sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cruzeiro no Douro em doze horas com volta de comboio

Escolhi o percurso da Régua a Barca d'Alba com retorno de autocarro até ao Pocinho e daqui à Régua vim de comboio - 12 horas - comprei os bilhetes na net - através de uma parceria da empresa concessionária e ficou mais caro - 89€ cada em prol dos demais que pagaram 75...ah pois é!
Devem procurar sempre se há promoções!
Logo no cais  casais de "ciganos" faziam negócio com a venda de chapéus ( 2 por 5 €) - palha, nylon, e polyster para todos os gostos  - o calor anunciava-se!
Só me faltava tal como ao meu marido andar de barco, porque no comboio a vapor da Régua até ao Tua já tínhamos feito à anos, e do Pocinho para a Régua fiz em Julho sozinha.
Tal esplendor de satisfação fez com que me inspirasse para  presentear o meu marido nesta odisseia a dois - adorámos!
          Barragem de Bagaúste
 
     Barragem de Valeira no Pinhão

A caminho do Pocinho o rio é mais estreito de arribas em pedra altas com remoinhos na margem - ficou célebre o naufrágio onde se afogou o Barão de Forester num passeio com a D.Antónia - as mulheres salvaram-se pelas saias rodadas que fizeram de bóias...já dele diziam que tinha as botas cheias de libras d'oiro, e por isso foi ao fundo - nunca apareceu o corpo.
O comboio sempre ao lado do rio - paisagens lindas.
Pequeno almoço e almoço servido no convés na mesa nº 6 com a companhia de outro casal muito simpático - Zé Manel da zona da Guarda e Beatriz de Macedo de Cavaleiros imigrantes em França com casa mui perto do Arco do Triunfo. Ela gentilmente nos convidou para no dia seguinte aparecermos em sua casa em Macedo, e pernoitar - ainda me agraciou com um forte elogio ao ver as fotos que trocámos tiradas pela fotografa a bordo - um grande plano - disse-me "parece uma artista de telenovelas"...acho que foi pela cor garrida do vestido...e dos cabelos soltos...ela bem gira fez-me lembrar outra amiga a Lurdes Matos da Meda.
Depois de ter passado a barragem do Pocinho na  colina os vinhedos de Vale Meão - ao fundo a Foz do Sabor em terras do Vale da Vilariça a fazer lembrar-me a minha boa estadia em julho na casa dos meus bons amigos Prof Arnaldo e esposa Ilda.
Aqui travei conversa com outro casal  mais novo com o filhote - mui simpáticos de Valongo . Trocámos impressões sobre Cristandade - milagres de Fátima (?) ambos não acreditamos - apesar do meu cariz católico não praticante, e do meu gosto em travar conversa com gente anónima, ainda falámos do que costumo escrever nos meus blogs ...mostrou interesse que visse o  blog do jornalista que percorreu parte de Portugal e Ilhas a pé...em 2 anos .      
                        Sempre a cruzar com grandes barcos e outros mais pequenos
Tivemos o privilégio de fazer o passeio com um grupo de gente da parodia - imigrantes no Luxemburgo. Tinham vindo de véspera de autocarro para o Porto onde começaram o cruzeiro até à Régua - aqui pernoitaram no hotel , no dia seguinte fizeram o percurso até à fronteira - no dizer deles este mais interessante e belo que o anterior - então não sei que me fartei de pesquisar...
Gente de Mortágua, Seia, e arredores - boa gente com idades desde os 47 aos 68. As mulheres jeitosas, elegantes e modernas - eles mais barrigudos - à exceção do Tony para os amigos Toino de Mortágua - um homem fora de série - elegante, moreno, atrevido, um autentico animal de palco - ao seu lado impossível não rir!
Raios m'partam o  homem foi talhado por Deus  - até a "mosca" lhe ficava a matar. Sem trocar uma palavra - só de o ver a actuar descobri o seu signo...e, o da mulher igual - ficaram de boca aberta...
Fartou-se de atirar piropos à hospedeira de bordo cujo olhar  em verde resplandecente tirava o fôlego!
Homem imprevisível, impulsivo, galante, bem humorado, falava, e cantarolava de improviso onde a mentira era uma  constante - engodo que rápido captei com a ajuda de outros amigos  - em seu abono me disseram " ele é assim da paródia mas é um homem  muito bem sucedido tal como a mulher nos negócios e o filho com um copito é igual ". Acabei por perceber que tem um pronto a vestir - casualmente ouvi uma outra turista que os reconheceu, e na sua casa tinha comprado o vestido de noiva - coincidências . A mulher encravou a óptica da máquina comprada em Barcelona - não fechava - talvez pelo calor. Ainda lhe dei o nome do meu creme à base de estrogénios para combater as rugas...
Escaldei as partes...nesta estátua em Barca d'Alba...ah pois é!
Os putos não resistiram a ficar na foto
                                                                   
No banco além do pedinte sentado está o casal simpático de Valongo e o filho de costas . Os olhitos do Tony  ficaram ainda mais pequenos na estação do Pocinho...parecia gazeado - no compasso da espera do comboio os amigos  discutiam a ideia de alugar carros e seguir rumo a casa - já era tarde - convenhamos andavam nestas andanças desde a véspera - cansados também pelo calor da viagem de autocarro de Barca d'Alba - sobe e desce serranias ainda tivemos um percalço - valeu  estar atenta uma rapariga que viu cair uma mala na estrada...alguém deixou a porta mal fechada... o motorista fervia de raiva!
De facto eles depois da Régua iam para o Porto onde o autocarro os esperava ...
Pois estes passeios devem ser bem pensados. Afinal foi um cruzeiro muito longo, e com muito calor - vi os ânimos exaltados - ele conseguiu apaziguar , no Tua saiu da carruagem com outro viajante com a conivência do revisor foi comprar dois sacos de cervejas para todos...
Ah grande Tony! 
Viver com um homem destes acredito é como  viver no Céu!
Nem quero imagina-lo noutras facetas... valha-me já a  ponderação!

Depois de saciados os dois cantaram à desgarrada - e bem!

O Tony passou o tempo a tratar as mulheres dos amigos por - cunhadas...
Na despedida na Régua disse-me "agora também é minha cunhada"...


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Dois dias num turismo rural por colinas da Régua

A minha filha obsequiou os pais com uma estadia num turismo rural numa quinta  num dos socalcos, em Mesão Frio. Saímos manhãzinha de Ansião em rota de calmaria. Parámos para almoço à saída de Viseu. Estávamos a degustar umas boas lulas grelhadas com batatas a murro e azeite do bom quando entra um ex colega do meu marido também em rota de passeio com a família na sua primeira vez por estas bandas, trazia a carrinha dos espetaculos que serviu de roulote ( parece que canta muito bem melodias italianas) , tinham como destino Vila Real, no regresso queriam conhecer a praia de areal em  Mangualde. Chegámos ao nosso destino meio afanados, já que deixámos passar a saída na auto estrada  pela deficiente sinalética (dizia na última saída para a Régua e só há uma... voltas e voltinhas pagámos mais na SCUT, quando deixámos a estrada principal ao lado do rio Douro com uma caminhada  sempre a subir de 3 km por entre solares e vinhedos, numa estrada estreita de cortar a respiração!
Agradável receção no turismo rural que me autorizou a fotografar. Por uma questão de assaltos não menciono o nome da casa. Alojamento inserido em habitação do início do século XX rodeada por vinhas e nelas há algumas casas de xisto recuperadas outrora onde se alojavam os trabalhadores, no leirão abaixo de paredes meias há um solar comprado pelo trisavô da família que não tinha descendência, agora em obras para turismo de luxo. Por toda a propriedade a constante de muros de xisto a conter os leirões : jardim, horta, pomar e galinheiro com belos galos de penas exuberantes, garridas de cristas vermelhas, os vi cantar ao entardecer.
A casa é quase auto sustentável com os produtos biológicos da horta e do pomar : pêras, maçãs, laranjal , uvas, kiwis; horta com canteiros de couves de várias qualidades; cebolas, tomates, pepinos, pimentos, brócolos, feijão verde, abóboras, alfaces, espinafres, salsa e coentros de tão verdes com a sombra do parreiral alto - vinha de enforcado - sob ela havia bancos de lousa negros. Ainda há um lindo jardim de cameleiras seculares e outras espécies e flores para decoração da casa.
PARECEM LARANJAS ... ÁRVORE ORNAMENTAL EXÓTICA
Parreiral  em vinha de enforcado a fazer sombra a uma grande mesa de pedra junto da piscina. Junto da horta existe outro  do tamanho do leirão e debaixo deles aqui e ali bancos de ardósia com um varandim no topo em ferro forjado e bancos corridos em granito para desfrute de vistas de tirar a respiração sobre os montes repletos de vinhedos, ao longe muito longe vê-se correr de mansinho o Douro a caminho da Régua.
UVAS A PINTAR
Pias de pedra em redondo
Escarradeiras de esmalte
A  propriedade é abastecida por água de três minas testada e de boa qualidade



Piscina com vista deslumbrante sobre o horizonte a  perder de vista de  vinhedos e eólicas sob sol escaldante ao entardecer ao pôr do sol as vistas tem mais encanto!

 
Portão do solar  brasonado. No r/c vai ser o salão de jantar sustentado por arcadas em pedra e armários grandes embutidos nas paredes e ainda nos cantos doa arcos por móveis em quina altos que ajustavam na altura que a visitei. Tem ainda capela. Na foto vêem-se duas casas da propriedade em xisto também recuperadas. Tudo vai integrar um turismo de luxo.


  Tanque de rega...por aqui encontrei caquinhos de faiança!
  
Paredes em xisto de casas de antanho com portas entaipadas
 

 
 



PIA DE ÁGUA BENTA
PIA DE ÁGUA BENTA
MILIÁRIO ROMANO (?)



No hall da casa deparei com um bordado em fio de seda - Bordado de Castelo Branco, feito num tempo de rainhas e princesas e ainda de monjas - o linho esticado em espaldar de madeira com pés.
LÍRIOS AMARELOS

Toda a casa decorada ao meu gosto Mobiliário, loiças antigas arte sacra, fotografias, sendo que a parede do corredor estucada em pintura marmoreada usada no século passado com grande evidência.
CORTINADOS EM RENDA EXECUTADOS JULGO A UMA AGULHA


BÍBLIA ABERTA NO DIA

Cozinha velha(seria dos empregados?)

LAVA LOIÇAS EM ARDÓSIA DE VALONGO
PRATELEIRA GUARDADORA DE LATAS E...
FORNO A LENHA E PANELAS DE FERRO
FOGÃO A LENHA NA COZINHA DOS CRIADOS
 BAR EM XISTO COM CHÃO EM ARDÓSIA.
      

Tomámos o pequeno almoço na sala de jantar. Os jantares no jardim - abrigados entre 3 paredes sob espargos frondosos em pano de fundo no tardoz e com vista sobre o vale pela frente. A vitela estufada estava divinal acompanhada com tarte de espinafres, e a perca do Nilo assada no forno com batatas e brócolos estava demais. Gelado, com chocolate quente, e torta de laranja - vi a cozinheira apanhar as laranjas para a fazer enquanto " o diabo esfregou um olho" - deliciosa, e...bom vinho!
Gostei do casal que se hospedou na 1ª noite - ela escocesa, ele espanhol - passeámos pela noite nas ruelas da aldeia - no único café aberto ofereceram-nos um cálice de vinho do Porto.
Amazing!

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