Lástima a perda até agora das Memorias Paroquiais de 1758 de Ansião, pelo que nada se sabe sobre a Feira de S. Lourenço. Aventa vir dos finais da centuria de 600, se atender às feiras francas da Constantina dessa altura, em franca concorrencia à vila, pelo ganho da aposta do milagre da Fonte Santa, que chamou romeiros, cujas receitas permitiram a concessão de emprestimos aos confrades.
Pois temos de nos valer nos concelhos limitrofes, para mais entender.
Encontrei referencia à vila de Cernache, em 1758, da feira de S. Lourenço com vendedores dos termos vizinhos, auspicia alguns de Ansião, que lhe fica a sul; “hũa quasi feyra realizada no dia de S. Lourenço, que somente consta de sal, posseyros de vimes, e verguas de salgueyro para as vendimas, e pas de pao de amieyro e encinhos, para alimpar, e ajuntar os trigos, e milhos nas eyras, e alguns poucos belforinheyros com suas tendinhas, e muytos tremoços; de sorte que o principal he o sal, que ha em muyta abundância, he somente pagam de medidas hum vintém cada carro”194 . ANTT – Memórias Paroquiais: Dicionário Geográfico… do P.e Luís Cardoso, vol. 34, n.º 133, pp. 964- 965.
Também chamada S. Lourenço, aos dez de agosto, por altura das Festas do Povo, o certame decorria na rua de S.Lourenço, do cemiterio e depois na Avª Vitor Faveiro, com estaminés de cesteiros prostrados no chão, com panoplia de estilo e tamanho; cestos para as vindimas de vários feitios, cestas de mão, cabazes, cestas de costura, fruteiras, garrafões empalhados, onde não faltavam também os carateristicos da região feitos em cana, que ainda existe uma artesã da Bairrada -, a Flor, que os faz muito bem, e dela tenho alguns exemplares. O meu bisavô Elias do Alto, a recordação que tenho dele num sábado em cima do almoço de o ver no seu passo lento vindo da Praça do Peixe a descer a rua a caminho de casa , e cesta de cana na mão com a sardinha.
O meu pai encomendou-lhe num ano, duas pequenas cestinhas, como a que mostro acima, uma para mim e outra para a minha irmã, e com elas pelas mãos fomos numas ferias de Natal, airosas caminho fora à "vinha", toponimo perdido no Vale Mosteiro, a fazenda com oliveiras, fazer de conta que apanhávamos azeitona para retalhar...Julgo nunca os enchemos!
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