Festejei este mês em vasta alegria os meus 60 anos, apesar do cenário previsto com almoço no Chiado de vista para o Tejo não ter acontecido, por doença súbita do meu neto Vicente. Na véspera o meu marido aportou a Lisboa para tomar conta dele e no dia seguinte se apressa para a mesma incumbência. Virose provocada por um vírus habitual aparecer por volta dos 2 anos, não provoca diarreias, apenas febre.
Assim no dia do meu aniversário saí de casa debaixo de chuvisco e vento com a sombrinha aberta com salpicos a molharem-me os sapatos, tudo culpa dos canos dos aljerozes não escoarem a água no seu preceito debaixo dos passeios e antes em cima deles, por isso uma banheira de águas e ainda o vento e a humidade se entranharam nos cabelos que os tinha esticado...ainda assim desfrutando da caminhada por Almada num olhar pelas pastelarias para comprar no repuxo um bolo de chocolate.No barco o telefonema da minha querida mãe e já no Cais do Sodré foi a minha irmã.
Gosto do ritual de mal chegada a casa da minha filha de abrir a porta da varanda onde adoro respirar ar puro num olhar sobre a Lisboa oriental deixando-me radiosa ao constatar a sardinheira da minha avó Maria da Luz da Moita Redonda florida. Espécie diferente das ditas normais, por a folhagem ser miúda tal como a flor que erradica um cheiro forte só de se mexer.
Almoçamos os três e abrimos o bolo, porque era dia de festa.Arrumei a cozinha e engomei a roupa.
Pelas cinco da tarde sai para ir ao Infantário buscar a Laura, a sua primeira vez que fez o percurso até casa sempre a pé, em mãos teimou trazer a trouxa atada com o lençol...ainda passámos pelo escorrega do jardim, pediu colo, mas não dei explicando, porque é necessário falar desde cedo com as crianças.
Pasmei ao olhar atento da Laura na varanda quando me surpreendeu na apanha de jarros e espargo no quintal para enfeitar uma jarra, afinal era o meu dia de aniversário.
As
selfiesem cima e
na varanda com todos a olhar as nêsperas amarelinhas...
O brinde ao almoço com bom vinho, porque ao jantar em família foi champanhe.
O meu bolo de aniversário ao jus de imitar outro bom bolo que desde sempre adorei - o mil folhas
A Laura na sua primeiríssima vez a saborear chocolate...
Maravilhoso beijo outro assim jamais sentido nesta vida do adorado neto Vicente
Dia repleto de mensagens e telefonemas de
parabéns e de prendas. A primeira vez que a minha querida mãe abriu os cordões
à bolsa e presenteou as filhas para o ano todo numa boa maquia!
Nada gastei foi todo para a poupança!
Desfrutei do voucher que a minha filha me ofertou que usei na Costa de Caparica na Talassoterapia em piscina de água salgada, à temperatura de 34°C, com jactos que massajam todo o corpo
desde a planta dos pés até à zona cervical; pernas,
coxas, lombar, abdominal, braços e coluna. Terapia indicada para a recuperação corporal,
cansaço físico e/ou mental, convalescença médica, cirúrgica ou
pós-parto, estados dolorosos, dores provocadas por doenças reumáticas ou
na sequência de acidentes. Adorei, antes da aula senti-me uma princesa a nadar, a única a desfrutar daquela piscina maravilhosa, no meio de outros muito mais caducos, de parca mobilidade, acredito de boa reforma, babados...Amei!
Muito feliz pela família que tenho em dia de
chuva e noite quente de calmaria, eis que a porta do Metro não abriu na nossa
paragem e fomos até ao Centro Sul de onde viemos a pé, pela morosidade de
outro comboio, chegámos a casa já passava da uma da manhã...
Mulher e Avó sortuda por desfrutar desta vida de
coisas simples e no entanto com MOMENTOS DELICIOSOS E ÚNICOS VIVIDOS COM OS
MEUS NETOS.
Na verdade sempre fiz por merecer tamanho
carinho.
O meu perfil é de pessoa de afectos e hoje de
parca vaidade, pelos anos em que fazia questão neste dia de estrear
fatiota.Aperaltei-me de calça preta larga de cintura descaída, presilhas
no cós e gordos botões,vestimenta com muitos anos, do tempo que fui executiva, e bem feliz me senti
por me servirem e distinguirem de elegância, ao jus o que se compra de bom, dura uma vida, a blusa foi da minha irmã, decidi não ir ao
cabeleireiro, pelo mau tempo e ainda assim me senti bela...
No meu olhar de soslaio sobre as inquietações do
mundo ensino os meus netos que não há nada melhor que um ABRAÇO!