Avista-se a serra do Anjo da Guarda onde o calcário é rei e na frente a Nexebra eucaliptizada de costados xistosa onde já
proliferam antenas eólicas.Serra da Ovelha também conhecida por Serra
do Anjo da Guarda de onde se desfruta além do miradouro, moinhos de
vento recuperados que se deslocam sobre rodas em eiras de pedra,
mesas para piqueniques, a capela do Anjo da Guarda, casa dos caçadores, casa do Ciclo do Pão, vestígios
do paleolítico e outras pedras esculpidas pela erosão salpicadas de orquídeas da serra e
tomilhos, o mais predominante e conhecido na região chamado erva de Sta Maria, e alecrim, cucas, jacintos, lírios do campo, alfazema, carqueja
e rosmaninho.
O almoço pascal de 2009 aconteceu na casa rural...A
minha mãe fez o almoço e trouxe-o onde foi degustado. Desde que
herdámos a casa foi a primeira vez que comemos na sala, temos utilizado o
terraço, a cozinha velha, também chamada churrasco, ou a cozinha da casa. A mesa estava
bonita com uma toalha branca bordada do meu enxoval, enfeites e uma jarra
com rosas do jardim, onde não faltava um prato cheio de amêndoas de chocolate branco e preto,
lilás, de Paris, e... O arroz de pato assado com couve lombarda " Pato à
Franklim" estava uma delícia. As sobremesas além do arroz doce símbolo da época festiva, o
folar, o bolo com doce de chila para fechar com o cafézinho e um pichel de
aguardente de cana trazida dos Açores, pena estar prestes a acabar. Depois
do almoço passeata até ao Vale para matar saudades, o sítio onde a minha mãe
nasceu e eu em miúda passei dias de férias com a minha avó.
Na quelha do Vale parei na porta da casa do tear da Ti Joaquina tecedeira, hoje a casa da Maria e do Silvério que se abre para o largo da fonte e dos tanques.
A figueira
da Índia ou do Inferno como lhe chamava em pequena, por causa dos
picos, trazida de Coruche cresceu no talho na frente da eira da minha
mãe.
Redobradas forças para caminhar pela Nexebra até ao Santaínho
propriedade herdada que fica junto à estrada de terra batida agora mais larga,
vendidos os eucaliptos apreciar os novos rebentos. Decidi conhecer o limite da propriedade que se estende por uma
das faldas da encosta, ninguém me quis acompanhar, caminhei sozinha apenas por
intuição e cheguei primeiro à Mina de S.João, do que eles, que optaram regressar
pela estrada. Aventura vivida em êxtase porque
o terreno se apresenta a pique com eucaliptos de todos os tamanhos de
onde apenas deslindava resquícios de céu por entre as suas pontas tão
altas, e pelo chão à toa infestantes troncos nus, sobrepostos com muita
ramagem
deixada pelos madeireiros no corte da madeira, loucura o emaranhado em que
tive de saltar, abaixar-me, sempre com medo de escorregar pelo
declive e obstáculos sempre surreais do terreno. Finalmente encontrei
uma mina que contornei com cuidado por o terreno se mostrar traiçoeiro,
optei por descer pelo seu leito, por entre
silvas, e outros pequenos arbustos para finalmente chegar sã e salva.Adorei
ter conseguido fazer a descida sozinha de imprevisto.Aventura fenomenal.
Depois
ainda não satisfeita esgueirei-me pela ribanceira abrupta do Carvalhal
da
minha mãe, com o alargamento da estrada, o acesso ficou muito alto, com
muita
pedra de xisto solta e íngreme.
Mirei o grande tanque em pedra que outrora levava a água da mina da Cavada para a casa dos meus avós em queda livre.
Para junto da eira parar junto do silvedo das rosas vermelhas de Alexandria, as favoritas da minha mãe e já eram da minha avó.
Mirei o grande tanque em pedra que outrora levava a água da mina da Cavada para a casa dos meus avós em queda livre.
Para junto da eira parar junto do silvedo das rosas vermelhas de Alexandria, as favoritas da minha mãe e já eram da minha avó.
No ribeiro que desce da Nexebra apanhei um ramo de jarros para
enfeitar a casa da minha irmã, afinal era dia de Páscoa e ainda fui ao cemitério enfeitar a
campa do meu pai, e as rosas deixei na campa logo atrás da da minha Titi, irmã
mais velha da minha mãe, marido e filha Isabelinha...
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