sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Caminhada na Capelania do Espirito Santo, em Soure

Tomada decisiva em cima da hora, com a minha  mensagem a ter bom sucesso .
A finalidade da caminhada foi para angariação de fundos para ajudar a Associação da Tradição do Ramo de Pinhões.
Agradeço à Ana Rita e à Vera Rodrigues, as dicas para não me perder.
De Ansião, com névoa, a caminho do Alvorge, pelas Degracias, só costumo vaguear à volta da igreja, tenho de voltar para registar uma pedra de brasão, bem cuidada que se encontra numa casa a caminho da serra. O entroncamento com a Nº1, sem sinaletica, para Soure tem de se cortar para a esquerda e logo à direita . No Paleão, tem de se seguir por um desvio...até Soure, e no entroncamento, ao gaveto à direita a GNR, vira-se,  para uma rotunda nas bombas que se contorna para a esquerda e depois na outra rotunda maior,  segue-se em frente para Vila Nova de Anços.
Na chegada fomos muito bem acolhidos.

O toponimo Espirito Santo?
A quinta do Espirito Santo teve lagar, e pelos vestigios denota ser antiga. Sediada na via principal vinda de Vila Nova de Anços,  para Soure. E, aqui fazer menção a  Luís Alves e sua mulher Tomásia Inês Cordeiro, ambos de Vila Nova de Anços que vieram para a Quinta da Boa Vista ao Senhor do Bonfim, em Ansião, na centuria de 700. Ou pelo meu trajeto pela serra das Degracias, ou não, tomaram o caminho pelo Pinhal de Ega, Cavaleiros , Condeixa, Rabaçal, Ansião.

A torre da capela foi edificada em 1941, já seria capela pública desde a Republica, admito que  foi da quinta, aqui instituida em local altaneiro e não junto da casa em local baixo . Nas memorias paroquiais deve-se apurar quem aqui viveu há 200 anos.  Já no séc. XX, um dos filhos , alguém comentou na caminhada que foi Governador de Macau.

O casario simples à beira do caminho estreito de acesso à capela, presume foi de serviçais da quinta.
                            
Rua estreita  que entronca na rua principal com subida para a Capelania do Espirito Santo 
Casario da Capelania do Espirito Santo
Fonte com painel azulejar ao Anjo da Guarda
Uma garagem pequena pintada de azul a lembrar o mar ali a pouco menos de 30 km...
Puxador anos 80, do séc. XX, se não me engano...
Ao meio dia o sol ainda não tinha descoberto
Igreja da Capelania do Esirito Santo
No adro ao lado da capela houve aula de aerobica 
Em 1941, o povo das aldeias circundantes fez a torre a imitar a da universidade
Chegamos com nevoeiro desde o Alvorge...
Boa aposta de pinhal manso defronte da capela 
As pedras do portal são talhadas em redondo, são antigas, mas nada se sabe quando foi edificada
Como o lintel da porta ad sacristia é largo, também é antigo
A arte sacra
Ingenua, mas bela imagem de S.Sebastião
Encanto de gente unida e obstinada, que cumpre uma tradição para não a deixar morrer

O Ramo de Pinhões: 
Um andor, à semelhança da altura dos andores de NSPena, em Vila Real, que são coloridos, com reminiscencias ao Tibete, ndas bandeirolas deixadas nos cumes. Julgo nunca houve investigação sobre estas tradições trazidas por povoadores que de alguma forma as deturparam, mantendo ainda vestigios que nos permitem fazer esse encontro.
Na Capelania o andor é todo produzido em pinhão e a forma criativa como é apresentado reporta a tradições celtas e gregas,  onde se manipulam à volta de 300 mil unidades...Ah pois é!
Porém as pinhas são escassas e tem de ser "roubadas" por onde as há em dezembro, desde Conimbriga às Matas Municipais, sem qualquer salvaguarda de quem tem o arduo laboro na apanha alheia, que devia estar regulamentada pela igreja ou câmaras. Já que a região não tem investido em pinheiro manso, nem tem arvores de grande porte como sempre houve em Ansião, o que instiga a dizer que a semente foi daqui levada pelos vendedores que vinham à feira de NSPaz e constam de registos na centuria de 800. Para se manter a tradição, unica no mundo, além da paixão pela terra, sem medo mas o pavor de "roubar" pinhas - será abençoado, como os "bicos" para as fogueiras. São precisos 80 canecos que pesam à volta de 40 kg. 

O  poste do Mastro
Uma tradição do minho aqui enraizada
                   
Pedra de um senfim, que foi de um lagar
Caminhada seguiu pela Quinta do Espirito Santo
Passou por nós um trator cheio de pimentos e feijoes...
A estrada principal divide a quinta com a casa residencial e lagar e defronte a parte da lavoura, ainda guarda o muro restos de pedra da latada ou da levada de água
Celeiro ou palheiro...
Milenares sobreiros
Uma grande teia 
A floresta primitiva de pinhal, foi replantada com eucalipto, de 1º corte
Novidade que jamais tinha observado, apenas um homem com esta máquina em 1 mn, corta o eucalipto, descaca-o , corta-o e deixa-o empilhado para ser transportado
Teias nos pinheiros jovens...
Reforço que chegou em cima da nossa chegada. Fantastico 
Bolas bem confecionadas com queijo e chourição, ou só queijo ou só chourição, maças, sumos, água e cafe de saco, em ambiente de pinhal e eucaliptal 
Resistem ainda paredes de tijolos de adobe feito de areão
Uma dolina cársica, vulgarmente chamada lagoa
Toponimo que existe em Pombal e julgo Ourem
Reporta para um individuo  deslocado a trabalho vindo de outra terra  chamada Assamassa, que aqui se fixou, e a sua alcunha, a terra de onde tinha vindo ditou o  mesmo toponimo.
Romãs
Cruzeiro da estrada de Vila Nova de Anços com Assamassa
Salão da Associação com mesas postas
Almoço
Sopa, e massa à lavrador.
A massa é cozida , tipo macarrao, e  acompanha carne de porco, frango e enchidos, estufada com couves, cenoura e ervilhas. Prato bem confecionado.
As sobremesas  eram muitas e variadas, cada vizinho trouxe a sua, julgo provei seis...exagerei...mas não resisti.
Não recordo o nome desta menina, muito simpática
Quis o meu olhar reparar em genes com parentela a Ansião

Vivo o calão "acarregar água"; abicados ou abicar  (pôr água) , bicos,  agulhas, a chamada caruma que em Ansião chamamos munha.

O melhor mesmo foi travar conhecimento com anónimos que se tornam amigos, aconteceu com a Ana Rita, que trabalhou no após Cuf em Ansião , e outros que conheci há 2 anos que organizaram o  ultimo Ramo. Acresce a Isabel de Vila Cã  e a Alzira de uma aldeia proxima .
Um bem haja a todos que nos deferiram atenção.
Vou voltar
As estradas é que são miseraveis...Não se compreende, Sr. Presidente da Câmara de Soure!

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