O morro onde Almada antes do terramoto de 1755 com o castelo inserido no forte, igrejas, casario e a sua cerca .
O Núcleo Medieval/Moderno de Almada Velha
Quer :através da musealização do sítio
Quer: Pela exposição que o acompanha
Contribuir para a educação e sensibilização dos cidadãos no domínio da proteção e divulgação do património histórico-cultural almadense.
Belo exemplar de porta de madeira com almofadas elegantes abaixo das aldrabas |
Apesar de fachada estreita sita a poente na lateral do antigo hospital -, hoje Lar da Misericórdia, era um antiga casa de habitação, cujo quintal alto escondia no subsolo de grande altura 26 silos postos a descoberto de origem mourisca do século XI/II, supostamente haveria mais no seguimento de outras propriedades contíguas, evidencia no entanto que seria um grande armazém de um mercador árabe.
Maravilha arqueológica pode ser apreciada pelo preço simbólico de 60 cêntimos.
Sítio posto a descoberto em 92, numa obra de remodelação da casa, cujos donos, nomeadamente sendo a senhora, professora de história, desde logo colaborou para a preservação do espaço para as gerações vindouras terem conhecimento do passado deste local, bafejados foram os intervenientes na sorte das obras ter sido executada à força de mãos, pela contingência reduzida do espaço, em detrimento de máquinas que não podiam intervir pondo a descoberto vestígios de achados muito relevantes.
Feliz concretização o acordo estabelecido da venda do espaço adquirido pela câmara, o que deveria alertar outros proprietários "duros de pensar na mora a decidir e acordar " que ainda estão a tempo de se poder preservar mais património esquecido, a olhos vistos lapidado, porque um dia destes se a câmara decidir o que o PEDRO SANTANA LOPES em Lisboa aquando da sua presidência ... é que vão ser elas!!!
Homem valente ao mandar emitir aviso aos proprietários de bens imóveis degradados " se não iniciassem obras de reabilitação num mês a propriedade passaria para intervenção publica..."
Homem valente ao mandar emitir aviso aos proprietários de bens imóveis degradados " se não iniciassem obras de reabilitação num mês a propriedade passaria para intervenção publica..."
Vale a pena conhecer este digníssimo espaço. Fiquei completamente extasiada. Parabéns a quem escolheu a funcionária destacada, se revelou possuidora de perfil para o acolhimento, dando ao visitante uma lição gratuita mostrando-se simpática e muito agradável no decorrer da abordagem ao sítio, vestígios, materiais, e às coleções expostas nas vitrinas -, seja na nossa língua ou em inglês, a visita anterior assim foi a um casal francês.A mim me deixou no adeus uma sensação maravilhosa de completa fascinação!
Silos escavados no calcário -, serviam como depósitos
de cereal, carne e peixe secos ou salgados, frutos secos ou líquidos -,
produtos que se aguentavam durante meses e até anos, eram fechados, mas antes o ar era queimado com uma mecha de enxofre, que ainda se usa nos pipos de mosto e se mantinha anos. Imensamente belos
pela arquitetura de escavação na rocha calcária, sendo maleável, de formato ovalados para maior armazenamento, cujas bocas eram tapadas com um Mó de pedra-,
na altura da descoberta apenas dois silos estavam intatos, estando um deles
tapado com a Mó ( entretanto retirada mas a meu ver devia voltar, pois ao ser admirada, a boca do silo percebe-se que tinha tampa) o que evidencia
reaproveitamento para utilização nos séculos seguintes(vinho ou água, digo eu por ter 2 metros de altura e boca mais estreita) após a expulsão
mourisca, os outros silos foram sendo atulhados com depósito de
lixeiras, onde se encontrou espólio que se apresenta exposto com a
designação na Rua da Judiaria a rua confinante das escavações.
Silos assim iguais foram encontrados dois junto do muro do jardim do castelo na frente do adro da igreja de Santiago. Mas mui pequenos auscultei ao vivo em Torre de Moncorvo na Quinta das Laranjeiras, do Brasileiro, ou dos Távoras que foi também pertença da D. Antónia, feitos em terraços fluviais do rio Sabor que já se encontram submersos-, e por isso a minha indignação a sua origem, aqui em Almada são de origem árabe.No norte outros foram descobertos-, os frigoríficos de antanho!
Como média foi considerado 2.000 kg/silo= capacidade cerca de 52.000 kg para a área escada +-170m2.
Almada situada na frente de Lisboa em situação privilegiada
teve com certeza moradores de burguesia abastada, e nobres, a Marquesa de Alorna uma delas, assim como da Casa
Real, aqui se deslocava em tempos de peste ou simplesmente para descansar e
usufruir da caça por aqui abundante de javalis, veados, lebres e,...
- Variedade de artefactos datados entre os séculos XII e XIX
Vasos de noite vulgo PENICOS que os mais novos nas visitas nem sabem do que se trata pelo desuso, apesar de em pequenos os usarem em plástico...
Esmaltados em amarelo ocre serpintados de verde com a particularidade de ambos apresentarem uma figura tipo folha(?) ao alto que não me parece ser arrepiado do esmalte, antes feito manualmente com uma cana,ou(?)
Azulejos julgo do convento de São Paulo
Malga século XIX no motivo cantão popular que para mim no formato do salgueiro assim de folhagem descaída aventa fabrico do norte de Miragaia(?), mas estando tão perto de grandes centros de fabrico em Lisboa fica a interrogação.
Faiança falante "MELO"
Caçoila graciosa época mourisca
Cerâmica moldada
Vestígios da Pré História(Neolítico e Calcolítico)
Malhas de jogo em faiança e em cerâmica e um animal
Prato italiano
Vestígios da presença Fenícia, Romana e Muçulmana
O período medieval/moderno surge representado por peças do quotidiano (loiças
de cozinha e de mesa em cerâmica e faiança. Mas também por uma riqueza
que contrasta por estar na periferia a Lisboa.
Luxos de pedras preciosas, porcelanas chinesas, faianças espanholas, italianas e holandesas, vidro italiano, marfim africano e moedas de vários países europeus.
Fragmentos de bacia de Matisses
Da janela com cortinas finas vislumbra-se na frente a poente a beleza da colina da Quinta da Cerca e parte da ponte e o Tejo, mas na foto fica assim...
Um poço no tardoz da frontaria antes dos silos escavado na rocha , à direita um grosso muro que entaipou uma janela século XVI
Frigideiras e caçoila com tampa
No canto superior direito um RASPADOR do Paleolítico (?) encontrado aqui neste sítio, sabendo que ao ser trabalhado pelos mouros na feitura dos silos o material lítico antigo praticamente desapareceu.
O artefacto mais antigo aqui encontrado.
Cerâmica utilizada para guardar cal, em miúda recorda as talhas de azeite quando se partiam ao meio eram reutilizadas para o mesmo fim
As estruturas habitacionais aparecem depois do abandono dos mouros no século XII tendo sido seguidamente entulhados de lixos , sendo as casas feitas sem alicerces, apenas sobreviveram até hoje o que se vê, a casa na frente teve varandim cujos buracos onde os pilares encaixavam são visivési e na frente junto ao adossado de uma parede de outra casa encontra-se um esgoto encanado em pedra com caixa de receção de águas, e na parede da foto abaixo fragmentos de faiança que os arqueólogos deixaram ficar no local.
Sem explicação as casas parece foram abandonadas no século XVI passando no tempo a quintal e após o terramoto de 1755 Almada ganhou novo traçado urbano.
Venham perder tempo na visita e sair mais ricos de cultura!
Nota final julgo deveria haver publicidade na bifurcação das ruas na frontaria da antiga câmara assinalando o Núcleo a escassos 50 metros, e deste lado na foto, a igreja da Misericórdia que será uma das próximas visitas.Atrevam-se, é preciso andar a pé conhecer a cidade, recantos e beber cultura, pois há muita por ALMADA!
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