Visitei a exposição mista de cestaria em vime e cana com as mantas de lã da CUF no Centro Cultural de Ansião, por ocasião das Festas do Povo, em agosto do corrente ano. Deixei mensagem no livro.
Recordo o meu bisavô Elias da Cruz ao meio dia vir da Praça do Peixe com uma cesta de cana igual ás das pontas ond etrazia a sardinha. Tenho várias tipologias na minha coleção. Adoro cestos e cestas.
Arte nascida na década de 60 com a implementação da CUF em Ansião, num tempo que não haviam edredons e a maioria das pessoas tinha apenas mantas de trapos e cobertores de papa para se aquecer no frio inverno. Em 1978 era grande a adesão das mulheres que as faziam para o seu enxoval. Não fugi à regra, nessa altura pedi à Natércia Murtinho do Bairro de Santo António, para me trazer lã em cor beje, um dourado adormecido. Seria uma fonte de rendimento das empregadas que revendiam as bobines de lã acrescida da sua comissão (?) e se seguiu a venda de alcatifa. A lã era áspera e difícil de trabalhar. Nessa altura vivia em Coimbra em regime excecional numa Residência de estudantes, sendo admitida por ser trabalhadora nos CTT onde já vivia uma enfermeira de Miranda do Corvo. Algumas meninas estudantes tinham protecção de industriais de fábricas no norte, vaidosas, todos os dias se vestiam com blusas em cores diferentes, e claro enraiveciam as demais...
Levei a lã para tricotar a colcha e logo ali me atiçaram com um desafio - se a conseguisse tricotar no fim de semana ganhava uma nota de Santo António - 20$00. Fiz a colcha no tempo ditado, ganhando a aposta que me foi traçada, pese o dedo ter ficado todo esfacelado com a aspereza da lã...
Pois fui mais conservadora na escolha, em a fazer em cor monocromática e em tiras com losangos de conchas, com franjado curto.
Tão grata lembrança que esta exposição me fez recordar.
E que belos exemplares criativos!
E que belos exemplares criativos!
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