quarta-feira, 19 de abril de 2023

Genealogia do apelido Coimbra no concelho de Ansião

Ouvi pela primeira vez falar do apelido "Coimbra" da boca da minha mãe nos serões do correio velho quando me contava histórias vividas no Externato de Ansião. 
A propósito de uma colega do Avelar, de seu nome Isabel Coimbra Mendes, no tempo era namorada do que veio a ser o meu pai- Fernando Rodrigues Valente. Com um particular - a minha mãe era amiga de ambos e fazia de correio até que o namoro acabou com o destinatário a se apaixonar pela carteira e deste namoro vim a nascer. 
A minha mãe nunca mais dela soube por os pais se terem mudado para outra terra. 
Desconheço o ramo do apelido Coimbra que ela ostenta .

Seguido dos "Coimbras" da Mó, Chão de Couce, filhos da tia da minha mãe -, a Maria, irmã da sua mãe Maria da Luz da Mouta Redonda, foram negociantes de gado e leitões.  Um dos filhos, o Zé, guarda genes de sobrancelhas grossas e rosto quadrado, um irmão era muito alto, como o meu sogro, indiciam genes gregos. Povo que veio de barco há seculos, trouxe o pinhão, o queijo e tantas outras heranças.
 
Genealogia  ao apelido Coimbra  nas antigas Cinco Vilas de Chão de Couce
    Árvore genealógica elaborada por Henrique Dias  em 2020 
dos avoengos do meu marido Luís Alberto Jesus Coimbra
Em 2024-07-01 Partilha de Henrique Dias



Os indivíduos são todos de Almoster;  entre Bemposta, S. Saturnino, Ponte e Murtal.
Com vários apelidos; Gomes, Nunes, Gonçalves, Simões, Machado, Ponte, Gaspar, Domingues, Serra, Luís e Antunes .
 
1 - O apelido Coimbra aparece  com Francisco da Serra, do Murtal, que  casou em 1730, com Maria Antunes, da Barreira.
Tiveram neste lugar da Barreira onde foi batizado em 1732 Manuel Serra Coimbra. Na altura a Barreira pertencia a Almoster e hoje pertence a Ansião.
Se o  pai  não ostenta o apelido, de onde surge o apelido Coimbra ? Ligação ao patronímico da cidade de Coimbra, onde o seu pai Serra, ganhou a alcunha por uma razão que é ainda desconhecida, mas, a teimou fidelizar no apelido do seu filho  antecedido do seu, Serra - destronando o apelido da sua mulher Antunes. Que é estranho uma vez que ficaram a morar na Bartreira.
Para já sem  outra explicação. 

Na investigação encetada  encontrei  no Arquivo Distrital de Leiria

Dois passaportes de apelido Coimbra, um oriundo de Abiul e outro de Campelo


Quer Campelo quer Abiul, noutros tempos houve ligações por casamento, onde pode estar a resposta.

 

Manuel Francisco Coimbra

1897-07-30 Idade: 26 anos

Filiação: Manuel Francisco Coimbra / Maria dos Santos

Naturalidade: Campelo / Figueiró dos Vinhos

Residência: Campelo / Figueiró dos Vinhos

Destino: Santos / Brasil

Observações: Escreve

 

Passaporte de António Coimbra

Pedido em 1896-03-16 na idade: 28 anos

Filiação: Joaquim Coimbra / Florinda de Jesus

Naturalidade: Vale das Velhas / Abiul / Pombal

Residência: Vale das Velhas / Abiul / Pombal

Destino: S. Paulo ( Brasil )

Observações: Não escreve


Quer queiramos quer não muitos nesta região das Cinco Vilas e Ansião estamos definitivamente ligados a estas terras por raízes familiares com primos casados com primos- o meu marido na escala é meu 4º primo...Mas ainda os nossos ascendentes judeus que se cruzaram com mouros e outros povos .

Apelidos Afonso e Ferreira são judeus e Almeida de Trás os Montes da Casa de Mateus do tempo dos Marqueses de Vila Real que tinham bens nestas terras como a Quinta de Cima, Aguda e Ameixieira.


Ainda outros tópicos ao apelido Coimbra na região


"A família do "Capitão Constantino Freire Mascarenhas, nascido em Alqueidão (Olalhas) e de sua segunda mulher D. Josefa Maria Teresa de Moura (também já casada anteriormente), nascida no Marmeleiro (Madalena, Tomar), batizada a 19.01.1678, casados por procuração (da noiva) em Olalhas a 26.01.1713; neto paterno de Carlos Freire Coimbra e de Marcelina de Coimbra- segundo Rui Pereira http://geneall.net/pt/forum/2096/teixeira-de-castro-de-chao-de-couce/" na ligação à quinta de Mouta da Bela e da quinta da Amieira aos Teixeira de Castro e Sousas."

Tondela, onde o apelido é forte e aportou à região para trabalhar nas minas de minério - volfrâmio e gesso no final anos 30, inicio de 40 se tendo instalado entre o Bairro e Avelar.


 O apelido Coimbra  na Genealogia Avelarense por Raul Manuel Coelho
 
De acordo com o estado atual das nossas pesquisas, este apelido, por certo de natureza toponímica, aparece-nos no Avelar, pela primeira vez, aquando do casamento, em 1885de José Coimbra de Almeida, natural de Portulanos, Chão de Couce, carpinteiro, filho de  António de Almeida natural de São Martinho, Seia(?) e de Ana Rosa, da Mó. Num assento de um filho de José Coimbra de Almeida, no entanto, por avó é dado José Coimbra, da Mó . Casou com Rosa da Conceição, esta natural da vila de Avelar, filha de Joaquim Mendes Peitudo, de Viavai e de Luísa de Jesus, do Avelar.

Aqui viveram e tiveram diversos filhos, nomeadamente:

- Albertina de Jesus, que viria a casar com Abílio Henriques, da família dos Henriques Percebo, da qual, também, já falámos um pouco.

- António Coimbra, ( que não é o seu)casou, em 1920, no Avelar, com Emília de Figueiredo, 
O apelido Almeida chegou-lhe do pai, António de Almeida, natural de São Martinho, Seia.

-António Coimbra, outro que não o seu, este casou  com Emília Figueiredo em 1922, no Avelar e morreu em 1982 em Odivelas. 

"No Avelar em 1898 casou, também, José Firmino Coimbra, natural da Mó, aquele que refere ter ido para o Brasil, com Adelaide de Jesus, do Avelar, filha de José Rosa. O dito José Firmino é dado como filho de Manuel Coimbra, da Mó e Carolina Augusta, exposta da roda de chão de couce, moradores na Mó, jornaleiros."

Em 1898, casou no Avelar, um seu primo
José Firmino Coimbra, natural da Mó, Chão de Couce, com Adelaide de Jesus, esta natural do Avelar, filha de José Rosa Pudenciano, este natural da Rapoula. Foram viver para Chão de Couce. Tanto José Firmino, em 1901, como o seu filho Augusto Firmino Coimbra, em 1925, emigraram para Santos, Brasil.

Ambos eram primos, dado terem avós comuns, o primeiro por parte da mãe, o segundo por parte do pai; estes, portantoirmãos, filhos de José António Coimbra e de Maria Rosa, moradores em Chão de Couce. 
De notar que Maria Rosa tem: ascendência Fidalga na linha dos Sousa / Borges de Azevedo; diversa ascendência Avelarense, nomeadamente nos Manso; sendo, também, descendente dos França, de quem aqui falámos noutra ocasião.

O Apelido Coimbra foi, assim, transmitido por José António Coimbra
Natural de Casais Maduros, Pousaflores, filho de Pedro António, dali, e neto de Manuel da Serra Coimbra. Este nascido em 1732 no lugar da Barreira, Almoster, posteriormente residente nos Casais Maduros, pelo casamento com Mónica Maria.
Até à presente data, não encontrei, ainda, qualquer referência anterior, ao Apelido Coimbra, nos ascendentes imediatos de Manuel da Serra Coimbra, todos do Murtal, Almoster.
Pode-se pôr a hipótese de o apelido ter surgido em resultado de alguma ligação, contacto frequente ou facto relevante que algum destes ascendentes tenha tido com a cidade de Coimbra; tal não seria de admirar, dado que grande parte dos lugares do que é hoje a freguesia de Almoster pertenciam, havia já séculos, ao Concelho de Coimbra.

No Murtal, nessa altura havia uma grande estalagem, ainda lá está na beira do caminho principal a caminho  de Almoster e Alvaiázere

A origem do apelido Coimbra nos avelarenses?
 
Possivelmente, os Avelarenses atuais que ainda ostentam este Apelido Coimbra têm-no com uma outra origem genealógica, sem ligação conhecida à supra referida: 
Moisés Coimbra nasceu em 1897 na Portela do Brás, do atual Concelho com sede em Ferreira do Zêzere.
Filho de Amâncio José Coimbra, natural, em 1850, do lugar do Ventoso, Beco, referido como proprietário, e de Rosa Maria Mendes, natural da Portela do Brás.
Os avós paternos são José António Coimbra e Maria Moura, moradores no dito Ventoso. 
Os avós maternos são Bernardino Mendes e Maria Rosa, moradores na dita Portela. 
Em 1926, casou no Avelar Moisés José Coimbra com Maria da Conceição Duarte Moreira, esta natural do Terreiro da Guia, Avelar filha de Manuel Duarte Moreira e de Carolina Nazaré, naturais da Abrunheira, na Aguda.
Amâncio José Coimbra, filho de José António Coimbra, da Carvalheira, Janafonso, Beco e de Maria Moura, da Foz d´Alge, Arega.
António José Coimbra, pai do supra referido José António Coimbra, nasceu em 1792 na freguesia dos Santos Reis Magos do Campo Grande, em Lisboa. 
No entanto, os respetivos ascendentes eram oriundos da freguesia do Beco, parte pertencente à freguesia de Rego da Murta. 
Não constando, nos registos consultados, que qualquer deles tivesse tido o apelido Coimbra.
Moisés Coimbra casou no Avelar em 1926 com Maria da Conceição Duarte Moreira. 
Faleceu no Avelar em 1963.
 
No ponto atual das pesquisas, terá sido este o primeiro desta família a usar o apelido Coimbra
Como hipótese da respetiva origem temos, como mera possibilidade, o facto de, em Lisboa, quase ninguém saber onde era o BECO, razão para o diferenciarem de outros António José, talvez, pela referência geográfica seguinte, mais comum à época, o Bispado. 
Lisboa, a capital, pertencia ao Patriarcado, que ia apenas até Tomar. 
O Beco pertencia já ao Bispado de Coimbra. 
Mas, pode muito bem a explicação ser outra.

Postas as considerações vamos avançar com a genealogia elaborada por Henrique Dias

Vimos acima o ponto nº 1 

2 - Pedro António Serra Coimbra de Casais Maduros casou com Maria de Jesus de Martim Vaqueiro
Tiveram 
 
3 - José António Coimbra dos Casais Maduros casou com Maria Rosa de Chão de Couce.
Filha de José Caetano de Lima e a mãe com o mesmo nome Maria Rosa.Foi batizada em 1803.
 
O pai  de Maria Rosa foi José Caetano de Lima é filho do Escrivão da Correição das Cinco Vilas - o Manuel Caetano da Silva e Sousa, de quem a Maria Isabel também descende...
Fica então assim constituída a ascendência do Manuel Coimbra (filho do José António Coimbra).
Ancestros de Manuel Coimbra.
 
Como se teriam conhecido para vir a casar? Plausível que  Pedro António teria vindo trabalhar para a quinta de Cima onde conhece Maria Rosa - sendo estranho ela não ter apelidos nenhuns. Como é estranho a herança adquirida a nascente da quinta de Eiras na Mó, que foi significativa.
 
A Maria Rosa esposa de José António Coimbra  veio a falecer
Processo de inventário orfanológico do filho  Manuel Coimbra em  1891, em  Chão de Couce.
Inventariado: Maria Rosa 
Inventariante: José António Coimbra 
Freguesia: Quinta Cima - Chão de Couce
 

4 - Manuel Coimbra, nasceu em 6 julho 1840 em Outeiro da Mó, Chão de Couce, foi batizado em 14 julho desse ano em Chão de Couce, onde se casou em 22 agosto de 1876 com Carolina Augusta nascida em 1846,  Exposta. Ambos faleceram no Outeiro da Mó, Chão de Couce.
 
Não deixa de se curioso te casado com uma mulher  exposta na roda, portanto filha de pais incógnitos;  num tempo de senhores de quintas e seus filhos - os Meninos, assim chamados pelas criadas usavam e abusavam das serviçais da casa, sem quaisquer regalias, desonradas e despedidas. 
Encontrei  filhos incógnitos no concelho de Ansião, com mães que deram os apelidos dos progenitores aos filhos, apesar deles não os terem aperfilhado, revela terem sido mulheres de grande inteligência e ousadia, em prol de lhe darem o seu apelido a outros relacionados com a igreja. Reza a história que alguns bebés deixados na roda com uma carta ou fio, para mais tarde serem reconhecidos para possivelmente lhes darem a mão e os orientarem na vida dando parte da herança.

5 - Descendentes de Manuel Coimbra e de Carolina Augusta
 
1º FILHO
Alfredo António Coimbra, nasceu em 31 janeiro 1884 em Outeiro da Mó, Chão de Couce .
Batizado em 26 fevereiro do mesmo ano em Chão de Couce.
Casou em 3 maio 1905 em Pousaflores com Maria Augusta Ferreira nascida em 27 de novembro de 1883 da Mouta Redonda, irmã da minha avó materna Maria da Luz Ferreira. 

Bisavô do meu marido, conhecido pela alcunha "Ti Carolino" do nome da mãe - Carolina. Conta a minha mãe que o chegou a conhecer - homem de estatura atarracado, andava sempre com o casaco pelas costas, no dizer das bocas do povo não fazia nada, vivia à conta dos pais, mulherengo , cobiçado por mulheres para casarem com ele as filhas, pela fama de ser rico...Parava no Furadouro, na beira da estrada numa casa de uma costureira baixa, mas jeitosa, solteira, vivia com a mãe doente, acamada que o pai queria para genro...Um dia o presenteou com uma omelete, a mulher na cama, doente, cheirou-lhe a comida fazendo estridente ruído com o nariz... a que o marido lhe respondeu de má voz - não tem nada que cheirar, o petisco aqui é para mim e mé compadre Carolino os três vinténs da minha Marquitas entre as pernas deste homem..."
Diz a minha mãe que esta mulher se casou com outro, um "cornabancas", ao lhe perguntar o que queria dizer- refere-se a má conduta dela que ele aceitava...chegou a ir a casa dos meus avós costurar para um dia a minha avó deu com ela e o meu avô enrolados, no recato o chamou à razão logo ali se desculpou - "atão andas com uma roda de filhos, foi para te poupar..." 
 
Casou com a irmã da minha avó materna, a Maria Augusta Ferreira da Mouta Redonda, apesar dos avisos de que não seria bom partido para ela pela má fama de mulherengo.
Mulher alta, robusta e prendada, aprendeu costura na Quinta de Cima. Apaixonada, não deu ouvidos à família, vieram a construir a sua casa de sobrado na Mó,  ao entroncamento dos Outeiros para a serra e para os vales, onde havia pela frente um grande tanque de água. Alegadamente não foi tratada como bem o merecia, ele bebia muito,  os excessos da bebida fora e em casa, era o demónio...
 
2º FILHO
José Firmino Coimbra
Filho de Manuel Coimbra, da Mó e Carolina Augusta, exposta da roda de Chão de Couce, moradores na Mó, jornaleiros. Nasceu na Mó, mais novo que o primogénito 7 anos, casou no Avelar em 1898 com Adelaide de Jesus, do Avelar, filha de José Rosa.
Emigrou em 1901 ao Brasil. E o filho dele emigrou em 1925.
No pedido de passaporte o apelido "Coimbra" não consta


Passaporte de José Firmino de 1901-06-11 Idade: 22 anos
Filiação: Manuel Coimbra / Carolina Augusta
Naturalidade: Outeiro da Mó / Chão de Couce / Ansião
Residência: Chão de Couce / Ansião
Destino: Santos / Brasil

Tanto José Firmino, em 1901, como o seu filho Augusto Firmino Coimbra, em 1925, emigraram para Santos, Brasil. 
S
egundo o seu primo, o meu sogro Fernando Coimbra, o José Firmino viveu em Lisboa ao cimo de umas Escadinhas, ao Martim Moniz.

6 - Descendentes de Alfredo António Coimbra e Maria Augusta
António Coimbra , o mais velho, bisavô do meu marido 
Artur  Coimbra
Alberto Coimbra
Júlio Coimbra

O ramo Coimbra do meu marido veio a imperar gerações em escala dispare; quer em liberdade e aventura, obstinação ao trabalho, visão negocial e paixão pelas raízes, todos com talento e coeficiente de inteligência - o condão do brasão fiel do meu marido, a que se junta o conservadorismo e a honestidade integra, cujos ascendentes se vieram a fixar na procura de melhores condições de vida  em Lisboa, Almada, Povoa de Santa Iria, Cascais, Linha do Estoril, e os que ficaram na região; Chão de Couce, Mouta Redonda, Avelar, Vale Tábuas, Pardinheira, Nexebra, Cerejeiras no Espinhal, Palheiros, Vendas de Maria em Maças de D. Maria e,...

Pedido de Passaporte nº 490 de 15.03.1929  do seu avô António dos Santos (Coimbra) lapso no apelido  
Casado. Carpinteiro de 22 anos.
Altura 1,66. Sabe escrever e contar.
Naturalidade - Outeiro da Mó
Residência - Mouta Redonda.
Destino - Fernando Pó

O mesmo destino de outros ( Passaporte para Fernando Pó - África
6.3.1929 de António Xavier dos Santos 33 anos – Lisboinha e também do Avelar foram  para a ilha de Fernando Pó 
Caderneta Militar de António Coimbra
Pela foto da caderneta militar era um homem de corpo atarracado como o pai, dele se falava ser um homem de perfil instável, sempre armado nas mãos com o seu pau,  uso naquele tempo, temperamento fogo, violento, conflituoso, nutria o gosto de aventura e liberdade, sem compromissos. Deixou a mulher Rosa Marques com quem casou, ela mais velha,  grávida, sem ainda o saber, quando ela lhe escreve a contar a notícia, mostrou surpresa...
O pai do meu marido  Fernando Coimbra nasce a 26 de novembro de 1929.

Foto da "Ti Rosa da quelha"- Rosa Marques
Com o seu filho Fernando Coimbra, tirada na Casa de Fotografia Paz em Ansião .
O propósito seria de lhe enviar para  ele não se esquecer deles...
O padrinho de batismo do meu sogro Fernando Coimbra, foi Alberto Mendes Rosa, o mestre de marceneiro do seu pai António Coimbra, que acabou por emigrou para os Estados Unidos, onde foi bafejado pela fortuna. Quando vinha a Portugal ficava hospedado no Hotel Tivoli onde sempre presenteava os meus sogros com um jantar, trazia roupa usada em bom estado que se distribuía em Chão de Couce a famílias mais pobres. 

Muitos anos mais tarde alguém dos lados do Avelar que também esteve emigrado em Fernando Pó, vinha na mesma camioneta com a minha sogra e os dois filhos, que os olhando, lhes achou muita semelhança pelo olhar azul forte com António Coimbra que tinha emigrado com ele para Fernando Pó. Ao tabelar conversa com ela, chegaram ao consenso que a intuição de meter conversa estava certa - eram de facto os netos de António Coimbra . Graças a este homem atento, que a informou que António Coimbra, foi acometido de uma doença venérea tendo disso morrido, como se veio a conseguir a certidão de óbito, pois até aí, a avô do meu marido, a "Ti Rosa da quelha" era casada e na verdade o era há muito viúva...Porventura deixou descendência na Ilha de Fernando Pó!

Encontrei há muitos anos numa gaveta o que restava da sua Caderneta Militar de 1927, já sem capa e de lombada descolada, pela humidade...
 
Pertenceu ao Batalhão de Pontoneiros
 Notas: Multas, dia de detenção
Autorização de Licença temporária para Fernando Pó desde 24 de março de 1929
O descendente de António Coimbra foi Fernando Coimbra
Fernando Coimbra, filho  de António Coimbra e Rosa Marques natural da Mouta Redonda, nascido a 26 de novembro de 1929.Casou com Ermelinda de Jesus da Moita Redonda em 26 de janeiro, dia da feira dos Pinhões em Ansião do ano de 1953

7 - O descendente de Fernando Coimbra foi Luís Alberto de Jesus Coimbra +irmã
Luís Alberto de Jesus Coimbra Valente nasceu em Lisboa precisamente 9 meses depois do casamento a 28 de outubro de 1953 . Casou em Ansião com Maria Isabel Afonso Rodrigues Valente nascida a 05.05.57 em Coimbra , ambos trocaram os apelidos que passaram a usar.
 
8 - O descendente de Luís Alberto Jesus Coimbra Valente é Dina Isabel Coimbra Valente
Dina Isabel Coimbra Valentenasceu a 21 de maio de 1982 em Lisboa onde vive com o companheiro Samuel Filipe da Silva Moreira, pai dos filhos.

9 - Os descendentes de Dina Isabel Coimbra Valente são até ao momento:
Vicente Coimbra Valente da Silva Moreira 
Laura Coimbra Valente da Silva Moreira
Amélia Coimbra Valente Moreira
Gaspar Coimbra Valente Moreira
Os meus adorados netos na vida adulta com panóplia de tanto apelido para escolha predileta !


As nossa uvas da Mó quando as há, são biológicas.
O bisavô do meu marido herdou chão de grandes vinhedos na Mó de grande qualidade as cepas altas de várias castas desde Fernão Pires, as mais doces, e outras que se chamavam de mesa, por se mostrarem em cachos grandes de bons bagos desenxovalhados, cuja ínfima quota parte foi herança do meu marido para jazerem em abandono há anos, hirtas a morrer lentamente de pé, mas que em anos sem moléstia se enchem sem cultivo de boas uvas...Era um vinho distinto de sabor único, um palheto escorregadio sempre a pedir mais um copo...quiçá a  rivalizar qualquer outro de chão francês!
Acredito que a herança na Mó vem da avó  de Alfredo e Firmino Coimbra, a Maria Rosa de origem fidalga, falta saber a razão de apenas se chamar  Rosa Maria e  se era filha natural dos senhores da quinta de Cima ou bastarda. Que lhe tenham dado uma grande quinta na Mó que o filho Manuel Coimbra herda e se divide pelos dois filhos.
Teria sido a atividade de moinhos de vento e Mó  a ditar o nome ao lugar, arte trazida pelos judeus.
A casa onde viveram os bisavós do meu marido na Mó encontra-se há anos adoçada com uma casita de família aqui aportada do norte a trabalho e passou a residir.

A poente há vestígios de ruína de outra casa que poderia ter sido a primitiva de Manuel Coimbra e Carolina Augusta, que foi exposta da roda de Chão de Couce
Vista da casa de  Alfredo António Coimbra com alcunha ( Ti Carolino) e de Maria Augusta do lado norte no tardoz com vinhedos

O contributo possível, não foi nada fácil sendo fulcral a ajuda dos genealogistas que estudam e se interessam pelas gentes das antigas Cinco Vilas, Ansião e outras.

O meu muito obrigado pelas partilhas !

FONTES
Henrique Dias  e Raul Coelho sobre a genealogia da família Coimbra
http://geneall.net/pt/forum/70011/familia-coimbra/
http://geneall.net/pt/forum/2096/teixeira-de-castro-de-chao-de-couce/
Wikipédia


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