quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Alvaiázere até às Fragas de S. Simão


PÁSCOA 2010
Desta vez perdi-me de amores na serra de Alvaiázere  para os lados do Vale da Couda, reza a lenda que seria Conda, diminutivo de condessa, o povo serrano com a falta de dentes expressava-se mal - prevaleceu Couda, logo depois vem a aldeia do Casal da Rainha. Entrei pela PORTA DA SERRA será este o traçado de origem medieval -,onde passaram Reis e comitivas a caminho de Ourém e Lisboa (?).
Há tempos numa visita à serra para apanhar alecrim e lírios para o meu jardim convenci o meu marido na aventura de seguir na direção da Mata , aldeia muito interessante  onde se podem observar as invulgares formações calcárias -, as Megalápias.
O percurso pedestre do Bofinho, ou das Megalápias, é um percurso circular que integra a Rede Natura 2000, com inicio e fim na antiga Escola Primária do Bofinho.Tem uma distância total de 13,4 quilómetros que demoram cerca de 4 horas e 30 minutos a serem percorridos, dependendo da velocidade a que for realizado. 


Na minha cabeça imaginei a via romana por aqui passar na direção do Bofinho a contornar a aba da serra até Alvaiázere na vez do percurso agora trilhado - pela acessibilidade.

Nunca me tinha  apeado junto ao profundo e abrupto vale antes do Vale da Couda - sempre me fascinou pelo declive cravado de cascalho calcário em montinhos a fazer terrado às enfezadas oliveiras. Atravessei o rali posto recentemente para sentir o vale -  magnífico, delirei sozinha, ninguém me quis acompanhar !
Desforrei-me, perdi-me por fragas e veredas, muito alecrim florido.Incrível aqueles ares fizeram-me perder o bom senso, num repente entre esculturas cravadas na terra debruadas a erva de santa Maria, verti águas - que alívio, só Deus sabe o que senti...trouxe um grande ramalhete, ainda arranquei dois pés para transplante.

No sábado em Ansião já não aceitavam encomendas de leitão, no Pereiro também não!
Consegui encomendar nos Palheiros, nas Vendas de Maria, mas no domingo quando a minha irmã o foi buscar, quem se tinha esquecido de encomendar ficou com água na boca,só com o cheirinho...Já só havia para as encomendas.
Programei este almoço na minha casa rural, fui mais cedo para abrir as janelas e engalanar a mesa na sala,tirei a toalha branca que fora do meu enxoval, os copos de cristal, no centro um lindo prato da VA decorado com ovos de chocolate, coelhinhos e amêndoas.
O leitão, esse degustei-o devagarinho, para saborear o estaladiço da pele na boca,bem regado com Messias bruto e boa alface do lavrado da minha mãe.
A minha irmã fez o favor de sujar a toalha, e eu é que tive de tirar as nódoas.
Refastelados e bem "aressuados" - hábito a minha mãe dizer, sugeri um passeio à aldeia de xisto reconstruída de S.Simão  nas Fragas na Ribeira de Alge.

O nosso olhar estendeu-se pelas fragas e, nos contrates dos verdes, ficámos seduzidos com tanta beleza, paz, silêncios, também recordar pessoas que conhecemos ao longo da vida, que aqui nasceram como a antiga chefe dos correios a D Maria Augusta Morgado; a Prof D Maria José Nogueira e uma vizinha minha que veio com a primeira como criada a Mavilde Murtinho, ainda a irmã desta com mais de 90 anos que a vi e tirei pela parecença no varandim da sua casa a espreitar o sol soalheiro.
A aldeia estende-se pelo cume de um outeiro, na Madeira chamaríamos-lhe fajã.
As casas em xisto tomam os lados da estrada sem saída, quase todas restauradas.
Gostei de ver em particular a casa castiça onde nasceu a D Maria José Nogueira, junto à fonte da aldeia, no quintal algumas cameleiras repletas de flores.
Quem gostar de reviver varandins em madeira tosca, fechaduras antigas, janelas e janelos, cortinas de linho, alguidares de barro a fazer de floreiras, mais não digo para aguçar a vontade de irem...
A aldeia é muito bonita, dali saem trilhos até outras aldeias nas faldas das serras circundantes e das fragas onde passa a lendária Ribeira d'Alge.
Vale muito a pena, quero fazer!

domingo, 5 de setembro de 2010

Prazer andar de mota. A minha primeira vez!

A minha irmã junto à gruta do Calaias
Caso raro a minha irmã permitir o registo de fotos...estava feliz!
 O "Calaias" …Quem se lembra de ouvir falar do Teixeira -, homem das Louriceiras de Santo António que serviu na 1ª guerra mundial? - homem traumatizado com a guerra, com o que por lá viu e viveu - quando regressou à terra andava assustado e atormentado e decide fugir a pé para França com medo de outra guerra por cá. Apanhado e repatriado, nunca mais quis morar nas Louriceiras -, homem solitário decide procurar as grutas onde teriam vivido as moiras nos Pois, quem o via diz que subia para o seu esconderijo por uns altos paus, até levava um cântaro com água da ribeira do Nabão às costas . A gruta situa-se na costa do serrado da Mata da Mulher -, onde a Ti Eufrofina do Carvalhal a Ti "Porfina" como eu a chamava por aqui andava na sua propriedade a pastar o gado -, viu algumas vezes o bom do "Calaias" na borda da ribeira ao sol.
Hoje, a altura do penhasco dá a sensação de ser mais alta porque desterraram bastante o morro no sopé da escarpa.

A minha irmã neste primeiro domingo de setembro depois do almoço convidou-me numa volta de mota pelos Escampado de Santa Marta em frente da capela.

 A caminho do Marquinho por caminhos de terra batida, sentir a aragem fresca dos carvalhos e dos pinheiros -, apreciar muros de pedra solta, fatalmente ver o leito branco de limos secos do Nabão!
 
Acreditem, pela primeira vez não hesitei, aceitei no momento, perguntei se tinha capacete - deu-me um com a virola desatarachada, nem sabia fecha-lo - seguimos caminho parámos em Santa Marta junto à capela na apertada subidita para o da Lagoa deixou o motor ir abaixo...queixou-se que tinha pouca gasolina, atrevida pedi-lhe para irmos descobrir um caminho mais adiante que poderá ser um troço da calçada romana...mas ela não se aventurou, o troço é difícil com muita pedra miúda, ainda caiamos as duas...
Chegámos ao Marquinho o leito do Nabão  dava dó coberto por um manto branco de agriões e limos ressequidos. Parámos junto às grutas do Calaias, irresistível fotografar a ponte - julgo romana, o que fiz.
 
Continuámos na nossa rota e nos Moinhos de S. João rumámos noutra estrada à pouco roteada , sempre a subir fomos ter às imediações da Costa do Castelo, a paisagem é avassaladora, os cheiros a tomilhos secos, eucalipto, os muros de pedra solta a fazer de canteiros nas parcas courelas, amei!

No Escampado de S. Miguel registei esta foto de uma janela típica da região - caixilho em madeira com apenas uma pequena abertura em vidro - como seria a luz que entrava por ele sendo tão pequeno...logo imaginei a mulher que nesse quarto dormia e pela noite tirar do cabide a  camisa de estoupa grossa para afugentar as pulgas, e assim se livrar delas...
No regresso demos uma volta de cortesia no nosso Bairro de Santo António, onde vivemos a nossa infância e adolescência, entramos fanfarronas a rir, quem nos viu ficou de boca aberta.Somos assim -, umas libertinas desde miúdas fazemos sempre o que nos dá na realgana!
A casa onde vivi a minha infância e adolescência de caras para o adro da capela-
Bom ter chegado aos 50 anos!
Perdi muitos medos. Andar de mota sempre foi um deles, em miúda com o meu pai que tinha uma motorizada, um belo dia ele convidou-me , logo no arranque fiquei de pé....
Nunca, até domingo tinha sido capaz. Senti-me muito mais feliz e jovem, adorei ter experimentado sensações de frescura, de risco, de aventura, fiquei mais confiante, mais forte, mais Mulher!

sábado, 4 de setembro de 2010

Salinas de Rio Maior





Quem ainda se lembra da estrada nº 1 ao alto da serra depois da Venda das Raparigas a caminho de Lisboa? Quem se atreveu a observar o vale profundo -, verde, o moinho e a pequena placa amarela debruada a azul com a menção: Salinas.Passei por lá imensas vezes,não havia alternativas até aparecerem as auto estradas, e a nova variante que nos afasta de Rio Maior.
Há anos voltei para ir às tasquinhas em meados de Março, se a memória não me falha, numa segunda ida à posterior acabei por visitar as salinas - únicas situadas no interior em Portugal, distam uns míseros 3 km da cidade e alguns da costa. Numa das vezes tive a sorte de ver actividade salineira, soube que é uma faina sazonal de maio a setembro, julgo a melhor altura para visita o mês de agosto.
Hoje, desloquei-me novamente até lá pela terceira vez - desta foi de vez , não só vi muito sal nas eiras como os armazéns a abarrotar para a estrada cobertos com grandes plásticos, claro o poço estava sem água...prestes a terminar a  época do sal. A referência mais antiga que descreve as Salinas data de 1177, mas julga-se que o aproveitamento de sal-gema já seria feito desde a pré-história.
Dada a natureza da rocha da serra dos Candeeeiros ser calcária, com a erosão abre muitas fendas onde a água se infiltra formando algares e rios subterrâneos.A jazida de sal-gema estende-se desde Leiria e Torres Vedras.Precisamente neste vale onde se encontram as salinas, a agua é extraída do único poço em pedra existente por duas picotas, e barricas de madeira, hoje mantêm-se apenas para o visitante perceber como era a tradição da faina que em nada mudou, apenas na tiragem da água,actualmente bombeada a motor.
Esta água é sete vezes mais salgada do que a água do mar, formada há milhões de anos, depois do recuo do mar.Ao chegarmos ao fundo do vale chama-nos logo à atenção os antigos armazéns de sal dos salineiros em madeira, ancorados por troncos de oliveiras com fechaduras características tipo ferrolhos também em madeira para evitar a corrosão do sal. Actualmente algumas transformaram-se em tabernas, venda de artesanato e sacos de sal, outras tornaram-se tascas , uma churrasqueira além do posto de turismo e da cooperativa salineira.
Vale muito a pena conhecer este interior bem português, além de único é belo no contraste da encosta da serra verdejante e do baile das hélices das eólicas...lindo!
Irresistível tirar fotos, todo o cenário é propício a tal.
Não resisti a deitar-me no rebordo do poço bordado na cercadura a sal empreguenado...que sensação!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Jardim do Ribeiro da Vide em Ansião mais uma vez mal intervencionado!

Jardim do Ribeiro da Vide
 Com a minha querida mãe em 2011

A vila de Ansião no distrito de Leiria é privilegiada pela sala de visitas a sul com o jardim do Ribeiro da Vide. 
A fonte ficou muito abaixo e sem proteção
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O baldio do Ribeiro da Vide foi roteado nos finais do séc. XIX para varias acessibilidades; obra do segundo hospital de Ansião; estrada para a Barreira; caminho para os Escampados. O baldio, ficou dividido em três grandes espaços, ao jus de triângulos  com embelezamento do escadatório para o promontório da Capela de Santo António,  a fonte em 1897, melhorado o poço camarário a nascente, construído o lavadouro público e ainda a construção de quatro viadutos em pedra, a delicia no verão de os percorrer com os cachopos do Bairro. por o leito do ribeiro só correr de inverno...
Afinal dá a graça do nome ao Largo, apesar da última requalificação do jardim o deixarem parcialmente encanado, só visível a partir do Lar da Santa Casa da Misericórdia.
Faltando averiguar depois do quarto viaduto debaixo da casa que hoje é da Lúcia Parolo, no meu tempo um barracão e adega do pai, antes foi um moinho de água, e o ribeiro era largo para armazenar a água para a moenga. 
Na década de 40.. do séc. XX a câmara mandou florestar com  plátanos pela mão do meu bisavô Francisco Rodrigues Valente.
 
Na segunda  reabilitação o jardim do Ribeiro da Vide foram soterrados 4 degraus, e não devia...
Contraste da 1ª intervenção e da segunda a atual  
A subida desnecessária do chão deixou soterrados 4 degraus do 1º lanço do escadatório.
O jardim no outono com as folhas e arbustos sem poda...
1ª intervenção do jardim com o lago
O lago desapareceu...foi pena, porque não tinha manutenção!
O primitivo Lar da Santa Casa da Misericórdia de Ansião
A poente do Largo do Ribeiro da Vide era o barracão da Santa Casa que acolhia ciganos nas suas rotas por Ansião. De chão em terra com dois portões sem portadas, um para o Largo e outro para o terreno no tardoz. Nunca percebi a sua funcionalidade, a razão de ali ter sido construído.
Durante muitos anos a lixeira camarária era no gaveto do muro com o juncal seguido do ribeiro. Lembro de a ver transbordar o muro da Cerca da Santa Casa e do cheiro nauseabundo...Finalmente o sitio do barracão da Cerca viu nascer um empreendimento tão necessário à população do concelho, o Lar para idosos, aqui na foto na sua arquitetura primitiva.
Imagem com os plátanos podados a talão
Nova arquitetura da remodelação do Lar na primavera
O imóvel foi alvo há poucos anos de renovação, ampliação e engrandecido com uma pequena Capela particular, a meu ver ficou mal localizada pela deficiente acessibilidade quando pela frente no grande espaço de lazer deixado bem podia ter sido considerada , nem era preciso pedir licença  se ficasse com entrada para o Lar  e, o tardoz para o Largo apenas com óculo de iluminação, o seria mais acolhedor para a população residente e para visitantes, quando na prática passa despercebida...
 Lar da Santa Casa da Misericórdia  no outono
 
 Largo do Ribeiro da Vide
Palácio da Justiça
Veste-se todo o Largo sem pedir licença de folhas em tons pálidos e quentes pelo outono...
 Lavadouro Público
O jardim ao Ribeiro da Vide foi objeto de plano urbanístico a pedido da Câmara em 1960. que se encontra no Arquivo Municipal documentado com fotos, lamentavelmente não o encontrei digitalizado para poder aqui partilhar. Apenas lhe dei uma vista de olhos onde as fotos apesar de serem a preto e branco revelam num hiato de 58 anos a tamanha alteração que esta zona a sul da vila sofreu. Numa foto tirada do terreiro do Hospital se perspetiva a visão de parco casario no forte contraste de hoje onde a Capela  de Santo António  já então enquadrada no projeto do jardim que demorou a sair do papel. Alguns plátanos foram arrancados para se edificar o Palácio da Justiça e novas acessibilidades, o lavadouro público mudou do triângulo do meio para o primeiro. junto do poço municipal, pouco ou nada serviu, viria mais tarde a ser reconvertido em Parque de Merendas, o que me pareceu muito bem, a casa dos Cantoneiros convertida em casas de banho e ainda alguns lugares de estacionamento.  
Apenas havia o barracão da Santa Casa da Misericórdia, o barracão do Ti Parolo, a casa de balcão em pedra onde moravam os irmãos Ti Zé André e Elvira e o prédio de gaveto onde tinha no r/c a taberna que abria quinzenalmente nos dias de feira do gado e a taberna do Ti Nicolau do Escampado. Foram mais de 40 anos que o baldio do Largo do Ribeiro da Vide foi usado para se fazer a feira do gado que no tempo se alargou sem ninguém se dar conta ao terreiro a poente que era pertença da Santa Casa. Há poucos anos foi detetada a falta de metragem ao prédio tendo sido aplicada a Lei do Usucapião com jardim geriatrico. Com a abertura do Caminho para os Escampados e o muro do barracão da Cerca para se perder, era estéril e os zeladores da Santa Casa no tempo não o souberam dignificar e assim o perderam.

Rua de Santo António

O certo seria alterar a toponímia:
Rua  de Santo António a respeitar a tradição do que foi no passado se deveria chamar  Rua do Hospital, onde foi a sua entrada e não à Rua onde foi atribuída no seu tardoz, que se deveria chamar Estrada Real.
E o nome do Santo dado ao adro!
A envolvente do jardim tem um parque de estacionamento deficitário merecia ser contemplado com mais lugares olhando aos carros estacionados em plena Rua que por si já é estreita...
Local a poente do jardim onde podia nascer um parque de estacionamento no canto a entestar com a Rua que se apresenta sem serventia  com uns choupos que devem ser removidos para fazer nascer um Parque de estacionamento.
Plátanos bem podados

Os choupos é a ventania que os vai partindo e os arbustos nem se fala a falta de poda...
 
A equipa que poda as árvores em espaços públicos devia questionar a câmara aquando do pedido de intervenção sobre as árvores que se encontram em espaços pertença da Igreja, no mesmo âmbito a merecida poda. Deveria haver parceria de dialogo e ajuda a ser tomada pela câmara, sem estar à espera que seja o Sr- Padre ou quem toma conta dos interesses das Capelas a solicitar o corte de ervas e afins.
Técnica de poda a talão bem executada, contudo não é dado o mesmo trato a outras espécies nos jardins e nos seus limites em que os técnicos as deixam crescer para o céu, quando o certo é serem podadas, e tem sido os ventos fortes todos os anos que se encarregam de partir ramadas até ao fatal dia haver um acidente e alguém perceber que igualmente devem ser podadas...
Porque exijo voltar a enxergar a casa da minha mãe à fonte, como desde sempre me lembro e de não enxergar matagal de arbustos infestantes de folhas de lixa que cresceram desalmadamente sem nunca terem sido podados tão pouco dizimados, uma árvore de copa oval a crescer para o céu, um pinheiro que nasceu torto, e choupos que crescem à toa rebentando raízes adventícias, se não forem controlados tornam-se infestantes infiltrando-se nos alicerces das casas, na da minha mãe apareceram na loja e outros danos ao entupir a canalização para a fossa, tendo sido rápida a intervenção da Igreja, pelo Sr Padre Manuel Ventura Pinho com colaboração da câmara foi em tempo retirada uma grande árvore que se encontrava no adro, cujos rebentos dessas raízes adventícias já arranquei mais de cem...

Bebedouro público
Haviam três, restam dois, um deles esteve no chão tempos até ser roubada a bacia de pedra...
Fonte do Ribeiro da Vide
Lamentável na segunda requalificação deixaram a fonte muito abaixo do que seria suposto por isso constantemente suja e de mau aspeto com entulhos de folhas e lixo. Não havia necessidade em se ter subido o terreno envolvente, a fonte  perdeiu a sua  identidade.
 
A JFA apesar do pedido de ajuda não conseguiu encontrar o  poço da nascente porque na verdade o espaço sofreu alterações nestes 50 anos, sendo mais acima porque a entrada do caminho para o Bairro muito larga atualmente, na altura era pequeno e ao ter sido ajardinado o que foi  um extenso juncal  e se estendia até o tardoz da fonte onde ninguém opinou o poço ficar à mostra, quando é coberto de grandes lajes em pedra com remates de ferro como a fonte, diria mesmo que não é empedrado, era muito miúda quando foi limpo, recordo ser de barro branco e cheio de raízes dos plátanos...Não se devia descuidar a descoberta do poço e analisar a água. Seria bom voltar a beber água da fonte do Ribeiro da Vide tão boa para retalhar azeitonas e cozer a hortaliça. 
Onde registei a minha querida mãe 
A minha ligação afetiva ao Ribeiro da Vide
Porque os afe tos também se encontram documentados na faiança apresento um prato da minha coleção atribuído à Fábrica Cavaco de Gaia com a decoração de Viana - o coração minhoto de filigrana .
A minha mãe foi acometida com as dores do meu parto depois de ter feito o turno da meia noite no PBX dos Correios depois de passar o barracão da Santa Casa na companhia do meu pai que decide em boa hora de a levar ao colo na íngreme subida do caminho de barro até casa.Seja por isso um local muito especial para mim.
A casa amarela com telhado em derrocada
Onde os meus pais viveram de aluguer na casita baixa que era do Ti Moreira até a sua casa ficar pronta, na beira da que foi a Estrada Real tendo pela frente a Rua que foi aberta para o Hospital e na esquerda a quelha para o Vale Cerejeiro por onde agora segue a nova Rota dos Caminhos de Fátima ou das Carmelitas.
A quelha da rota dos caminhos de Fátima  ou das carmelistas ao gaveto da casa amarela

Não concordo com esta alteração por jamais ter sido chão de peregrinação para Fátima. Tenha merecido esta má aposta na redescoberta de outros locais para fundamentar  o turismo rural alegando mais segurança pela falta de bermas que as estradas principais na ligação aos Lugares há muito já as deviam contemplar, tão pouco existem no nó do IC 8... Os peregrinos ao chegar ao Ribeiro da Vide seguem a direção da Rua da casa da minha mãe que não tem placa toponímica, mas na internet parece que lhe atribuem o nome de Travessa do Santo António- quem tal atribuição deferiu é desconhecedor da substancial diferença entre travessa e rua... Os peregrinos contornam o Largo do Bairro para descer pela Rua do Hospital que deveria ser Estrada Real e cortar à esquerda...Ditou esta aberração a falta de Cultura o desconhecimento do terreno, das tradições e do passado, é muita falta de bom senso para tanta atrocidade cometida na toponímia. Haja coragem para alterar o que está mal, debelando gente no sábio refilar, porque acredito na assembleia haja igualmente alguém que seja deficitário no mesmo agilizar com discernimento. O correto seria a Rota dos peregrinos ao Largo do Ribeiro da Vide subirem ao Largo do Bairro seguindo em frente pela que foi a Estrada Real até ao Carvalhal, onde depois ainda encontram mais dois troços , um melhor preservado do que o outro, pelo que  JFA tenha a obrigação de o manter sinalizado e limpo. Se eu fosse novamente a Fátima não seguia a nova rota, seguia a que sempre conheci!
Quantos peregrinos na sua caminhada os encontro perdidos pela incorreta sinalética do Caminho de Fátima com 100 anos...e claro os ajudo!
Foto em 64 tirada no quintal da tia Maria junto a um canteiro com pedras da Venda do Brasil
A mocidade de Ansião com a minha irmã a olhar o chapéu mais importante do que ficar a sorrir...e eu atrás com o chapéu na cabeça...

Na minha infância quantas noites passei na estrada junto da fonte com a minha mãe vinda dos Correios depois do turno da meia noite, só havia um poste de luz elétrica na esquina do prédio do Sr. Zé André, outro poste em frente à fonte e o último  junto à minha casa, em caminhada de braço dado apertado, cheias de medo, a rezar para dentro "Vou com Jesus, Jesus vai comigo" ao mesmo tempo que rodava a cabeça em todas as direções numa ronda sempre igual...à espreita do perigo!
O escadatório onde adorava brincar em miúda, raro o dia que não rompesse as calcinhas a escorregar nas rampas de pedra que ladeiam os lances dos degraus. Aquelas escadas tem tanto de mim por tantas vezes as ter subido e descido, onde brinquei, namorisquei e sonhei, com tanta gente ali a passar, a velha da Pereira e peregrinos a caminho de Fátima a descanar à sombra dos plátanos onde comiam o seu farnel e se refrescavam com a água fresca da fonte do Ribeiro da Vide , foram assim 20 anos... Conheci cada recanto do Hospital e do seu barracão, dos poços, das figueiras na arriba, do frondoso sobreiro que não tiveram pejo em derrubar na entrada e cujo pé deixaram no adro da Capela onde eu me fiz à foto ...Estranho aqui não ter funcionado a proteção a espécies protegidas...Ninguém bufou para a entidade estatal do Ministério da Agricultura como anos atrás o fizeram com a minha mãe que derrubou alguns exemplares pequenos num terreno legalizado para construção...e esta hein?
 Sentadas no pé do sobreiro que havia na entrada do hospital
 
Sentada num banco namoradeiro algures em Ansião!
 Adoro sentir o Jardim do Ribeiro da Vide cheio de vida com pessoas em registos de fotos por altura de casamentos, namorados, a passear ou a caminho da vila ou de regresso. Gostava que houvesse consenso estético no jardim do Ribeiro da Vide para o mostrar mais airoso lindamente ajardinado  para presentear afinal a  mais bonita entrada a sul da vila...A relva com o calor numa semana ficou quase toda queimada...
Sinto negligência na limpeza e manutenção do jardim durante anos e continua, o merecia ser diariamente!
O que falta ao jardim do Ribeiro da Vide? A escolha de um técnico com perfil para cuidar e amar as plantas!
O pedestal com o nome do jardim em matéria acrílica mostra-se  queimado pelo calor, deveria ter sido em pedra, porque Ansião é terra de canteiros!
Não tem escultura alguma, nem apontamentos de jardim francês com obras do  reaproveitamento de pedras que já tiveram vida em casas.
Local emblemático o seria ainda mais se fosse embelezado com duas janelas de avental e seus bancos namoradeiros que ainda existem , tamanho seria fatal engrandecimento !
Gostava e sonho ver o Jardim do Ribeiro da Vide dignificado e com flores! 
Em outubro de 2010

Agosto em S. João em Albufeira em agosto 2010

Férias na praia do Forte S. João em Albufeira
 Albufeira

Uma semana maravilhosa  perto da praia com o carro no estacionamento. Prazer em deambular à noite rumo a Albufeira à vez com a Oura, não sei qual o circuito com mais vaivém de gente, onde a cor, música e distracções ditam ambiente quente, águas mornas, cálidas, o melhor do Algarve. 
 
 
Valente e gostosa a caldeirada que fiz degustada na varanda à luz de velas para quem partia a minha irmã, Ana e a Joana...Os passeantes morriam de inveja...Em frente do nosso terraço a vivenda de um conterrâneo de Cabaços, o Sr. Grácio estava com a filha e família.
Chegou a minha filha e o namorado Samuel com os mimos de Ansião para bons outros repastos ; arroz de marisco, frangos e lombo assados com batatinhas, puré de batata, feijão verde do lavrado de minha mãe, tenrinho uma delícia...Na feira de Ansião tinha comprado uma cesta oval feita em cana que levei cheia de tomates vermelhos que apanhei no quintal, pimentos, pepinos e pêssegos, este ano havia dos carecas e dos amarelinhos raiados de laranja, couves galegas para um bom caldo verde com chouriça e broa de milho, cebola portuguesa, alhos e batatas, só me esqueci da couve branca que comprei para cozer com bacalhau, não sobrou nada, até a miúda as devorou, queria mais, tão tenrinhas que eram. Comeu-se bem demais, e os queijos? Privilegiamos Rabaçal mistura e "cabrão" bem regado com vinho do nosso lavrado, levamos dois garrafões a fazer fé no bom português, era muita gente... Bom café feito em casa, para poupar, e um brandy 1920 fresquinho, no ponto. Gelados, muitos; de caramelo, chocolate, crocantes, natas...uma loucura.
Passeio a Vila Real de Santo António com almoço no restaurante Guadiana, bom repasto em conta com vinho soberbo de Setúbal.
Monte Gordo
Teimámos a travessia até Ayamonte...
Tudo igual, mui atrasado, sujo, triste, valeu rever o jardim romântico com azulejos e ferro forjado. De volta estragou-se um dos chinelos e tive de improvisar o arranjo com um gancho que encontrei na calçada, sou uma mulher muito prática e desenrascada...porque as lojas estavam fechadas!



 
Praia de S João em Albufeira
Maravilhosos os D. Rodrigo que a minha filha trouxe de Aljezur, o melhor da doçaria algarvia para mim.Desta vez nada comprei de extra, apenas trouxe umas pedras do areal como souvenirs para fazer de pedra pomes e resultam!

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