Resumo publicado no Jornal Serras de Ansião em outubro de 2021
Primazia do primeiro conhecimento no livro Perspetiva Global da Arqueologia Histórica e Arte da Vila e do Concelho de Ansião, de 1986, do Padre José Eduardo Reis Coutinho.
Seguido do livro da Confraria do Dr. Manuel Augusto Dias, que o meu amigo Henrique Dias, enviou em PDF em 2019. Mais tarde, a Dra. Teresa Falcão ofertou-me um exemplar na biblioteca.
Exaltar júbilo às suas mesárias, fiéis guardiãs, do seu egrégio espólio; Alvará de 1624 do rei Filipe III e, o das Feiras Francas de 1697, Compromissos e, Estatutos assinados por apelidos vivos - Freire, Fernandes, Rego, Nunes, Afonso, Viegas, Antunes, Cardoso, Roiz (Rodrigues) Pires, Simões, Borges, André, Mateus, Neno, Luís, Dias.
Em 1996, o Dr. Manuel Dias correlacionou o arquivo da Confraria. Em crer, missão difícil e trabalhosa com muitas horas a interpretar caligrafias. Cuja transcrição documental, me permitiu conhecer e coligir mais (…) documentos muito incompletos, sem a morada de onde vinham os novos confrades, nem de quem dava a esmola, pese a grande dificuldade da ortografia e falta de folhas conseguiu-se fazer levantamento por sexo entre 1661 e 1716 (…) Ao longo de 39 anos analisados, foram identificados 334 Lugares de origem de 2236 confrades (...) Conseguimos apurar 334 Lugares dos quais 254 são de fora do concelho de Ansião. A que correspondem 1578 confrades, dos quais só 29% são da freguesia de Ansião - a que correspondem 426 confrades e 51% das restantes freguesias do concelho, a que correspondem 212 confrades, isto é 9,4% da entrada de novos irmãos com morada conhecida (...) Ao longo de 39 anos analisados , destaque aos 10 Lugares que fornecem maior número de confrades:Pedrogão com 51
Estremoz , Avis, Abrantes, Coruche, Golegã, Lisboa, e Oliveira do Conde - Carregal do Sal,) que o autor não correlacionou (…) conhecimento mais profundo da comunidade que lhe deu vida (…) na forma de fazer uma “história total” que não exclui nada nem ninguém (...) um dado interessantíssimo em que se escreveu o maior numero de confrades em 1668 com 256 novos confrades, os quais vieram de terras fora do concelho de Ansião- diz o autor que o facto de tanta gente ter vindo à Constantina a Nossa Senhora da Paz esteja relacionado com o Tratado que acabava com as guerras da Restauração, que duravam desde 1640 e foi assinado a 5 de janeiro de 1668 em Madrid.
Clérigos e Famílias mais importantes que se inscreveram na Confraria
1663 Fr e Pª frei (como aparece nos livros - Talvez Frei Freire Pereira ?
1663 Capitão José Antunes e esposa Antónia Francisca de Minde - 40 réis
1663 Padre Gregório Miz 10 réis
1666 Dr. Manuel Dias da Silva e sua mulher D Mariana de Ansião - 50 réis
1666 Padre Manuel Antunes - 10 réis da paroquia de e Pedrogão
1666 Padre D Leandro do Paraíso, frade de Satan Cruz de Coimbra -20 réis
1666 Padre Luís Domingos Tavares - 20 réis, Tojal Sertã
1667 Padre Manuel Mateus - 20 réis
1667 Padre Gregório Roiz(da paroquia de Havis e se assentou com a sua mãe) de Pedrogão
1667 Padre Manuel Lopes - 20 réis da paroquia da Aguda
1667 Padre Tomé Antunes -20 réis, da paroquia de Areias
1668 D. Velasquez Sarmento e mãe D. Sebastiana de Almeida e seu filho Dom João Sarmento -100 réis
1668 Prelado Simão Dias 2 oliveiras
1668 Padre António de Queiroz - 20 réis da paroquia de Miranda
1668 Padre Manuel Roiz - uma oliveira
1669 Padre Manuel Curado - 20 réis da paroquia da Lousã
1672 Padre Gregório Martins de Pedrogão, 50 réis de esmola da paroquia de Palhais (Chão de Couce)
1673 Padre Manuel Pessoa Durão -200 de Ourém
1674 Francisco de Carvalho (almoxarife das 5 vilas) 250 réis de Chão de Couce
1675 Padre João - 50 réis de Pedrogão Pequeno
1676 Padre João Alures 200 réis de Miranda do Corvo
1676 Francisco Ferraz Coelho, D Antónia da Costa sua mulher, João Ferraz Velho, seu filho, Francisco Ribeiro? da Azambuja , seu filho, D Isabel da Azambuja, sua filha, Fernando Ribeiro? da Azambuja, seu filho; Helena Coelha sua criada ; Mara dos Santos sua criada; e Domingos Francos eu criado - 450 réis
1676 Padre António Travassos - 50 réis, de Águas Belas
Prefácio do livro da Confraria de NSPaz pelo Dr. Vítor Faveiro (...) A história de uma terra e suas gentes, passa, indubitavelmente pelas suas instituições (…) por contribuir, por certo, para um conhecimento mais profundo da comunidade que lhe deu vida (…) na forma de fazer uma “história total” que não exclui nada nem ninguém. A Confraria que, apesar de ser laica, tinha objetivos pios; organizar a devoção a NSPaz.
Aos meus olhos o que extraí da leitura do livro:
Registo bibliográfico aquém da temática que a meu ver já devia ter merecido Dissertação de Mestrado, com muita matéria para desbravar, sobre o milagre, os judeus, os emprestimos, etc, sem coligir informação nem presumir considerações nas lacunas documentais. A leitura desenvolve-se com a transcrição dos manuscritos por ordem sequencial de acontecimentos. Ressalta o ceio da Confraria, com realidades até hoje em penumbra, que não foram postas a descoberto, quiçá suscetível a alguns de fé mais arreigada, que em Democracia, muito se respeita. Mas, o passado é o que foi e devia ser contado, sem medo!Em ênfase a sociedade laica que instituiu a Confraria
Jamais abordada a chegada de judeus fugidos de Espanha depois de 1492, os chamados cristãos novos. A mistura de genes em gerações de cruzamento, persiste na região.
Os judeus foram obrigados a professar a religião cristã, em Portugal. Muitos não se mostraram disponiveis para essa variante e foram expulsos de Portugal pelo rei D.Manuel I. Em 1500, o 1º navio após a descoberta do Brazil levou 500 judeus. Povo de cariz inteligente e letrado, deliberadamente muitos dos que ficaram profanaram a Fé Católica, sem a assumir e, a igreja nem se deu conta, ou deu, mas, como lhe era propicio dada a riqueza que granjeava, tenha fechado olhos...E outros foram denunciados e tiveram má sorte com a inquisição. Foi uma vida dura. Povo judaico, de oposição ferrenha ao Cristianismo, que se rendeu no tempos numa figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulavam as leis para seu interesse a fomento de riqueza. Esse comportamento e modo de viver, deu origem ao termo "fariseu" para explicar a razão de tanto milagre e romaria no séc. XVII, com suporte na esperança encapuçada de cura milagrosa, em gente beatizada e analfabeta, por isso algum êxito.
Contudo desvendar o passado obriga a falar direito do que realmente aconteceu.
Tantas vezes para visitar a Constantina, aconteceu em agosto de 1990
O rei D. Filipe III, de Espanha, assinou os Estatutos da Confraria, em Lisboa e, jamais passou na Constantina, nem em 1669, o príncipe Cosme de Médicis.
(...) Em 1811 as invasões francesas na sua passagem a feira de 24 de janeiro não se realizou, nem missas, as casas e alpendes da confraria foram incendiados.
Logo aí foram empossados pelo juiz do Lugar Thomé Roriz lhes deu juramento dos Santos Evangelhos em que puzerão as mãos , os primeiros oficiais que serviram a Confaria.
Juiz João Freire o velho.
Mordomos Gaspar Nunez de Ancian
Gregório Roriz da Ribeira (da Mata que vem do Alvorge para a Lagarteira)
Escrivão - António Jorge da Constantina.
Os Oficiais da Confraria e, 8 homens dos Acordos.
A fundação da Confraria de NSPaz aconteceu a 17 de outubro de 1623 , após 67 dias do Milagre da Fonte Santa . Se admita alavancada com as comunidades laicas da Constantina e da vila, unidas a cimentar o milagre, sem pejo, a profanar a religião cristã a engodo de águas santas, no poço de chafurdo romano, na beira da via secundária romana, agora medieval. Honra a qualquer terra é agraciar o viajante com oferta de água fresca e jamais receber esmola a cura milagrosa encapuçada sem dó nem piedade!
Os Irmãos eram compostos por homens de maior estatuto financeiro e os de menor condição - os chamados Irmãos mecânicos.
A Fundação da Confraria formou-se com homens da Constantina, Sarzedela, Casal, Lagoas, Maxial, Ribeira (Açor) e os da vila.
Coligi ;
Em 1623, era irmão da Confraria Simão Afonso; um de 3 manos que enviaram carta ao Papa para fundação da Igreja no Avelar.
Em 1681, temos o registo de falecimento na sua casa de Ansião, de um frade da Ordem de S. Domingos.
Quiçá vindo dos Mosteiros da sua Ordem; Pêra, ou Alge, passou por Ansião por casa do amigo, seguiria para o do Rego da Murta, debalde não sabemos se ainda nesta data estava ativo. Simão Afonso seria abastado, com moinhos de água, para acolher gente do clero.
Já o seu descendente João Afonso, da vila, na centúria de 800, foi assistido na doença várias vezes pela Casa da Misericórdia de Ansião e, depois a sua viúva. Julga-se perdido o apelido na freguesia; que o carrego da minha mãe, com origem em Pousaflores e, vivo, em Chão de Couce.
Temos em 1668 - a doação de 100 réis, de Dom Velasquez Sarmento e mãe D. Sebastiana de Almeida e, seu filho Dom João Sarmento. Família que carece de estudo genealógico com origem no Espinhal. Em Ansião, viveram na Quinta do Vale Mosteiro de Baixo, Fonte Galega e, Quinta de Além da Ponte, com jazigo no cemitério. A negação à digitalização dos sepultamentos a grande lacuna, em mais se investigar.
Admite-se que João Freire o velho, juiz da igreja foi o mentor que levou a Imagem da Virgem que fora espólio da primitiva matriz, para a Constantina, onde foi batizada ao culto de NSPaz, nascido em Toledo. A crónica de Severim Faria de 1625 retrata o episódio enviesado e distorcido da realidade, ao acusar o povo da Constantina de a ter ido de noite buscar à sacristia, para os ansos não se darem conta...o que depreendo das entrelinhas, aqui fica a ressalva da sua ilibação.
A Confraria solicitou alvará para duas Feiras Francas
(...) O alvará régio para duas Feiras Francas a realizar a 24 de janeiro e a 2 de julho de cada ano no Rocio da Capela foi concedido por D Pedro II a 25 de junho de 1697.
Ação mercantil com tradições de património imaterial ao rei pinhão e à Rainha Santa Isabel, a evocar a memoria da sua passagem por Ansião.
Com panóplia de vendedores de várias origens. Na centúria de 800, coligi a sua vinda de Soure, ao enxergar tamanha riqueza, credível levaram a semente dando início ao ritual - Ramo de Pinhões ao Divino Espírito Santo - andor enfeitado com pinhões, há mais de 200 anos. De igual modo, foi plantada a semente em Oliveira do Conde, hoje Carregal do Sal, de onde também eram assíduos vendedores nas feiras na venda de tanino e, claro se tenham alastrado ao Alto Alentejo, por serviçais dos Senhorios na região abaixo do Tejo.
A transcrição sobre o vendedor aforô Manoel António Roriz Guimaes
As cascas de carvalho, retiradas das árvores que abundam nas serras altas de Fafe, ofereciam o tanino à operação que era orientada pelo saber transmitido de geração em geração.
Descalços, ao sol ou à chuva, os curtidores tinham um trabalho árduo, sujo e mal-cheiroso. A sua experiência e sabedoria eram, no entanto, fundamentais para o conhecimento das implicações das condições climatéricas na temperatura das águas onde repousavam as peles em banhos tanantes.
Seguia-se o enxugo muitas vezes ao ar livre, ocupando as bermas da via pública.
Cabia aos surradores o processo de acabamento, antes dos couros serem colocados a secar em arejados barracões de madeira, construídos sobre oficinas ou paredes-meias com as modestas habitações operárias, ou até nos quintais dos edifícios burgueses.
O negócio era rentável e despertava o interesse e o investimento de pessoas oriundas de todas as classes sociais, tendo-se tornado numa atividade que muito contribuiu para a projeção económica de Guimarães e para o desenvolvimento de outras atividades como a industria do calçado.
(...) em 25-06 de 1697, o alvará das feiras francas, a conceder autorização aos oficiais da Confraria para cobrança do terrádego aos feirantes, alugava tábuas, alpendres e ainda disponibilizava duas casas. Mercadores pagam 300 reis, Tendeiros, Sombreireiros, Cortidores. ourivices, 100 res , demenos conta cinquenta, unindo carros e cavalgaduras , e ainda a cabessa com as costas, 20 reis.
(...) alguns aforamentos entre 1815/8 de vendedores que se deslocavam de longe desde Tomar, chegavam de antevéspera ou véspera para arranjar melhores locais.
(...) Aforão nove lugares de Vala (de Ourique)- que o autor não conseguiu decifrar (?) Jozé da Cruz Marto; Manoel Marquez Loirenço e da outra banda Joze Marquez Loirenço; aforão José Pedro de Condeixa, em 1815 dois lugares pegados à capella; aforô Manoel António Roriz Guimaes o lugar pegado à loja de baetas de João Batista de Soire da parte de tras em 24 de janeiro de 1817; aforô Sr Joze Caetano de Soire hum alpender o de cima o Lugar do meio - 1.000 por cada um , 23 de janeiro de 1815.
(...) Esmolas a forasteiros suplicadas , em género (milho, trigo etc, que depois era vendido) com outras em dinheiro a juntar com as esmolas da caixa da Capela, azeite de 223 oliveiras e lande de 6 carvalhos, e rendas de três fazendas; Poizão, Linhares e Vale das Caeiras. Com capital a juro (julga-se de 1774 até 1853 no total de 148.100 réis, que, à taxa de 5% dava um juro de 7.400 réis ao ano. Passou nesse ano para 348.100 réis, com o legado de 200.000 réis, passando a 17.500 réis/ano. Em 1850 a Confraria com o recebimento de um legado de 200 000 réis reforçou a carteira no total de 350.000. Lamenta-se a falta de menção de quem fez a doação, seria de pessoa importante.
(…) uma das mais antigas instituições de Ansião. Se comprova no registo paroquial (…) a 9 de julho de 1600 batizou António Martins, capelão da confraria da minha igreja - mais tarde aparece denominada por Confraria velha.
Assiste-se ao mesmo sofisma implantado com a fidelização do Milagre da Fonte Santa, no imediato ampliar a ermida na Constantina, em templo recorde (4 meses), engrandecida com telheiro para acoitar romeiros, quando o certo seria ter erigida no Lugar onde nasceu o Milagre.
Por último, a venda do olival por valor inferior ao do mercado e, o comprador sem capital a ser financiado pela Confraria, onde o irmão teria voz firme para a sua aprovação.
Manuel Roriz Valente ; Manuel Simões; João Freire;Lucas Pereira Pegado; Manuel Roriz; João Pires; Maria dos Anjos, viúva de António Freire; Luísa Maria, viúva; João de Barros; Maria Godinha; Manuel Roriz da Paz; Manuel da Costa;José Mendes ; António Duarte Faveiro; Joaquim Marques; José da Silva; Narciso Caetano; Francisco Dias e,...
O valor dos empréstimos até meados do século XIX rondou neste e noutros beneficiários, viúvos e filhos o montante de 148.000 réis, o que dava um juro de 7.400 réis ao ano no ano de 1850.
(...) O maior número de confrades de Pedrogão Grande, auspicia origem do apelido Freire, aportado a Ansião, da família nobre de Miguel Leitão Freire d’ Andrade? Ou de um ramo que veio de Soure?
Não deslindei no livro do Dr. Manuel Dias, referência ao Mestre Jesuíta António dos Santos Coutinho
Vindo de Lamego a Ansião onde instituiu em 1696, um Morgadio com capelas aos seus limites, para não se perder a memória da passagem da Rainha Santa Isabel. Porém, não aparece como confrade, nem menção de esmola, nem de outrem do seu apelido – pese o arquivo incompleto, e tendo a sua família exercido cargos na Misericórdia de Ansião, acaso seriam de um outro clã, que não se identificava com a ideologia cimentada no milagre da Fonte Santa? Ou não, a rivalidade era cimentada no dinheiro?
A Feira Franca dedicada à Rainha Santa Isabel a 2 de julho, com alvará régio a 25 de junho de 1697. Agora saber quem foi o pioneiro a perpetuar a memória da Rainha Santa Isabel em terras de Ansião?
O Mestre Jesuíta ou, a Confraria da Constantina? Admito foi o Mestre Jesuíta, e a rivalidade foi essa mesmo, por isso a Confraria pediu no ano seguinte o alvará para uma 2ª feira em sua honra. Sem explicação a razão de não ser no dia 4 e sim no dia 2. óbvio para ter vendedores que daqui seguiam para Coimbra.
A saída das Feiras do terrado da Constantina
Nos finais do séc. XIX deu-se a mudança das feiras francas para a vila.
Perdeu-se a sua identidade cultural, resiste a feira dos Pinhões e as festas na Constantina.
O povo da Constantina ainda guarda a amargura da retirada das feiras, e claro da perda da receita.
Após a retirada das Feiras Francas da Constantina para a vila, a camara de Ansião, fez promessa de pagamentos em ata, mas, jamais cumprida. Explica num hiato de 98 anos o fraco rendimento da Confraria sem a receita da feira a ditar a falta de manutenção da capela sem obras de benfeitoria.
Bom, e o dinheiro que andava emprestado, que não foi pago nem os juros? Muitos não ressarciram a Confraria dos emprestimos e outros teriam ficado com ouro, entregue em promessas. A ilação que se retira se atender ao rico património, que se desvaneceu e degradou, com agravo dos párocos que passaram por Ansião, a não lhe destacar o seu valor. Exceção do Sr. Padre Manuel Ventura Pinho, na primeira vez que visitou a Constantina, enxergou o real património da capela, e claro deu alerta para ser hoje um Monumento de Interesse Nacional!
Um bom exemplo de padre, muito fez pela preservação do património religioso em Ansião a que se junta a partilha de o dar a conhecer ao Mundo, merecia estar atestado na toponímia.
Conclusão
A Confraria desempenhou papel fulcral na troca cultural alicerçada numa instituição de âmbito religioso, com romaria e peregrinação a NSPaz, cujos devotos eram maioritariamente da região centro, vindos ao chamariz do banho para curar maleitas. Já os confrades, vinham também pedir concessão de crédito. Os pobres e mendigos procuravam apoio e ajuda solidária. Gáudio a ação mercantil, pela panóplia de oferta: tecelagem, peleiros – alcunha viva em Ansião, o comprador de peles de coelho para vender para as fábricas de chapéus e julgo para os franjados dos xailes da Lomba da Casa, tanoeiros e ferreiros do Pereiro, de Pousaflores, oleiros de Miranda do Corvo, paneiros de Soure, baetas de Condeixa, ourives de Febres e Cantanhede, curtidores de Guimarães , chapeleiros de Braga, sedas de Bragança, etc.
Por fim comparar na mesma Diocese, a que foi a Irmandade da Senhora do Carmo da Marmeleira de Mortágua, com estudo em 1987, da Dra Guilhermina Mota. Em verdade – a Confraria da Senhora da Paz – apresenta-se em imerecido patamar inferior. A exigir maior investigação, divulgação e acreditação, pela secular dimensão oferecida tanto aos de casa como aos de fora.
Igual descrédito a falta de menção das suas Feiras Francas, no livro Feiras no Portugal Medieval de Paulo Morgado e Cunha de 2019 e, já antes, em 1982, no estudo de Virgínia Rau.
Fechar ao apelo da mensagem exarada no livro pelo ex. presidente autárquico Dr. Fernando Marques (...) Estudos da História Local, são sempre da maior importância para a região a quem dizem respeito e para a historiografia geral, pois são contributos indispensáveis ao conhecimento de nós próprios e do nosso passado.
Sugere-se para a comemoração dos 400 anos - a reedição do livro - vestido de nova abordagem, estudo antropológico à acreditação do Milagre, curas a banhos, confraria, devoção a NSPaz e feiras francas.
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