quinta-feira, 17 de julho de 2014

O Núcleo Medieval/Moderno de Almada Velha

O morro onde Almada  antes do terramoto  de 1755 com o castelo inserido no forte, igrejas, casario e a sua cerca .

O Núcleo Medieval/Moderno de Almada Velha 
Quer :através da musealização do sítio
Quer: Pela exposição que o acompanha 
Contribuir para a educação e sensibilização dos cidadãos no domínio da proteção e divulgação do património histórico-cultural almadense.

Belo exemplar de porta de madeira  com almofadas  elegantes abaixo das aldrabas 
Apesar de fachada estreita sita a poente na lateral do antigo hospital -, hoje Lar da Misericórdia, era um antiga casa de habitação, cujo quintal alto escondia  no subsolo de grande altura 26 silos postos a descoberto de origem mourisca do século XI/II, supostamente haveria mais no seguimento de outras propriedades contíguas, evidencia  no entanto que seria um grande armazém de um mercador árabe
Maravilha  arqueológica pode ser apreciada pelo preço simbólico de 60 cêntimos. 
Sítio posto a descoberto em 92, numa obra de remodelação da casa, cujos donos, nomeadamente sendo a senhora, professora de história, desde logo colaborou para a preservação do espaço para as gerações vindouras terem conhecimento do passado deste local, bafejados foram os intervenientes na sorte das obras ter sido executada à força de mãos, pela contingência reduzida do espaço, em detrimento de máquinas que não podiam intervir pondo a descoberto vestígios de achados  muito relevantes.
Feliz concretização o acordo estabelecido da venda  do espaço adquirido pela câmara, o que deveria alertar outros proprietários "duros de pensar na mora a decidir e acordar " que  ainda estão a tempo de se poder preservar mais património esquecido, a olhos vistos lapidado, porque um dia destes se a câmara decidir o que o PEDRO SANTANA LOPES em Lisboa aquando da sua presidência ... é que vão ser elas!!!
Homem valente ao mandar emitir aviso aos proprietários de bens imóveis degradados " se não iniciassem obras de reabilitação num mês a propriedade passaria para intervenção publica..."
Vale a pena conhecer este digníssimo espaço. Fiquei completamente extasiada. Parabéns a quem escolheu a funcionária destacada, se revelou possuidora de perfil para o acolhimento, dando ao visitante uma lição gratuita mostrando-se simpática e  muito agradável no decorrer da abordagem ao sítio, vestígios, materiais, e às coleções expostas nas vitrinas -, seja na nossa língua ou em inglês, a visita anterior assim foi a um casal francês. mim me deixou no adeus uma sensação maravilhosa de completa fascinação!
Silos escavados no calcário -,  serviam como depósitos de cereal, carne e peixe secos ou salgados, frutos secos ou líquidos -, produtos  que se aguentavam durante meses e até anos, eram fechados, mas antes o ar era queimado com uma mecha de enxofre, que ainda se usa nos pipos de mosto e se mantinha anos. Imensamente belos pela arquitetura de escavação na rocha calcária, sendo maleável, de formato ovalados para maior armazenamento, cujas bocas eram tapadas com um Mó de pedra-, na altura da descoberta apenas dois silos estavam intatos, estando um deles tapado com a Mó ( entretanto retirada mas a meu ver devia voltar, pois ao  ser admirada, a boca do silo percebe-se que tinha tampa)  o que evidencia reaproveitamento para utilização nos séculos seguintes(vinho ou água, digo eu por ter 2 metros de altura e boca mais estreita) após a expulsão mourisca, os outros  silos foram sendo atulhados com depósito de lixeiras, onde se encontrou espólio que se apresenta exposto com a designação na Rua da Judiaria  a rua confinante das escavações.
Silos assim iguais foram encontrados dois junto do muro do jardim do castelo na frente do adro da igreja de Santiago. Mas mui pequenos auscultei ao vivo em Torre de Moncorvo na Quinta das Laranjeiras, do Brasileiro, ou dos Távoras que foi também pertença da D. Antónia, feitos em terraços fluviais do rio Sabor que já se encontram submersos-, e por isso a minha indignação a sua origem, aqui em Almada são de origem árabe.
No norte outros foram descobertos-, os frigoríficos de antanho! 
Como média foi considerado 2.000 kg/silo= capacidade cerca de 52.000 kg para a área escada +-170m2.
Almada situada na frente de Lisboa em situação privilegiada teve com certeza moradores de burguesia abastada, e nobres, a Marquesa de Alorna uma delas,  assim como da Casa Real, aqui se deslocava em tempos de peste ou simplesmente para descansar e usufruir da caça por aqui abundante de javalis, veados, lebres e,...
  • Variedade de artefactos datados entre os séculos XII e XIX 
Vasos de noite vulgo PENICOS que os mais novos nas visitas nem sabem do que se trata pelo desuso, apesar de em pequenos os usarem em plástico...
Esmaltados  em amarelo ocre serpintados de verde com a particularidade de ambos apresentarem uma figura tipo folha(?) ao alto que não me parece ser arrepiado do esmalte, antes feito manualmente com uma cana,ou(?)
Azulejos julgo do convento de São Paulo 
Malga século XIX no motivo cantão popular que para mim no formato do salgueiro  assim de folhagem descaída aventa fabrico do norte de Miragaia(?), mas estando tão perto de grandes centros de fabrico em Lisboa fica a interrogação.
Faiança falante "MELO"
Caçoila  graciosa época mourisca
Cerâmica moldada
Vestígios da Pré História(Neolítico e Calcolítico)
Malhas de jogo em faiança e em cerâmica e um animal
Prato italiano
Vestígios da presença Fenícia, Romana e Muçulmana

O período medieval/moderno surge representado por peças do quotidiano (loiças  de cozinha e de mesa em cerâmica e faiança. Mas também por uma riqueza  que contrasta  por estar na periferia a Lisboa.

Luxos de pedras preciosas, porcelanas chinesas, faianças espanholas, italianas e holandesas, vidro italiano, marfim africano e moedas de vários países europeus. 


Fragmentos de bacia de Matisses
Da janela com cortinas finas vislumbra-se  na frente a poente a  beleza da colina da Quinta da Cerca e parte da ponte e o Tejo, mas na foto fica assim...
Um poço no tardoz   da frontaria antes dos silos escavado na rocha , à direita um grosso muro que entaipou uma janela século XVI
Frigideiras e caçoila com tampa
No canto superior direito um RASPADOR do Paleolítico (?) encontrado aqui neste sítio, sabendo que ao ser trabalhado pelos mouros na feitura dos silos o material lítico antigo praticamente desapareceu.
O artefacto mais antigo aqui encontrado.
Cerâmica utilizada para guardar cal, em miúda recorda as talhas de azeite quando se partiam ao meio eram reutilizadas para o mesmo fim
As estruturas habitacionais aparecem depois do abandono dos mouros no século XII tendo sido seguidamente entulhados de lixos , sendo as casas feitas sem alicerces, apenas sobreviveram até hoje o que se vê, a casa  na frente teve varandim cujos buracos onde os pilares encaixavam  são visivési e na frente junto ao adossado de uma parede de outra casa encontra-se um esgoto encanado em pedra com caixa de receção de águas, e na parede da foto abaixo fragmentos de faiança que os arqueólogos deixaram ficar no local.
Sem explicação as casas parece foram abandonadas no século XVI passando no tempo a quintal e após o terramoto de 1755 Almada ganhou novo traçado urbano.

Venham perder tempo na visita e sair mais ricos de cultura!
Nota final julgo deveria haver publicidade na bifurcação das ruas na frontaria da antiga câmara assinalando o Núcleo  a escassos 50 metros, e deste lado na foto, a igreja da Misericórdia que será uma das próximas visitas.
Atrevam-se, é preciso andar a pé conhecer a cidade, recantos e beber cultura, pois há muita por ALMADA!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Conhecer o Museu da Cidade de Almada

O Museu da Cidade de Almada é um local privilegiado para quem queira interpretar o PASSADO, PRESENTE E FUTURO das gentes que habitaram e na continuidade habitam o concelho-, retrata em hino e glória um povo trabalhador de homens operários e mulheres corticeiras, gente que vivia oprimida de baixo salário sem regalias, que se tornou revolucionário para reivindicar direitos, em eloquente amostragem compilada de fotografias, jornais e entrevistas com gente que recorda esses tempos de fascismo, de pobreza e as suas lutas pelo direito à greve, que eclodiu com o 25 de abril e o 1º de maio de 74 .
Obra “Memorial ao Poder Local” de Rogério Ribeiro, uma fonte revestida a azulejos pintados, com 30 bicas de água, instalada no jardim para comemorar os 30 anos do 25 de Abril.
Uma nota negativa para a alameda de palmeiras, duas já morreram, pois sabendo do bicharoco que as mata ser conhecido há muito, em tempo deveria ter havido sensibilidade e ter atuado na sua preservação com uma escada basculante para serem tratadas...
O mesmo dos plátanos que deverão na altura do inverno ser podados a talão-, sendo mais interessantes a visão estética e não tiram o brilho ao espaço que assim se mostra quase encoberto.Os técnicos da câmara habituados a estes serviços deveriam fazer uma reciclagem em câmaras,(Lousã e Seixal) que tem bons podadores, com isso o aprendizado em podas, e não ver o que se constata, na Escola Anselmo de Andrade, e agora na quina do viaduto do Pragal na subida de transeuntes da ponte, uma oliveira de grande copa por falta de poda em anos anteriores, o foi há coisa de um mês fora de tempo, muito mal, deixando pernadas de largos 30 cm, que deveriam ter sido cortadas como manda o preceito da poda, à face do tronco da oliveira.
O Museu da Cidade de Almada localiza-se na Cova da Piedade, na antiga Quinta dos Frades, que era extensa sendo o limite norte no Bairro do Pombal, e para sul o Parque da Paz ,com grande produção de azeite, parece ainda existe uma roda do primitivo Lagar.
No séc. XIV passa à administração dos Frades predicantes da Ordem de S. Domingos, que entre 1380-1446 constroem o edifício sede da Quinta provavelmente, na, ou próxima da atual localização do Museu.
Do primitivo edifício restam apenas alguns vestígios arqueológicos (séc. XVII, XVIII: tanques, suportes em cantaria, pias, pavimentos de lajedo e tijoleira), postos a descoberto durante as obras de reabilitação da casa para instalação do Museu da Cidade.
Precária publicidade no parque de estacionamento-, que nem a vi, deveria haver nos eixos de ligação nas grandes rotundas do Centro Sul, o mesmo no exterior do gradeamento na entrada, se mostra INEXISTENTE, e na LATERAL na porta do Museu, o que existe se mostra patente em lonas com os slogans publicitários em suporte alto de formato em triângulo, ligado por cordas que ao meu olhar se revela ao estilo "REVOLUCIONÁRIO gasto e cansado por excesso de uso após o 25 de abril" sendo de valor inegável (?) passa a meu ver por isso despercebido e ignorado no passar da mensagem das coleções expostas, assim sendo não se revela apelativo, quando deveria ter essa função, mesmo aos que frequentam a esplanada do café, e aos demais visitantes e circundantes, porque a propriedade é de gaveto -, uns sabem, outros nem querem saber, por falta de incentivo em se engrandecerem, pois é preciso ter tempo para beber tanta cultura -, estímulos que deveriam incrementar a visita ao Museu, de preço 60 cêntimos a entrada, de onde se saí mais rico, por se entrar de espírito aberto em querer ver, conhecer, e deslumbrar, em suma embebedar de CULTURA, e não apenas olhar, sem valorizar o excelente trabalho de amostragem, de riqueza histórica e patrimonial , do seu passado e das suas gentes, já para não falar das instalações ultra modernas, em que só as paredes de fora são antigas, a que acrescentaram um espaço novo em ampliação. Fiquei completamente espantada pela obra de arquitetura e design, com 10 anos a funcionar, apenas os pequenos sofás da receção precisam de ser mudados por se mostrem gastos!
O meu olhar
Rostos de gentes que viveram , E OUTROS AINDA em Almada-, vejam se descobrem a antiga Presidente Maria Emília
“500 anos do Foral Manuelino de Almada 1513-2013”
O Século Ilustrado nº 734 de 26 de janeiro de 1952 cedência de Magda Pinheiro
Excursão da Emídio Navarro 18.03.64 Cedência da foto de Gertrudes Tavares
Oficina de serralheiro mecânicos, anos 50 onde o meu marido tirou o curso
O São João em 50 na Praça da Renovação cedência Estefâneo Barros
Protesto dos Corticeiros junto à cadeia em 1911 na Rua Capitão Leitão cedência Hemeroteca Municipal de Lisboa

Vida rural da vila de Almada velha vista antes de 1907 do Campo de São Paulo onde é o Seminário
Objetos encontrados na Quinta do Almaraz junto do Castelo
Objetos encontrados na gruta artificial do Convento de são Paulo no Seminário
Fonte em ferro forjado anos 30 igual a outros por Almada, esta foi do Pragal
Concursos do vestido de chita organizado por um Jornal Academia Almadense 1954
Coroa da Dama de Honor de Maria Manuela Fernandes que fez a sua cedência e da foto
Produção vinícola em Almada, só conhecia a que não está aqui representada- AREALVA e BENFICA
Fiquei a conhecer o vinho da QUINTA DO POMBAL
Pragal, o casario desaparecido...
Quinta da Alegria a vida de um casal com filhos, o tanque de lavar a roupa
Bairro Amarelo (Pica Pau) a urbanização e o campo no pastoreio
Pescadores viviam em casebres de madeira cobertos a colmo
Bairro da Quinta da Alegria
Lembrar a Escola Primária
O Parque da Paz numa foto deslumbrante
Encantada com os POEMAS
Os livros proibidos, censurados, estrategicamente neste armário antigo guardados que abri para fotografar

Sentada a ver FILMES 

PONTE 25 DE ABRIL desde que foi feita até à inauguração 1966

CRISTO REI 1959

ARSENAL DO ALFEITE 1939

E sobre ALMADA e alguns monumentos 3 mn
Fiquei sem bateria...Amei ter redescoberto o painel a esmo do miradouro do Seminário de Almada que fotografei a semana passada, bem se não é este, é muito parecido porque são vários com caras de anjinhos...
Escapou-me por completo registar a foto da máquina de projetar na entrada que foi da SFUAP e não retive na memória o verso do Ary dos Santos...Graças à cortesia de alguém que fez o favor de o mencionar num comentário , passo a transcrever "A cidade é um poro, um pulmão que respira."
Simplesmente AMEI! Sei vou voltar para um novo olhar!

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