domingo, 30 de abril de 2017

Exposição do terramoto de 1755 numa capela em Pombal

No núcleo histórico da cidade de Pombal entrando pelo celeiro pombalino, no seu tardoz encontra-se um palacete com capela, que não sei o nome. A capela faz parte integrante do sitio do celeiro onde se encontra uma exposição temporária muito interessante após o terramoto de 1755.
Frontaria da capela adoçada ao palacete
Perante a catástrofe, o Marquês de Pombal tomou várias medidas ao mandar que se enterrassem os mortos, socorrer os vivos e ainda policiar as ruas e os edifícios mais importantes para evitar os roubos. Brigadas de bombeiros para apagar os grandes incêndios, e equipas de presos e cidadãos comuns foram obrigados a remover os milhares de cadáveres antes de propagação de doenças. Ao contrário do costume, mas com a devida autorização escrita do Patriarca de Lisboa, muitos corpos foram carregados em barcaças e deitados ao mar, para além da foz do rio Tejo. Quando lhe perguntaram como fazer com os pedaços dos corpos despedaçados que iam ser lançados ao mar, misturados uns com os outros, o Marquês respondeu : "Deus lá no Céu, saberá a que corpo pertencem"...

Mapa da baixa lisboeta antes do terramoto de 1 de novembro de 1755
 
Os visitantes poderão ter acesso nesta exposição a Gravuras, documentação legislativa, obras bibliográficas, para além de outros bens museológicos doadas por diferentes beneméritos do Museu Marquês de Pombal, nomeadamente pelo Sr. Manuel Gameiro, pelo Sr. Carlos José Gomes Vieira e pelo Dr. Carlos Henriques Gomes Villar.A exposição será ainda enriquecida com um conjunto de gravuras que fazem parte do espólio do Museu da Cidade de Lisboa.
Ao se entrar comunga-se um sobrado que foi outrora o balcão da capela (?) que assinala um quarto com a cama em ferro e o lavatório, julgo que sejam objetos mais recentes do séc. XIX, ao tempo do terramoto previligiava-se o uso de madeira (?).
Objetos que remontam a esse passado; tripeça, caixotes, arca, sacos de serapilheira, pipo, garrafão empalhado e,...
 
Estruturas de madeira - a gaiola 
O primeiro plano era reconstruir a cidade antiga utilizando materiais reciclados, a opção mais barata .
O segundo e terceiro planos reconstruir na forma antiga, mas alargar as ruas.
A quarta opção e a mais corajosa era a de arrasar toda a baixa de Lisboa, e reconstruir, impondo novas regras de construção. O ministro e o Rei escolheram a quarta solução.
 
Reprodução de paredes em estrutura gaiola inventada após o terramoto para os prevenir
Manuel da Maia, Carlos Mardel e Eugénio dos Santos os reconstrutores de Lisboa

Entrada lateral da capela que foi outrora da sacristia leva o visitante a viver o rasto do terramoto com escombros das derrocadas das casas e salpico de objetos, onde estava uma pequena cafeteira em alumínio, deveria ser em barro...
 Após o terramoto como ficou o Terreiro do Paço
O Marquês na sua secretária junto da capela lateral
 O altar
Restos de outra exposição ou teatro (?)...

 Interessante este balcão a sul onde supostamente os seus donos assistiam à missa (?)
 A minha querida mãe em contemplação do caos do terramoto...
 A pia da sacristia com data de 1655
A reconstrução da cidade, após o terramoto, ficou como uma das grandes obras do Marquês de Pombal. A nova Lisboa - as ruas passaram a ser largas, com um traçado geométrico e com passeios calcetados. As casas foram construídas todas da mesma altura (4 ou 5 pisos), com fachadas iguais e com uma estrutura que resistia melhor a possíveis novos sismos para tentar evitar novos incêndios, as casas assentavam em estacas de madeira que mergulhavam nas águas do subsolo e, entre os edifícios, fizeram-se muros (os corta – fogos) para evitar a propagação das chamas. Construiu-se uma rede geral de esgotos, tendo acabar-se com o velho habito dos despejos atirados das janelas e acompanhados do grito de «água vai». O terreiro do Paço deu lugar à actual Praça do Comércio, homenagem que o Marquês de Pombal quis fazer aos comerciantes que, com o seu dinheiro, ajudaram a reconstruir Lisboa.
Alguém perguntou ao Marquês de Pombal para que serviam ruas tão largas, ao que este respondeu que um dia "hão-de achá-las estreitas"...
Aqui no meu papel de suposta secretária do Sr. Marquês, afinal nascemos ambos em maio...
O Marquês de Pombal no púlpito!
  

FONTES
http://www.cm-pombal.pt/2015/11/20/museu-municipal-acolhe-exposicao-sobre-o-terramoto-de-lisboa-1755/
https://bloguehistorico6.wordpress.com/2007/12/05/a-reconstrucao-de-lisboa/
http://historia-portugal.blogspot.pt/2008/02/o-terramoto-de-lisboa-1755.html

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