Depois da Chã Galega, temos a Escarramoa, outrora cruzamento de caminhos de Ansião para a Gramatinha e para a Quinta de Sarzedas, a caminho de Almoster. Escarramoa foi esquecida na toponímia , fidelizado em Cavadas.
Entre o Outeiro da Sarzeda e o Pessegueiro, existem pelo menos dois pontos de água de nascente constante e permanente que alimentaram no passado lavadouros.
O Rio do Pessegueiro fica situado entre o Brejo e Entre Águas.
O Rio Jardim, nasce numa mina entre o Martim Vaqueiro o Outeiro da Sarzeda e Cavadas. Com um percurso aproximado de 300 metros. Tinha muita abundância de água com represa a uns 50 metros com pedras para as mulheres lavarem a roupa e rega concertada na Sarzeda. As courelas confinantes tem o nome de Jardim, o tenha ganho de outrora de ali ter sido um local ajardinado da quinta das Sarzedas, e onde iam buscar água e lavavam a roupa e se regava a horta.
No meu tempo ouvia que as mulheres iam lavar cobertores e mantas de trapos no Casal Soeiro (lagoa cársica e poço do Ribeirinho) e no Rio do Pessegueiro e Rio Jardim, vinham da Gramatinha e de Albarrol. Só conheço o primeiro local e foi há poucos anos. Terei de conhecer os do sul para melhor os interpretar .
O ribeiro da Boxa, só corre no inverno quando rebenta o olho d'água no Vale do Bicho.
Despertei na Página Facebook dos membros de Assembleia de Freguesia do PSD de Pousaflores
em 22 de junho de 2019 onde levaram o seguinte tema (...) o lavadouro Rio do Jardim é um espaço com uma riqueza ímpar do nosso território com água todo o ano, faz parte do património da nossa paisagem, está abandonado e do nosso ponto de vista merece ser intervencionado.
Distingue-se na foto disponibilizada pela AF/PSD um telheiro de zinco que cobre o lavadouro como era o do Ribeiro da Vide em Ansião, em total abandono, envolto de vegetação alta, eucaliptos? Um caos em total desmazelo de matagal !
Como nunca tinha ouvido esta designação rio do Jardim lancei o despique no Grupo Ansião
Graças à cortesia do comentário de Fernando Cruz
Eu acompanhei muitas vezes as minhas irmãs ao lavadouro do Rio do Jardim, íamos das Cavadas com as bacias cheias de roupa para o Rio do Jardim pelos carreiros que hoje creio que já não se possa passar, devido ao abandono das terras, cheguei a caminhar pela mina dentro ainda era catraio,tenho pena que esteja tudo ao abandono.
Graças à cortesia do comentário de Fernando Cruz
Eu acompanhei muitas vezes as minhas irmãs ao lavadouro do Rio do Jardim, íamos das Cavadas com as bacias cheias de roupa para o Rio do Jardim pelos carreiros que hoje creio que já não se possa passar, devido ao abandono das terras, cheguei a caminhar pela mina dentro ainda era catraio,tenho pena que esteja tudo ao abandono.
Rio do Jardim
A quem muito agradeço o deslindar sobre dois pontos de água e seus lavadouros.
O Rio do Jardim fica situado no Garunho - entre o Martim Vaqueiro, Outeiro da Sarzeda e Cavadas com um percurso de +- 300 metros nasce numa mina com muita abundância de água e a uns 50 metros antes de entrar numa presa feita com pedras para se lavar a roupa e servia também para regar, tendo ali um terreno que era regado com esta água e se chama Jardim.
Excelente informação. Falta perceber a razão de no passado lhe terem chamado Jardim?
Por ser local fresco, florido, com belas hortas regadas com a sua água ? Teria feito parte da Quinta das Sarzedas, hoje Sarzeda, onde morou uma família nobre de apelido Ponces ?Encontrei um registo de óbito menciona ter sido sepultada na ermida da sua quinta. O povo com o padre há poucos anos a decidiu demolir e fazer metros atrás uma maior, não deixando o chão primitivo para atestar o seu local e suas sepulturas, em vez disso foi todo calcetado....
A ermida de Nossa Senhora da Esperança na Sarzeda as pedras esculpidas do antigo altar foram deixadas no tardoz da nova capela para anos depois um novo padre questionar a razão de ali estarem, de onde eram, ao lhe responderem a sua proveniência, as mandou recolocar na nova capela, onde estão, e assim não se perderam. O património é para se preservar para nos contar a história dos locais, o que foram no seu passado.Devia ter sido o local da ermida assinalado no adro com pedra de cor diferente a contornar o que foi o seu espaço com placa a mencionar o que ali existiu.
Acrescenta ainda o comentário anónimo no blog sobre o Rio do Pessegueiro
Fica situado entre o Brejo e Entre Águas com tanques em pedra, no verão aqui aportavam mulheres onde não havia água para lavar roupas de inverno - Casal Soeiro, Gramatinha e Albarrol.
Típico na região o uso no passado do termo rio
Sem a conotação de rio como conhecemos com caudal abundante de água - o rio da Sarzedela as águas soltas da Fonte da Bica.
O Rio do Pessegueiro
Estas nascentes a sul de Ansião farão parte do Vale Aquífero do Nabão, e ainda do ribeiro do Buxo que rebenta com as primeiras chuvas e para sul o poço da Fontinha, em Almoster.
Existe sinalética depois da Igreja de S. João de Brito - Rio do Pessegueiro ...Desconheço se existe para o Rio do Jardim.
Na Crónica Histórica de Pousaflores de Alberto Lucas de 1993
Rio do Pessegueiro
O autor aborda nascentes de água permanente com duas fotos do lavadouro do rio do Pessegueiro, a preto e branco.Na primeira foto aparece um marco em pedra, ou metade de uma coluna de arestas facetada, em me inspirar seja resquício de um habitat romano (?) e o que veio a ser lavadouro o tenha sido antes um tanque para banhos? Aparentemente estranho a profundidade do tanque, a foto do lavadouro mostra um pináculo em pedra que termina de forma airoso. A requalificação deste lavadouro a fazer lembrar o da Fonte do Alvorge onde se perderam muitos vestígios romanos, por falta de cabal conhecimento do passado sem aprendizado para atestar o que agora se pretende especular - em aventar o lavadouro por se encontrar no enfiamento da via romana vinda de norte do Alvorge para sul, faltando atestar e certificar onde entrava em Ansião - entre a Mata da Mulher aos Poios e a encosta do Senhor do Bonfim- em três pontos um deles concerteza, com continuação para sul e passagem por aqui, o que vaticino. Duvidas sugestivas que na intervenção de requalificação não foram levadas em conta e talvez se tenham perdido evidências e vestígios em mais ajudar a classificar o traçado romano ainda por levantar e aqui achega que não deve ser descuidado qualquer intervenção deve respeitar os vestígios e testemunhos do passado.
Em verdade em terras de Sicó a escassez de água no verão levou que os romanos tivessem tirado bom proveito de poços de água ao longo das suas vias para uma maioria chegar até nós - poços de chafurdo com escadaria em pedra para se aceder no verão à medida que a água escasseia. Também Cisternas, a do Carvalhal em Santiago da Guarda, grandiosa e pelos menos duas em Ansião, na vila em forma de poço que era tapado e minas, conheço as da Nexebra, porventura teriam sido para exploração de ouro ?Em plena região de xisto, sabendo que o exploraram no Zêzere, serras de Figueiró e em Alvaiázere, deixando seixaleiras.
Lavadouros públicos na década de 60 no concelho de Ansião
Rio do Jardim no Pessegueiro, rio da Sarzedela , Ribeiro da Vide, Poço da Ameixieira, Quinta de Cima em Chão de Couce, Fonte do Alvorge e outros foram sendo transformados pela Autarquia e Juntas de Freguesia , sem se olhar ao passado e o que poderiam explicar, por total desconhecimento cultural e assim nasceram novos fontanários de pedra, alguns com roda em ferro para se dar à manivela e fazer elevar a água, fazia a delicia das crianças, novos lavadouros e haviam alguns tanques de bebedouro para animais no que antes foi uma nascente, mina ou poço de chafurdo!
Hoje, o progresso ditou a descontinuidade de lavadouros com aposta em lojas self service, em Ansião são uma realidade, o que deveria ser feito nos antigos lavadouros? Requalificação em espaços lúdicos para beneficiar os locais e sua populações para descansar, levar as crianças e enfim recordar as boas lembranças que ali viveu noutros tempos...porque as aldeias também merecem ter espaços de lazer com bancos e sombras e sentir o buliço da água.Aqui no rio do Pessegueiro a Sónia Barros mostrou apreço por uma piscina, porque não? O espaço é aberto, desafogado, mostra-se apetecível, e tendo água, seria uma mais valia para o povo e chamar outros.Uma boa aposta!
Poços de chafurdo transformados em fontes: Almoster, a Fonte da Fontinha
Fonte da Ramalheira na Gramatinha
Rio do Pessegueiro
O autor aborda nascentes de água permanente com duas fotos do lavadouro do rio do Pessegueiro, a preto e branco.Na primeira foto aparece um marco em pedra, ou metade de uma coluna de arestas facetada, em me inspirar seja resquício de um habitat romano (?) e o que veio a ser lavadouro o tenha sido antes um tanque para banhos? Aparentemente estranho a profundidade do tanque, a foto do lavadouro mostra um pináculo em pedra que termina de forma airoso. A requalificação deste lavadouro a fazer lembrar o da Fonte do Alvorge onde se perderam muitos vestígios romanos, por falta de cabal conhecimento do passado sem aprendizado para atestar o que agora se pretende especular - em aventar o lavadouro por se encontrar no enfiamento da via romana vinda de norte do Alvorge para sul, faltando atestar e certificar onde entrava em Ansião - entre a Mata da Mulher aos Poios e a encosta do Senhor do Bonfim- em três pontos um deles concerteza, com continuação para sul e passagem por aqui, o que vaticino. Duvidas sugestivas que na intervenção de requalificação não foram levadas em conta e talvez se tenham perdido evidências e vestígios em mais ajudar a classificar o traçado romano ainda por levantar e aqui achega que não deve ser descuidado qualquer intervenção deve respeitar os vestígios e testemunhos do passado.
Em verdade em terras de Sicó a escassez de água no verão levou que os romanos tivessem tirado bom proveito de poços de água ao longo das suas vias para uma maioria chegar até nós - poços de chafurdo com escadaria em pedra para se aceder no verão à medida que a água escasseia. Também Cisternas, a do Carvalhal em Santiago da Guarda, grandiosa e pelos menos duas em Ansião, na vila em forma de poço que era tapado e minas, conheço as da Nexebra, porventura teriam sido para exploração de ouro ?Em plena região de xisto, sabendo que o exploraram no Zêzere, serras de Figueiró e em Alvaiázere, deixando seixaleiras.
Lavadouros públicos na década de 60 no concelho de Ansião
Rio do Jardim no Pessegueiro, rio da Sarzedela , Ribeiro da Vide, Poço da Ameixieira, Quinta de Cima em Chão de Couce, Fonte do Alvorge e outros foram sendo transformados pela Autarquia e Juntas de Freguesia , sem se olhar ao passado e o que poderiam explicar, por total desconhecimento cultural e assim nasceram novos fontanários de pedra, alguns com roda em ferro para se dar à manivela e fazer elevar a água, fazia a delicia das crianças, novos lavadouros e haviam alguns tanques de bebedouro para animais no que antes foi uma nascente, mina ou poço de chafurdo!
Hoje, o progresso ditou a descontinuidade de lavadouros com aposta em lojas self service, em Ansião são uma realidade, o que deveria ser feito nos antigos lavadouros? Requalificação em espaços lúdicos para beneficiar os locais e sua populações para descansar, levar as crianças e enfim recordar as boas lembranças que ali viveu noutros tempos...porque as aldeias também merecem ter espaços de lazer com bancos e sombras e sentir o buliço da água.Aqui no rio do Pessegueiro a Sónia Barros mostrou apreço por uma piscina, porque não? O espaço é aberto, desafogado, mostra-se apetecível, e tendo água, seria uma mais valia para o povo e chamar outros.Uma boa aposta!
Poços de chafurdo transformados em fontes: Almoster, a Fonte da Fontinha
Fonte da Ramalheira na Gramatinha
Fonte da Costa em Ansião
Granja e Carvalhal em Santiago da Guarda
Fonte do Alvorge
Fonte dos Netos e,...
Granja e Carvalhal em Santiago da Guarda
Fonte do Alvorge
Fonte dos Netos e,...
Rio do Jardim
Publicação de 2017 da AF de Pousaflores
Fotos disponibilizadas pela Junta de Freguesia de Pousaflores pelo Sr Carlos Mendes
Pois tenho de ir aos locais e perceber afinal a dinâmica dos dois Rio do Jardim e Rio do Pessegueiro!
Gentes
Alfredo Simões da Ramalheira, tinha alcunha Joanas.
O Pelim, casado com a Silvina Caseira viveram na vila, foi caixeiro viajante e era do Martim Vaqueiro.
O comerciante de sapatos na vila, o Sr. Gaspar era natural do Martim Vaqueiro.
A mãe da D. Angelina Franco, julgo Olinda, era da Charneca do Garuncho, teve taberna, mercearia e tecidos na vila na frente do Clube dos Caçadores. Uma irmã dela foi a mãe do Dr. Abel. Morreu num poço quando ia buscar água. O viúvo voltou a casar com uma cunhada, a Teresa e não tiveram filhos. Outra irmã dela, a Celeste veio a casar com António da quinta.. outra irmã a Lúcia, casou com o Adriano Marques, que todos bem conhecemos em Ansião. E outra casou com o Galdino. Julgo que não me enganei, acaso alguém que retifique, agradeço.
O Dr. Abel Rodrigues Gaspar da Silva nasceu em 1926.Frequenetou a Escola do Pessegueiro, foi aluno do Prof. Carlos Reis. Em 1939 frequentou o Colégio Nuno Álvares em Tomar. Foi médico reconhecido.
A merecer proteção atividades do passado no Pessegueiro
Fornos de Cal
Existe na toponímia Outeiro do Forno
Debalde ninguém sabe que forno ali existiu. Perguntei a várias pessoas a razão da toponímia atestar um forno, debalde nenhuma ainda me soube dar cabal resposta ao tipo de forno que aqui existiu. Possível forno de cal romano? Neste outeiro viveram os pais do Dr. Ilídio já falecido, agora uma irmã.
Bairrada
Forno da Choupana
Hoje desaparecido.
Cerâmica do Garriaz
Fornos de Cal
Existe na toponímia Outeiro do Forno
Debalde ninguém sabe que forno ali existiu. Perguntei a várias pessoas a razão da toponímia atestar um forno, debalde nenhuma ainda me soube dar cabal resposta ao tipo de forno que aqui existiu. Possível forno de cal romano? Neste outeiro viveram os pais do Dr. Ilídio já falecido, agora uma irmã.
Bairrada
Forno da Choupana
Hoje desaparecido.
Cerâmica do Garriaz
Nome toponímico ancestral a prevalecer na tradição.
Um exemplar na minha coleção de telha Marselha e também produziam telha de canudo e fabrico de "tijolo burro".
Graças à cortesia de Sérgio Medeiros
Um exemplar na minha coleção de telha Marselha e também produziam telha de canudo e fabrico de "tijolo burro".
Graças à cortesia de Sérgio Medeiros
Na carta militar 275 de 1947, aparece um forno (de cal ou telha) assinalado na Fontinha junto ao Pessegueiro, num cruzamento com um cruzeiro. Visualizando as fotografias aéreas do GoogleEarth e recuando no histórico de fotos até 2017, consegue-se ver aquilo que parecem ser as ruínas circulares de um forno (de cal ou telha!), mas só visitando o local para confirmar...Em: 39.873221º -8.455760º.
Interessante a toponímia - Fontinha e possivelmente será a localização desta fábrica, a confirmar!
Provavelmente a que se referiu o Prof Carlos Reis ao Dr .Salvador Dias Arnault o levando a pensar que era o termo da Ladeia, debalde é na Fonte Grande dos Formigais.
Boa tarde.
ResponderExcluirD.Maria Isabel Coimbra
Eu acompanhei muitas vezes as minhas irmãs ao lavadouro do rio do Jardim,iam das cavadas com as bacias cheias de roupa para o Rio do Jardim pelos carreiros que hoje creio que já não se possa passar, devido ao abandono das terras, mas o rio do jardim nada tem a ver com o rio do Pessegueiro, a agua do rio do Jardim vinha de uma mina creio que ainda existe talvez a uns 300 metros do rio, cheguei a caminhar pela mina dentro ainda era catraio,tenho pena que esteja tudo ao abandono, e aprecio muito o seu trabalho em dar a conhecer a nossa terra, que muito já esta abandonado.
um muito obrigado
Att. Fernando Cruz
Caro Fernando Cruz agradeço a cortesia da visita e a partilha de informação que vou acrescentar porque enriquece a crónica. Cumpts
ResponderExcluirOlá, Boa Tarde!... Ao ler estes comentários, vejo que há aqui uma confusão nestes dois rios, assim chamados...portanto o rio do Pessegueiro fica situado entre o Brejo e Entre-Aguas, onde antigamente as mulheres vinham especialmente no verão das aldeias com escacez de agua, nomeadamente do Casal Soeiro, Gramatinha e Albarrol, agora vamos ao rio do Jardim que fica situado entre o Martim Vaqueiro, Outeiro da Sarzeda e Cavadas, este rio é um pequeno percurso de agua, cerca de 300 metros, nasce numa mina com muita abundância de agua,e neste percurso de agua 50 metros antes de entrar numa presa de agua prepararam uma pequena presa e à volta com umas lages de pedra para as mulheres lavarem a roupa..o local onde onde está este rio chama-se Jardim, eu tenho lá um terreno chamado Jardim e outro nas Cavadas abastecidos de agua para a rega dos mesmos. Isto foi sómente um testemunho de quem foi criado em torno destes rios que eram muito úteis para a população ali vizinha... uma boa continuação!.......
ResponderExcluirCaro anónimo bem haja pela cortesia e sobretudo na clareza em deslindar o que se questionava.Tomei a liberdade de corrigir seguindo as suas indicações, que me parecem muito úteis. Falta saber a origem do nome airoso Jardim, em toda a sua envolvente - o que levaria no passado o povo a ter dado esse nome - jardim?
ExcluirO remate - Uma boa continuação - é um termo característico em Ansião. Amei!