base do material predominante da região que é argila fossilizada com conchas, moluscos e areias...
A bela capuchinha cor de laranja  nasceu numa brecha de um dos muros, flor da minha infância que gosto muito pela cor fantástica.

Solar na cerca velha de Almada com azulejos Viuva Lamego

Almada nas imediações da Cerca do Castelo descendo a  Alameda , ao lusco fusco quis ir espreitar uma casa antiga, virei à direita na rua escusa onde a reencontrei -, antigo solar provavelmente do século XVIII(?) atendendo aos painéis de azulejos no exterior.
Já conhecia em quase abandono, neste agora mostra-se reabilitado, ou em vias disso.
  • Sendo que os painéis quanto a mim sem sensibilidade foram aqui e ali pintados com cal...Mereciam melhor atenção, por ser património com história, o local é belo e o solar também.
Por dentro de uma janela onde havia luz vislumbrei julgo um grande painel de azulejos(?).
Pois não sei se serão da casa ou se os fazem neste agora(?)
  • Devia ser casa importante , não sei quem foram os seus donos no passado.E gostaria!
O casario estende-se sob o comprido, com sobrado , mirante, sacada envidraçada com janelas de guilhotina, e varandas com ferro forjado.
A norte revela evidências de obras aos longos dos anos que destruíram a traça original, veja-se o "caracol" em cor tijolo, ornato habitual de contorno dos portões de entrada nas quintas, aqui só aparece um, e pela metade. O mesmo há frente com uma pedra por cima de uma pequena janela, além de outros pormenores .
  • Portal só para comparação que  existe do lado oposto junto ao jardim do castelo.
No tardoz vislumbra-se uma pequena estrutura em forma quadrada evidenciando uma torre ornada de cercadura em grade de ferro forjado.Um miradouro do Tejo(?)
Entrada a norte para a sacada da varanda envidraçada com escadaria em pedra ladeada por painéis de azulejo, em policromia cromática com barras com filetes largos em azul sendo o motivo com flores alternadas em  amarelo e manganês,  divididas por laçarotes em hélice rematados por flor azul, sendo os de rodapé em esponjado manganês e nos espelhos dos degraus igual.
Os silhares de azulejos podem ter sido produzidos na década de 40 (?) do séc.XX, em reprodução dos finais do século  XVIII, na Fábrica Viúva Lamego. Silhar azulejar na escada na antiga fábrica ao Intendente.
 E os esponjados também. A fábrica começou a laborar em 1849
Ao lusco fusco na noite de S. João

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