Resumo publicado no Jornal Serras de Ansião em Junho de 2024
A notícia de 1747, de Ansião, do padre Serra ; «A água dos dois poços do Vale do Buyo ( Olhos d'Agua) dava corpo a 2 ribeiras, unidas numa só iam meter no rio Nabão em Tomar. Dava peixe que vinha das entranhas».
As palavras do saudoso Sérgio Medeiros
O que procuramos são mesmo cavidades que nos possam dar acesso à Gruta do Nabão em Ansião. A gruta tem sido explorada alguns metros pelo poço sul na direção do poente do Alqueidão.
A bordadura do maciço para sul, no seguimento das Alminhas do Alqueidão para o Casal S. Brás encontram-se vários poços que tem água todo o ano, dizia o povo que tinham conexão com a nascente do rio Nabão, cujo algar com muita água, outros afirmam se estende a poente entre os Barreiros e Carrascoso. Em crer, intercomunicam num sistema de condutas que se interligam e conetam à confluência do exutório a cotas diferentes. Dado as diferentes cotas do escoamento à condutividade hidráulica ser complexa sendo que ao aingir a cota mazxima da bordadura rebenta primeiro na Lagoinha, no Casal Brás, só depois nos Olhos d’Agua, e ao fim de dois dias no Olho do Tordo, em Alvaiázere.
Ainda o padre Luís Cardoso em 1747 e 1751
O Cazal do Soeyro, é no termo da Vila de Pousaflores, com 13 moradores e uma ermida de Francisco, administrada pelo povo.
Perda quase total uma casa de traça judaica, com varandim de madeira esculpida no tardoz da capela, um cão fiel, guarda raro exemplar em ruína; varanda de grade de madeira rendilhada, tradição rica da carpintaria de Pousaflores, assim distingui no interior de duas casas nos Matos, e em duas casas na praia fluvial de Mosteiro, em Pedrogão Grande.
Em perda, acima de lintéis, o triângulo V invertido...
O Património Geomorfológico Territorial de Alvaiázere
"(...) A extensa cornija calcária da Serra do Casal Soeiro com alguns abrigos rochosos. Acesso através de um caminho pedonal ou através de um caminho em terra batida que vem da fórnia da cruz. Não existe algo semelhante em toda a Unidade Territorial de Alvaiázere. O Algar do Casal Soeiro, de 30 m, o fundo preenchido com depósitos vermelhos, ainda não foram datados, estalatites e estalagmites. Localiza-se um antigo lagar e uma série de pequenos poços utilizados para armazenamento do engaço do lagar, tratando-se de pontos de interesse cultural. Existe também uma casa antiga, não recuperada, propriedade do Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro."
Prospeção publicada na revista Espeleo Divulgação
Entre 1981/2 o registo do algar do Casal Soeiro, e quiçá abrigos, a disparo Alvaiázere, com 22, sendo 10 na serra. Estímulo à investigação arqueológica, da Pré e Proto-História e Época Clássica (A. Figueiredo, entre outros desde 2002/18). E, arte rupestre (A. Figueiredo 2014).
“Até 1986, o NEUA realizou a inventariação sistemática de cavidades em Alvaiázere, Sicó, Penacova, Cantanhede, etc. Contribuiu para o início da aplicação dos computadores na topografia subterrânea, realizou um curso de mergulho para espeleólogos (1983), realizou os primeiros cursos mergulhos espeleológicos em Portugal (1984), impulsionou a criação da federação Portuguesa de Espeleologia (FPE) (1984), efectuou sessões de divulgação e sensibilização de populações para o perigo da contaminação de lençóis de água (Ereiras 1984, Redinha 1985
Em 2018 a Tese de Mestrado de Alexandre Roberto Peixe
"(...) os materiais exumados analisados micro-contextualmente (Monteiro e Figueiredo 2013), identificou 44 painéis de arte rupestre, com motivos por pintura por pigmento vermelho, e motivos produzidos por gravura; incisão, picotagem, abrasão e raspagm; diversas figuras a vermelho, uma interpretada, por analogia a outras da pré-história recente como sendo um antropomorfo (forma humana).
O Algar da Água é a primeira gruta em Portugal em Alvaiázere
Com arte rupestre incisa pós-paleolítica, o antropomorfo pintado a vermelho com analogias aos abrigos no Alentejo e Estremadura espanhola (Sanches, 2008/09 e A. Figueiredo).
Incita a estudo arqueológico o algar do Casal Soeiro; se há arte rupestre e pinturas, pelo alerta de João Forte, ao fundo preenchido com depósitos vermelhos.
Já que se encontra plantado em cenário lúdico
Do poço de chafurdo - dito da Ameixieira, cuja origem alvitra ser romana.
Arbustos quiça zimbro...
debalde julgo que as suas bagas são azul escuro, e eram pretas...
Falta sinalética
Ao património ancestral que encerra, a par a Fórnea da Cruz – rampa côncava no costado da serra dos Carrascos, rasgada por dois riachos de enxurrada unidos no baixio, dão corpo ao Ribeirinho.
E, aviso de coimas a motos4 esventram sem dó nem piedade sulcos, soltando milhentos calhaus a prejuízo de atletas.
A casa de familia Mendes Castelão no Casal Soeiro em venda casario
A família teve um filho padre. Presumo que os seus pais foram os instituidores da capela a S. Francisco, com lintel de 1747, 4 anos depois da obra da casa. Centúria de grande aderencia a padres sem paroquias, à laia da aldeia de Matos, em Ansião, hoje desertificada, cuja capela de S. Mateus, foi obra dos pais do padre Jorge, para o filho ter onde rezar.
Lintel datado 1743
Manuel Castelam da Gramatinha e Isabel Mendes da Lagoa da Ameixieira
Moradores no Casal Soeiro
Registo de batismo de Paulino (padre Paulino Mendes Castelão) nascido em 1710, o padrinho foi o padre de Pousaflores
Presume o apelido Castelão com origem toponímica de Castela, Espanha, quiçá aportado de sul, de Casais Maduros, pela ligação que é assistida desde a centúria de 600.
Aos 25.10.1733, Manuel Castelão filho legitimo de Manuel Castelão com Isabel Mendes, do Casal do Soeiro contrairam matrimonio com Catarina Gaspar , filha legitima de Manuel Rodrigues Serra e Domingas Gaspar, da Ameixieira, filha de Amaro Rodrigues e de Domingas Gaspar, parentes com dispensa de consanguinidade. Neto paterno de Manuel Castelão o velho e de sua mulher Isabel Mendez. Neto materno de Manuel Rodrigues Serra e de sua mulher Domingas Gaspar ad Ameixieira. Foram padrinhos, Tomé, solteiro, filho de Manuel Rodrigues Serra e Domingas, solteira, filha de Manuel Castelão .
Aos sete dias do mes de novembro de 1734 batizei Manuel, filho de Manuel Castelão o moço e de Catarina Gaspar do Casal do Soeiro, desta freguesia. Foram padrinhos o padre Paulino Castelão e Maria Gaspar moradora na Ameixieira.
Em janeiro de 1736 batizei solenemente Maria, filha de Manuel Castelão o moço, e de sua mulher Catarina Gaspar do Casal do Soeiro. Foram padrinhos Manuel Marques e Domingas moça sua mulher filha de Manuel Castelão o velho do Casal do Soeiro.
Batismo de Manuel, filho de Manuel Castelão o velho, e mulher Isabel Mendez, cujo padrinho foi o tio, o padre Paulino Mendes Castelão do Casal Soeiro, com a sua irmã Domingas.
Julgo há pouco mais de um mês o curioso conhecimento a trabalho, em Lisboa, da minha filha com a Sra. Dra. advogada Castelão, disse ter família em Ansião e Alvaiázere…
Quiça descendente do Prof José Maria Castelão que viveu em Lisboa
Partilha de Henrique Dias
Alguns registos do Casal Soeiro
Batismo de Domingas a 12.05.1737, filha de Francisco Roriz e de sua mulher Maria Rosa do Casal Soeiro Padrinho o padre Paulino Mendes Castelão e a sua irmã Domingas, sobrinha e filha de Manuel Castelão e de sua mulher Isabel Mendes, todos moradores no Casal Soeiro.
Aos 25 dias de 1732 anos batizei Antónia filha de António Dias e de Maria Mendes do Casal Soeiro. Foram padrinhos António e Antónia, filhos de Manuel Rodrigues Serra da Ameixieira
Batismo a 27-10-1737 de Tomé, filho de Manuel Castelão o novo, e sua mulher Catarina Gaspar neto paterno de Manuel Castelão o velho, e materna Manuel Rodrigues Serra e sua mulher Domingas Gaspar da Ameixieira.
Ruína em venda entre a capela e a casa da família do padre
Fulcral objetivo alertar vendas futuras a nacionais e estrangeiros
Desconhecedores do rico passado do Casal Soeiro, o dever de respeitar os testemunhos antigos que a aldeia ainda guarda. Basta de perder património. Urge parceria entre a edilidade pública e notários, em investir à sua defesa e publicitação ao lavrar escrituras com essa cláusula na preservação do património cultural do nosso povo!
Partilhei nas redes sociais há um ano um pequeno cavalo esculpido no calcário que chamou atenção ao Dr. Leonel Morgado. Tomou a iniciativa de a reenviar a uma prima arqueóloga, que me respondeu; não se trata de um achado comum e merece ser estudado e protegido – segui a tramitação solicitada, debalde, volvido um ano, sem resposta do Dr. António Batarda, pese insistência, eis que alterou a posição de ter visto a mensagem, para não vista…mau prenúncio a lugares públicos na dificuldade de afirmação, até para dizer Não, é preciso coragem e determinação. Resta apelo à JF de Chão de Couce para chamar um arqueólogo para a estudar, saber se é recente ou antiga – a ser deve ser documentada e publicada , já que se encontra entre dois imóveis em venda, precisa de proteção e averiguar outras que se perspetivam encerradas em barracões. Pois há quem não olha a meios para ostentar pedras moldadas pela mão do homem nos seus jardins, ou venda…
Mal
publicitadas nas redes sociais, desaparecem…as pedras do Casal Soeiro, podem
ajudar a levantar o seu passado quiçá castrejo e romano!
Cabeça
Alegadamente onde foram despejados por várias vezes resíduos aportados ao Agroal…Os espeleólogos com arraiais assentes no Casal soeiro fizeram à posterior sessões de divulgação e sensibilização para o perigo da contaminação de lençóis de água em Ereiras, em 1984, e em 1985 na Redinha. Desconheço se houve em Ansião esse critério dadas as fossas particulares …Sumidouro, é uma rede de fissuras onde escoam resíduos, bem diferente de poços de engaço.
Uma pedra de senfim...
Outra pedra de senfim
A subida do costado para a gruta
Penedos de calcário sublitográfico
Em plaquetas (Cunha 1990), aos meus olhos imita folhas de livro, a jus no Pinheiro, e Avecasta, em Ferreira do Zêzere.
Algar do Casal Soeiro escondido pela vegetação
Penedos erodidos pela erosão em geoformas carsicas com buracos e outras modeladas
É desconhecido como aqui aportaram.
Presumo através de algum aluno de Ansião. Hoje em abandono encoberta de silvedo…
O caminho da casa do núcleo de Espeologia fecha com uma casa em ruína
Enigmático velho casario
Morada de galináceos que saíam porta fora em desfile uns atras dos outros, em aparato vaidoso, pasma ao brilho das belas penas preto asa de corvo, amarelo e vermelho. Ensejo a boas vindas da sua dona, a minha sempre querida Mariazinha, de seu nome Irene, e a sua mana Helena, valiosa referência da infância, três, irmãs de coração! Outra amizade que estimo, o cicerone o Sr. Serra, que vive na vila.
Fontes
Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/5776/1/Relat%C3%B3rio%20de%20Est%C3%A1gio_Rui%20Miguel%20Saraiva%20Santos.pdf
Tese de Mestrado de João Forte de 2008
Tese de Mestrado de Alexandre Roberto Peixe