Resumo publicado no Jornal Serras de Ansião em Outubrio de 2023
Jaz esquecido o lema da crónica publicada em fevereiro de 2020 – Quem tem pinhão tem Tudo.
Ribalta em aplauso ao produto estrela - pinhão, a materializar património imaterial da
humanidade, a orgulho autárquico de Ansião, Ourém e Soure. Dada a parentela pela extrema de 1111, do Foral de Soure, às
antas do Fárrio a Sicó, as mãos dadas à exaltação da herança grega do pinhão, assente no Bodo ao Espirito Santo e da Rainha Santa Isabel.
Tradição cultural e antropológica a proteger e publicitar!
Onde nasceu o Bodo ao Esprito Santo?
Segundo Adelaide Salvado, a igreja do convento de S. Francisco em Alenquer, foi pioneira na difusão em 1323, aos Bodos ao Divino Espírito Santo, pela Rainha Santa Isabel. Onde o rei D.Dinis desterrou a Rainha Santa Isabel, por não aprovar o filho bastardo -Afonso Sanches, como herdeiro da coroa portuguesa. Em clausura, a Rainha fez uma promessa de pazes, entre o marido e o filho legítimo. Promessa que alcançou pazes entre ambos sendo assinada na igreja de S.Martinho em Pombal.
Painel azulejar com a dedicatória Rainha Santa Isabel Medianeira da Paz em Pombal
O ritual do Império?
Nasceu em Alenquer por ação da Rainha Santa Isabel o ritual do Império - procissão da Confraria do Espirito Santo, no dia de Páscoa. O ritual do Bodo aos pobres foi uma devoção festiva popular em Leiria, Tomar, Cascais, Beira Baixa, Alto Ribatejo, Estremadura, Alentejo litoral e Algarve. A procissão era repetida aos domingos até o Pentecostes. Na véspera, a procissão era mais solene, a vila era cercada por um rolo de cera, chamada - Candeia. O banquete, chamado Bodo, aos irmãos e devotos, no maior dia da festa, onde eram gastos 130 alqueires de trigo e 7 vacas; porém concorria tanta gente, que não era possível chegar a todos…Excertos retirados do livro Santa Isabel, pág. 33, cortesia do meu amigo Sr. Mário Maria de Carvalho. No encontro ao Ribeiro da Vide, na companhia do Sr. Padre Adriano Santo, onde me surpreende; sabe onde pernoitou o cortejo fúnebre da Rainha Santa Isabel, a última noite antes de chegar a Coimbra? Segundo uma publicação num jornal do Sr. Padre Jacinto Nunes, foi na Quinta do Tojal. Sem ter lido toda a literatura do Sr. Padre Jacinto, sem ter coligido onde a mencionou. Contudo, o seu livro Alvaiázere e Areias, Duas igrejas, Duas Ordens Religiosas, um Convento, ajudou bastante a perceber a existencia de duas Ordens Religiosas, num local restrito, entre Areias e S.Pedro do Rego da Murta. No tempo da Rainha Santa Isabel, o mosteiro de S. Domingos já estava em ruina, o que credebiliza o cortejo funebre ter pernoitado na Quinta do Tojal. Local por onde já andei para perceber onde foi o sítio do mosteiro, como esclarecer a dúvida se a estrada romana/medieval vinda do Zezere, não teve corredor para norte, a nascente da igreja de Areias.
Graças ao Sr. Mário, em conversas travadas, a sua deslocação ao Tojal onde clarificou com a ajuda de um emigrante radicado, o sítio da ponte romana em S. Pedro do Rego da Murta. O que favorece a Quinta do Tojal. Juntei a demarcação do Prazo da Torre da Murta de 1504, do Dr. Gorjão Henriques, ao coligir a morada de Franciscões, cuja ladeira de acesso à entrada, ainda atual ao palacete. Acresce o nome em letra maiúscula, presume frades franciscanos, quem de fato acolheu o cortejo, já que a Rainha Santa foi donatária de Dornes, onde instituiu uma ermida. Como atendi à devoção popular do Bodo ao Espirito Santo e à Rainha Santa, que entre o rio Zêzere e Tejo, teve difusão por ação conjunta da Ordem de Cristo e Franciscanos. Fundaram conventos em Penela e Pombal. Admito que a invocação ao Divino Espírito Santo, na nossa região, foi favorecida pelas freiras espanholas do Mosteiro Sancti Spiritus de Toro, Zamora, nas suas herdades; Rapoula e Aguda. Ou não, e cresceu com os judeus na centuria de 500, vindos de Pedrogão Grande, para terras do Duque de Aveiro.
Coligi no Inventário do Arquivo da Venerável Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco da cidade de Coimbra: 1659 (...) "Uma das qualidades que se requeriam a quem desejava entrar na Ordem Terceira de S. Francisco, como irmão, era a da chamada “limpeza de sangue”. O candidato não podia pois descender de judeu, mouro ou negro ou, como se dizia, de qualquer infecta nação. Como se sabe, era esta uma imposição generalizada no acesso a diferentes instituições e cargos. Esta cláusula, no entanto, desapareceu dos estatutos ainda no século XVIII. Exigia-se também que fosse católico, de bons e louváveis costumes, sem mácula de crime ou infâmia, e que possuísse bens suficientes para a sua manutenção, ou que exercesse uma profissão digna que honrasse a Ordem. Foi recusada a entrada, por exemplo, a um pasteleiro e a uma vendeira da praça (Silva 2013: 39), pois tinham profissões consideradas vis e não honradas.
Na região das antigas Cinco Vilas, de Ansião e circundantes, as pessoas que a integraram e outras a ela interligadas , para quem quiser identificar possíveis descendências.
Excerto retirado de http://ordemterceirasaofrancisco.pt/wp-content/uploads/2016/07/Indice-irmaos-VOTFCBR.pdf e http://ordemterceirasaofrancisco.pt/wp-content/uploads/2016/07/CEL-Ana%20Marg_125_136.pdf
1707 Ana Maria de Deus. Irmã da Ordem Terceira da Redinha. Pais Marcos Carvalho .Redinha
1710 Josefa de Azevedo Feijó. Pais Luis de Azevedo. Pombal
1714 Afonso de Oliveira. Ourives. Pais João de Oliveira e Joana das Neves. Louriçal- Pombal
1747 José Henriques. Mestre de Sapateiro. Pais Manuel Fernandes e Francisca Henriques . Pedrogão Grande
1748 Manuel João Viegas. Pais João Neto e Isabel Dias. Casal dos Motes Freg S.Martinho - Pombal
1756 José Leal da Conceição. Sacerdote do hábito de S.Pedro. Pais Manuel Martins e Maria Leal
Almagreira, Ribeira de Carnide - Pombal
1679 Sebastião Gomes. Assistente no Colégio de S.Pedro. Pais Domingos Gomes e Isabel Pires. Pombal
1728 António Manuel. Pais Manuel António e Feliciana Rodrigues. Ribeira de Penela
1729 João Custódio e Úrsula Maria (conjugues). Pais João Rodrigues Custódio e Úrsula de São Pedro e Manuel de Carvalho e Maria Moniz- Espinhal - Penela e da Cortiça -Alvaiázere
1738 Manuel Vaz Cardoso. Ceirieiro. Pais Lourenço Vaz Cardoso e Teresa. Pombal
1740 Francisco Coelho. Sapateiro. Pais Fagundo Coelho e Francisca Mendes . Pedrogão Grande
1740 Inácio dos Santos. Pais Domingos Sarmento e Maria João. Freg Sta Eufémia - Penela
1740 Mateus Ferreira. Pais Manuel Ferreira e Maria Simões Arnaut .Espinhal - Penela
1744 António Curado. Pais António João e Domingas Curada. Freg. Sta Eufémia- Penela
1745 José António de Matos. Filho de Manuel Freire de Matos e Apolónia Freire. Ansião
1747 António Freire Parada. Pais Manuel Rodrigues Parada e Eugénia Freire .Penela
1752 António Cotrim. Pais Lourenço Alvares Neto e Teresa Cotrim de Vasconcelos. Freg.Santo Aleixo do Beco- Ferreira do Zêzere
1752 António dos Reis . Pais Alexandre dos Reis e Jerónima Rodrigues. Corvo- Miranda do Corvo
1755 Paulino da Silva. Pais Sebastião da Silva e Maria Antunes. Gramatinha - Ansião
1759 António de Bastos, o Curado . Filho de Manuel de Bastos e Antónia João .Freg. Sta Maria Madalena, lugar da Feituosa - Rabaçal
1764 António Simões de Almeida. Pais Manuel Simões e Maria Duarte. Penela
1771 Leonardo António da Silva. Pais António Mendes da Silva e Joana Maria da Piedade. Freg.Sta Eufémia - Penela
1772 João da Costa . Filho de Manuel Marques e Inácia da Conceição. Lugar de Cegonheira em Antanhol. Lugar que aparece num registo e casamento de Domingas Freire em Ansião
1782 Joana Barata de Lima e Fonseca. Pai incógnito e Josefa Barata de Lima e Fonseca. Pedrogão Grande
1784 Manuel Joaquim . Filho de Manuel Martins e Maria Ferreira. Detrás da Igreja na Lagarteira - Ansião
1788 Feleciana Ferreira. Mestre albardeiro. Viúvo. Pais Manuel Ferreira e Violante Nogueira . Vermoil- Pombal
1788 Luís Ferreira. Albardeiro. Casado. Pais Manuel Ferreira e Violante Nogueira. Ansião
1791 Luísa Maria Cândida. Viúva. Pais Manuel Cardoso e Maria Josefa. Redinha - Pombal
1791 António Freire . Filho de Manuel Marques e Catarina Freire. Lagarteira -Ansião
1793 Josefa Maria da Conceição. Casada. Pais Francisco Domingos e Antónia do Espírito Santo
Redinha - Pombal
1794 Teodósio José de Freitas
Pais Cosme Francisco de Freitas e Josefa Maria da Encarnação
Espinhal - Penela
1805 Luís António dos Santos. Oficial de sapateiro. Pais incógnitos . Pedrogão Grande
1895 José Pais de Abreu. Pai incógnito e Luísa. Vila Nova da Rainha (Soure), mas os apelidos açertam origem na Aguda.
Nos concelhos de Ansião, Penela e Pombal, o Bodo foi assente no Bolo ou Fogaça
O Bodo aos pobres, paganizou de mãos dadas o profano e o religioso. O Bolo era ázimo - símbolo ao corpo de Cristo “o pão nosso de cada dia nos dai hoje” cozido em forno público, com ritual de fé, onde um homem o punha e tirava, saindo ileso que se afirmava na boca do povo milagre. O Bolo era partido e distribuído aos romeiros.
Demolidos os fornos de Penela, Pombal e Santiago de Litem, reza a história o forno de Abiul e o de Avelar, que foram acesos até ao início do séc. XX.
O Bodo nas sopas da Rainha Santa Isabel em Soure
Excerto do Mestrado em Antropologia de 2022, da minha amiga Vera Lúcia Lopes Lebre Rodrigues
O CULTO À RAINHA SANTA ISABEL E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOURENSE
Resumo
"Em 1628, a Ordem Terceira de São Francisco instalou-se na vila de Soure, tendo sido devotada uma capela à Rainha Santa Isabel em 1641. Os objetivos deste trabalho são compreender o culto isabelino em Soure e a importância da Rainha Santa para os habitantes da vila e do concelho, o modo como os peregrinos formam identidades e como é que a peregrinação ou a crença na Rainha Santa une as pessoas de Soure e as torna uma comunidade. Para tal, acompanhámos os trabalhos da Irmandade de São Francisco e da Rainha Santa Isabel, tendo sido adotado o método da observação participante. A Rainha Santa Isabel é uma figura agregadora e um fator de união entre os habitantes da vila de Soure, nomeadamente da baixa e da alta, mas também da vila e das aldeias do concelho. É em torno da Rainha Santa, principalmente durante as festas e muito especificamente durante as procissões (a noturna e a diurna), que se unem as pessoas que se deslocam a Soure ou que lá residem. Levando diferentes motivações, participam no culto e manifestam a sua devoção de modos distintos. A promoção dos tapetes de flores tem despertado o interesse da autarquia em patrimonializar e turistificar as festas em honra da Santa, as quais até recentemente têm tido um carácter sobretudo religioso, ao contrário do que acontece com as festas do concelho, em honra de São Mateus, durante as quais decorrem a feira anual e eventos de cariz profano. Este trabalho conclui que os sourenses se consideram unidos pela Rainha Santa Isabel, o que não acontece em nenhum outro contexto social, cultural e religioso em Soure, pelo que concluímos que a identidade sourense se constrói a partir do culto isabelino.
"A tradição do Ramo é da capelania do Espírito Santo, à qual se juntam sempre Casal das Brancas, Fatacos, Melriçal, Casal do Rei, Casal Manuel José, Assamassa e Charneca. Porque a todos é devido o mérito do que fazem anualmente da localidade do Espírito Santo, à qual se juntam outras aldeias à volta , que levam a cabo esta festa. Julga que o culto ao Espírito Santo, aqui, à semelhança do que acontece noutras localidades, esteja associado à vinda de Isabel de Aragão para Portugal. Em Soure, fará todo o sentido que assim seja, considerando até a existência da Irmandade de São Francisco e da Rainha Santa Isabel e da capela de São Francisco (que as pessoas comummente designam de Rainha Santa, já que cá se venera e se realizam as suas festas nos anos ímpares, alternando com as festas religiosas de Coimbra, nos anos pares) desde 1641.
A tradição de tapetes de flores e o Bodo da Rainha com panelas de sopa de carnes, pão e ofertas de terceiros a pobres que iam comer à capela, foi vivida até aos meados do século XX. Confere a prática assistencial da Rainha Santa, que perdurou a unir os sourenses.
O Município de Soure candidatou exatamente esta tradição às Sete Maravilhas da Cultura Popular. Também se fazia cá até há bem pouco tempo, pela altura das festas de julho, principalmente nas primeiras décadas do século XX, o que se compreende pela pobreza extrema que se fazia sentir nessa altura. A prática assistencial da Rainha Santa, de facto, perdurou."
A essência de uma romaria no passado
Tinha adjacente um culto religioso a um orago, com missa, procissão, Irmandade e, fiéis para cumprir promessas . No passado mais remoto foi local de troca de valores e tradições onde se resolviam problemas de curar “maus-olhados” ou outras maleitas do diabo. A romaria comportava além do carácter supersticioso, económico, psicológico e cultural, uma diversidade de transações desde tendeiros, latoeiros, negociantes de lã, tanoeiros, ferreiros etc, todos contribuiam na promoção do enriquecimento sociocultural de um determinado local onde apareciam as modas, novidades boas e folhetos com desgraças. As "brindeiras"( merendeiras) nada mais que broas de milho com mistura de trigo, canela, açúcar e por vezes pinhões, era uma das especialidades da doçaria regional entre filhoses.
A romaria a S. Mateus, em Soure
Até ao séc. XV era a mais importante em Portugal. Granjeou fama com oferendas ingénuas; uma cana com dúzias de pulgas, sete espigas roubadas, ou duas cambalhotas no adro frente ao portal.
Excerto do tombo da visitação da Comenda de Soure de 1508
(...) Diversas construções concentradas na povoação , um pardieiro próximo da igreja de Finisterra que em época anterior a 1508 fora celeiro da Ordem, um outro celeiro e uma antiga estrebaria convertida em pardieiro, junto ao adro da igreja de Santa Maria (Finisterra) um antigo lagar de azeite convertido em estrebaria, uma adega, um celeiro de mais de um piso nomeado como “celeiro da escada de pedra”, a casa de Catarina Botelha, uma antiga cozinha da Ordem transformada em quatro casas dos pobres de São Mateus - Estariam ligadas a Bodos? Falta coligir as Memórias Paroquias de Soure para mais se enxergar.
Já a venda de pinhões, é costume antigo, quiçá assente no Bodo do Ramo de Pinhões, que se realiza sete semanas depois da Páscoa, com procissão no dia de Pentecostes. Na voz do povo, o Ramo, que é um andor, foi obra e engenho de um homem com tuberculose, de apelido Ramos, que o mentalizou pequeno e coroado, à volta de 200 anos. Ritual que havia de renascer mais tarde, maior, e foi crescendo, na Capelania do Espírito Santo. Tradição a unir o notável sucesso aldeão de Casal das Brancas, Fatacos, Melriçal, Casal do Rei, Casal Manuel José, Assamassa e Charneca. Labor na apanha de 3 toneladas de pinhas nas matas nacionais, Conímbriga e Soure em dezembro, ficam a secar até janeiro. Depois as pinhas abrem em fogueiras com bicos( munha) seguindo-se a tarefa de homens em fila a partir pinhão. Depois é descascado e as mulheres fazem enfiadas de um metro. São manipulados entre 250 a 300 mil pinhões. Admito que a arte de engalanar o Ramo bebe inspiração nos genes herdados do povo . No Tombo de Soure de 1508 a diversidade de gente com nomes de origem germânica e latina alcançam os 31%, seguidos dos nomes gregos 25%, seguindo-se os hebraicos com 7%, por último com resultados abaixo dos 3% os nomes ibéricos, franceses e italianos. Sobressai a grande “queda” dos nomes hebraicos de 28%, na enumeração de nomes por indivíduo, para 7% quando atendemos à sua diversidade, facto que reforça também a importância do nome, “João”. Seguindo a mesma ordem comparativa, salienta-se a subida de 7% para 25% dos nomes gregos, indicando a sua diversidade, mas também o seu reduzido uso, sendo a evolução dos restantes fundos pouco significativa, latinos 31% para 29%, germânicos 31% para 29%, ibéricos de 2% para 5%, sendo os restantes pouco significativos. Referimo-nos à sua etimologia, mas não descortinamos justificação óbvia para a divergência que apenas é relevante para os nomes de origem grega (latinizados) 7%.
Nesse pressuposto foram assentes as tradições em âmbito da mitologia greco-romana, a palmarés simbólico de agradecimento à fertilidade da mãe natureza, sua abundância e comércio. Como as frutas, flores, cruzes, pétalas coração, palmitos, resplendores, roscas estreladas, S revirados e espirais. Acresce a tradição minhota do mastro - um pinheiro ou eucalipto alto.
Esforço tamanho de Todos, para a tradição não morrer, debalde, sem destaque e admiração autárquica, que o devia expor na Casa do Poder, porque os pinhões (o Bodo) é alimento que se aguenta sem se detiorar e só depois ser desfeito o Ramo e o bodo dos pinhões ser distribuído por Mordomos e participantes.
Ramo levado em ombros por rapazes solteiros
No Olival em Ourém
Com referência em 1758, nas Memórias Paroquiais a secular Feira dos Pinhões, Feira de NSCandeias ou Feira do Adro, em fevereiro, onde se vende pinhão avulso, às enfiadas ou em colares.
Agradecimento ao Divino Espirito Santo e à Rainha Santa Isabel no Bodo das Sopas do Verde - carneiro guisado com sangue, à laia da alcatra da Terceira.
Já a feira de Santo Amaro a 15 de janeiro, vende pinhões, filhós tendidas no joelho, bailarotes de abóbora e café de borra. A região já não colhe pinhão. Em boa hora apostou Ansião no seu plantio. Contribui com 70 e, na Mata Municipal à roda de uma mesa de pedra com os meus netos, ouviu-se lição ao tributo do rei pinhão!
Sopas do Verde
Júbilo os quatro séculos da Confraria de NSPaz da Constantina, em AnsiãoVivo o Bodo do Pinhão
No Ramo de Pinhões, em Soure e, na Feira do Olival, o Bodo nas Sopas do verde.
Pombal exibe na festa anual, o nome Bodo.
Eventos ao colo do profano com o religioso, difundidos no Brasil, Açores e Madeira.
Santo Agostinho não era apreciador de Bodos profanados
Cuja prática excessiva levou o bispo da Guarda, D. José Alves Mattoso, assinar um decreto, em 15 de maio de 1928, a “proibir a participação dos católicos nos bodos e folias do Espírito Santo (…) O ritual no Avelar do bolo acabou proibido em 1935 pelo bispo de Coimbra D. António Antunes.” na boca do povo, por falta de peregrinos em Fátima..."
Em casa em redor da fogueira, adultos e cachopos armados de pedra, à laia de mó dormente, era partido com outra pedra e cascas no fogo. Força exercida a mais esmagava o frágil miolo - mas, matava a fome! Os sãos, eram torrados no forno de cozer a broa, para comércio.
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