terça-feira, 27 de maio de 2025

Por classificar na vila de Ansião o portal da capela de Santo Agostinho

Crónica publicada no Jornal Serras de Ansião em março de 2025

Aos 10 anos, em tardes de sábado e domingo, algumas ve4zes fixz o turno de 4 H, no PBX do correio, a ganho de 15$00 da Srª D. Maria Augusta Morgado. 
Sem rádio, nem habilidade para usar o telefone à borla, abria a janela para idolatrar o belo portal de arte lavrante.  


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Mal sonhava que fora capela da estalagem, estimo de 1700, pelo risco dos cunhais, jus ao portal da Misericórdia.

                   

Imóvel particular, de interesse municipal,  por classificar, vindo à luz num registo decifrado pelo Dr. Pedro França, cuja cortesia agradeço "Aos vinte e oito de março de mil e setecentos e trinta e cinco faleceu na estalagem de Santo Agostinho desta vila de Ansião um homem de caminho que disse se chamava Luís de Melo e ser casado e correio de Sua Majestade que Deus guarde. Faleceu sacramentado e foi sepultado na igreja, de que fiz este assento D. Jerónimo da Encarnação”
Capela mencionada na Noticia da Comarca de Coimbra, da villa de Ancião em 1721; Cappella que instituiu Manoel Freire Gameiro nesta villa e o dito administrador asiste em Torres Novas”. Onde tem descendência na arte de curtir couros. Orago dos Cónegos Regrantes do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; “Misericordia he doerse homem da coyta e miseria de seu prouximo e christaão”. 
As memórias paroquiais referem 3 ermitas, “ o cargo oficial de ermitão então responsável pela comunidade, com a incumbência de fazer as hóstias e de as cozer”.

A sul do adro da matriz  foi chão da Misericórdia de Ansião, não sabemso se recebido por diação. Foi aforado com terreno no tardoz, ao falecido Provedor ad Misericórdia António Furtado Silveira , cujo genro Joaquim Figueiredo Perdigão, gpagou parte das di vidas em atraso vindas há mais de 20 anos. Seguida da estalagem e capela que também foi  património da Misericórdia de Ansião. Cuja vicissitude depois de 1870, é desconhecida a sua transação, venda em hasta pública ou usurpação.

Por volta dos anos 20, do séc. XX, a capela foi vendida ao meu avoengo José Joaquim de Bastos Guimarães . Resta da capela o portal e óculo após a requalificação para morada do seu filho César Augusto, presidente da Junta de Freguesia, falecido sem herdeiros. A sua mãe, viúva, D. Augusta Guimarães, arrendou a taberna da estalagem, e o tardoz para loja de pneus, com acesso pelo r/c da casa por porta lateral nos fundos, hoje janela. O sobrado foi alugado em janeiro de 1940, aos noivos Srª Maria Silvina Caseiro e Alexandre Rodrigues, conhecido por “Plim. Julga-se depois vendida ao Sr. Gualdino do Martim Vaqueiro, quem mais tarde vende a casa aos inquilinos, e graças à sua filha Srª D. Fernanda, a conheci. 

O prédio guarda paredes grossas, calçada de calhaus rolados, pedra larga, quiçá, parte da ara do altar, e houve uma grande pia de pedra redonda, o chafurdo de patos, alvitra fora da cavalariça. Hoje barracão, com entrada pelo portão de ferro forjado que entesta a sul no prédio que fora a capela, na Rua Dr. António Salazar.

Património de interesse concelhio a preservar e não destruir!

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