Para não se perderem as memórias futuras do Dr. Manuel de Melo Júnior e da sua esposa a Prof Otília no tempo que viveram em Ansião
O Dr Melo aportou a Ansião como advogado e Conservador do Registo Civil, casando com a Prof. D. Otília natural do Casal Viegas, Ansião.
Segundo o testemunho do meu bom amigo Isidro Freire Leal " a Prof. Otília filha de uma amiga de minha Mãe do Casal Viegas viveu com sua mãe, seu avô e sua irmã. Seu pai foi para o Brasil muito cedo, por motivos que não escrevo. Sua mãe, avô e irmã foram ter com ele, por onde ficaram."
O Dr Melo e a esposa Prof Otília eram extremamente educados, afáveis com todos e de grande simpatia. Desconheço o apelido da Prof.Otília, com descendência também no Brasil. O Dr. Melo fazia parte do orfeão académico de Coimbra, confidência de anos e anos que nos cruzamos na frente da casa uma vida de aluguer ao Sr Pires, quando o via a descer a linda escadaria de pedra em meia-lua a caminho do trabalho no Registo Civil e partilhávamos dois dedos de conversa. Um ano na década de 70 no peditório para a Liga contra o Cancro pôs na minha caixinha amarela uma nota de 50$00 num tempo que só moedas caiam, também a sua esposa Prof. Sra D. Otília, senhora distinta de alto porte e cabelo ripado tanta vez a vi a tirar o carro da garagem a caminho da escola para a Constantina. Na minha candidatura para o BPSM tinha de apresentar referências, o nome que dei foi precisamente o do Dr Melo. Lembranças ténues das suas duas lindas filhas que só conheci em pequenas - Manuela e Paula, desde que foram para Coimbra estudar onde tinham uma casa nunca mais as vi.Na última etapa da vida o casal perdeu-se na aventura de ter a sua própria vivenda na terra da esposa-,sendo ele da zona da Bairrada, apostaram no Moinho das Moutas depois do entroncamento para o Casal das Sousas na sua construção, em etapa já reformados, julgo pouco ou nada a gozaram, um casarão grande vestido de amarelinho... a fatalidade entrou nas suas vidas com a morte inesperada da filha mais velha, seguida da deles em galopante corrida!
Ainda cheguei a ver o Dr Melo na Figueira da Foz, perdido das ideias, nem nos reconheceu...
A casa foi vendida há poucos anos.
O testemunho da grande amiga da minha irmã e minha Maria de Fátima Fernandes da Constantina "Conheci muito bem o Sr. Dr. Melo a esposa Professora Dra Otília (foi minha professora 4 anos e também explicadora , quando casei estiveram no meu casamento, passados 40 anos, as duas prendas que me deram utilizou-as quase todos os dias,e recordo...as filhas que conheci e brinquei muitas vezes com elas nessa casa, mais com a Paula que fez a primária comigo e costumávamos ir assistir ás aulas de francês na TV da casa dos meus Pais,nessa altura a escola primária era das 9 ás 18h. A casa que conheci era uma casa linda e bem cuidada...acrescento que o Dr.Melo era um grande ser humano e sabia muito de arte e conhecimento histórico..."
A casa que todos da minha idade conhecemos
Perdeu-se a vivência do quotidiano deste casal, quantas histórias teriam ambos para contar sobre Ansião. Viveram uma vida nesta casa . Antes a casa foi de meus ascendentes paternos de apelido Bastos Guimarães - o único filho faleceu sem descendência e a mãe a D Augusta, veio a doar pelo menos esta casa, não sei se mais prédios, a uma prima - Deolinda Pires, esposa do Sr Pires que viveram na casa adoçada ao correio velho. Foi vendida ao atual proprietário o Dr Leonel Morgado, que a requalificou numa arquitectura moderna em finais de 2015. Tenha sido a primeira vez que em Ansião, finalmente se começou a valorizar o património antigo na manutenção da traça antiga, mantendo a escadaria em meia lua, os bancos namoradeiros que haviam nas janelas da frente também já tinham sido retirados noutra anterior requalificação, nesta perdeu-se a bela chaminé com o estuque do anel no brasão dos Menezes, e disso tenho pena.
Perdeu-se a vivência do quotidiano deste casal, quantas histórias teriam ambos para contar sobre Ansião. Viveram uma vida nesta casa . Antes a casa foi de meus ascendentes paternos de apelido Bastos Guimarães - o único filho faleceu sem descendência e a mãe a D Augusta, veio a doar pelo menos esta casa, não sei se mais prédios, a uma prima - Deolinda Pires, esposa do Sr Pires que viveram na casa adoçada ao correio velho. Foi vendida ao atual proprietário o Dr Leonel Morgado, que a requalificou numa arquitectura moderna em finais de 2015. Tenha sido a primeira vez que em Ansião, finalmente se começou a valorizar o património antigo na manutenção da traça antiga, mantendo a escadaria em meia lua, os bancos namoradeiros que haviam nas janelas da frente também já tinham sido retirados noutra anterior requalificação, nesta perdeu-se a bela chaminé com o estuque do anel no brasão dos Menezes, e disso tenho pena.
Linda e elegante chaminé
O que tinha de notório esta chaminé? Ao meio em destaque o criativo desenho do estuque em forma de argola - o anel do brasão dos Menezes - O Senhor de Ansião.
Exercitar a memória ? Alguém conhece outras assim com o mesmo anel?
Testemunho do Dr Leonel Morgado Tenho pena de não a ter podido manter, mas a estrutura da casa por baixo tinha sido completamente alterada nesse canto, uma misturada de pedra antiga com blocos e tijolos de alguma intervenção de há poucas décadas, só consegui manter duas paredes e meia da estrutura original.Exercitar a memória ? Alguém conhece outras assim com o mesmo anel?
Partilha do Dr Leonel Morgado
...posso mostrar como ficaram por dentro as paredes, sem quebrar muito a intimidade... Extraordinária partilha do Dr Leonel Morgado ao jus do seu lado humanitário, sentimental a valorizar o que foi o passado dos nossos avoengos em Ansião. De fato são pessoas com o seu carisma e panóplia de talentos que interessa ressaltar neste Grupo pelo contexto cultural. Bem haja. Claro que jamais se pretende colidir com a privacidade de cada um - apenas realçar os testemunhos do passado e na sua casa em particular porque foi de meus ascendentes paternos, continuada pela vivência do Dr Melo e da sua esposa a Prof D Otília, tão eloquentes, simpáticos e atenciosos, em falar com todos . Mal olhei a parede percebi onde estiveram os bancos namoradeiros para idealizar no passado como teria sido aliciante ao entardecer estar ali sentado como esteve por último a D Augusta que se tinha mudado para esta casa mais perto da vila. Uma das filhas do Ti Parolo - a Tina ou a Lúcia, assim me o transmitiram, à vez, aqui vinham passar a noite em sua companhia. Este conhecimento já vinha de outra casa onde viveu antes até o filho ter falecido ou quando ficou viúva, na Rua Polibio Gomes dos Santos, ainda a conheci em ruína onde passava depois da meia noite do turno do correio, cheia de medo com a minha mãe, e de novo hoje em abandono junto da rotunda ao Ribeiro da Vide. Se me permite irei acrescentar a sua foto na crónica para memoria futura se perceber melhor a sua ancestralidade e seus testemunhos.
A casa remonta ao inicio do século XX pela abertura desta rua atestada na toponímia Rua Dr Domingos Botelho de Queiroz - que permitiu a expropriação para o seu rasgo ficando a nascente onde é a casa uma linha desirmanada da quinta que se passou mais a sul a chamara Canto - o canto da quinta. A construção tenha sido entre 1900/1 por altura da construção do segundo hospital da Misericórdia de Ansião, ao Ribeiro da Vide, houve essa grande necessidade de abertura de novas acessibilidades.
Projecto de arquitectura modernista do Arqº Bruno Dias de Ansião
Segundo me confidenciaram a casa antiga mostra-se totalmente aberta com sala de recepção em projecto de arquitectura modernista a desenvolver-se no terreno pelo tardoz fechado em meio circulo numa aposta inovadora de vivência de fora para dentro, a nova viragem de casa intimista e intemporal, totalmente vestida de branco a cor monocromática da sua nova aposta .
Confesso sofri um choque, até que alheada me esforcei, percebi e aceitei por alargar o meu espírito de cariz conservador!
E sim um ícone na arquitectura ao manter a pedra das cantarias e da escada de meia lua com as argolas de ventilação em rodapé!
De realçar o candeeiro de braço em ferro forjado
Como deve ser em contexto histórico do centro da vila.
Segundo me confidenciaram a casa antiga mostra-se totalmente aberta com sala de recepção em projecto de arquitectura modernista a desenvolver-se no terreno pelo tardoz fechado em meio circulo numa aposta inovadora de vivência de fora para dentro, a nova viragem de casa intimista e intemporal, totalmente vestida de branco a cor monocromática da sua nova aposta .
Confesso sofri um choque, até que alheada me esforcei, percebi e aceitei por alargar o meu espírito de cariz conservador!
E sim um ícone na arquitectura ao manter a pedra das cantarias e da escada de meia lua com as argolas de ventilação em rodapé!
De realçar o candeeiro de braço em ferro forjado
Como deve ser em contexto histórico do centro da vila.
Fechar a equacionar se o arquitecto poderia ter utilizado a simbologia da chaminé - para isso teria de ter conhecimento do passado da casa e de Ansião. E fica claro que não o sabia para não o ter aproveitado - e sim não podendo ter ficado a chaminé, por falta de estrutura o símbolo que carregava o Anel do brasão dos Menezes, a ter ficado a embelezar a parede lateral sul, em qualquer altura poderá ser acrescentado, se for essa a intenção do proprietário.
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