quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pombal um bodo com a visita do Passos Coelho...a lembrar o Marquês

Sai de casa fresca e no barco registei a 1º selfie...
Aportei de comboio mais uma vez na estação de Pombal na sexta feira.
Atravessei a praça Salgueiro Maia-, a meu ver se encere fora de contexto-, porque o local junto da estação deveria ser dedicada ao Emigrante  -, em homenagem aos milhares de todo o concelho e outros limítrofes que daqui partiram a "salto" para França e,...
Deparei-me com o pagode das festas do Bodo com assitência quase reduzida e havia muita sombra!
No palco a fadista jovem de voz rouca...dizia "passei a noite no hospital, pedi ao médico para vir..." cantava esta bela canção da Amália Rodrigues.
Festas do Bodo...Bodo foi ter andado e desandado quase 5 km a puxar a mala de rodinhas pela calçada a chiar, por causa do aparato da comandita que acompanhava o primeiro ministro-, Passos Coelho!
Pouquíssimos apoiantes...aparato reles numa câmara social democrata!
Atrás de mim vinha o desfile da quadra de honra dos Bombeiros
Fizeram-se à foto a meu pedido

Os velhotes com fato domingueiro vieram em carrinhas dos Lares -, cruzei-me com eles em debanda para o lanche...adorei este chapéu em felpo muito criativo e decorativo usado por uma bela senhora com pérolas ao pescoço e blusa de rendas branca. Assim é que é, vaidosa sim senhor!
D. Maria Madalena utente do Lar de Santiago de Litém, fresca que nem uma alface!
O que vi em demasia ? Polícia de choque!

A fazer fé no dito popular do meu avô José Lucas da Moita Redonda... nos exageros e coisas incompreensíveis que a minha avó Maria da Luz não gostava de o ouvir dizer em tom irónico.
" Oh Marquês volta cá abaixo que eles já cá estão outra vez!"





    Chalet que conheci anos ao abandono
Coreto
    O Marquês de Pombal morreu em Pombal, foi sepultado na igreja do Cardal e anos mais tarde transferido para Lisboa pelo seu 4º sucessor.
    Estátua do Marquês no seu pedestal no jardim da cidade
    O bodo dos pobres - a fogaça -, bolo redondo tipo arrufada oferecido ao povo nas festas da Senhora do Cardal .Em Palmela também há o uso da fogaça com feitios diversos de animais com sabor a erva doce 
    Na região centro -, Pombal, Abiul e Avelar foi sempre tradição -,que caiu em desuso.
    Este ano voltou ao Bodo em Pombal. Gostava de a ver reabilitada também em Abiul e no Avelar.
    Abiul no concelho de Pombal foi vila dos Duques de Aveiro da família Távora, assassinados por vontade do Marquês de Pombal com assinatura do jurinconsulto de Ansião Pascoal José de Melo.
    Em Abiul nasceu a primeira Praça de Toiros em Portugal em paralelo com a de Sousel no Alentejo.
    Também ainda existe ruína do forno onde era cozido um grande bolo para distribuir pelos fieis na festa em agosto em honra de Nossa Senhora das Neves que este ano faz 450 anos.
    Vila do Avelar no concelho de Ansião onde ainda existe o forno com grande escadaria, havia a tradição de cozer um bolo enorme com vários alqueires de farinha para ser destruído pelos fiéis nas festas de Nossa Senhora da Guia.

    Neste castelo fiz de "pau de cabeleira" no namoro da minha prima Isabelinha com o namorado Quim 
    ( homem lindo de morrer a fazer jus a top model, ator, belo, belíssimo...) com quem veio a casar -, beijavam-se na boca em 72, para mim inédito, só em filmes na televisão a preto e branco e raros !

    Cansada entrei numa ourivesaria para apreçar umas argolas em oiro -, um uso das mulheres dos Ramalhais-, já tive umas, as cabeleireiras se encarregaram de estragar com as escovas...
    Disse-me o homem " disso já não há...
    Trouxe um par em prata dourada, acudi ao ego de vaidade e desespero por estar transpirada!








     





    domingo, 21 de julho de 2013

    As vozes do mundo na feira de velharias de Setúbal na boca da D Laura algarvia "quando vejo a fotografia com 50 anos até choro

    • Menos calor do que da última vez -, mesmo assim calor.
      Ouvi um piropo de um admirador secreto mais novo 10 anos ..."a mulher mais gira da feira..." a rir pensei -, esqueceu-se de limpar as  lentes...
    • Frenesim o movimento de gente habitual, outras que simplesmente apostam  em novos mercados para se estrearem-, e reaparecidos na surpresa  de ausência sentida.
     Apareceu-me um espanhol com um saco enorme cheio de gravuras e manuscritos comprados ao preço da "uva mijona" na banca da Maria José e da Olga . Apreciou os 3 quadros com gravuras uma de Madrid e 2 de Lisboa à lupa...regateou que não queria as molduras só as gravuras...que eram de livros...só dava metade do valor pedido. Claro que não as vendi, até porque são da minha amiga Isasay tal e qual com 2 placas da Companhia de Seguros A Social...que também não vendi porque só me davam pelas duas 30€...e ela quer 40!
    • Um homem pegou num prato de Alcobaça da Vestal, com o dedo passava pela pintura -, ao mesmo tempo estrebuchava - esta pintura é estranha... perguntei-lhe porquê-, era de pouca conversa, queria compra-lo, mas só queria dar 20€,  não o vendi !
     Quando vendo, fico me dobro satisfeita se o cliente for simpático, casmurro -, dispenso!
    Apareceu um casal simpático que mal me viu o senhor disse-me...confundi -mo-la como uma senhora ali em cima...possivelmente nela enfeiraram bem ao avaliar a sacada ...compraram-me uma peça assinada de Barcelona, lindíssima-, uma  molheira finais do século XIX em vidro.

    Na banca da Maria das Neves e do Sr João a peça da feira -, terrina em faiança de Coimbra impecável , meados século XIX.Pintura  em arabescos em policromia vermelho e verde entre eles círculos semi- ovais com pintinhas ao centro em azul.
    O pé e os rebordos ornados a filetes finos a cor de amora.
    Pega  da tampa de corpo relevadas graciosa em botão relevada ao meio verde  ervilha e vermelha ornada a filetes em meio arco graciosos.
    • Pegas soberbas de corpo relevado em nervuras fazem lembrar a faiança do Brioso na cor azul alilazado forte.

    O meu amigo Arlindo vinha com a sua airosa esposa Paula -,chegou-se a mim ainda de olhos presos  nesta bela peça de faiança. Pediu-me a opinião...falei, falei, e disse  -, a mim tem de fazer o clique - tal como o olhar encadeia num homem...
    Responde-me...a fim fez clique!
    Trata-se de uma bela peça e em muito bom estado. Se ele a poder adquirir, enriquecerá por certo a sua coleção. Revela muito bom gosto.
    • Apresentaram-me um amigo da terra que conheço de vista na feira e a quem já vendi uma garrafa com incrustações a estanho -, de graça Fernando.  
    • Desta feita nada compraram...a fazer eco aos gastos do mês em matéria de velharias que me contou... pelos vistos foi alto!

    • Banca dos meus amigos Isabel e Sr Antero onde os cobres e latões brilham!
    O polícia deu em multar os carros de colegas que não tiraram o tiquete...30€ e "bico calado que vinha com os azeites..."
    • O Aroucha foi à revisão com a carrinha , dias depois foi o piston ...veio no carro do genro, teve de reduzir a banca.
    O Paulinho Filipe chama-me às pressas para dar uma opinião sobre COMPANHIA DAS ÍNDIAS a duas senhoras sobre um bule na banca da Lurdes.Peça bonita, graciosa, relevada, pintada à mão, sem pega  por 50€ - uma boa reprodução da porcelana dita Companhia das Índias.
    Nisto passado pouco tempo apareceram na minha banca onde lhe mostrei dois pratos dos finais século XVIII para no tardoz apreciarem o frete-, e no futuro conseguirem avaliar a veracidade deste tipo de peças. Perdi tempo, porque podem até ter dinheiro, cultura nenhuma...num prato molestado de cores lindíssimas marcado 25 até fiz pela metade ( pelo prejuízo da loiça, na manhã ao montar a banca parti a pega duma terrina) -, teve o descaramento de me oferecer 7,5€... 
    • Só me aguentei e não o parti nas fuças dela porque aguento seja o que for sempre firme, jamais parti fosse o que fosse com raiva!
    • Farta estou a ficar com mulheres estúpidas, burras e parvas de nariz empinocado!
    As "Paulas" traziam uma banca com tudo a 5€ e livros novos a 1,5 -, de tipografia falida, uma delas a Ana vinha com gripe, no chão belo tapetão persa-, pena na casa onde se mostrou nunca o terem virado , o brilho virou mortiço de um dos lados!

    Caminhantes na feira uma senhora esbelta de belo corpo, simpática, formada em  história  com dois filhos de idades díspares. Dizia para a filha sobre um prato motivo cantão popular-, é igual à nossa travessa.Meti-me na conversa. Gostei francamente da atenção, e da  conversa acertada da filha  sobre a criatividade dos pintores à época no copianço do motivo sem saberem a sua história, com isso os "amantes simbolizados pelos pássaros" alguns os pintaram como cruzes, outros bolinhas e,... fácil foi perceber que sabia do que eu falava, apesar da minha linguagem  não ser do mesmo calibre académico -, formada em arqueologia com mestrado em Barcelona-,  sem papas na língua tive prazer de duplicar o elogio -, de inteligência, que demonstrou sem favor, numa simplicidade estonteante .
    • Afinal os jovens não são assim tão ocos como na maioria se apraz disser à boca cheia. 
    A conversa tornou-se cúmplice, convidei-os para se recolherem no sombreiro do chapéu, as senhoras vinham aflitas com saltos altos, os pés nas correias do peito apertavam...nisto falou-se sobre fotografia, contei que na véspera  no Parque da Paz tinha reparado num sobreiro -, numa racha que a cortiça o presenteou, no nascer e crescer,  no imediato me pareceu uma vagina -, o miúdo que devia ter entre 8 a 12 anos(?) sentado na minha cadeira pergunta " mãe o que é uma vagina"...fiquei mal na imagem ao dizer abruptamente para ele, não é nada, esquece...nisto a mãe diz-lhe " então é o pipi das meninas" a irmã remata " já estudaste isso na reprodução"...
    Despediram-se na pressa da aflição dos pés e das compras no carro que aqueciam na estorreira do calor! 
    • Diz a senhora mãe de sorriso franco -, pois foram lérias e velharias!
    No final da tarde duas senhoras a rondar os 80 anos sentaram-se no banco de jardim junto do meu marido. Uma delas da cidade a carregar nos "R"-, castiça, quis comprar um quadro na minha banca...tinha gasto o parco dinheiro num galo bonito das Caldas na banca das "Paulas"... comecei a arrumar, num repente disse-lhe afinal quanto dinheiro tem? O meu marido contou-lhe as moedas...
    • Entreguei-lhe o quadro por "tuta e meia" e era bom de ourivesaria com flor banhada a prata...
    Diz-me ela" na próxima feira dou-lhe o resto". À medida que ia arrumando peguei em algumas peças e dei-lhe...ficou encantada... nisto dei-me conta que a amiga que com ela estava não a tinha agraciado...não fosse por isso também lhe dei.Vira-se e diz-me " a senhora tem pernas bonitas para andar de calções"...
    Respondi-lhe - parece a minha mãe a falar!
    • Naquilo diz a Maria Helena de Setúbal a carregar no "R"..."custa-me entender mulheres que não gostam de chouriço de sangue só pensam em arroz de grelos"...
    • Diz-lhe o meu marido-,elas não gostam de chouriço de sangue porque é  mole...
    Remata ela põe-se no frigorífico, logo entesa!
    Com sorriso maroto diz .... "São as vozes do mundo!"
    Na viagem diz-me o meu marido a outra senhora é algarvia , vivem juntas -, perdeu  a casa e tudo o que tinha...precisa de um frigorífico, até o leite se lhe azeda...veio à feira à procura de um ferro de engomar.
    • Logo pensei por vício da profissão no tempo perdida -, possivelmente fiadora de algum filho, ficou sem nada, pior sem filho!
    A D Laura Amaro fez querer que foi abençoada com uma boa vida, bonita, de olhar doce e expressivo...a destoar o lápis que usou dos "chineses"  na vez de ser preto ou castanho era avermelhado..não me contive e disse-lhe... "não me leve a mal fazer tal observação...mas é tão bonita"
    - Sei fui enganada...Bonita fui eu, quando vejo a fotografia com 50 anos até choro !

    sexta-feira, 19 de julho de 2013

    Muita criança a brincar no Parque da Paz em Almada, com barulho de motores, o mesmo não se pode dizer do Cavaco Silva...

    Voltei  da minha caminhada diária ao Parque da Paz em Almada, hoje mais cedo.
    Para espanto muita criança a brincar nos relvados, a saltar, correr , a comer -, sem se condoerem com o barulhos dos tratores e máquinas de cortar a relva, ao invés do nosso Presidente da República - , Cavaco Silva que se mostrou desolado por ter dormido mal anteontem na Fragata Vasco da Gama invocando o barulho dos motores...
    Vê-se mesmo que só foi marinheiro de terra e no Algarve! Neste luxo e vontade de ir  até às Selvagens que ronda um milhão! Para pensar!
    Anteontem vi um fotografo com uma potente máquina , teleobjectiva e outro apetrecho parecido com um projector em branco de volta de um juncal...curiosa fui indagar e nada vi.
    • Hoje voltei ao lugar -, acho que esteve a fotografar gotículas de água da rega e insectos minúsculos onde vi um, com hastes em azul. Claro que a minha máquina é o que é!
    Tentem ver- parece que tem dois faróis em azul!
    O insecto de bolas azuis no meio do verde
    Orvalho da rega matinal...gotículas d'água...

    Não refeita do perplexo espanto que a brecha da cortiça no olhar me fez sentir...
    • Eis que encontro prostrado na relva um ramo de sobreiro bifurcado que me reporta para uma Cruz -, imediato o agarrei  e trouxe para o meu oratório da casa rural -, antes deleitei no boiar do lago de onde tirei uma folha escarlate em jeito de coração, e lhe a pus, em jeito de pose a Cristo!
      No mesmo lago jazia um melro a boiar de rabo aberto...na espera de sepultura!


    Cadáver  seco, contudo belo dum tronco de oliveira
     
    Madressilva
    Silvas com amoras vermelhas a serpintar preto
    Amoreira Negra de fruto escarlate
    As pedras graníticas afeiçoadas-, aqui fazem lembrar a base de capitéis , em baixo entrada em palácio!
    Água a escorrer em caneiros de granito...reporta o visitante para o Minho...
    Andava um homem em cima da pereira no abanico para as pêras caírem ao chão -, vi ramos partidos , outros dois homens de corrida de saco nas mãos a encher, também fui aos restos ,comi três. Julgo  Pêras Joaquina
    As pedras assim dispostas em meio círculo fazem lembrar algo isotérico
    O Cristo Rei pois claro
    Euzinha junto dos montinhos das toupeiras...
    Vedações de paus em fileiras

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