Sugestão nascida com a partilha de uma bela casa que ainda conserva extraordinária varanda de forma rectilínea em grade partilhada pela Prof. Anabela Mendes da Cumeeira, no Grupo Ansião. No seu julgar podia tratar-se de exemplar único na região em desplantar a memoria das que já partilhara em crónicas com outras partilhadas por Membros . Em resulto uma boa aposta com denotado interesse pelo património cultural do concelho de Ansião aqui se pretende compilar.
Em Ansião os lavrantes, o nome como os conhecia, esculpiam na pedra a escopro e martelo, além de ombreiras e lintéis para portas, portões e janelas, pias para o azeite e outras pequenas para os animais. Demorei tempo para perceber o significado da palavra canteiro - afinal outro nome como também eram conhecidos, e que lamentavelmente por incultura naquele tempo, associava aos canteiros do jardim, até perceber a raiz da palavra - cantaria. Em Ansião, o foram escultores de pedra, em linhas sóbrias, como antes os arcos góticos que conheci e hoje apenas resta um, a continuidade a um design de formas rectilíneas, simples, em grade ou avental , com estética elegante a retratar um tempo áureo caracteristico em Ansião e antes sem o ter sido aflorado, e o distingui ainda em Pussos e no Espinhal. Ainda existem alguns exemplares a merecer preservação da sua traça pois fazem parte da nossa identidade cultural e muito ajudam a conhecer mais do que foi o seu passado.E de quem nestas casas morou.
Em alerta
A arte da cantaria em Ansião a merecer atenção para não se perder este património cultural que se deve manter, testemunhos de um passado e jamais o ser alterado ou desvirtuado, por isso a Câmara o deve proteger , inventariar e fiscalizar, com proposta no futuro em fomentar uma Oficina de Cantaria em Ansião, enquanto temos artistas de canteiro!
O casual comentário que hoje formulei a uma nova foto do grande amigo João Patrício
Qual ar introspectivo, o seja com pensamento na Serra de Ucha, do que foram os seus moinhos de vento, das gentes da Barroca e de Lisboinha, porque estes, com herança da moenga na ribeira, na Mouta Redonda. Notável o ar de intelectualidade. O que desplanta em descobrir mais sobre a cultura que amamos, para em deleite a vontade de continuar, debalde as pataniscas esperam-se , caso não fosse a tarefa e o apetite apressado em as saborear, sabe Deus onde ia parar sem jamais deixar de falar de Pousafoles e hoje Pousaflores, de Lisboa a pequena e hoje Lisboinha, e da Mouta Redonda com o sufixo dos primórdios, em Ansião, instituídos na toponímia. Excelência tanto saber, e tu meu mentor! Obrigado.
Responde - Apenas direi que:" tu ofereces à Poesia,de uma forma muito densa,toda a tradição e um património que são raros, que de certa forma mais se confunde com o mundo,o real e o quotidiano".
Depois da leitura tão extaziante e profunda entre conterrâneos a falar das raízes e sua cultura a mostra de belíssimos exemplares de traça tradicional na região
Deixados por gente abastada.Algumas casas em derrocada, o que se lastima. Casas de grande volumetria com loja o curral em baixo para aquecer com o bafo a casa no inverno, assim se aprendia em tempo de escola, com sobrado a que se acedia por balcão (escadaria e varanda) em geral telhado, uma característica do casario judaico.Na Beira Baixa, em Medelim, tem sido preservadas encontram-se catalogadas mais de 250.No concelho de Ansião, por falta de conhecimento histórico e cultural, mais uma vez a sair da base de conforto para mais falar das comunidades judaicas aqui aportadas, com amostragem de alguns testemunhos com balcões suportados por colunas de varandins rectilíneos criando espaços abertos tipo grade ou fechadas por pedras de avental.
A Arte do que foi a Cantaria em Ansião, com resquícios em seus descendentes que trabalharam no Mosteiro de Aljubarrota e dos Jerónimos.
A arte de trabalhar a pedra é antiga com apontamentos romanos e moçárabes. As suas ruínas deixadas foram reutilizados em novas requalificações - a primeira estalagem com capela no vulgo mosteiro, a actual matriz de Ansião de 1593, derruba a natureza da construção de raiz , na feliz descoberta, a sua adjudicação, com menção ao que havia, a Fundação da Casa da Misericórdia nas primeiras décadas de 600, e a ermida de Nossa Senhora da Conceição com o seu portal gótico, o testemunho vivo mais antigo do concelho . Em 1702 foi edificada de raiz a sua actual capela. O padrão que o Senado de Ansião mandou levantar em 1686 ao Senhor da vila - Dom Luís de Menezes, igualmente de raiz e a Ponte da Cal , alegria a descoberta da sua adjudicação em 1648, a auspiciar os tanques de chafurdo, o nome por que os chamo e antes ninguém e ainda a certeza do mestre ter bebido inspiração noutro ali existente do habitat catalogado romano. A ampliação da ermida na Constantina em 1623 em dar início ao fausto e riqueza , com as belas colunas de suporte à galilé - ou não e serão também reutilizadas, fica a sua abordagem para outra crónica.
Capela da Constantina 1623
A exuberância do belo com a galilé do alpendrado em plenitude a arte da cantaria em Ansião!
Capela de S Bráz
Onde o adeus ao deitar do sol é dos mais belos em contexto de arquitectura cultural
Perdido o talento de fotografo em Ansião?
Aqui neste local com uma boa máquina, que não tenho, oferece uma multiplicidade de fotos e de cores a quem tenha perfil para o belo, no seu expoente máximo e mente sempre atenta. Debalde em letargia para até hoje ter sido desperdiçado em vídeos, em apresentações turísticas, e bem podia, pela grande plenitude em franco ambiente religioso e cultural e não apenas e somente na serra da Portela... Outros se aprocheguem e digam se não estou certa!
Granja,, Santiago da Guarda
A arquitectura dos arcos reporta semelhança para o convento de Penela de Santo António fundado em 1578, contudo, o conjunto das construções (igreja, área residencial e anexos) datam do séc. XVIII , imóvel particular dista poucos quilómetros (15) da Granja.
Sem ninguém a alvitrar ter sido edificado sob uma ruína moçárabe, por outras evidências, e agora não partilho.
Ateanha
As colunas suportam o telheiro sem saber se debaixo do reboco é pedra
Capela da Ribeira de Alcalamouque
O púlpito na rua com inscrição e data de 1689
Segundo as Memórias Paroquiais (...) A herdade de Alcalamouque por carta testamentária de Soeiro Gonçalves, de março de 1142, uma das mais antigas referências documentais a terras que actualmente integram o concelho de Ansião. (...) No "Promptuario das terras de Portugal", de 1689, de Vicente Ribeiro de Meireles, o lugar de Alcalamouque, consta, igualmente, como uma das localidades do termo da "Villa do Rabaçal, " (...) Em 1747 - 1751 padre Luís Cardoso tem uma Ermida dedicada a S João Batista.
Verossímil que esta capela foi instituída pelo jesuíta Dr António Santos Coutinho de Ansião, na extrema norte do seu Morgadio, à imediação do Rabaçal e não a da Junqueira, aliás não existe confirmação de nenhum, apenas o testemunho documental que foi feita na imediação do Rabaçal. O Mestre, deixou Ansião, depois de acabada a capela da Misericórdia em 1702 e de ter instituído um Morgadio com duas capelas aos seus limites, a sul e a norte , embora o padre que deixou a noticia, naõ foi muito explicito e até se enganou noutra observação para dizer não destacou o merecida atenção e o devia. O facto do Mestre ter falecido em 1704 sem paga ao seu administrador que vivia na Guarda, tenha sido reutilizada para o serviço público, para tarde coa extinção dos morgadios, o acabaria por vir a decretar, o que apraz dizer e ainda acrescentar quando deixou Ansião a caminho do Santuário da Lapa em Viseu, onde veio a falecer, aqui se apeou para orar demoradamente e alegorizar a sua obra!
Já passei na sua frente, mas não tirei foto, o alpendre é soberbo suportado por meias colunas.
Brutal graciosidade do seu púlpito exterior ex libris no concelho de Ansião
Encontrei na Covilhã e Orca, Castelo Branco...mas devem haver mais
Capela da Venda do Negro
A capela nas várias reestruturações alvitra a dificuldade em saber se o telheiro fazia parte, tudo aventa que sim, porque em locais de romagem as tinham para abrigo dos romeiros. O reboco não mostra se as paredes são de avental ou pedra normal.
Impressionante aldeia com parcelas de chão inculto para em brutal contraste enfestar a parede sul da capela couval galego, a tapar as janelas laterais a que se sobe por escadaria vulgar a tijolo a cimento, sem a preocupação aparente, em colidir com a estética da antiga - a monumental !
Um verdadeiro atentado ao património histórico e cultural!
Em sensatez seria apologia, a fasquia de terreno vir a ser comprado ou doado com honra atestada em lápide, além de mostrar a vaidade merecida que se reveste o acto de filantropo a reflexão ao contexto do que deve ser a cultura e a preservação dos valores herdados no grande conhecimento aos demais essa grande visão cultural que a cada dia se deve enaltecer mais.
A estalagem da Venda do Negro com o seu varandim telhado suportado por colunas
Referida em excerto pitoresto que vale a pena ler, retirado do Livro Notícias e Memórias Paroquiais "Em maio de 1568 Segismondo Cavalli, passou nesta estrada cujo secretário Lunardo Otthobon escreveu " assaz duas láguas pedragosas que medeiam Alvaiázere e Ansião se encontravam "tres ou quatro tabernas desagradáveis" (hosterie scontentissime).Estaria certamente a referir-se a vendas, que Rafael Bluteua, no Vocábulo Portuguez, definiu como "taberna de estrada ou estalagem de campo".
Bartolomé de Villalba y Estana, em 1575, teve a desdita de ir almoçar à Venda do Negro. A verrinosa descrição poética que escreveu sobre esta venda, bem pode ficar perpetuada na vasta literatura crítica europeia sobre a má qualidade das estalagens ibéricas.Esfomeado como estava, não lhe restou tentar melhor sorte do que ir dormir a uma estalagem de Alvaiázere.
Na obra El Pelegrino Curioso celebrizou num poema satírico que aproveita a negritude do nome do estabelecimento para escurecer mordazmente esta "tan negra posada".
A la Venta del Negro hemos llegado
y negro el pan, y negros los manteles,
el caldo negro y el cabron chamuscado,
y negros de la guespeda aranbeles.
En negro punto aqui hemos llegado,
y más tener ventera cascabeles,
puerca, negra, suzia y torojada,librenos Dios de tan negra posada.
A minha simplista tradução
Há Venda do Negro havemos chegado
E negro o pão, e negros os panos,
o caldo negro e a carne chamuscada,
E negros a santa companhia.
Neste ponto negro aqui havemos chegado,
E má cara cascavel do estalajadeiro,
Porca, negra, suja e desarrumada, livre-nos Deus de tão negra pousada.
Cortesia a partilha de Anabela Mendes em Figueiras de S João
Esta casa é de Maria Rosa Marques que a herdou de seu pai Adriano Marques.
Extraordinário alpendrado suportado por cimalha elegante suportado por cinco colunas facetadas com varandim rectilíneo aberto, janela de avental e pedra na lateral para a sardinheira.
Não é usual ver esculpido na região o algarismo 7 desta forma artística, antes mais arcaico, que engana a lembrar um 1.
Cortesia da partilha de Fernando Mendes em Torre de Vale de Todos
A casa foi de Albertino Freire, marido de uma senhora chamada Ilda, cuja filha foi para o Brasil. A data 1708, a pedra já não está no seu local (estava na fachada junto à estrada que se foi degradando). O "8" havia sido esculpido de forma mais retilínea ou seja um X a que "taparam" os topos...Alpendrado com cimalha de pedra suportado por 8 colunas , o varandim fechado por pedras de avental
Escampado de Santa Marta
Conheci esta bela casa em criança na romagem em véspera do Domingo de Ramos, com a comandita do Bairro de Santo António, onde se apanhava alecrim para o ramo.Recordo a janela de avental, ainda se percebe a graciosidade do caixilho minúsculo na portada de madeira amarela, tanto me fascinou pela pouca luz que deixaria entrar... Imagem que me acompanhou até hoje, a julgar como seria noutros tempos a vida das pessoas que aqui viveram, tinham de ser abastadas. Tenha sido nesta casa que foi instituída outra capela em Santa Marta, abordada nas MP, e dela não se acha rasto...
Voltei depois de muitos anos para reviver as boas lembranças de criança deparei-me com o alpendre em derrocada, no pior triste, tremi a foto...as colunas tinham desaparecido, disseram-me que o dono as tinha tirado, antes que as roubassem..O caminho da capela actual para aqui com o chão de grandes lages, numa delas havia uma Cruz incisa. Da penúltima vez os entulhos e as ervas não se distinguia, ainda assim a consegui localizar, porque sabia onde era, não registei foto, porque não levei máquina , mais tarde voltei, o caminho tinha sido roteado para Albarrol...Na frente da casa havia no caminho grandes pedras, como se fossem peças lego, acima e abaixo entaladas na terra, poderiam ser de um troço romano...
Caro Daniel Marques será que não podes tirar uma foto actual melhor que esta minha?
A que foi a Estalagem da Misericórdia do Alvorge 1709
Alvorge
Varanda de avental e colunas a suportar telheiro
Ameixieira
Balcão corrido por muro
Técnica mais barata com janelo pequeno, traça ao estilo pobre
Falta conhecer ao pé do cemitério o que resta do casario da família Serra, que foi do tempo dos primórdios da quinta da Ameixieira.
Lagarteira
Silvina Gomes
Eu conheço uma casa do mesmo estilo, com uma varanda de pedra,na Lagarteira, não sei a quem pertence atualmente,mas quando lá passo, gosto de ver a arte antiga, fica numa rua no interior, quem vai dá Fonte Carvalho, para cima, fica na segunda rua à direita, não sei o nome da rua, passo por aí muitas vezes quando estou na Ribeira do Açor, e vou visitar a minha cunhada Filomena Gomes.Aqui lhe envio as fotos das respectivas varandas, antigas, que tirei esta tarde na Lagarteira, são varandas de duas casas, próximas uma da outra, e uma janela de outra casa, também da mesma rua, que têm a data de 1440, a minha cunhada Filomena, acompanhou me, ela sabe a história de algumas casas, ela nasceu e cresceu,e casou,na Lagarteira,e vive ali ao lado,eu não conheço a história,eu nasci e cresci na freguesia de Ansião!eu não sou uma boa fotografa,mas procurei fazer o melhor que pude em algumas o sol estava a dar-me na cara,e não consegui fazer melhor, fico feliz por contribuir para ajudar a encontrar um pouco da História do concelho da nossa terra Ansião,do qual sou uma fã incondicional.
Eu é que agradeço a extraordinária partilha. Bem haja.
Janela com lintel de 1440
Balcão alpendrado com varanda de janelas de avental
Outra casa de janela de avental e balcão com telheiro alpendrado por colunas perdars de avental em rodapé.
Outra casa de balcão alpendrado com janelas de avental
Lagarteira
Casa que fotografei perto da igreja a requalificação retirou-lhe a traça ancestral. A bungabília é antiquíssima, a espécie que mais aguenta qualquer agrura, não permite visualizar o balcão.
Netos
Casa de 1716, em derrocada.
Lajeado com telheiro suportado por colunas.
NETOS o agora em junho de 2020
Colunas retiradas por segurança em 2015. Estão guardadas.
Sustentaram a cimento a quina da parede para não se perder a Cruz em pedra
O avental da janela muito partido...
Ansião
Solar da Quinta das Lagoas, de todas a varanda mais grandiosa
Lintel com a data 1874, sem se saber se a varanda é mais antiga, mas não deslindei outra data
Constantina
Casa da família Vaz no tardoz da capela de Nossa Senhora da Paz
Ansião
Tardoz do solar mandado construir por Luís de Mello, o Engº Miguel Portela descobriu a adjudicação da obra aos canteiros, mas na minha opinião era a casa para Pascoal Mello Freire dos Reis, na Rua Oliveira Salazar
Hoje de dois proprietários distintos.O muro é alto, no meu tempo foi ali feita uma pequena casa à multa de noite...o que se dizia, em chão alheio, mas como sou curiosa ainda assim deslindei, um pouco da varanda, afinal cantaria na continuação da escadaria interior do Clube dos Caçadores.
A nova chaminé tira o brilho à varanda.
Cortesia de Américo Cardoso
Alvorge
Varandim num solar com reutilização das colunas que foram do solar dos Carneiro Figueiredo
Falta o registo de uma foto de sul para norte que se visualize a varanda noutra perspectiva, quem puder partilhar agradeço.
Cabeça Redonda
Cortesia e partilha de Daniela Marques
A casa foi do engenheiro da Quinta de Cima de Chão de Couce, hoje pertence ao meu pai José Marques.
Data emoldurada de 1739
Além da Ponte, Ansião
Solar do Moinho d' Além da Ponte em requalificação, a metros foi o seu Moinho com Capela de 1696.
Tenha sido neste solar que viveu Dom José Casimiro de Mascarenhas Velasques Sarmento e de Alarcão e Dona Maria Delfina de Lima ?
A casa pertence a uma amiga minha de infância. Confesso quando fiquei em pânico quando aqui cheguei e dei conta da ampliação, sem perceber a imensidade descomunal de área habitável e sua questionável valia...
As colunas do telheiro em formato redondo, não habitual, assim semelhantes, apenas na Capela da Constantina, em levantar outra questão - o serão dessa época, ou não e, foram reutilizadas de um habitat romano em Além da Ponte, classificado em 2010.
Não deslindei brasão.A família nobre com origem no Espinhal, devia ter tido.
Virei a foto porque o lintel foi reutilizado 1790 ?
Lintel com a data de 1676?
Aldeia desertificada dos Matos, Ansião
As duas primeiras fotos da família "Mendes Simões " enviadas pela sua descendente Adelaide a quem se agradece a cortesia .
As fotos tiradas na varanda de balcão da casa aos MATOS onde viveram os seus avós e os pais Com vizinhos que viviam mais abaixo, meu pai, e o primo Álvaro.
A casa foi de uma família abastada que aqui viveu e teve um filho, o Padre Manuel Jorge, a quem fizeram a capela de S Mateus, porque não teve paróquia. A casa data dos primórdios de 1700, a capela ostenta a data de 1740 e quando foi instituída por esta família do padre Jorge ele já contava 28 anos, o que equivale a dizer que nasceu em 1712.
Fotos actuais em derrocada.
A varanda era toda aberta e no século XX foi acrescentada por tabuado e depois por cimento
Ribeira de Alcalamouque
Casa de balcão telhado com varanda de avental
Faz parte das memórias de muitos de camioneta ou de carro para Coimbra, teria sido uma estalagem?
Avelar
A grande reflexão de um homem com paixão pela sua terra, e todas as vilas se deveriam orgulhar de assim ter alguém , deixo-vos com as palavras sábias do meu bom amigo do Avelar Raul Manuel Coelho « Num tempo em que se ouve falar de Programas de preservação dos centros históricos, voltamos, aqui, a este tema. A existência de dinheiro, no passado, serviu mais para destruir do que para recuperar. Que o presente nos traga melhor sorte. Em nossa opinião, o essencial do centro histórico da Vila de Avelar está perdido, pouco resta além do Pelourinho arredado. Destruíram-se as casas antigas, construiu-se em altura, descaracterizaram-se as fachadas, alcatroaram-se os pavimentos, ignorou-se o pódio e as ruínas da Igreja antiga, local sagrado, onde os nossos antepassados vivenciaram a sua espiritualidade, tomaram sacramentos, e se fizeram sepultar, e onde há poucos anos se construiu... mais um edifício.
Quem aqui passa, dificilmente dirá que este local foi o centro de uma Vila sede de Concelho ao longo de muitos séculos, e a centralidade de uma comunidade popular milenar. A este Espaço não foi dada a possibilidade de reflectir e testemunhar, condignamente, a história e a cultura deste Povo.
Veja-se, por exemplo, esta casa, uma das últimas a resistir no Centro Histórico; já em estado assinalável de Ruína. Não sei de quem é, mas, ainda lá está, agonizando, “empurrada” por um prédio. Seria, talvez, um bom local para ali se instalar um Posto de Cultura.
A sua configuração inspira a pensar na Casa da Câmara, que, com toda a certeza por aqui existiu, simbolizando e representando solenemente o poder popular, tal como o Grande Carvalho, dos quais alguns documentos nos falam.Já nem falo em se averiguar vestígios arqueológicos no local, nomeadamente Romanos dado que, parece-me, há algumas pistas que poderão apontar nesse sentido. O centro moderno da localidade, com a construção da nova Igreja (datada de 1767, mas só terminada meio século depois) e do Hospital, no final do século XIX, passou para o Terreiro da Guia. O Avelar crescia. Pena foi que se tivesse desprezado o Centro da Vila Antiga. Bom será, no possível, que se lhe dê a dignidade que merece (mos).»
Ansião, Moinho das Moutas
Varanda fechada com janelas de avental no gaveto para o tardoz sem visão da escadaria
Moinho das Moutas
Em derrocada, uma tradicional casa de traça judaica sem se saber como era o balcão, apenas resiste a escada...Por dentro resta parte de uma coluna em redondo
Loureiros
Casa de família abastada de apelido Freire que emigrou para o Brasil
O telheiro teria ruído no século XX quando foi adoçada a casa a sul. A chover, não parei. O balcão com as colunas de madeira a suportar o telheiro, a sensação que retirei, serem em madeira, portanto uma modificação infeliz do que teria sido no passado, a casa no tardoz revela a sua antiguidade.
O que ainda falta ?
A casa da Quinta da Bica, na Sarzedela, julgo em vias de requalificação. Pelo que oiço da minha mãe tinha uma varanda com morangeiros pendurados em 1950. A necessidade de registar foto antes .
No Freixo, segundo um comentário existe outra.
E de outras que porventura ainda apareçam.
Pussos, Alvaiázere
Em setembro de 2016 fotografei a segunda que conheci, no mês anterior tinha fotografado a varanda da quinta das Lagoas
Cortesia de Henrique Dias com o total da frontaria
Espinhal
Descobri esta capela em 2015 com galilé com 8 colunas em pedra
Fontes
Livro de Memórias Paroquiais de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes