Tomando a estrada do Monte de Caparica a caminho da Trafaria após passar Costas do Cão e pela quinta de Nossa Senhora da Conceição que nos fica pela esquerda, em estrada de curva contra curva, avista-se Lisboa à direita por esguelha em "V" para logo aparecer casario branco ( vacaria ou barracão ?) seguida de curva para a esquerda apertada que conflui na descida do morro à Trafaria-, antes da descida seguindo em frente, eis que se clama em espetáculo descobrir o Lugar de Murfacém!
Experiência camarária no combate à infestação do canavial, blocos em cimento na ribanceira da estrada, com algum sucesso...Debalde a precisar de desbaste dos rizomas com máquinas.
Experiência camarária no combate à infestação do canavial, blocos em cimento na ribanceira da estrada, com algum sucesso...Debalde a precisar de desbaste dos rizomas com máquinas.
Os romanos vindos de Mérida, passavam por Murfacém com destino ao Porto Brandão e por barco se chegavam a Lisboa.
Morabito de Murfacém
Ao que parece um técnico na CMAlmada na década de 70 ao se terem descoberto artefactos árabes por aqui procedeu-se à recuperação deste espaço para os acolher.
O que falta saber? Se anteriormente já tinha a cúpula, porque na Trafaria também houve um moinho com cúpula, sendo essa probabilidade grande, mas há quem defenda que não, e que nessa altura foi colocado o crescente no alto da mesma e chamado morabito, a exigir mais estudo. Pessoalmente acho que a capela foi morabito e após o abandono dos mouros foi reaproveitada para o culto da fé cristã com o orago a Nossa Senhora dos Remédios, da quinta no seio de família judaica, na minha opinião. Segundo informação do Blog "Lugares da Caparica" existem em Murfacém - a Capela de Nossa Senhora dos Desamparados (Fazenda em Murfacém) e a Capela de Nossa Senhora da Glória ? (Quinta de Murfacém de Gaspar da Rua). Não sei a localização de ambas.
Capela muito semelhante há que existe no Cabo Espichel, autores acreditam que no passado tivessem estado relacionadas para envio de SINAIS entre Sintra , Murfacém, Almada e Alcolena (hoje Restelo).
Cabo Espichel
Os árabes deixaram cisternas em Murfacém ( não sei a localização) além do Morabito e até o nome árabe significa, barbeiro. Dizem ser a localidade mais antiga do concelho de Almada, apesar de também se terem recentemente encontrado cisternas de origem árabe em Almada velha no local do Núcleo Medieval, nas imediações do castelo. Existe também equipamento militar construído durante a 2ª Guerra Mundial, uma Bateria antiaérea. Estas terras da Caparica têm sido ao longo dos tempos berço ou local de adopção de figuras ilustres como os Menezes do convento da Caparica, Conde de Arcos, Bulhão Pato, Távoras da Caparica, Infanta Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança Van Uden entre outros, se tornaram pela sua ação personagens de grande importância local e nacional, ao longo dos séculos.E claro gente comum, trabalhadora!
Morabito de Murfacém
Ao que parece um técnico na CMAlmada na década de 70 ao se terem descoberto artefactos árabes por aqui procedeu-se à recuperação deste espaço para os acolher.
O que falta saber? Se anteriormente já tinha a cúpula, porque na Trafaria também houve um moinho com cúpula, sendo essa probabilidade grande, mas há quem defenda que não, e que nessa altura foi colocado o crescente no alto da mesma e chamado morabito, a exigir mais estudo. Pessoalmente acho que a capela foi morabito e após o abandono dos mouros foi reaproveitada para o culto da fé cristã com o orago a Nossa Senhora dos Remédios, da quinta no seio de família judaica, na minha opinião. Segundo informação do Blog "Lugares da Caparica" existem em Murfacém - a Capela de Nossa Senhora dos Desamparados (Fazenda em Murfacém) e a Capela de Nossa Senhora da Glória ? (Quinta de Murfacém de Gaspar da Rua). Não sei a localização de ambas.
Capela muito semelhante há que existe no Cabo Espichel, autores acreditam que no passado tivessem estado relacionadas para envio de SINAIS entre Sintra , Murfacém, Almada e Alcolena (hoje Restelo).
Cabo Espichel
Os árabes deixaram cisternas em Murfacém ( não sei a localização) além do Morabito e até o nome árabe significa, barbeiro. Dizem ser a localidade mais antiga do concelho de Almada, apesar de também se terem recentemente encontrado cisternas de origem árabe em Almada velha no local do Núcleo Medieval, nas imediações do castelo. Existe também equipamento militar construído durante a 2ª Guerra Mundial, uma Bateria antiaérea. Estas terras da Caparica têm sido ao longo dos tempos berço ou local de adopção de figuras ilustres como os Menezes do convento da Caparica, Conde de Arcos, Bulhão Pato, Távoras da Caparica, Infanta Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança Van Uden entre outros, se tornaram pela sua ação personagens de grande importância local e nacional, ao longo dos séculos.E claro gente comum, trabalhadora!
Ao se entrar na rua principal de Murfacém no gaveto do lado esquerdo existe casario antigo, disse-me uma senhora que encontrei ser da Quinta do Guedes pelo tardoz restos do poço que teve nora, na foto mal se notam os muros de sustentação no meio das ervas.
Rua principal de Murfacém |
Porta com a guarita fechada |
Ao fundo da rua em lugar altaneiro para depois começar a descida até ao rio avista-se uma imponente capela que data provavelmente do século XIV (?) pertença da quinta do Carmo que foi de D. Nuno Álvares Pereira.
Em 1949 aqui se fixou a Infanta Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança Van Uden até 1960 quando devolveu a casa à família Quintela, que lha tinha emprestado quando ela veio para Portugal. Morreu aos 100 anos, no dia 24 de Fevereiro de 2012, a neta direta do Rei Dom Miguel.
Capela de Nossa Senhora do Carmo
Curiosamente a imagem de veneração a D. Nuno Álvares Pereira, a quinta do Alfeite era da rainha D.Leonor Teles que a doou a um judeu a quem se coligou contra o trono de Portugal a favor do de Castela, cuja conspiração ao ser descoberta a veio a perder para a coroa, depois o rei a doa a D. Nuno Álvares Pereira.
Em 1949 aqui se fixou a Infanta Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança Van Uden até 1960 quando devolveu a casa à família Quintela, que lha tinha emprestado quando ela veio para Portugal. Morreu aos 100 anos, no dia 24 de Fevereiro de 2012, a neta direta do Rei Dom Miguel.
Capela de Nossa Senhora do Carmo
Curiosamente a imagem de veneração a D. Nuno Álvares Pereira, a quinta do Alfeite era da rainha D.Leonor Teles que a doou a um judeu a quem se coligou contra o trono de Portugal a favor do de Castela, cuja conspiração ao ser descoberta a veio a perder para a coroa, depois o rei a doa a D. Nuno Álvares Pereira.
Relógio de sol
Ao lado de um cunhal com bola em pedra, o que evidencia aqui ter sido colocado à posterior da construção do edifício. Não falta o belo efeito decorativo em remate na forma de "CARACOL" tão usual na região a adornar portais das quintas.
Brasões encobertos pela vegetação
A quinta faz gaveto para poente com vistas deslumbrantes sobre o oceano, o Tejo, e Lisboa
No muro da quinta encontrei estas letras ARMO
Segundo o testemunho de quem aqui morou 25 anos
ARMO É um marco...Quinta do CARMO...da família Quintela
A Quinta do Guedes e a
Quinta de Nossa Senhora da Conceição são a mesma coisa, o nome Guedes
deve-se ao antigo proprietário da dita quinta segundo o comentário do Luís.
Portão da quinta aberto de chão em terra vieram esgravatar garnisés e galos da índia, mas logo me perdi nas vistas, paisagem que consegui ver através do portão sobre o Tejo e Lisboa deslumbrante...
Outra perspetiva da vista do casario da Quinta do Carmo para nascente:
Campanário da capela, chaminé de fogão de sala, cano em cerâmica para escoamento de águas do telhado e janelas em guilhotina.
Voltando ao sítio da capela o único onde se pode estacionar dois a três carros.
Cito a cortesia de Carlos Estevão
Homem que viveu na Fonte Santa até aos 19 anos até 67 de onde saiu para França onde se encontra , informou-me que esta "Fonte" deu o nome ao aglomerado de casario que já era conhecida nos tempos de D. Afonso Henriques. O reguengo desse rei (as terras pertencentes ao rei e não à coroa) iam de Murfacém até ao caminho da Fonte Santa de onde se faziam procissões para homenagem à santidade das águas.
Na esquerda acesso à quinta do Carmo e à quinta do Guedes(?)
Do lado direito no gaveto um fontanário desativado, inestético
Na frente deste núcleo da quinta do Carmo há uma espécie de cruzamento de vias estreitas com a estrada principal que vai dar ao Tejo onde labora uma empresa da antiga ESSO com passagem diária de grandes camions, nem sei como passam...
A estrada da esquerda, sem saída para a quinta do Carmo e quinta do Guedes?
A da direita em calçada estreita, ladeada na entrada por casario dos dois lados, para se finar em casario na orla apenas na direita onde se encontra o Morabito a terminar sem saída na entrada de outra grande quinta que ao meio ostenta o que resta de um moinho, sendo toda murada, o muro que divide o casario da estrada e se vê nas fotos.
A estrada da esquerda, sem saída para a quinta do Carmo e quinta do Guedes?
A da direita em calçada estreita, ladeada na entrada por casario dos dois lados, para se finar em casario na orla apenas na direita onde se encontra o Morabito a terminar sem saída na entrada de outra grande quinta que ao meio ostenta o que resta de um moinho, sendo toda murada, o muro que divide o casario da estrada e se vê nas fotos.
A rua começa e uns metros à frente o Morabito à direita
Esteve ao abandono tendo sido remodelada em 1973
"Capela de planta centralizada, quadrangular, interiormente sem iluminação direta e com cobertura em cúpula. Fachadas de cunhais contrafortados, terminadas em empena reta e coberta por domo, abrindo-se na principal portal de arco apontado, de três arquivoltas, as interiores em duplo dente de serra." Provavelmente um morabito no século XII de origem árabe, nos finais do século XV um oratório de uma quinta onde se assistia à missa de orago a Nossa Senhora dos Remédios.
Atualmente aqui funciona um núcleo do Museu de Almada dedicado à arqueologia árabe e à azulejaria de tradição arábica.
Quinta com portal simples e portão na lateral sita ao fundo da estrada do Morabito.
A estrada acaba aqui. Os donos devem ser supostamente muito arreigados ao que é seu ao não permitir o estacionamento na frente da sua propriedade, mas de pouca cultura ao escrever...ESTANCIONAR
Impressionante o poderio de quintas em redor do núcleo da quinta do Carmo, à esquerda sem saída e para a direita também, estreitas, fechadas por muros altos, seguindo em frente vai até ao rio em descida brutal onde passam camions rés vês o casario das duas quintas onde vi um camião da TIEL a medir o espaço para passar sem o sobressalto de se amolar...
Cancela verde |
Contornando a quinta do Carmo para norte há uma bifurcação à esquerda, na frente outra quinta com construções desativadas.
Vistas sobranceiras ao Tejo, Lisboa e Trafaria são únicas e bonitas
A máquina apanhou um cisco na lente...deixou as fotos com pintas pretas...
Ao fundo o portão da mansão minimalista com arame farpado circular como é uso ver nas prisões de alta segurança da empresa da antiga Esso
No caminho de volta a imagem do tardoz da quinta do Carmo
Estrada de acesso ao rio Tejo.
No portão verde à esquerda dentro de portas avistei dois pilaretes em pedra, possivelmente reminiscências de outra quinta antiga
Vista da Fundação António ChampalimaudNova imagem do moinho a desafiar Lisboa, na entrada da quinta com o portão a sul, e aqui para a estrada de acesso ao Tejo a poente.
STOP
Outras quintas: quinta do Bucho (?) no sopé junto do morro junto das ruínas da Ermida de Nossa Senhora da Conceição erguida em 1751, sofreu um brutal incêndio em 1835 tendo sido salvas as suas imagens que se encontram na igreja de S. Pedro na Trafaria, onde na década de 60 funcionou uma vacaria.
Foto retirada do Blog Rui'narte da Ermida de Nossa Senhora da Conceição na Trafaria
Quinta do Porto do Buxo seria sediada junto do Tejo pela palavra porto onde se atraca e embarca e,...
Lamentável constatar tanto terreno de quintas em suposta agonia ou por outro interesses em que por volta de finais de 1800 todas elas exaustivamente de chão cultivado;vinha, olival, pomar, hortícolas e neste agora uma mar de incultura e canavial infestante...Também no costume neste concelho a arbitrariedade dos fios elétricos e de telecomunicações em desordem total a cruzar os céus, sem qualquer estética como se fosse terra de ninguém!
Foto retirada do Blog Rui'narte da Ermida de Nossa Senhora da Conceição na Trafaria
Quinta do Porto do Buxo seria sediada junto do Tejo pela palavra porto onde se atraca e embarca e,...
Lamentável constatar tanto terreno de quintas em suposta agonia ou por outro interesses em que por volta de finais de 1800 todas elas exaustivamente de chão cultivado;vinha, olival, pomar, hortícolas e neste agora uma mar de incultura e canavial infestante...Também no costume neste concelho a arbitrariedade dos fios elétricos e de telecomunicações em desordem total a cruzar os céus, sem qualquer estética como se fosse terra de ninguém!
"Sobre a Infanta e a sua obra de misericórdia a favor das crianças foi publicado um livro da autoria de Raquel Ochoa "D. Maria Adelaide de Bragança A Infanta Rebelde" publicado pela Oficina do Livro."
Pela Quaresma havia uma via sacra com oratórios - os Passos saia da igreja do Monte de Caparica, Torre, Fonte Santa ao Murfacém.
Fontes
http://realfamiliaportuguesa.blogspot.pt/2012_02_01_archive.html
http://lugaresdacaparica.blogspot.pt/
http://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/10657/1/7%20FBCorreia.pdf
Uma foto do blog Rui'narte da Ermida de Nossa Senhora da Conceição na Trafaria
Uma foto do Google
Cortesia de memórias de Carlos Estevão
Uma foto do blog Rui'narte da Ermida de Nossa Senhora da Conceição na Trafaria
Uma foto do Google
Cortesia de memórias de Carlos Estevão
muito bonito. já lá passei mas não entrei. fiquei com vontade de conhecer
ResponderExcluirCaro anónimo muito obrigado pela cortesia da visita e pela crónica o ter incentivado a partir e conhecer para desfrutar.
ExcluirÉ uma terra fantasma e sem saida.
ExcluirMuito obrigado pela viagem que aqui nos trouxe. Felicidades!
ResponderExcluirCara Maria João muito obrigada pela cortesia da vista e pelo elogio. Retribuo as Felicidades.
ResponderExcluirIsa
Meus avós da parte do meu pai viveram em murfacem,meu pai nasceu no n.10 frente ao chafariz e eu vivi 25 anos da minha vida,toda minha infancia em murfacem,andei na escola primaria e conheço todos os cantos da localidade.Adorei murfacem e continuo a adorar,embora todos que conhecia,morreram ou sairam como eu.
ResponderExcluirAs letras à foto que diz na pedra ARMO
ResponderExcluirÉ um marco...
Quinta do CARMO...da familia Quintela
Caro Unknown muito obrigado pela cortesia da visita pela partilha do seu testemunho e sabedoria que acrescentei na crónica. Bem haja.
ResponderExcluirBoa tarde, obrigado pelo post.
ResponderExcluirApenas uma correcção e um esclarecimento.
A D. Maria Adelaide van Uden viveu de facto em Murfacém, mas apenas até aos anos 1960 quando devolveu a casa à família Quintela, que lha tinha emprestado quando ela veio para Portugal;
A Quinta do Guedes e a Quinta de Nossa Senhora da Conceição são a mesma coisa, o nome Guedes deve-se ao antigo proprietário da dita quinta
Caro Luís muito obrigado pela cortesia da visita e sobretudo pela partilha de mais e melhor informação que vou acrescentar. As crónicas são sempre interessantes para falar de algo em que o leitor ao ler deve partilhar par se acrescentar e corrigir, essa a mais valia para mais se saber do passado do que quer que seja. lamentavelmente muitos sabem mas não se dão ao trabalho de deixar em comentário, porque em verdade não sabem escrever, por isso lhe agradeço em dobro por ter sido audaz e mui esclarecedor. Bem haja.
ResponderExcluirBoa reportagem fotográfica, porem vê se bem que desconhece Murfacem.
ResponderExcluirVivi lá 24 anos e ficou muito por fotografar e falar.
De qualquer forma um muito obrigado por escrever sobre ests maravilhosa terra
Muito obrigado pela cortesia e comentário.A cronica resume apenas a reportagem fotográfica do que os meus olhos enxergaram na minha visita ao Murfacem. Mais tarde vim a acrescentar o que me foi partilhado.Não se tratou de nenhuma investigação histórica. Porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
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