Desafiei o meu marido depois do jantar na minha mãe a uma escapadela ao S.Pedro até Além da Ponte para despistar a tristeza sentida na chegada à Mó, em Chão de Couce, e depois na Moita Redonda, tamanha agrura ao constatar as courelas em total desprezo por o tempo lhe ter corrido a favor, depois da brutal volta que lhe tínhamos dado em finais de abril...
Na Praça do Município pasmei com duas lonas estendidas na fachada dos Paços do Concelho de Ansião alusivas ao novo logotivo publicitário - Ansião Coração de Sicó , pedra calcária em forma de triângulo e na outra um coração avermelhado alusivo à terra rossa, caracteristica do Maciço de Sicó.
Na Praça do Município pasmei com duas lonas estendidas na fachada dos Paços do Concelho de Ansião alusivas ao novo logotivo publicitário - Ansião Coração de Sicó , pedra calcária em forma de triângulo e na outra um coração avermelhado alusivo à terra rossa, caracteristica do Maciço de Sicó.
1º cartaz
Reti a minha foto em virtude desta enviada pela equipa do Facebook da Câmara Municipal, a quem agradeço a cortesia , porque esta foto revela a parte nova de ampliação dos Paços do Concelho de 1937 em que o sitio onde estão as lonas suspensas se mostra uma moldura em cantaria, à semelhança da que foi feita na mesma altura para embelezar o fontanário do Fundo da Rua.
Será que alguém alguma vez em tal reparou?
Lona publicitária com salpicos de calhaus de pedra calcária centrada por pedra em forma de triângulo com sinais da erosão . Acaso me tivessem pedido poderia ter partilhado para registo em foto uma das muitas pedras da minha coleção por mim encontradas na região cuja erosão as esculpiu a jeito que o meu olhar assim as catalogou ; uma perna de criança, uma bota que o sapateiro fazia e o meu avô e tio usavam, o chapéu do Bonaparte, um peixe, machados de pedra entre outras admiravelmente belas entre a serra da Ameixieira, do Mouro, Carril, Escampados e na várzea de Aljazede. Como critica construtiva apenas a meu ver os slogans se deveriam apresentar por ordem alfabética...
Reti a minha foto em virtude desta enviada pela equipa do Facebook da Câmara Municipal, a quem agradeço a cortesia , porque esta foto revela a parte nova de ampliação dos Paços do Concelho de 1937 em que o sitio onde estão as lonas suspensas se mostra uma moldura em cantaria, à semelhança da que foi feita na mesma altura para embelezar o fontanário do Fundo da Rua.
Será que alguém alguma vez em tal reparou?
Lona publicitária com salpicos de calhaus de pedra calcária centrada por pedra em forma de triângulo com sinais da erosão . Acaso me tivessem pedido poderia ter partilhado para registo em foto uma das muitas pedras da minha coleção por mim encontradas na região cuja erosão as esculpiu a jeito que o meu olhar assim as catalogou ; uma perna de criança, uma bota que o sapateiro fazia e o meu avô e tio usavam, o chapéu do Bonaparte, um peixe, machados de pedra entre outras admiravelmente belas entre a serra da Ameixieira, do Mouro, Carril, Escampados e na várzea de Aljazede. Como critica construtiva apenas a meu ver os slogans se deveriam apresentar por ordem alfabética...
Desafio ao falar do desfile temático iniciado com Buracas
Buracas de Casmilo
Como a palavra evidencia são aberturas na rocha cujo aspecto o povo
apelidou de buracas que se podem encontrar para os lados do Alvorge na
serra da Senhora da Estrela e para nascente ao limite do concelho de
Penela com a entrada da gruta das Taliscas e,...
Foto retirada da página do facebook de Virgílio Loureiro
Perdizes
Aves graciosas vestidas de linda penugem, desde sempre me
recordo de as ver mortas presas a ganchos da cartucheira de caçadores ao
molho com coelhos e tordos, para nos últimos anos a felicidade de as ver
ao alto da serra da Ovelha e na serra do Mouro quantas vezes vinda da Moita
Redonda as encontro na beira da estrada a espiar quem passa, e uma vez as surpreendi em
bando antes do miradouro e jamais esqueço o voo em fuga. Gracioso é o aparato das mães com os perdigotos em
aprendizagem de voo, que já espicacei ao Anjo da Guarda...
Dolinas
Tive conhecimento desta palavra escrita pelo Padre José António Afonso Pais de Almofala de Baixo-, segundo o Padre Manuel Ventura Pinho fez o seu estágio em Ansião no tempo do Padre Olívio Cardo, tendo sido ordenado Padre na Igreja de Areias em 05-03-1978. Por motivo de férias do Padre Olívio foi o sacerdote que veio a celebrar o meu casamento na Capela do Santo António ao Ribeiro da Vide em setembro de 1878, prestes a comemorar 40 anos. Homem de perfil enigmático quando tinha Página no Facebook envergava a capa de peregrino de Santiago com bastão/ bengala na dificuldade em o reconhecer por na minha memória recordar um homem muito jovem e bonito, que uma amiga minha e convidada de Miranda do Corvo, enfermeira, vivíamos na altura no mesmo alojamento em Coimbra havia de se sentir tão atraída pela sua silhueta que me vi grega para a dissuadir...Tenha sido a doença que o acometeu que lhe retirou alguma vitalidade e o fulgor sem contudo perder o gosto das paisagens das terras de Sicó e das antigas Cinco Vilas. As dolinas são geoformas cársicas que armazenam águas, que o povo sempre chamou lagoas, sendo lamentável no tempo algumas tenham sido completamente destruídas por força do progresso, digo eu de más escolhas; havia uma na entrada de Albarrol que foi em parte absorvida por causa da nova estrada roteada na década de 60 pelo empreiteiro Sr Margarido de Santiago da Guarda, e mais tarde o que dela restava acabou dizimado tal como muitos anos antes aconteceu com o novo traçado da estrada de Ansião para a Barreira depois de 1875 na Jãmgalega, ainda me lembro do que dela sobrou sob o comprido (barranco) que o alargamento há poucos anos da estrada acabou por a destruir completamente, e na toponímia - Barranco sito ao fundo dos Matos, aldeia completamente desertificada, tenha sido no passado também uma dolina. Ao alto do Salgueiro ainda persiste junto da estrada o que resta de outra com água e limos, também havia no Bairro o que restavam de duas que o povo chamava cisternas, e agora mais esclarecida, porque conheci a grande cisterna que existiu onde hoje é o parque de estacionamento público na vila junto da (CGD) e da outra que ainda deve existir na cozinha da albergaria da Misericórdia em comparação das que conheci no Bairro por não serem revestidas de pedra e sim em terra, uma ao cimo do quintal do meu bisavô Francisco Rodrigues Valente entupida à pouco tempo para no que restava do seu palco ter sido feito um galinheiro, a outra há muitos anos fora entupida para tornar chão arável no tardoz do que foi a estalagem da Ti Maria da Torre. Também no Vale Cerejeiro existiu outra que acabou estrangulada com o alargamento dos caminhos, onde foi o seu palco hoje existe um largo onde passa o caminho da nova rota para Fátima que anulou completamente a dolina que tão bem conheci em criança, a Lagoa do Castelo ao alto do Senhor do Bonfim está praticamente assoreada, na sua frente merecia investigação o troço da via romana, pelas lajes que ainda lá encontrei e por fim a Lagoa do Escampado apresenta-se assoreada infestada de vegetação própria de águas paradas estando a perder a sua amplitude e beleza , haja alguém que delas cuide!
Já fotografei várias lagoas escolhi esta!
Carvalho cerquinho
O carvalho cerquinho encontra-se semeado à toa ou em carvalhais que deram origem à toponímia de vários locais por todo o concelho de Ansião. Gosto francamente de os observar na Constantina em tempo de fartas águas vestidos de musgo com ramos mortos em contraste com os vigorosas e ainda assim exalam beleza. Igualmente belos e grandiosos com séculos de vida se encontram aos Escampados.
Mós
Erva de Santa Maria
Uma das muitas espécies de tomilho que existem no Maciço de Sicó conhecida na região por erva de Santa Maria, apresenta-se abundante nas serras e costados que o gado na sua pastorícia ingere conferindo um travo especial ao leite que se traduz em travo distintivo no queijo, quando bem confecionado na dose de leites de ovelha e cabra com adição de cardo natural, tendo por isso há muito sido catalogado como Queijo do Rabaçal, quanto a mim erradamente ( o nome lhe advenha da viagem diária da carreira do Pereira Marques de Chão de Couce para Coimbra, nela fui inúmeras vezes para assistir na paragem do Rabaçal e na do Zambujal a ranchos de mulheres em espera da carreira de rodilhas nas mãos e canastras no chão abarrotar de queijos frescos, de meia cura e secos, tapados com toalhas de estoupa de grandes franjas, pesadas para não abalarem com o vento, cujo cheiro nos acompanhava na viagem onde depois do alto da Cruz de Mouroços onde se começava a avistar a cidade do Mondego a minha mãe me avisava se não me portasse bem na cidade a ponte caia...Atormentada de medo a olhar o casario e o rio com os olhos na ponte para me perder com o Portugal dos Pequenitos e o troli para em instantes chegados à Portagem sem a ponte cair ...Apeavam-se as mulheres e se deixavam em espera do cobrador que tirasse do tejadilho as canastras para depois as ver apressadas com elas à cabeça sob a rodilha a caminho da Rua Ferreira Borges com o laço dos aventais em abanico nas ancas a caminho do Mercado e também ao Paço do Conde as via vindas do comboio com as hortaliças e fruta...A minha mãe privilegiava sempre uma ida ao Mercado onde o buliço do vaivém apressado das freguesas se confundiam com os cheiros e as cores das carnes cortadas, dos queijos e do pão e bolos sempre com pregões em cantada. E na praça do peixe havia uma peixeira vestida de negro de Buarcos de bela silhueta, fiel cópia da minha avó paterna Piedade Cruz, passados 50 anos entender finalmente que o seriam da mesma linhagem de silhueta e beleza imensurável, quando comecei no mercado do trabalho, precisamente nos TLP em 1978, no edifício defronte do Mercado, era inevitável à hora do almoço passar pela Praça do Peixe só para a ver e recordar a minha avô... Recordo de ouvir as freguesas que compravam os queijos de perguntar - olhe lá de onde é o queijo? É do Rabaçal minha senhora... Quando na verdade o queijo não era apenas do Rabaçal, também do Pombalinho, Cotas e doutras aldeias circundantes, onde as mulheres denotaram ser de maior estratégia negocial que as de Ansião, vendendo o produto diretamente ao público em detrimento de o venderem a intermediários que ao sábado compravam por atacado ovos e queijos às mulheres em Ansião para enviar para Lisboa, ganhando assim menos...
Moinhos de água
Também conhecidos por azenhas, munhos e atafonas cuja força era movida por um animal, em geral um burro, engenhos que foram desde sempre o grande sustento do povo de Ansião e dos arrendatários das herdades, nomeadamente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Já escrevi sobre esta riqueza quase esquecida e jamais enaltecida por investigadores que terá origem nos mouros, segundo excerto de http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i«A importância da cidade de Ceuta é confirmada por Al-Hassan Al-Wazzan Al-Fasi, conhecido como Leão “o Africano”, que afirma na sua obra “Descrição de Africa” que Ceuta tinha 1.000 mesquitas, 360 casas de viajantes, 22 casas de banhos públicos e 103 moinhos. » Depois de expulsos esta arte foi continuada pelos que ficaram na região e judeus que aqui aportaram. Mas para isso tive que andar a pé para entender os meandros dos moinhos que ainda existem, dos que foram transformados, as ruínas de outros, enfim perceber que conviviam com lagares no mesmo aproveitamento da parca água das ribeiras e ribeiros que apenas correm de inverno até meados de junho em Ansião. Descobri que nas ribeiras da Mata e do Nabão foram abertos ribeiros artificiais alguns com suporte de açudes como na Constantina para parte da água da ribeira ser reconduzida para moinhos, por sua vez depois da sua passagem a água voltar à ribeira e assim servir para outros na mesma função. Actividade muito proeminente em Ansião antes de 1359 em que houve uma contenda com os almocatés sobre os pesos e as medidas, arquivada na Torre do Tombo que descobri num trabalho de um autor açoriano e logo correlacionei em mais se saber do passado desta terra. Também encontrei um moinho no ribeiro que apenas se forma de inverno no vale do Casal Soeiro que tem o nome de Ribeirinho, e mais abaixo algures entre o vale Perrim e o Carril por onde passa outros houve porque na toponímia existem pelo menos dois nomes alusivos a moinhos - Mato das Mós e Outeiro do Moinho. O primeiro moinho que conheci foi o dos Olhos d'Agua e das suas azenhas pequeninas junto das levadas, cenário belo dilacerado na requalificação por mão de mau progetista, seguido de um outro, antes do que restava dele que foi da família do meu marido na Ribeira Velha, ao limite da freguesia de Pousaflores com o concelho de Alvaiázere, onde distingui Mós de calcário e ao Prazo duas pequenas em xisto. Em paralelo na região de Sicó existiram moinhos de vento que há anos foram alvo de revitalização para incrementar o turismo cultural na serra da Ovelha em Pousaflores, na Melriça e no Outeiro em Santiago da Guarda. Na Costa, aos Escampados haviam dois munhos, conheci o morro feito pelo homem onde assentou um munho, assim reza a extrema da fazenda que é minha e da minha irmã, e ainda o que foi a eira de outro cujas pedras foram do local retiradas...
Rio Nabão
No meu tempo se chamava Ribeira ao Nabão. E que muitos, sobretudo em Tomar, julgam nascer no Agroal, que é apenas o seu maior afluente que lhe dá caudal todo o ano.Escolhi uma foto aos Olhos d'água antes da requalificação com a ponte, a eira e os muros de pedra seca.
Azeite
Outra riqueza destas terras é o olival, que ainda me orgulho de apanhar a minha azeitona.
Carrasco
Arbusto silvestre de folha pequena e crespa com picos, espécie de carvalheiro muito abundante em terra rossa que o meu avô apanhava no costado da Fonte da Costa para aquecer os fornos do pão.
Terra Rossa
Paisagem de terra rossa, geralmente avermelhada devido à presença de óxidos de ferro entalada com fendas de pedra calcária.
Santiago
Alusivo ao peregrino São Tiago e do seu Caminho para Santiago de Compostela. Privilegia a sua passagem em troços da via romana ficando atestado na toponímia na associação à primitiva Quinta da Guarda.
Pão
Sou descendente de padeiros, o meu bisavô paterno Elias da Cruz, nascido no Bairro de Santo António cuja mãe a Ti Maria Zé da Adelina já era padeira, e antes a mãe o teria sido quando a Cabeça do Bairro foi sede da vintena de Ansião.
Dolinas
Tive conhecimento desta palavra escrita pelo Padre José António Afonso Pais de Almofala de Baixo-, segundo o Padre Manuel Ventura Pinho fez o seu estágio em Ansião no tempo do Padre Olívio Cardo, tendo sido ordenado Padre na Igreja de Areias em 05-03-1978. Por motivo de férias do Padre Olívio foi o sacerdote que veio a celebrar o meu casamento na Capela do Santo António ao Ribeiro da Vide em setembro de 1878, prestes a comemorar 40 anos. Homem de perfil enigmático quando tinha Página no Facebook envergava a capa de peregrino de Santiago com bastão/ bengala na dificuldade em o reconhecer por na minha memória recordar um homem muito jovem e bonito, que uma amiga minha e convidada de Miranda do Corvo, enfermeira, vivíamos na altura no mesmo alojamento em Coimbra havia de se sentir tão atraída pela sua silhueta que me vi grega para a dissuadir...Tenha sido a doença que o acometeu que lhe retirou alguma vitalidade e o fulgor sem contudo perder o gosto das paisagens das terras de Sicó e das antigas Cinco Vilas. As dolinas são geoformas cársicas que armazenam águas, que o povo sempre chamou lagoas, sendo lamentável no tempo algumas tenham sido completamente destruídas por força do progresso, digo eu de más escolhas; havia uma na entrada de Albarrol que foi em parte absorvida por causa da nova estrada roteada na década de 60 pelo empreiteiro Sr Margarido de Santiago da Guarda, e mais tarde o que dela restava acabou dizimado tal como muitos anos antes aconteceu com o novo traçado da estrada de Ansião para a Barreira depois de 1875 na Jãmgalega, ainda me lembro do que dela sobrou sob o comprido (barranco) que o alargamento há poucos anos da estrada acabou por a destruir completamente, e na toponímia - Barranco sito ao fundo dos Matos, aldeia completamente desertificada, tenha sido no passado também uma dolina. Ao alto do Salgueiro ainda persiste junto da estrada o que resta de outra com água e limos, também havia no Bairro o que restavam de duas que o povo chamava cisternas, e agora mais esclarecida, porque conheci a grande cisterna que existiu onde hoje é o parque de estacionamento público na vila junto da (CGD) e da outra que ainda deve existir na cozinha da albergaria da Misericórdia em comparação das que conheci no Bairro por não serem revestidas de pedra e sim em terra, uma ao cimo do quintal do meu bisavô Francisco Rodrigues Valente entupida à pouco tempo para no que restava do seu palco ter sido feito um galinheiro, a outra há muitos anos fora entupida para tornar chão arável no tardoz do que foi a estalagem da Ti Maria da Torre. Também no Vale Cerejeiro existiu outra que acabou estrangulada com o alargamento dos caminhos, onde foi o seu palco hoje existe um largo onde passa o caminho da nova rota para Fátima que anulou completamente a dolina que tão bem conheci em criança, a Lagoa do Castelo ao alto do Senhor do Bonfim está praticamente assoreada, na sua frente merecia investigação o troço da via romana, pelas lajes que ainda lá encontrei e por fim a Lagoa do Escampado apresenta-se assoreada infestada de vegetação própria de águas paradas estando a perder a sua amplitude e beleza , haja alguém que delas cuide!
Já fotografei várias lagoas escolhi esta!
Lagoa da Ameixieira |
O carvalho cerquinho encontra-se semeado à toa ou em carvalhais que deram origem à toponímia de vários locais por todo o concelho de Ansião. Gosto francamente de os observar na Constantina em tempo de fartas águas vestidos de musgo com ramos mortos em contraste com os vigorosas e ainda assim exalam beleza. Igualmente belos e grandiosos com séculos de vida se encontram aos Escampados.
Véu de noiva na Constantina |
Mui esquecidas enquanto património cultural, ainda se encontram a
jazerem junto dos moinhos de água e de vento, sem qualquer atenção na
sua preservação para as gerações vindouras, sendo que aqui e além tem
sido reutilizadas em jardins pelos proprietários ou por ladrões de
oportunidades....Felizmente na Mó, uma aldeia de Chão de Couce exibe
garbosamente uma Mó de Cima de grande dimensão encostada na casa de João
Medeiros como testemunho que deu mote à toponímia. Não tivesse sido
ele presidente da JFCC com nítida noção do que é fazer o certo!
A Mó no Outeiro da Mó em Chão de Couce |
Uma das muitas espécies de tomilho que existem no Maciço de Sicó conhecida na região por erva de Santa Maria, apresenta-se abundante nas serras e costados que o gado na sua pastorícia ingere conferindo um travo especial ao leite que se traduz em travo distintivo no queijo, quando bem confecionado na dose de leites de ovelha e cabra com adição de cardo natural, tendo por isso há muito sido catalogado como Queijo do Rabaçal, quanto a mim erradamente ( o nome lhe advenha da viagem diária da carreira do Pereira Marques de Chão de Couce para Coimbra, nela fui inúmeras vezes para assistir na paragem do Rabaçal e na do Zambujal a ranchos de mulheres em espera da carreira de rodilhas nas mãos e canastras no chão abarrotar de queijos frescos, de meia cura e secos, tapados com toalhas de estoupa de grandes franjas, pesadas para não abalarem com o vento, cujo cheiro nos acompanhava na viagem onde depois do alto da Cruz de Mouroços onde se começava a avistar a cidade do Mondego a minha mãe me avisava se não me portasse bem na cidade a ponte caia...Atormentada de medo a olhar o casario e o rio com os olhos na ponte para me perder com o Portugal dos Pequenitos e o troli para em instantes chegados à Portagem sem a ponte cair ...Apeavam-se as mulheres e se deixavam em espera do cobrador que tirasse do tejadilho as canastras para depois as ver apressadas com elas à cabeça sob a rodilha a caminho da Rua Ferreira Borges com o laço dos aventais em abanico nas ancas a caminho do Mercado e também ao Paço do Conde as via vindas do comboio com as hortaliças e fruta...A minha mãe privilegiava sempre uma ida ao Mercado onde o buliço do vaivém apressado das freguesas se confundiam com os cheiros e as cores das carnes cortadas, dos queijos e do pão e bolos sempre com pregões em cantada. E na praça do peixe havia uma peixeira vestida de negro de Buarcos de bela silhueta, fiel cópia da minha avó paterna Piedade Cruz, passados 50 anos entender finalmente que o seriam da mesma linhagem de silhueta e beleza imensurável, quando comecei no mercado do trabalho, precisamente nos TLP em 1978, no edifício defronte do Mercado, era inevitável à hora do almoço passar pela Praça do Peixe só para a ver e recordar a minha avô... Recordo de ouvir as freguesas que compravam os queijos de perguntar - olhe lá de onde é o queijo? É do Rabaçal minha senhora... Quando na verdade o queijo não era apenas do Rabaçal, também do Pombalinho, Cotas e doutras aldeias circundantes, onde as mulheres denotaram ser de maior estratégia negocial que as de Ansião, vendendo o produto diretamente ao público em detrimento de o venderem a intermediários que ao sábado compravam por atacado ovos e queijos às mulheres em Ansião para enviar para Lisboa, ganhando assim menos...
Erva de Sta Maria no vaso da varanda da minha filha em Lisboa |
Também conhecidos por azenhas, munhos e atafonas cuja força era movida por um animal, em geral um burro, engenhos que foram desde sempre o grande sustento do povo de Ansião e dos arrendatários das herdades, nomeadamente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Já escrevi sobre esta riqueza quase esquecida e jamais enaltecida por investigadores que terá origem nos mouros, segundo excerto de http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i«A importância da cidade de Ceuta é confirmada por Al-Hassan Al-Wazzan Al-Fasi, conhecido como Leão “o Africano”, que afirma na sua obra “Descrição de Africa” que Ceuta tinha 1.000 mesquitas, 360 casas de viajantes, 22 casas de banhos públicos e 103 moinhos. » Depois de expulsos esta arte foi continuada pelos que ficaram na região e judeus que aqui aportaram. Mas para isso tive que andar a pé para entender os meandros dos moinhos que ainda existem, dos que foram transformados, as ruínas de outros, enfim perceber que conviviam com lagares no mesmo aproveitamento da parca água das ribeiras e ribeiros que apenas correm de inverno até meados de junho em Ansião. Descobri que nas ribeiras da Mata e do Nabão foram abertos ribeiros artificiais alguns com suporte de açudes como na Constantina para parte da água da ribeira ser reconduzida para moinhos, por sua vez depois da sua passagem a água voltar à ribeira e assim servir para outros na mesma função. Actividade muito proeminente em Ansião antes de 1359 em que houve uma contenda com os almocatés sobre os pesos e as medidas, arquivada na Torre do Tombo que descobri num trabalho de um autor açoriano e logo correlacionei em mais se saber do passado desta terra. Também encontrei um moinho no ribeiro que apenas se forma de inverno no vale do Casal Soeiro que tem o nome de Ribeirinho, e mais abaixo algures entre o vale Perrim e o Carril por onde passa outros houve porque na toponímia existem pelo menos dois nomes alusivos a moinhos - Mato das Mós e Outeiro do Moinho. O primeiro moinho que conheci foi o dos Olhos d'Agua e das suas azenhas pequeninas junto das levadas, cenário belo dilacerado na requalificação por mão de mau progetista, seguido de um outro, antes do que restava dele que foi da família do meu marido na Ribeira Velha, ao limite da freguesia de Pousaflores com o concelho de Alvaiázere, onde distingui Mós de calcário e ao Prazo duas pequenas em xisto. Em paralelo na região de Sicó existiram moinhos de vento que há anos foram alvo de revitalização para incrementar o turismo cultural na serra da Ovelha em Pousaflores, na Melriça e no Outeiro em Santiago da Guarda. Na Costa, aos Escampados haviam dois munhos, conheci o morro feito pelo homem onde assentou um munho, assim reza a extrema da fazenda que é minha e da minha irmã, e ainda o que foi a eira de outro cujas pedras foram do local retiradas...
Moinhos João da Serra no Nabão |
No meu tempo se chamava Ribeira ao Nabão. E que muitos, sobretudo em Tomar, julgam nascer no Agroal, que é apenas o seu maior afluente que lhe dá caudal todo o ano.Escolhi uma foto aos Olhos d'água antes da requalificação com a ponte, a eira e os muros de pedra seca.
Outra riqueza destas terras é o olival, que ainda me orgulho de apanhar a minha azeitona.
O Lagar onde tenho ido moer a azeitona |
Arbusto silvestre de folha pequena e crespa com picos, espécie de carvalheiro muito abundante em terra rossa que o meu avô apanhava no costado da Fonte da Costa para aquecer os fornos do pão.
Costa |
Paisagem de terra rossa, geralmente avermelhada devido à presença de óxidos de ferro entalada com fendas de pedra calcária.
Fazenda minha e da minha mana na Costa com vista de Ansião |
Alusivo ao peregrino São Tiago e do seu Caminho para Santiago de Compostela. Privilegia a sua passagem em troços da via romana ficando atestado na toponímia na associação à primitiva Quinta da Guarda.
Placa de toponímia |
Sou descendente de padeiros, o meu bisavô paterno Elias da Cruz, nascido no Bairro de Santo António cuja mãe a Ti Maria Zé da Adelina já era padeira, e antes a mãe o teria sido quando a Cabeça do Bairro foi sede da vintena de Ansião.
A minha massa levedada |
Calceteiros
Felizmente em Ansião ainda resta esta pequena placa onde está inserido o Pelourinho de calçada antiga executada por calceteiros de Ansião na década de 40, era então presidente da edilidade o Dr Adriano Rego.Em 1937 houve um incêndio numas barracas que haviam na frente do que foi o solar de Dom Luís de Menezes onde depois de 1875 o Conselheiro e Padre António José da Silva instalou a Comarca de Ansião.Gerou-se burburinho que o incêndio tinha sido posto no tribunal para dar sumiço a documentos para julgamento...Debalde não se chegou a apurar essa verdade. O que se retira das entrelinhas desse tempo é que um dos moradores de uma das barracas era precisamente o calceteiro Manuel Mortinho nascido no Bairro onde aprendera a arte com outro grande o António Freire da Paz mais conhecido por "António Pataca" ficou desalojado da barraca alugada e tenha supostamente havido contrapartida da câmara com a venda de parte do jardim do solar onde veio a construir a sua casa com a execução das calçadas (?).
Segundo César Nogueira no seu Livro Ansião - A Terra e a Gente aborda na pág 113«(...) As calçadas que foram feitas defronte aos Paços do Concelho (medalhão na frente com data 1943(?) e o da antiga placa 1937(?) e a do Pelourinho sem data, executadas pelo mestre Manuel Murtinho, eram obra do habilidoso João Gomes dos Santos, por alcunha o Pechincha, pai do poeta Políbio Gomes dos Santos.»
Segundo César Nogueira no seu Livro Ansião - A Terra e a Gente aborda na pág 113«(...) As calçadas que foram feitas defronte aos Paços do Concelho (medalhão na frente com data 1943(?) e o da antiga placa 1937(?) e a do Pelourinho sem data, executadas pelo mestre Manuel Murtinho, eram obra do habilidoso João Gomes dos Santos, por alcunha o Pechincha, pai do poeta Políbio Gomes dos Santos.»
Acincho
Ainda me lembro de ver os irmãos latoeiros em Ansião a fazer utensílios em folha de Flandres que as tinham encostadas na parede da rua, e aos sábados tinham banca no mercado da vila. Tinham de tudo e de todos os tamanhos. Acincho a cinta com furinhos para formar o formato do queijo.
Ainda me lembro de ver os irmãos latoeiros em Ansião a fazer utensílios em folha de Flandres que as tinham encostadas na parede da rua, e aos sábados tinham banca no mercado da vila. Tinham de tudo e de todos os tamanhos. Acincho a cinta com furinhos para formar o formato do queijo.
Francela e acincho |
Mel
Outra tradição da região, o meu avô materno José Lucas Afonso da Moita Redonda tinha acima da eira de xisto colmeias de cortiça, que a minha mãe quando se casou trouxe um cortiço novo para fazer de cesto da roupa suja...Curiosamente a semana passada andou a Florestal na Moita Redonda nesse talho da minha mãe onde se descobriu num grande carvalho um enxame de abelhas, que um funcionário morador numa casa alugada de um aficionado apicultor António das Neves Rodrigues de Albarrol lhe havia de confidenciar o achado e o leva ao final do dia para apreciar a sua valia. No sábado de tarde levei a minha mãe para ver a empreitada do trabalho de limpeza sem nada saber disto quando nos encontramos com o apicultor que trazia um amigo, fardas, botas, apetrechos e fumo para conseguir que a abelha rainha entrasse na caixa só assim o enxame a acompanha e tem êxito. Na despedida disse -nos que o meu avô escolheu bem o local para as colmeias...Deliciou-se com os castanheiros floridos no arrebanhar o azul dos céus...
Outra tradição da região, o meu avô materno José Lucas Afonso da Moita Redonda tinha acima da eira de xisto colmeias de cortiça, que a minha mãe quando se casou trouxe um cortiço novo para fazer de cesto da roupa suja...Curiosamente a semana passada andou a Florestal na Moita Redonda nesse talho da minha mãe onde se descobriu num grande carvalho um enxame de abelhas, que um funcionário morador numa casa alugada de um aficionado apicultor António das Neves Rodrigues de Albarrol lhe havia de confidenciar o achado e o leva ao final do dia para apreciar a sua valia. No sábado de tarde levei a minha mãe para ver a empreitada do trabalho de limpeza sem nada saber disto quando nos encontramos com o apicultor que trazia um amigo, fardas, botas, apetrechos e fumo para conseguir que a abelha rainha entrasse na caixa só assim o enxame a acompanha e tem êxito. Na despedida disse -nos que o meu avô escolheu bem o local para as colmeias...Deliciou-se com os castanheiros floridos no arrebanhar o azul dos céus...
O meu cortiço como o meu avô na Moita Redonda os tinha |
Calcário
A pedra rainha do Maciço de Sicó em tantos muros de pedra seca na graça do encerro de courelas inóspitas salpicadas de pedra e pouco chão arável onde as cancelas ingénuas e frágeis de madeira são apanágio característico.
A pedra rainha do Maciço de Sicó em tantos muros de pedra seca na graça do encerro de courelas inóspitas salpicadas de pedra e pouco chão arável onde as cancelas ingénuas e frágeis de madeira são apanágio característico.
Muros de pedra seca e cancelas
Segundo o Museu Monográfico de Conímbriga, Museu Nacional «Foram
os Romanos que introduziram a construção exclusivamente em pedra, o uso
da argamassa de cal como ligante da construção e o fabrico e utilização
do tijolo cozido em forno. Na imagem observa-se três tipos de
construção de muros: opus incertum, opus vittatum e muro tardio.»
|
Lapiás
A primeira vez despertada para esta beleza foi depois da Pelmá a caminho de Alvaiázere onde na minha frente enxerguei dois morros de excecional beleza ao jus dos que via nos filmes de westerns a ladear a estrada. Mais tarde enxerguei um campo a perder de vista de lapiás na Serra de Mira d'Aire a caminho de uma visita de uma gruta.Mas claro aqui na região também existem noutras dimensões, de igual e indiscutível beleza.
OrquídeaA primeira vez despertada para esta beleza foi depois da Pelmá a caminho de Alvaiázere onde na minha frente enxerguei dois morros de excecional beleza ao jus dos que via nos filmes de westerns a ladear a estrada. Mais tarde enxerguei um campo a perder de vista de lapiás na Serra de Mira d'Aire a caminho de uma visita de uma gruta.Mas claro aqui na região também existem noutras dimensões, de igual e indiscutível beleza.
Campo de Lapiás |
Plantas muito exóticas e belas de muitas espécies alindam a cada ano terras de Sicó.
Contudo não existem apenas orquídeas em Sicó, igualmente perduram rosas de Alexandria e estas pequeninas de silvão com mais de 100 anos, quiçá trazidas pelos judeus que encantam e embelezam aqui a barreira de terra rossa na estrada da Moita Redonda de Cima e na toponímia atestada Rua do Lavadouro, que péssima atribuição, numa aldeia sob o comprido onde o certo seria o destaque que o povo sempre lhe atribuiu: Moita Redonda de Cima e Moita Redonda de Baixo, na freguesia de Pousaflores.
A segunda lona gentilmente me foi enviada pela equipa do Facebook da Câmara Municipal de Ansião, a quem a tinha solicitado.
Nesta segunda lona detecto a duplicação de palavras do primeiro ( Terra Rossa, Lapiás, Moinhos, Calcário, Carrasco, Lagoa (dolina), Santiago, e outra que me pareceu não ter sido escolha acertada - Roma em vez de Romanização, ou a pretensão de ser Romã?
A meu ver este segundo cartaz não havia necessidade em se duplicar os slongans em detrimento do uso de outras palavras de cariz turístico como :
Falar da Constantina,
terra de belos descendentes romanos com capela catalogada de interesse nacional.
Falar do xisto que irrompe no sopé da Nexebra na Moita Redonda e no Pinheiro em Pousaflores e também em Chão de Couce.
Falar do que resta da via romana, da que está catalogada em total abandono há mais de 40 anos e catalogar novos troços.
Falar da arquitectura ancestral; balcões e "V" invertido herança visigótica.
Falar dos muros de pedra seca e dos grandes tanques de pedra de origem romana
Falar do queijo tipo Raçabal que deveria ser redominado Terras de Sicó
Falar do Chicharo
Falar dos tremoços
Falar do barro
Falar dos lírios, dos jarros, do louro e do alecrim.
Fundo da Rua
Vinha de volta de Além da Ponte o Sr Padre Manuel Ventura Pinho digo eu estafado da procissão, apenas nos cumprimentamos.
Não podia passar sem apreciar o novo painel azulejar da Rainha Santa Isabel, dele muito se falou nas redes sociais onde perdi tempo a ler comentários absolutamente ignorantes de gente que pouco ou nada sabe do que fala -, que o painel era da Fábrica da Viúva Lamego, que era pintado a azul cobalto e,... Graças a mim que julgo fui a única que o fotografei há anos na particularidade da menção do autor - Oficina de Coimbra, se saiba quem o produziu e talvez ainda exista a factura no Arquivo da Câmara. Ninguém abordou que o painel está inserido numa moldura de pedra, e essa permanece felizmente, dita na verdade que só olhares afilados percebem a real beleza do que é património!
O painel inicial pintado em 1937 não era pintado a azul cobalto como o foi no passado aplicado em tonalidade mui forte, quase esborratado. O pigmento de óxido de cobalto tanto era utilizado diluído para obtenção dos azuis era muito caro, importado do médio oriente. Foi usado em fábricas de nomeada que tinham capacidade monetária para o adquirir.Deve-se ao químico italiano Domingos Vandelli chamado pelo Marquês de Pombal para a Universidade de Coimbra a invenção da nova palete de cores a partir das quatro primárias existentes; óxido de cobalto ; óxido de cobre; óxido de ferro e o manganês . Que a paixão que sentiu pela faiança produzida pelo Brioso e teimou rivalizar e bem até ver a sua fábrica no Rocio de Santa Clara incendiada pelos franceses, e se mudou para Gaia.
Há muito que os pigmentos modernos sintetizados, já não apresentam as características físicas dos antigos e são muito menos tóxicos devido à normalização industrial.
Painel primitivo de 1937
A cara da Rainha Santa está bem desenhada |
Traduz-se assim que o painel primitivo foi pintado a azul claro e aguada fechado por largo filete a azul mais escuro, o cobalto é uma tonalidade de excecional beleza, tenho algumas peças assim pintadas, por isso sei do que falo. Na verdade para mim era mais bonito e encantador do que o novo, por este agora se mostrar artificial dado pela cor e pelo tipo de azulejo onde foi aplicado, usado em casas de banho, pese ainda a falta de talento do artista na execução nomeadamente da figura da Rainha Santa onde lhe faltou engenho e arte, debalde não tenha sido bom aluno a geometria, por a cabeça não estar proporcionada com o olho esquerdo inserido no vértice do azulejo e seja esta nota negativa que deveria ser motivo de rejeição para ser de novo substituído ...Depois do leite derramado o que apraz dizer é que ao fim de 81 anos de vida deste património público, dos quais 43 sob a vereação PSD em que o mesmo jamais foi alvo de manutenção nem limpeza para agora no executivo PS à luz da reabilitação urbana do Fundo da Rua tenha merecido aposta nefasta a sua substituição...Ninguém é perfeito, tão pouco o seja eu! Importante seria a aplicação de sanção disciplinar ao mentor da substituição em detrimento do restauro, porque só quem sofre os erros na pele aprende a ter mais atenção sobre o património e a sua valia.Não sei se é aplicado nas Câmaras a Notação Profissional, devia existir! Não gostava de voltar a assistir o tempo voltar atrás do comum empregado autártico , de pouca valia e quase nenhum rigor na preservação da riqueza pública tomando opções de destruição, dúbias e de interesses de terceiros, ao invés do certo no dever em prevalecer com bons exemplos de obras bem executadas no respeito do património e das tradições em prol da cultura do povo e do progresso turístico da região.
Ouvi dizer que alguém se insurgiu no seu direito de cidadania ao exigir os cacos do painel retirado a picareta para montar um mosaico, como os que foram aplicados nos vasos da rotunda ao Ribeiro da Vide. A questão prende-se onde o colocar?
Na verdade constatei a confissão de uma amiga que viveu de paredes meias com o painel que indo ao local apreciar a sua substituição e num olhar mais atento reparou na moldura de pedra, que antes jamais nela tinha reparado...Havia de voltar a passar junto do painel mais umas 4 a 5 vezes em dias
diferentes para em nenhuma das vezes ter enxergado alguém que o
apreciasse ou nele reparasse e no entanto apresenta-se em local
excecional de fluxo de gente...Dita que as pessoas se inflamam em demasia,falam e depois fica tudo na mesma...Convêm é exercer o direito de cidadania e protestar no momento em que se veja fazer algo que não seja correcto, por isso nada como estar atento, questionar e agir!
A junção do azulejo atravessa o olho da Rainha Santa Isabel deixando-a vesga... |
O rosto da Rainha Santa mostra-se irregular na esquerda... |
Painel azulejar da Rainha Santa Isabel dando esmola a um Ancião
Onde se deslumbra a beleza da sua moldura em pedra, para mim é mayor porque essa sim retrata a arte ancestral de cantaria em Ansião em vias de se perder e não devia!
A escultura de rebaixamento ao longo da pedra, simples e bela. Quem teria sido o canteiro? Em rodapé diz "Restaurado em 2018". O que deveria estar escrito Réplica em 2018
O ancião seja o único elemento no painel azulejar que me parece ficou bem...Na verdade mais parece um frade pela vestimenta com capuz e barba aparada que um pobretana velho sem eira nem beira esfarrapado a pedir esmola, como o seriam os pobres em Ansião na centúria de finais de 200 a meados de 300 em que viveu a Rainha Santa Isabel...
De realçar o prédio construído onde foi o portão do prédio do "Valente" ter sido objecto de bom traço, que nem sempre aconteceu no passado em Ansião, cujo arquitecto abaixo da porta de sacada deixou um pial em pedra que em nada empobrece o património público encastrado nele.E ainda a sua proprietária a Anabela Valente, mulher de herança festiva engalanou a grade com balões e flores alusivas ao Santo Popular o S Pedro, que mais ninguém assim a rivalizou.E por isso está de Parabéns, mostrando que é mulher de folia, amante das tradições fazendo jus aos genes dos seus antepassados no continuado engrandecimento de Ansião!
O que francamente está mal? A falta de estética dos fios eléctricos que correm nas fachadas, sendo de empresas que apresentam milhões em lucros anuais à custa de cada um de nós que não se insurge em deixar permitir que os fios passem de qualquer maneira em propriedade particular, o certo era ser pago, melhor seria baixar a factura da electricidade, dos telefones e afins.Mas ninguém nos defende!
A caminho do S Pedro seguia em demandada a Filarmónica ansianense Santa Cecília Amei a graciosidade e amplitude dada à capelinha de Além da Ponte.Brutal ideia criativa.
Parabéns ao autor.
O arraial no leito e nas margens da ribeira do Nabão onde ainda corria um ribeiro estreito de água...
Porque razão a ponte pedonal ainda não foi retirada do local? Não faz mais sentido por retirar identidade à setecentista e emblemática Ponte da Cal...
Andores dos Santos igualmente muito bem engalanados com voiles entre flores ...Parabéns à decoradora.
A primeira vez que apreciei em pormenor a beleza da Imagem da Rainha Santa Isabel, que me pareceu ser mais antiga do que à prior aventa quando vista de fora.Espero ainda ser viva para poder apreciar em local divino a excelsa beleza de outra Imagem grandiosa em pedra, guardada a sete chaves, e por isso o povo de Ansião dela deficitário e o Mundo, trata-se da primitiva Imagem de Nossa Senhora d'Ó atribuída ao século XII , feliz o dia em que tive oportunidade de a contemplar e achei esculpida à Imagem da Rainha Santa Isabel, tal comparação inevitável que me deixou francamente deslumbrada, pois jamais imaginaria apreciar tamanha beleza esculpida em pedra, abençoado dom do artista dono de tamanho talento a esculpiu tão detalhadamente a preceito que parece figura humana e ao mesmo tempo dócil posando a mão no seu ventre de gravidez em que o cinturão de pedrarias lhe está de lado...Soberba, magnânima!
As Imagens apresentam-se com sinais evidentes de velhice, a pedir restauro, bem feito sem lhe retirar a dignidade. As frechas da capelinha sem vidros também não ajudam a preservar...A Imagem do S. Pedro teria feito parte da Quinta de Além da Ponte que foi de Dom João Mascarenhas Velasquez Sarmento de Alarcão, natural de Ansião onde casou, faleceu e está sepultado.
Imagem de S. João, segundo o Livro Notícias e Memórias
Paroquiais Setecentistas uma Informação do Concelho de Ansião
dada pelo seu juiz, Manuel Rodrigues em 1721 "Capela
que instituiu
Joana Baustista do Moinho d'Além da Ponte termo desta vila feira a dita
instituição aos 13 de setembro de 1696 annos; he possuidor e
administrador della Manoel Matheus do mesmo termo; manda dizer quatro
missas cad'hum anno."Este excerto revela que em 1696 Manoel Matheus era possuidor e administrador da capela mandada instituir por Joana Baustista.
Em repto a valia das Imagens é drasticamente superior à valia arquitectural da capelinha!
Tive a felicidade de ter encontrado o meu bom amigo Renato Freire da Paz que é igualmente um grande apaixonado por Ansião onde tem raízes que me disse - "agradeço-te tenho o Sr Padre Ventura como amigo, graças a ti..."
- Renato encontrei outra associação de "Freires" além da tua "Freire da Paz" existe em Ansião o "Freire Leal". Mais uma caminhada para deslindar os judeus em Ansião!
Despedimo-nos em rasgados sorrisos!
FONTES
http://piratasecorsarios.wixsite.com/piratas-e-corsarios/a-conquista-de-ceuta-i
Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas uma Informação do Concelho de Ansião dada pelo seu juiz, Manuel Rodrigues em 1721
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