Raimundo António de Bulhão Pato era filho de Francisco de Bulhão Pato, poeta e fidalgo português , e da espanhola María de la Piedad Brandy, nasceu em Bilbau, no País Baco.
Bon vivant, apreciador de caçadas, viagens, da gastronomia e dos saraus literários, na companhia de intelectuais, como Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Andrade Corvo, Latino Coelho, Mendes Leal, Rebelo da Silva e Gomes de Amorim . Com outras personalidades importantes da sociedade portuguesa da época, forneceu receitas para a obra "O cozinheiro dos cozinheiros, editada em 1870 por Paul Plantier .
Escritor romântico Bulhão Pato de signo Peixes, por certo escolheu a Torre para morar até falecer pelos ares, paisagens,pela caça, e por estar muito perto do Tejo, num pulo em descida ao Porto Brandão, metia-se num catraio e chegava a Lisboa.
Citar excerto https://www.facebook.com/pg/AMO-TE-CAPARICA
«BULHÃO PATO!
E, então.........as AMÊIJOAS??!
Escritor, homem de caçadas "de sala e de laboratório culinário....derradeiro sobrevivente do romantismo", como o descreve Alfredo Morais, in "O Cronista", n.º 21 de 27/4/1955, foi, Bulhão Pato, celebrado por Júlio Dantas com um elogio, proferido em 1913, na Academia das Ciências, que sobre ele disse: "Toma em Sèvres e oiro o caldo de galinha das sauteries do Farrobo" e entre preciosos manjares "na sua casa da Torre, servia aos convidados a lebre caçada na véspera ou lebrão marinado em vinho. »
Retrato de Bulhão Pato de 1883 pintado por Columbano Bordadlo Pinheiro
Citar excerto https://www.facebook.com/pg/AMO-TE-CAPARICA
«BULHÃO PATO!
E, então.........as AMÊIJOAS??!
Escritor, homem de caçadas "de sala e de laboratório culinário....derradeiro sobrevivente do romantismo", como o descreve Alfredo Morais, in "O Cronista", n.º 21 de 27/4/1955, foi, Bulhão Pato, celebrado por Júlio Dantas com um elogio, proferido em 1913, na Academia das Ciências, que sobre ele disse: "Toma em Sèvres e oiro o caldo de galinha das sauteries do Farrobo" e entre preciosos manjares "na sua casa da Torre, servia aos convidados a lebre caçada na véspera ou lebrão marinado em vinho. »
Retrato de Bulhão Pato de 1883 pintado por Columbano Bordadlo Pinheiro
Citar excerto de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2016/02/as-meninas-da-torre.html
"Bulhão Pato que era muito bondoso, muito, tinha os seus paradoxos: não gostava de crianças, porque eram barulhentas, mas, chamava as filhas do sr. Marques( as meninas da Torre) para a sua beira; amava o silêncio e tinha sempre à sua roda à barulho de uma alegre e palradora convivência, médicos e escritores, sobretudo.
"Bulhão Pato que era muito bondoso, muito, tinha os seus paradoxos: não gostava de crianças, porque eram barulhentas, mas, chamava as filhas do sr. Marques( as meninas da Torre) para a sua beira; amava o silêncio e tinha sempre à sua roda à barulho de uma alegre e palradora convivência, médicos e escritores, sobretudo.
— Apesar disso — acrescenta a mana Isaura Augusta — o sr. Pato era
muito bondoso, muito. Acudia pelas criadas, obrigava-as a ir cedo para a
cama, que não queria excessos de trabalho lá em casa.
Depois, a propósito de criadas, vem a história da Elisa. Bulhão Pato. além da cozinheira e do criado, tinha sempre uma "criadinha fina", uma rapariga de serviços de fora que pudesse acompanhar D. Maria Isabel.
— O sr. Pato gostava de ter caras jovens e bonitas á sua roda. Mas a história da Elisa é muito triste. Um dia, vieram dizer ao escritor que ela andava de amores com uma visita da casa, o jornalista, sr. Urbano de Castro. Viam-nos juntos em Lisboa, nas folgas da Elisa...
O sr. Pato chamou-a, ralhou-lhe tanto, tanto, que ele, segundo diziam, era um trovão quando se zangava, que a rapariga, envergonhada, matou-se com um desinfectante com que andava a tratar-se...
O sr. Pato chorou e fez-lhe uns versos. Havia uma quadra que dizia assim:
Depois, a propósito de criadas, vem a história da Elisa. Bulhão Pato. além da cozinheira e do criado, tinha sempre uma "criadinha fina", uma rapariga de serviços de fora que pudesse acompanhar D. Maria Isabel.
— O sr. Pato gostava de ter caras jovens e bonitas á sua roda. Mas a história da Elisa é muito triste. Um dia, vieram dizer ao escritor que ela andava de amores com uma visita da casa, o jornalista, sr. Urbano de Castro. Viam-nos juntos em Lisboa, nas folgas da Elisa...
O sr. Pato chamou-a, ralhou-lhe tanto, tanto, que ele, segundo diziam, era um trovão quando se zangava, que a rapariga, envergonhada, matou-se com um desinfectante com que andava a tratar-se...
O sr. Pato chorou e fez-lhe uns versos. Havia uma quadra que dizia assim:
Senti bater o caixão
Quando te foste enterrar
Era tarde de Verão
O Sol morria no mar."
— Em que passava o tempo o escritor?
— Se não escrevia, conversava sobre as suas viagens, falava de livros, fazia "pic-nics" na Quinta da Estrela ou caçava nos juncais de Caparica. Uma vez por semana, parece-nos que ás quintas-feiras, saia para Lisboa com a senhora, muito bonita com as suas mangas de presunto e os seus grandes laços de tule à volta do pescoço.
— Deu o nome a muitos "pratos" e petiscos...
— Possivelmente, eram os amigos que lhos davam. Nunca demos conta de que o sr. Pato fosse á cozinha ensinar a fazer ameijoas, bacalhau, perdizes ou ostras — e o que ele gostava destas! — com o seu nome ou não..."
Escreveu aqui na Torre vários livros destaco - Livro do Monte (1896)
— Se não escrevia, conversava sobre as suas viagens, falava de livros, fazia "pic-nics" na Quinta da Estrela ou caçava nos juncais de Caparica. Uma vez por semana, parece-nos que ás quintas-feiras, saia para Lisboa com a senhora, muito bonita com as suas mangas de presunto e os seus grandes laços de tule à volta do pescoço.
— Deu o nome a muitos "pratos" e petiscos...
— Possivelmente, eram os amigos que lhos davam. Nunca demos conta de que o sr. Pato fosse á cozinha ensinar a fazer ameijoas, bacalhau, perdizes ou ostras — e o que ele gostava destas! — com o seu nome ou não..."
Escreveu aqui na Torre vários livros destaco - Livro do Monte (1896)
Reza a história a célebre receita "ameijoas à Bulhão Pato" da sua autoria, debalde não é...Segundo os comentários da Rosa Miguel, muito interessantes sobre a origem desta receita .Por aqui na região reza a lenda que vivendo na Torre, a um pulindo do Porto Brandão, terra de pescadores e ancoradouro de catraios para Belém em Lisboa, seria o local onde a receita teria tido origem em casa de uma mulher alentejana, por isso o uso dos coentros- erva típica na gastronomia alentejana ficando na história do seu nome associado ao bom repasto que adorava, por isso o seu nome associado.
As famosas ameijoas à Bulhão Pato, foto retirada fotos do Google, petiscos
Ainda existe o prédio que habitou metade, cuja construção reporta aos finais do século XIX.
Segundo excerto do Livro de Alberto Pimentel a Extremadura Portuguesa
A casita é confortável
Com dois palmos de quintal;
Porém tem vista agradável ,
Que abraça o Monte ao val
Foto retirada de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2016/02/as-meninas-da-torre.html
Visível na sua frontaria um gradeamento que seria pertença da quinta da Torre do Neiva que "surripiou " o nome da primitiva Quinta ad Torre.
Continuando a citar excerto de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2016/02/as-meninas-da-torre.html
"— Vinha muito por aí o dr. João
Barreira. Ficava ás semanas e viamo-lo, através da janela, pendurado além, nas
grades do jardim, a esticar-se, como se quisesse ficar mais alto. Tinha uns
olhos de pássaro tonto que nos assustavam. Ali ao lado, havia um celeiro. Ás
vezes, o caseiro da sr.a Condessa dos Arcos ia para lá tocar harmónica. Como
doido, o dr. João Barreira desatáva ás voltas, com as mãos nos ouvidos e
aqueles olhos, a gritar, "que é isto, que é isto?" Este tocador de
harmónio [?] era o mesmo que um dia, cumprimentando o sr. Pato, lhe estendeu a
mão e a quem o escritor admoestou serenamente: "que é isso, rapaz, estende
a mão só aos que forem teus iguais".
Foto retirada de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2015/01/casa-do-monte.html
Citar excerto https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2016/02/as-meninas-da-torre.html
"— Não sabíamos de onde lhe vinham os rendimentos. Rico, rico, porém, não seria, porque lhe vinham duas vezes por semana, ás quintas e domingos, grandes cestas de fruta e legumes, oferecidos pela familia Pinto Basto, da sua quinta aqui de perto, que está hoje nas mãos dos Quintelas. Mas com o não ser rico não deixava de ser muito esmoler, o sr. Pato. A casa aqui ao lado. estava mais que modestamente mobilada."
"O Joaquim da Fidalgo vinha buscá-los, com o seu velho trem puxado por
dois cavalinhos velhotes e eles aí iam a caminho de Lisboa para
almoçar não nos lembra se no Leão de Ouro se no Estrela de Ouro... O
carrinho, claro, ficava do lado de cá em Cacilhas. Nesse tempo, os
barcos já eram movidos por vapor mas ainda não transportavam carros,
como hoje. Aqui, do Porto Brandão, é que partiam os barquinhos movidos por meio de remos.... "
Largo Bulhão Pato |
Citar excerto de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2015/01/casa-do-monte.html
"
A paizagem vulgar d'aquelles sitios: vinhas em volta, pinheiros ao
longe. No caminho do Lazareto, a cem metros do Monte, umas ruinas
pittorescas: a Casa das Bruxas, na sombra dos grandes ulmetros, onde os
rouxinoes cantam na primavera. Á hora em que o orvalho sobe mansinho no
ar socegado, fazendo tremer os contornos longinquos, Bulhâo Pato,
madrugador, pega da espingarda e elle ahi vae por esses montes atraz das
perdizes, por esses pinhaes á espera das gallinholas."
Casa das Bruxas
Sserá a atual ermida de S Tomás de Aquino reaproveitada no século XVI de um morabito árabe(?), que ainda conserva uma cúpula.Foto retirada de https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2015/01/casa-do-monte.html
Rio Tejo Fragata Higino Mendonça dedicada a Bulhão Pato
"— Estamos a vê-lo, ao sr. Pato, muito fino, muito educado, um pouco
baixo e de barbas muito brancas, com uma manta alentejana pelos ombros:
"vamos a ver se ainda deito este Janeiro fora!" Costumava passear por
aí, com a sua bengalinha mas, sendo muito sociável, não admitia certas
liberdades... "
Funeral de Bulhão Pato o cortejo a caminho do cemitério do monte em 1912
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Ant%C3%B3nio_de_Bulh%C3%A3o_Pato
https://www.facebook.com/pg/AMO-TE-CAPARICA-186509761426925/photos/
http://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2016/02/as-meninas-da-torre.html
http://mariopro.com/caparica/images/LUGARESdeCAPARICA.pdf
https://almada-virtual-museum.blogspot.pt/2015/01/casa-do-monte.html
http://lisboa-e-o-tejo.blogspot.pt/2017/03/meme-de-bulhao-pato-no-leao-douro.html