quarta-feira, 19 de julho de 2017

Exposição sobre os 500 anos da Misericórdia de Lisboa

A caminho de Lisboa em tarde de calor com tempo a visita à exposição temporária a decorrer na Igreja de S.Roque, ao fundo, na lateral esquerda até 10 de setembro. Gratuita.
A primeira Casa das Misericórdias de Portugal foi fundada em Lisboa instituída no dia 15 de agosto de  1498.
" Para além da divulgação das peças em exposição, o catálogo inclui textos de vários autores, que revisitam e dão a conhecer a investigação feita sobre o Compromisso de 1516 e suas contrafações, a sua iconografia e os primórdios do mercado da impressão de livros no século XVI, bem como o papel fundamental que este texto tem na história da Misericórdia de Lisboa e das confrarias homónimas em todo o país. Declarando a missão social da Santa Casa nas catorze obras de misericórdia, sete corporais e sete espirituais, o Compromisso de 1516 é aqui divulgado não só como documento histórico mas também como “bússola para fazer o Bem”, no passado como no presente e no futuro.
Na exposição fazem parte, entre outras peças, um exemplar da primeira edição impressa do Compromisso, datada de 1516."
São 14 as "Obras de Misericórdia"
Sete corporais - "Dar de comer a quem tem fome", "Dar de beber a quem tem sede", "Vestir os nus", "Dar pousada aos peregrinos", "Assistir aos enfermos", "Visitar os presos" e "Enterrar os mortos" .

Sete espirituais - "Dar bons conselhos", "Ensinar os ignorantes", "Corrigir os que erram", "Consolar os tristes", "Perdoar as injúrias", "Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo" e "Rogar a Deus por vivos e defuntos".
 

Exibição de duas pinturas quatrocentistas "nunca antes exibidas em Portugal;
"Opere di Misericordia: Seppelire i morti", de Olivuccio de Ciccarello, pertencente aos Museus do Vaticano, e "Virgen de la Misericordia", atribuída a um pintor anónimo referenciado como "Maestro de Teruel", que faz parte do espólio do Museu de Arte Sacra de Teruel, na região autónoma espanhola de Aragão.
Museu de Aragão -atribuída ao Mestre de Turuel  da 1ª metade do séc.XV madeira
Virgem da Misericórdia
Santa Casa da Misericórdia de Montemor o Velho, séc. XVII Nossa Senhora da Misericórdia. Óleo sobre madeira
 
 Bandeira da Misericórdia de Alcochete - Pietá  1550 óleo sobre madeira Francisco de Campos
Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra atribuída a Gregório Lopes 1490"
"representativa da grande qualidade das encomendas efetuadas pelas Misericórdias portuguesas".

Interessante é que em 500 anos continuam a prevalecer os compromissos assumidos; dar pousada aos peregrinos, dar comida e saciar sede, vestir os nus, assistir os enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos e sempre em paz misericórdia. Faz pensar!
Não há dúvida que no passado muitos sem descendência deixaram os bens ou parte deles às Misericórdias, e o devem continuar a fazer, de modo geral é bem aplicado!


FONTES
http://www.scml.pt

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Lisboa ribeirinha a oriente em franca remodelação !

Passeio de Santa Apolónia ao Cais das Colunas !
A sapiência no meu caso é fruto de uma vida a observar, a questionar desde criança o gosto pelo património e pela história, a que juntei algum talento para compilar em crónicas.  Obviamente se não houvesse cultura de base a que acrescento a cada dia mais, seria impossível desenvolver pesquisas na net !
Sociedade Abreu Advogados 
Vinda de Santa Apolónia onde deixei os meus netos no comboio para umas mini férias com os outros avós apesar do calor comprei um gelado de limão e em caminhada apreciei o antigo edifício da APL (Administração do Porto de Lx), com 8000 m2 de área bruta de construção e 100 metros de fachada frontal para o Tejo adquirido pela Fidelidade, onde investiu 13 milhões de euros para adaptar o espaço ao seu inquilino - a sede da Abreu Advogados com 200 colaboradores . Prédio sóbrio, no gaveto para a travessa a entrada para o parque de estacionamento implantado no r/c, seguida da entrada com o nome da sociedade de advogados na ligação aos dois blocos.
No caso estes prédios da APL que conheci em total abandono, por ir amiúde a Lisboa aqui passo tendo dado conta das obras de reabilitação, para agora reparar na placa da sociedade de advogados sendo fácil pesquisar, e porque tenho este hábito de partilhar cultura, sou adversa a jogos em telemóveis, mensagens e partilha de coisas fúteis, gosto sim de Portugal, de opinar, e fazer análise crítica no dever de cidadania. Muitas crónicas que tenho feito sobre Lisboa tem tido visualizações extraordinárias onde é fácil verificar substanciais mudanças , fruto de pessoas como eu que observam e facilmente sabem opinar para a sua rápida resolução. Nada me deixa mais rica e satisfeita.Chama-se a isso ser zeladora dos bens públicos tal como o bom governo dos bens particulares que recebi de herança.A título de exemplo quando vou à província ando de enxada na mão com o meu marido a roçar, limpar, podar, cozinho ao lume, sou mulher polivalente, contudo há vizinhos não dão um passo a pé, passam a vida a andar de carro a toda a hora, sentados em esplanadas a exibir as unhas de gel com eucaliptos à porta de casa como se fossem flores...
Novo terminal de Cruzeiros
Arquitetura moderna

Palácio dos Condes de Linhares ou Coculim 
Em fase final de retirada de escombros e limpezas na frontaria


Estacionamento subterrâneo no Cais de Santarém 
Em rota de velocidade depois dos arqueólogos aqui terem andado. 


Parque subterrâneo do Campo das Cebolas
Já se encontra em fase final com plantio de pinheiro manso e vista desafogada.
 


Fundação José Saramago
A sua oliveira a necessitar de poda e a pegada do elefante...
 Escultura a ser montada
 Raízes aéreas entrelaçadas a lembarr como é bom um abraço!
 Igreja da Conceição velha 
Aqui foi na idade média uma sinagoga. O portal da igreja  é o que resta da capela da Misericórdia de Nossa Senhora mandada construir pela rainha D.Leonor viúva de D.João II destruída pelo terramoto de 1755, considerado dos maiores exemplares do estilo Manuelino de Portugal em paralelo com os Jerónimos e a Torre de Belém.
A tarja da Misericórdia na frontaria, levou-me a entrar, há dois anos a última vez que aqui estive, lembro que era muito escura e degradada, aguardava donativos para as obras... 
Pasme-se fiquei maravilhada com o restauro, de notar a estética e a cromática das pinturas, mote a meu ver está a ser seguido noutros restauros de capelas e igrejas.  A sacristia antiga que seria para a frontaria ao lado nascente, com o terramoto foi adoçado um prédio. Nesta requalificação mudou de sitio para junto do altar mor à direita com chão em lajeado primitivo com ligação a um pequeno pátio, fiquei à porta a falar com o segurança que visualizava as imagens dos visitantes, dando conta da claridade que vinha de fora. Ainda não está pronta. Precisam-se de mecenas!
Actualizei a crónica com as novas imagens http://quintaisisa.blogspot.pt/2014/07/igreja-de-nossa-senhora-da-conceicao.html

 Imagem de Nossa Senhora é de uma beleza extraordinária
 
Cais das Colunas 
Continua a exposição de estatuetas de pedras secas ( sobrepostas umas nas outras sem mais nada, em puro equilíbrio) a desafiar as ondinhas dos barcos...onde há mais fotos que moedas deixadas para o escultor!

Não me posso esquecer da exposição "Debaixo Dos Nossos Pés", no Torreão poente, segunda feira, dei com o nariz na porta!
Lisboa está a melhor a olhos vistos a cada dia, por isso um forte fascínio reter em memória para confrontar substanciais diferenças!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Apreciar Almada no feriado de S.João com um arqueologo

Tinha no email um convite do Centro de Arqueologia de Almada para participar numa caminhada por Almada velha. Um olhar sobre a transformação da paisagem nos últimos 60 anos, com ponto de partida na Praça S.João Baptista. Os meus netos vieram passar o fim de semana, fomos todos, mas por serem ainda muito pequenos para não criar susceptibilidades na comunicação com o interlocutor a minha filha decidiu a partir daqui eu seguir sozinha com reencontro no final.
O Mar da Palha , breve nota para perceber a morfologia e como as populações se foram aqui instalando, seguindo para poente pela avenida e notar as substancias diferenças sofridas a partir dos meados do séc.XX quando apenas havia pequenos núcleos de casario - Cacilhas, Almada velha, Cova da Piedade e em redor quintas.
Avenida rasgada para Cacilhas, até aí só havia a estrada da Pedreira.
A construção em Almada proliferou há mais de 60 anos.
Paragem junto da via que segue para a Cova da Piedade, a antiga estrada cortada por um prédio e pela avenida, a meio caminho da Cova da Piedade(na quinta do Pombal) ainda existe a mina de água que se apresenta hoje muito abaixo do nível da estrada, enfim perceber os pontos de água que então existiam que eram poucos.
Antiga ermida da Misericórdia tinha várias funções, uma das quais a de enterrar os mortos que apareciam a boiar no Tejo, adoçada tinha uma pequena albergaria para tratar de doentes e dar guarida a viandantes,  vendida, cujo dono a  transformou em pátio para famílias viverem e a capela era uma taberna, até que a Câmara a adquiriu e reabilitou  hoje na capela de S.Sebastião sita na encruzilhada  da única estrada de antanho de ligação de Cacilhas a Almada e esta pela Rua Direita aqui se bifurcava para a Caparica e Cova da Piedade.Ficou por perguntar a razão da toponímia se chamar Rua dos Espartários!
Associação dos Socorros Mútuos 1º de dezembro fundada em 22 de Novembro de 1883.
Almada foi o 1º pólo de várias indústrias em Portugal que se sediaram junto do Tejo, onde os ingleses aportaram e fizeram fábricas de tecidos, armazenamento de vinho em caves sitas  a norte, frias, como Gaia, com boas condições, foi a ponte que arruinou este negócio, cortiça, e cerâmica cujos operários vindos de muitos lados originou muitas associações de cariz social, cultural e recreativo-, se diz em Almada  se não nasceu a primeira, nasceu a segunda (?). 
Em venda o emblemático prédio do Cousinha "A Boa Construtora" - Fábrica Nacional de Relógios Monumentais Almada e sinos. Homem natural da região de Coja aportou a Lisboa para trabalhar numa ourivesaria escolhendo Almada para  fazer relógios monumentais que mais de metade de Portugal ainda ostenta nas torres sineiras das suas igrejas e sinos.
Vista sobre o quartel dos Bombeiros e do jardim vertical na envolvente do parque de estacionamento subterrâneo na Rua Capitão Leitão.
Subida ao Centro de Interpretação de Almada instalado na antiga ermida do Espírito Santo, que conheço e já fiz uma crónica. Dei conta que no Grupo havia desconhecimento do passado de Almada, apesar do conhecimento com o interlocutor, a sensação que fiquei...
Passámos à Casa Pragana onde está sediado o Arquivo Histórico de Almada  seguindo-se casario de arquitetura para operários  e a Usalma, a Universidade Sénior, em casa nova que foi uma Cooperativa, outra associação para o povo de géneros alimentícios, antes de haver supermercados, passando pela quinta da Cerca, nome que lhe advém por estar junto da Cerca do Mosteiro que havia no Seminário.
Na confluência de Almada velha com o Miradouro da Boca do Vento o arqueólogo deu nota do tipo de pedra utilizada em muita construção  era trazida de barco para a construção - pedras com fósseis, que nos mostrou um exemplar. Faltou a mostra da parede de suporte ao Miradouro ainda com muitos fósseis visíveis, agora com a escadaria fechada por ter havido uma derrocada ao fundo.
Painel azulejar alusivo a Nossa Senhora do Cabo Espichel com o S. Marçal o protetor dos terramotos  e do Santo António englobada no Círio das colheitas encastrado no que foi o pátio do palácio do Prior do Crato que o incendiou para os espanhóis não se instalarem aqui- dizendo mais ou menos isto  -deitei-lhe fogo para vos alumiar....

 Junto da igreja ao castelo seguia de mão dada este castiço casal
Outra paragem para mais informação sobre a igreja do castelo que caiu com o terramoto e esta em que a Imagem de S.João Baptista sai na véspera em procissão para a capela da quinta da Ramalha, noutro tempo já era fora de Almada, para no dia seguinte regressar de novo à igreja com a simbologia da coroa com  frutos da época .A minha filha gostou muito da explicação que não ouvi por estar com os netos.
 Visita ao jardim do miradouro do castelo
 
 
 
 
 
 
 As minhas selfies
 O Vicente deleitou-se com o jardim, pudera estava uma manhã de calmaria
 
O passadiço do elevador serve para um desporto que não sei nome, suspensos por um elástico, ouvi o sonante gritooooooooo
 
 
 Ainda persiste muito empedrado em basalto que era trazido de Lisboa
Deixei o grupo que finalizou a caminhada no ponto de partida. Fomos apanhar o Metro para almoçar com a minha sogra à falta de sardinha um belo carapau muito fresco na Caparica!

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