Ontem em mais uma vez, outra vez, sem jamais me cansar a caminho de Lisboa sempre em caminhada a enxergar novidades e cruzar com novas pessoas...A melhor paga deste dia cansativo por Lisboa, com quilómetros nos pés, calor e trabalho foram os beijos gordos dos meus queridos netos e de ouvir - quero ir para a tua casa...
O renovado Campo das Cebolas
Quem o vi e quem o vê!
Conheci-o
em 1977 um descampado imundo que depois havia de ser alterado com
palmeiras, para o voltar a enxergar sujo com cheiros nauseabundos até
que as palmeiras começarem a morrer, para sofrer nova intervenção com
barracões a ser deitados a baixo e o subsolo esventrado para parque de
estacionamento, tendo sido descoberto o antigo cais antes que aqui
existia antes do terramoto de 1755 em que foi deixado parte da sua
escadaria, no decorrer das obras fui fotografando os vestígios da Casa
do Peso e de outras infraestruturas existentes antes do terramoto e
ainda dos milhares de artefactos que depois de limpos e estudados acabam
infelizmente uma meia dúzia exposta e o resto em reservas...
O novo espaço do parque subterrâneo
A cidade ribeirinha ganhou grandes espaços desafogados , cujo casario quase todo já intervencionado, ainda assim nos céus sempre a imagem de gruas.
Prédio esguio construído no que foi a muralha de Lisboa
Palácio dos Condes de Linhares e Coculim Conheci em abandono. Contribui para o revestimento azulejar, ao partilhar fotos com o motivo da Fábrica Viúva Lamego, apesar de serem novos, a fábrica os reproduziu mais claros do que o foram no passado.
O antigo Cais da Marinha já faz parte do novo espaço público
Do Cais da Marinha deslindei um catavento na torre de uma igreja para os lados de Alfama
Ainda resta lixo no antigo Cais da Marinha com esta caixa aberta com perigosidade...
Em 2016 fiz uma crónica http://quintaisisa.blogspot.com/2016/11/alcacarias-de-alfama-de-aguas-termais.html da bela paisagem dada pelas buganvilias escarlate e carmesim do que foi o Palacete do Chafariz D'El Rei também conhecido por Palacete das Ratas, iniciado em 1907 sob a ruína do Palácio do Marquês de Angeja, destruído pelo
terramoto de 1755. Trata-se de um edifício eclético de estilo
neo-mourisco com interiores bem ao estilo
da chamada Arte Nova Brasileira, muito em voga no virar de século.Excerto da sua história http://www.lisbonlovers.com/page.php?p=390&cat= «Mandado construir por dois
irmãos portugueses emigrados no Brasil que ao decidir voltar para
Portugal e se instalarem em Lisboa, na frenética vontade de ostentar
a riqueza conquistada em Minas Gerais. De arquitetura excêntrica e
exótica a casa de pedra cor-de-rosa decorada com vitrais
lindíssimos, desperta sempre curiosidade, pela mescla da mistura de materiais e
estilos, completada no belo quadro pelas cores cerise e escarlate das trepadeiras de buganbílias sempre floridas.
"Na
altura da sua construção, os lisboetas, pouco habituados a gostos tão
exóticos, não gostavam da obra. A
Câmara quis travar a construção, tendo instalado um
processo que obrigava a destruir o imóvel.Durante o desenrolar do
processo, um dos irmãos faleceu, sendo que o outro prosseguiu o sonho e
venceu. A sua casa tinha autorização para ser terminada. E assim
acontece em 1909.
Só que a
vida dá muitas voltas e mal se sabia que nenhum dos irmãos ali iria
viver!
No dia em que tudo estava pronto e que se mudaria para o seu novo
palacete, a sua esposa parou à porta e recusou-se a entrar. Porquê? As
portas eram demasiado estreitas (mas diz o povo que a senhora é que
seria um pouco larga demais)!
Que fazer? Vender a casa
foi a solução encontrada!
A família do Padre Cruz adquiriu-a e aí viveu
até aos anos 1980. Depois, foi alugada a Despachantes Oficiais devido à
sua localização e mais tarde foi comprada e transformada neste
magnífico, surpreendente, mágico Hotel!
Se a construção da casa levou dois anos, o restauro levou três!
Espreitar
o terraço, com as pequenas fontes, as esculturas de pedra, a torneira
em forma de pássaro e a gruta decorada com embrechados de porcelanas da
Companhia das Índias, que supostamente são do antigo Palácio do Marquês
de Angeja!
A capela, totalmente original: do chão, ao altar.
... O quarto parece-se com um pequeno apartamento, que por sua vez
parece-se com um palacete em miniatura pelos tons das paredes, o
mobiliário
escolhido, os tetos trabalhados em estuque, as janelas que abrem de par
em par para uma vista de rio magnífica!
Se vai celebrar uma data importante, acredite, este é o local perfeito que o acolhe como um Rei/Rainha!»A nova imagem do Cais dos paquetes
Grandes e espaçosos passeios com árvores
Novo edifício de apoio aos turistas dos paquetes inserido numa antiga doca com espelho d'água
Os turistas saem dos paquetes e entram numa plataforma em ferro que se estende ao longo do paquete onde se encaminharem para o edifício de apoio apetrechado com escadas rolantes para saírem para autocarros turísticos e afins ou simplesmente andarem a pé pela cidade.Quando vinha do Terreiro do Paço tinha dado conta de uma série de gente de idade em cadeiras de rodas.
O novo cais com os autocarros e tuktuks em espera de freguesia
Em fase terminal o cais para norte
Em que a antiga doca foi entupida para estacionamento. Porém deixando as pedras para marcar esse património ancestral de Lisboa e da sua vida maritima.
As vistas sobre Lisboa do novo cais
ISPA, onde a minha filha estudou Psicologia
Museu do Lactário
De bicicleta em plena Lisboa
Museu Militar de Lisboa
Estação ferroviária de Santa Apolónia
As vezes que caminhei nesta calçada a lembrar os moinhos de papel...
Vista do costado nascente a caminho de Santa Clara, onde se realiza a Feira da ladra
Bem visível o morro em pedra que desde Alfama noutros tempos teve tantas águas termais quentes e frias com banhos os hamans dos mouros, e antes dos romanos e alcaçarias para acomodar as gentes.
O muro com ameias do antigo Hospital da Marinha que brevemente será uma unidade hoteleira?
Fecharam a porta deixando a luz acesa da portaria, ou foram os meus avisos ou a lâmpada com tanta hora ininterrupta se fundiu...
Antiga Cordoaria Militar
A Feira da ladra estava para o fraquito...E haviam dois paquetes, mas turistas não me pareceu encontrar...
O meu marido gastou uns quantos euros em carros da policia, bombeiros, ambulâncias e porches para o Vicente. Esta semana a sua tarefa na oficina improvisada na marquise a limpar, desempenar, apetrechar com peças de outros até que ficam novos, e depois os esconde entre uma meia centena para regalo quando cá veem a casa o chama para logo descobrir as novidades...
Comprei uma assadeira em forma de coração minhoto em verde que já andava a namorar para o arroz doce e um penico sem asa- o penico das crianças, ligeiramente mais alto e mais pequeno que os ditos normais para adultos, um par de jarras de altar de Coimbra e uma tacinha da VA finais do séc XIX para a minha coleção e foram-se as economias , já sei que para estas feiras tenho de levar dinheiro contado, tal a fascinação que o gasto todo!
O Sr Jacinto Germano, alcunha o Marinheiro, a quem pedi uma pose para o fotografar, achei piada ao novo chapéu.Homem com uma rica história de vida com muitas estórias e peripécias, nascido na Povoa da Gruta da Moeda em Fátima, saiu de casa aos 14 anos para fugir ao ultramar em 61, o pai pagou aos passadores 13 contos andou por França 6 anos, acabou preso em Espanha e veio para a prisão de Leiria de onde fugiu com os camaradas da cela fazendo um buraco no tecto...Uma delícia ouvi-lo, expressa-se bem, um bom relator, merecia receber alguma coisa para lhe publicarem a sua história de vida.O chapéu é de marinheiro com uns pindericos a que dá uns nomes que agora não me lembro e ainda tem de lado os tikets do pagamento de terrado de há 40 anos.
Descansei na Graça enquanto o meu marido volta à ladra para comprar a mota para o Vicente e a taça arte decó azul , debalde a mota já era, trouxe a taça que ofertei à minha filha. Lindíssima .Na espera apreciei o belo gradeamento em ferro forjado dos varandins de um pequeno prédio, mais do que isso a pedra grande esculpida em redondo em detrimento das congéneres lisas e mais pequenas.
Ao deixar a Graça um único cadeado (selo de amor entre duas pessoas) preso no gradeamento...
Almoço de iscas à portuguesa na Graça regadas com bom vinho das terras de Fernando Pó, e bolo de noz com sabor a café. O resto do dia se perder na panóplia de tarefas; apanha de ameixas no quintal, passar roupa e outras, deixámos Lisboa para lá das 10,30 com chegada à meia noite a casa!
Sempre reconfortante passear e poder ajudar a família. A melhor paga deste dia cansativo por Lisboa foram os beijos gordos dos meus queridos netos e de ouvir - quero ir para a tua casa...
Hoje em descanso, por ser mulher acautelada tenho uma boa sopa de pedra à minha espera, não é que o dia acordou para o frescote? Vai-me saber bem, e os enchidos? E a couve galega de Ansião? Já estou a insalivar!
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