De Ansião logo de manhã rumo ao sul para assistir à missa do 15 de agosto na bela igreja de Areias, que mostrarei noutra crónica. Em Tomar curiosa a caminho de espreitar a aldeia de Cem Soldos acordada em arrumos findo o festival onde a minha filha tinha vindo de véspera. Almocei em Ourém, para de tarde ao Arneiro pensar em Abiul.
Abiul
A placa toponímica há muito que devia ter sido alterada, quem não conhece sente-se frustrado por chegar a Abiul e não encontrar o Paço dos Duques...Ali devia estar? Centro histórico de Abiul!
O rio Seiçal
Curiosa a grafia com nome que existe na serra de Nexebra onde a minha mãe tem uma courela Seixal, sem saber se é esta a grafia... Desconheço a origem desta ponte e da outra que se encontra a norte que ainda a conheci perigosa na entrada para Abiul . Apenas a ponte a norte mereceu atenção em melhoramento da envolvente e dos moinhos e lagar (?), riqueza tão viva desde sempre no passado em Ansião e no Nabão, rio que delimita a freguesia de Abiul a nascente para aqui junto do rio Seiçal se equacionar arranjo dos espaços das suas margens verdejantes de o tornar mais emblemático extensivo à ponte a sul no reaproveitamento para várias valências, quiçá para um Festival de musica.Na minha cabeça ainda viva a imagem de Cem Soldos, ao jus de outros festivais que acontecem pelo Pais, para aqui nesta vila a ser idealizado onde se fundem a mística das melhorias significativas do centro histórico e demais casario ao género concentrado com quintais pelo meio para palcos e estacionamento e ainda da praça de toiros para vir a distinguir Abiul como ex libris de Sicó ao fausto do que foi o seu passado em teimar voltar à ribalta!
Ponte a norte
Foto tirada em movimento. Distingui alguns melhoramentos, parque de merendas?
Ponte a sul
Parece ser um lagar(?).
Curiosa a grafia com nome que existe na serra de Nexebra onde a minha mãe tem uma courela Seixal, sem saber se é esta a grafia... Desconheço a origem desta ponte e da outra que se encontra a norte que ainda a conheci perigosa na entrada para Abiul . Apenas a ponte a norte mereceu atenção em melhoramento da envolvente e dos moinhos e lagar (?), riqueza tão viva desde sempre no passado em Ansião e no Nabão, rio que delimita a freguesia de Abiul a nascente para aqui junto do rio Seiçal se equacionar arranjo dos espaços das suas margens verdejantes de o tornar mais emblemático extensivo à ponte a sul no reaproveitamento para várias valências, quiçá para um Festival de musica.Na minha cabeça ainda viva a imagem de Cem Soldos, ao jus de outros festivais que acontecem pelo Pais, para aqui nesta vila a ser idealizado onde se fundem a mística das melhorias significativas do centro histórico e demais casario ao género concentrado com quintais pelo meio para palcos e estacionamento e ainda da praça de toiros para vir a distinguir Abiul como ex libris de Sicó ao fausto do que foi o seu passado em teimar voltar à ribalta!
Ponte a norte
Foto tirada em movimento. Distingui alguns melhoramentos, parque de merendas?
Ponte a sul
Parece ser um lagar(?).
Na chegada à vila de Abiul à imediação da igreja distingui placas em acrílico com descrições a letras julgo em dourado para me deixar a conjecturar se foi boa aposta para uma vila histórica...acabámos por estacionar junto do que foi a capela do palácio, por isso não voltei à estrada principal onde as tinha visto...
Padrão em pedra com placa em mármore com inscrição da carta de Foro de Abiul
Numa tese de mestrado apreciei a partilha de uma sepultura antropomórfica grosseira escavada na rocha a lembrar outras que conheci em Vila Viçosa.
Nas Memórias Paroquiais Setecentistas «
foy antigamente de André da Silva Coutinho, Fidalgo ilustre, e parente dos
Duques que a tem por sucessam, por falecer sem filho o dito fidalgo»
« Pinho Leal também refere o mesmo nome: « (…) Este palácio foi
mandado fazer por André de Silva Coutinho, do qual os duques de Aveiro herdaram
este senhorio.» Contudo o mesmo autor escreve outra frase onde se pode tirar outras
conclusões: «passando o senhorio da villa aos Silvas Coutinhos.» Com
esta frase pode estar a referir-se a Gonçalo da Silva, filho de D. Branca
Coutinho e do capitão João da Silva. Também na revista «O Domingo Ilustrado», de 1900, pode
ler-se: «O Senhorio da vila era dos Silvas Coutinhos, e destes passou
para os duques de Aveiro. O palácio que estes titulares habitaram ainda se vê
na localidade, mas em completa ruína. Foi mandado construir pelos primeiros
senhorios de Abiúl.»
Mais recente, Matos Sequeira (1955), numa descrição do arco
Manuelino de Abiúl descreve: «(…)é um dos elementos que resta do solar de André
de Sousa Coutinho, edificado entre os finais do século XV e os primeiros anos
do século XVI.» Claro que se enganou em vez de Silva escreveu Sousa!
A freguesia de Abiul é beijada pela serra de Sicó e o rio Seiçal.
Teve capitão com duas companhias de ordenanças.
Abiul teve um palácio mandado construir por André da Silva Coutinho do qual os Duques de Aveiro herdaram o senhorio.
Pinho Leal Dicionário de Portugal Antigo e Moderno 1873
«(...) Querem alguns que Abiul derive da palavra árabe - Abizoude, outros dizem do nome hebraico Abiud da geração de David , foi primeiramente priorado e depois vigaria do Lorvão, tendo então três beneficiados que cantavam à Missa aos domingos e dias santos sem obrigação de coro, mas o Mosteiro do Lorvão só tinha o padroado da igreja e suas rendas, ou, pelo menos só ficou com isto, passando o senhorio da vila aos Silva/Coutinhos, de quem o herdaram os Duques de Aveiro, que o possuíram até 1759 , passando então para a coroa, por elles terem perdido tudo (até a vida no suplício!)por crime de alta traição e tentativa de regicídio.
A maior parte do que aqui tinham os Duques de Aveiro veio a ser comprada pelos fidalgos Alvins.
Existiam em Abiul muitas famílias de fidalgos que commettiam toda a casta de despotismo e arbitrariedades; e tantas queixas fez o povo, e tantas alçadas aqui vieram, que por fim ficou a aldeia limpa de gente tão daninha.»
Tese de Mestrado para Turismo Interior de 2014 de Rui Pedro Fonseca da Rua - Proposta de dinamização turística do Património de Abiúl
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/13161/1/RUI_RUA.pdf « (...) Em 1462, “a pedido de D. Afonso V”, Duarte Borges devolveu à coroa a vila de Abiúl. O monarca doou-a, por sua vez, a D. Pedro, filho do infante D. Pedro. (Moreno, 1980:739)11 E assim em 1464, Lopo de Albuquerque que no ano anterior passara a ser camareiro e guarda-roupa do rei, recebe a vila de Abiul a par de outras terras. “A 7 de Março de 1467, Lopo de Albuquerque, conde de Penamacor, concede Abiúl à sua futura esposa D. Leonor de Noronha como garantia das arras prometidas na escritura antenupcial. Esta, por seu turno, vê confirmada a posse por alvará de 15 de Dezembro de 1496. Posteriormente, por carta de 6 de Setembro de 1501, a condessa teve autorização régia para trespassar as rendas e a jurisdição da vila a Gonçalo da Silva.” (Eusébio, 2007:87). Em função dessa autorização, Gonçalo da Silva, filho de João da Silva, Senhor de Vagos, e de D. Branca Coutinho, veio a ser Alcaide-mor e Senhor de Abiúl. (Moreno, 1980). Gonçalo da Silva faleceu em 1521, tendo a sua esposa, D. Joanna continuado em Abiúl até à sua morte em 1542. (Eusébio, 2007). André da Silva, filho de Gonçalo da Silva, veio a ser Alcaide-mor e Senhor de Abiúl.
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/13161/1/RUI_RUA.pdf « (...) Em 1462, “a pedido de D. Afonso V”, Duarte Borges devolveu à coroa a vila de Abiúl. O monarca doou-a, por sua vez, a D. Pedro, filho do infante D. Pedro. (Moreno, 1980:739)11 E assim em 1464, Lopo de Albuquerque que no ano anterior passara a ser camareiro e guarda-roupa do rei, recebe a vila de Abiul a par de outras terras. “A 7 de Março de 1467, Lopo de Albuquerque, conde de Penamacor, concede Abiúl à sua futura esposa D. Leonor de Noronha como garantia das arras prometidas na escritura antenupcial. Esta, por seu turno, vê confirmada a posse por alvará de 15 de Dezembro de 1496. Posteriormente, por carta de 6 de Setembro de 1501, a condessa teve autorização régia para trespassar as rendas e a jurisdição da vila a Gonçalo da Silva.” (Eusébio, 2007:87). Em função dessa autorização, Gonçalo da Silva, filho de João da Silva, Senhor de Vagos, e de D. Branca Coutinho, veio a ser Alcaide-mor e Senhor de Abiúl. (Moreno, 1980). Gonçalo da Silva faleceu em 1521, tendo a sua esposa, D. Joanna continuado em Abiúl até à sua morte em 1542. (Eusébio, 2007). André da Silva, filho de Gonçalo da Silva, veio a ser Alcaide-mor e Senhor de Abiúl.
André da Silva Coutinho, segundo Pinho Leal (1873), mandou construir um palácio em Abiúl, do qual ainda hoje restam vestígios de um Arco Manuelino».
A tese de mestrado desmitifica a dúvida do apelido de André Silva Coutinho se "Silva ou Sousa".
Afirma ser Silva!
O que levou historiadores a duvidar do apelido de André Silva Coutinho em afirmar Sousa ?
Quanto a mim alusivo ao nome do último nobre aqui a morar Dom Manuel de Sousa Alvim.
Encontrei uma discrepância no texto do nome da mãe Dona Branca Coutinho viveu por volta de 1517 e Leonor Gonçalves Coutinho na centúria de 300.Em https://digitarq.arquivos.pt/ «Dona Branca Coutinho, mulher de Jorge de Melo em 1517-11-13- (...) Manuel de Moura a fez enquanto sua mercê de 5 moios de trigo de tença, pagos pelo rendimento do Paul de Muge.»O Senhorio de Abiul com descendentes na Golegã, Muge, Portalegre, Algarve e,...Excerto https://www.geni.com/ «Gonçalo Gomes da Silva, nascido em Santarém cerca de 1320, falecido em 1386 filho de João Gomes da Silva e Constanza Gil deYola. Casou com Leonor Gonçalves Coutinho pai de Diogo Gomes da Silva, 1º Senhor da Chamusca;João Gomes da Silva 2º Senhor de Vagos; Joana Gomes da Silva; Gomes da Silva, alcaide-mor de Noudar e Fernão da Silva irmão de Mécia da Silva meio irmão de Maia Gomes de Silva; Aldonza Gomes de Silva e Aires Gomes da Silva, Senhor de Fogocillo, Senhor de Aguiar.
A tese de mestrado desmitifica a dúvida do apelido de André Silva Coutinho se "Silva ou Sousa".
Afirma ser Silva!
O que levou historiadores a duvidar do apelido de André Silva Coutinho em afirmar Sousa ?
Quanto a mim alusivo ao nome do último nobre aqui a morar Dom Manuel de Sousa Alvim.
Encontrei uma discrepância no texto do nome da mãe Dona Branca Coutinho viveu por volta de 1517 e Leonor Gonçalves Coutinho na centúria de 300.Em https://digitarq.arquivos.pt/ «Dona Branca Coutinho, mulher de Jorge de Melo em 1517-11-13- (...) Manuel de Moura a fez enquanto sua mercê de 5 moios de trigo de tença, pagos pelo rendimento do Paul de Muge.»O Senhorio de Abiul com descendentes na Golegã, Muge, Portalegre, Algarve e,...Excerto https://www.geni.com/ «Gonçalo Gomes da Silva, nascido em Santarém cerca de 1320, falecido em 1386 filho de João Gomes da Silva e Constanza Gil deYola. Casou com Leonor Gonçalves Coutinho pai de Diogo Gomes da Silva, 1º Senhor da Chamusca;João Gomes da Silva 2º Senhor de Vagos; Joana Gomes da Silva; Gomes da Silva, alcaide-mor de Noudar e Fernão da Silva irmão de Mécia da Silva meio irmão de Maia Gomes de Silva; Aldonza Gomes de Silva e Aires Gomes da Silva, Senhor de Fogocillo, Senhor de Aguiar.
«Gonçalo Gomes da Sylva, rico homem, alcaide –mor de Montemor o Velho,
embaixador a Roma ao Papa Urnano I, e Senhor de Vagos, Unhao, Gerftaco,
Tentugal, Buarcos, e outras terras.Contava um grande número de avós. O qual era
por Varonia quarto neto de D.Guterre, rico- homem, Senhor de Alderete, e Sylva,
neto de D. Pelayo Freulla, filho del Rey D. Fruella II de Leao. Primeiro Senhor
de Vagos, rico-homem de fangue, de cuha Cafa fao ramos todas as demais Cafas do
appellido de Sylva; a faber os Condes de Unhao, e Marquezes de Alegrete, Condes
de Villar Mayor, Tarouc, Viscondes de Villa Nova de Cerveira, marqez de Niza,
Conde de Santiago, Condes de S Lourenço, e em Caftella Duques de Paftrana, de Hijas,
Marquezes de Oeani, Melgar, Almenara, de la Elifeda, Aguiar, Condes de Galve, e
outras muitas ilustres de Portugal e Caftella»
“foy antigamente de André da Silva Coutinho, Fidalgo ilustre, parente dos Duques que a tem por sucessam, por falecer sem filho o dito fidalgo”. ( Costa, 1712:227). Com efeito Abiúl passa para o domínio dos duques de Aveiro, umas das mais importantes famílias da nobreza, na época. Embora se desconheça a data de concessão, é admissível que esta se situe por volta de 1547, data em que o Marquês de Torres Novas recebeu o título de 1º Duque de Aveiro. Como tributo, cada morador da vila de Abiúl passou a pagar aos duques de Aveiro, uma moeda de 3 reis. (Eusébio, 2007:87/88. De referir que em 1561, lavrou na região um surto de peste. Contaminou várias pessoas da terra, acabando com muitas vidas e apavorando muitos físicos, mezinhos e curandeiros que não conseguiam cessá-la. “Sem esperança nos recursos humanos, a Câmara do Concelho, com os seus oficiais, vereadores, almotaceis (antigos inspectores camarários de pesos e medidas que também fixaram o preço dos géneros) Juízes, Capitão-mor, povo e fidalgos que em Abiúl tinham assento, foram em procissão à Igreja, com o luto das almas, implorar a Nossa Senhora das Neves, o fim da epidemia”. (Cunha,1996:6). Ao pedido feito à padroeira da Vila, prometeram por voto, a obrigação de festejar no primeiro Domingo do mês de Agosto de cada ano, com missa solene, procissão, sermão e corrida de touros à tarde. Para que esta promessa não deixasse de ser cumprida, a Câmara estabeleceu em estatutos a eleição de mordomos, sendo os oficiais camarários superintendentes das mesmas festas, subsidiadas e presididas pela própria Câmara. (Cunha,1996:6) Pouco depois de feita a promessa, a peste cessou e o povo, como agradecimento, prometeu solenemente cumprir o seu voto. A esta promessa estão associadas as festas do bodo e milagre atribuído, pelo povo, a Nossa Senhora das Neves, padroeira da vila. Na posse dos Duques de Aveiro, Abiúl atinge o seu maior desenvolvimento.É exatamente a época em que começam em Abiúl as touradas que a tradição diz serem as primeiras que ocorreram no país. Os duques aficionados das touradas mandaram fazer um palanque para que pudessem, com o devido destaque, assistir às mesmas na praça. De referir que são os Duques de Aveiro, que concedem à vila casa de misericórdia e hospital. Nessa altura também Abiúl passa a deter tabelião, juiz de cabeça de julgamento e capitão-mor de duas ordenanças. (Lopes Ferreira, 2005).O facto de Abiúl ser domínio dos duques de Aveiro e de o 8º duque, D. José de Mascarenhas, ter sido acusado de implicação no atentado a D. José em 1758, trouxe consigo consequências nefastas para Abiúl. Assim, em 1759, os bens daquela casa senhorial passam para o Estado e irão posteriormente ser adquiridos por D. Manuel de Sousa Alvim, fidalgo da Casa Real e Capitão-mor do termo de Abiúl, para cujo domínio passaram por compra e na posse dos seus descendentes se conservaram até meados do século XIX”. (Eusébio,2007:136) Com efeito, em 1808, os invasores franceses, antes de chegarem a Abiúl, atacaram as proximidades de Pombal, pedindo auxílio à mesma, que manda seguir para Pombal uma das suas ordenanças, comandada por um alferes. (Cunha,1996). Não se conhece o resultado da missão do pequeno “exército” que partiu de Abiúl em defesa de Pombal (Cunha,1996:10), sabe-se sim, é que durante a 3ª invasão francesa, os franceses estacionaram, em Abiúl, durante muito tempo, «abarracando nesta vila de Abiúl e seu termo trinta e cinco dias saquearam toda a qualidade de roupas, gados Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra 58 de todo o género sem ficar uma só cabeça». São mortas 35 pessoas, 20 homens e 15 mulheres, «sem contar com os que depois morreram em virtude de maus tratos».(Eusébio, 2007:158/159). A violência, segundo Eusébio, é indescritível.(Eusébio, 2007). A Igreja Matriz sofre bastante com as invasões francesas. As portas da igreja foram destruídas, quatro imagens de Santos foram quebradas, bem como foram queimadas as grades do púlpito e a maior parte dos panejamentos, tendo sofrido vandalismos quatro dos altares, sobrevivendo apenas o altar do Santíssimo Sacramento. O templo serviu de dormida, cozinha e estábulo às forças invasoras. (Eusébio, 2007). Depois das Invasões Francesas o país tentava refazer-se. No entanto, Abiúl, como muitas outras terras, não conseguiu reerguer-se e entrou em declínio. (Cunha 1996). Até meados do século XIX, pertencendo a vila a D. Timóteo de Sousa e Alvim, este vendeu a maior parte dos seus bens ao Capitão Gerardo António da Costa, do Casal de S. Vicente. (Cunha,1996) .O Capitão era casado com D. Ana Lúcia da Conceição Costa, filho do Capitão João da Costa dos Santos e de D. Maria Teresa, pessoas abastadas e possuidoras de grandes bens e prestígio. Depois da sua morte, herdou todos os seus bens o seu filho Dr. Gerardo António da Costa, figura pública de grande relevo, prestando sempre grandes serviços nos Concelhos de Alvaiázere e Pombal. (Cunha,1996)»
Excerto de https://www.cm-pombal.pt/freguesias/freguesia-de-abiul/
« Abiul recebeu o seu primeiro foral em 1167 por Didacus Peaiz e sua mulher D. Examena. Em 1175 foi doada ao Mosteiro do Lorvão que vendeu parte da vila a André da Silva Coutinho, passando mais tarde para os Duques de Aveiro que a fizeram prosperar.»Não fazendo referência em que data passou para os Duques de Aveiro. Em comparação com a monografia «Embora se desconheça a data de concessão, é admissível que esta se situe por volta de 1547, data em que o Marquês de Torres Novas recebeu o título de 1º Duque de Aveiro. Como tributo, cada morador da vila de Abiúl passou a pagar aos duques de Aveiro, uma moeda de 3 reis. (Eusébio, 2007:87/88)».
Os Duques de Aveiro
Foram senhores de vários senhorios na região centro; Abiul, Penela, Condeixa, Montemor o Velho, Lousã e a Alcaidaria-mor de Coimbra.
Na quinta de Sarzedas, hoje Sarzeda em Ansião, viveu a nobre Mariana Josefa Silva e Sequeira Ponce Mendanha , vinda do reino de Espanha, teria ligação familiar à esposa do duque de Aveiro casado com uma Ponce Leão em Abiul, o apelido Silva, costado dos Silvas de Abiul, Mendanha de Montemor o Velho, só não descodifico a origem do Sequeira.
Interessante interligar a migração interna de gente entre Abiul, Espinhal, Condeixa, Lousã, Torres Novas, Montemor o Velho, Torres Vedras e,...com apelidos Gameiro; Freire; Barros; Jorge; Lobo; Godinho; Cutrim; Alarcão, entre outros, na ligação ao senhorio de terras do Marquês de Torres Novas, mais tarde Duque de Aveiro para onde foram trabalhar.
« Abiul recebeu o seu primeiro foral em 1167 por Didacus Peaiz e sua mulher D. Examena. Em 1175 foi doada ao Mosteiro do Lorvão que vendeu parte da vila a André da Silva Coutinho, passando mais tarde para os Duques de Aveiro que a fizeram prosperar.»Não fazendo referência em que data passou para os Duques de Aveiro. Em comparação com a monografia «Embora se desconheça a data de concessão, é admissível que esta se situe por volta de 1547, data em que o Marquês de Torres Novas recebeu o título de 1º Duque de Aveiro. Como tributo, cada morador da vila de Abiúl passou a pagar aos duques de Aveiro, uma moeda de 3 reis. (Eusébio, 2007:87/88)».
Os Duques de Aveiro
Foram senhores de vários senhorios na região centro; Abiul, Penela, Condeixa, Montemor o Velho, Lousã e a Alcaidaria-mor de Coimbra.
Na quinta de Sarzedas, hoje Sarzeda em Ansião, viveu a nobre Mariana Josefa Silva e Sequeira Ponce Mendanha , vinda do reino de Espanha, teria ligação familiar à esposa do duque de Aveiro casado com uma Ponce Leão em Abiul, o apelido Silva, costado dos Silvas de Abiul, Mendanha de Montemor o Velho, só não descodifico a origem do Sequeira.
Interessante interligar a migração interna de gente entre Abiul, Espinhal, Condeixa, Lousã, Torres Novas, Montemor o Velho, Torres Vedras e,...com apelidos Gameiro; Freire; Barros; Jorge; Lobo; Godinho; Cutrim; Alarcão, entre outros, na ligação ao senhorio de terras do Marquês de Torres Novas, mais tarde Duque de Aveiro para onde foram trabalhar.
Excerto de https://geneall.net/
« em 1551 os Duques de Aveiro passavam a ter bens em Arruda (fala-se que a Escola do Paço lhes pertenceu). Aqui viveu e partiu para o cadafalso o ultimo Duque de Aveiro, D. José de Mascarenhas, acusado de cúmplice de tentativa de regicídio a D. José I a 3 de Setembro de 1758. Os bens dele são dispersos por outros nobres. Nos autos da Inquisição e dos livros de Visitações a identificação no Séc. XVI constam 3 hereges, 2 acusados de judaizantes e 1 fanchono (homosexual); 1 teria sido vitima de auto-da-fé e executado no Monte da Forca, fora da vila. Os Duques de Aveiro tiveram em Arruda um palácio que derruíu». Julgava eu que tinha sido o duque preso no seu palácio de Azeitão...
« em 1551 os Duques de Aveiro passavam a ter bens em Arruda (fala-se que a Escola do Paço lhes pertenceu). Aqui viveu e partiu para o cadafalso o ultimo Duque de Aveiro, D. José de Mascarenhas, acusado de cúmplice de tentativa de regicídio a D. José I a 3 de Setembro de 1758. Os bens dele são dispersos por outros nobres. Nos autos da Inquisição e dos livros de Visitações a identificação no Séc. XVI constam 3 hereges, 2 acusados de judaizantes e 1 fanchono (homosexual); 1 teria sido vitima de auto-da-fé e executado no Monte da Forca, fora da vila. Os Duques de Aveiro tiveram em Arruda um palácio que derruíu». Julgava eu que tinha sido o duque preso no seu palácio de Azeitão...
Senti sempre um profundo abandono, sem
viv'alma... De Abiul recordo as touradas na companhia do meu pai na década de 60 e depois do 25 de abril os colegas que estudaram comigo em Pombal. Gente bonita de olhos claros e cabelos loiros, ao tempo terra castigada pela forte emigração para o Mundo. Nesta curta
visita em tarde de muito calor apreciei o investimento que a freguesia
em colaboração com câmara encetaram e o deve continuar.
Abiul dois Arcos em tijoleira sem classificação
Iluminação pública na vila com candeeiros de braço em ferro forjado. Uma boa iniciativa.
Levei a minha querida mãe que adora as minhas passeatas históricas.
O terreno e o casario em ruínas será da Fundação Dr. José Lourenço Júnior (?)
Reutilização de partes de colunas do palácio numa reutilização em umbral como a 1ª foto demonstra.
Espaço onde outrora foi o Palácio de André Coutinho e depois dos Duques de Aveiro
Monumento de comemoração dos 500 anos do seu Foral.
Monumento de comemoração dos 500 anos do seu Foral.
«O arco manuelino um dos elementos que resta do solar de André
de Sousa Coutinho, edificado entre os finais do século XV e os
primeiros anos do século XVI (Sequeira, 1955). Veio a ser herdado pelos Duques de Aveiro.
O arco Manuelino ostenta ao centro no interior letras esculpidas não foram abordadas na DGPC nem na tese de mestrado. Sequência da letra "A" "G" "A" a evidenciar os antecedentes do Senhorio de Abiul
Dois Senhores de Abiul com o mesmo nome - Ayres Gomes da Silva centrado com o primeiro Senhor de Abiul Gonçalo Gomes Coutinho, o que depreendo...E ainda os remates das letras traçadas e acima destas , uma impercetível e acima um triângulo a lembrar ligação à Maçonaria?
O que foi uma fonte a poente de Abiul às imediações do nicho seiscentista a necessitar de reabilitação. Há outra em bom estado que a distingui ao longe na estrada principal que não fotografei.
Nicho seiscentista
Nicho seiscentista
Encontra-se a poente do arco Manuelino do palácio
«O nicho da capela que se apresenta com arco assente em pilastras coríntias. »
«O nicho da capela que se apresenta com arco assente em pilastras coríntias. »
Em 2014 a tese de Mestrado alertou para a sua requalificação.
E sim foi tratado, para hoje se mostrar vaidoso, mas ainda a necessitar de mais intervenção.
Onde teria sido a pedreira onde se esculpiu estas lindas ombreiras ?
Reaproveitamentos de fragmentos em cerâmica faiança e metal encontrados na requalificação deixados a embelezar a parede. Testemunhos da vida e do passado recente e mais antigo aqui vivido.
Cerâmica a lembrar o meu tempo; asa do barril ,faiança pintada de Coimbra de alguma bacia e asa de um penico, o que mais me intrigou foi a cerâmica pintada a preto, de onde será a sua origem? Miranda do Corvo? A peça em metal lembra o tempo romano...
O Abade Dom João de Lorvão
Intrinsecamente ligado à Lenda dos Degolados de Montemor o Velho. Foi abade de Almoster que pertencia ao tempo ao Mosteiro do Lorvão.
Retirado de https://mosteirodeseica.com/artigos/
Capela de Seiça
Traduzido pelo prof. A. Vitor Guerra“Quer como soldado, quer como abade lorvanense, João, que se portou com valentia no castelo de Montemor, degolou os que não podiam combater, a-fim-de que não fossem presa de mouros, que prodigiosamente derrotou, pondo-os em fuga com a espada. Este ficou vencedor; e os mortos, tornados à vida, festejam a vitória, enquanto que ele rende graças a Deus e a Maria. Tendo edificado esta capela e aqui morrendo, goza agora a bem-aventurança eterna”.
Em tempos ouve outra inscrição latina que estava sobre a sepultura do Abade João:
“João, outrora abade do Mosteiro de Lorvão, tio paterno do rei Ramiro I, que, na era do senhor, 850, para defesa do corpo de tropas de Montemor levara de vencida Abderramen II, rei de Córdova (sendo mortos 70.000 Sarracenos) com uma pequena força de cristãos, e veria ressuscitados por intervenção desta S S. Virgem as mulheres e crianças mortas por seu conselho, jaz aqui sepultado”.
A obra em Abiul dos Duques de Aveiro
Intrinsecamente ligado à Lenda dos Degolados de Montemor o Velho. Foi abade de Almoster que pertencia ao tempo ao Mosteiro do Lorvão.
Retirado de https://mosteirodeseica.com/artigos/
Capela de Seiça
Traduzido pelo prof. A. Vitor Guerra“Quer como soldado, quer como abade lorvanense, João, que se portou com valentia no castelo de Montemor, degolou os que não podiam combater, a-fim-de que não fossem presa de mouros, que prodigiosamente derrotou, pondo-os em fuga com a espada. Este ficou vencedor; e os mortos, tornados à vida, festejam a vitória, enquanto que ele rende graças a Deus e a Maria. Tendo edificado esta capela e aqui morrendo, goza agora a bem-aventurança eterna”.
Em tempos ouve outra inscrição latina que estava sobre a sepultura do Abade João:
“João, outrora abade do Mosteiro de Lorvão, tio paterno do rei Ramiro I, que, na era do senhor, 850, para defesa do corpo de tropas de Montemor levara de vencida Abderramen II, rei de Córdova (sendo mortos 70.000 Sarracenos) com uma pequena força de cristãos, e veria ressuscitados por intervenção desta S S. Virgem as mulheres e crianças mortas por seu conselho, jaz aqui sepultado”.
A obra em Abiul dos Duques de Aveiro
Mandaram construir igrejas, capelas, hospital e mandaram instituir a Misericórdia .
Misericórdia de Abiul
Da porta distingui uma escadaria em pedra para o pátio interior.
Misericórdia de Abiul
Da porta distingui uma escadaria em pedra para o pátio interior.
Largo da Misericórdia
Por todo o lado Casas Senhoriais em mistura com modernas que destoam...
Pedra do renascimento, conforme informação do Dr. João Santos
Possivelmente do período em que os duques de Aveiro frequentavam a região, ou seja de um tempo próximo das obras do convento de Tomar, são da mesma natureza: renascimento italiano.
Canteiro forrado a azulejos antigos
O contraste do antes e do depois do muro antigo na foto de cima com a em baixo, consolidado.
Entrada para o varandim pela lateral a poente.
O muro da frente do palanque até ao forno sem vestígios de aqui ter havido qualquer casa.
Antes indicia apenas serviu unicamente de palanque
Tinha de entrar no forno para sentir a emoção...
Inscrição 1787 numa janela pequena o que teria sido aqui nesta casa? Casa da Roda?
Muito ainda falta para explorar e inventariar em Abiul...
Solar reforçado com placa julgo há anos sendo que se encontra em derrocada iminente.
Ao fundo enxerga-se um penico, e disso me recordo há anos de o ver, ou não?
Varanda castiça do século XVII
Replica do Pelourinho?
O que aconteceu ao primitivo Pelourinho de Abiul?
https://www.cm-pombal.pt/freguesias/freguesia-de-abiul/
https://deskgram.net/explore/tags/Abiul
http://www.solidariedade.pt/site/detalhe/13233
https://mosteirodeseica.com/artigos/
Memórias Paroquiais
Palanque
«Onde os Duques assistiam às justas, cavalhadas e largadas de touros no dia da Padroeira.» Evidencia a importância que os duques de Aveiro atribuíram à vila de Abiúl.
O palanque não é o original, mas uma reconstituição do povo, atestado em placa.
Origem da Festa Brava
O palanque não é o original, mas uma reconstituição do povo, atestado em placa.
Origem da Festa Brava
«A festa brava acontecia na Praça Velha onde os Duques assistirem à tourada no redondel no terreiro do burgo no ano de
1561, onde se correu toiros em Portugal pela primeira vez, como promessa por se
ter erradicado a peste desta Vila .Há quem diga que a festa brava começou na Atouguia da Baleia, introduzida pelo genro dos Duque de Aveiro, o Conde da Atouguia, sendo os sogros os mentores de a terem trazido de Espanha para Abiul quando herdaram o senhorio, disso parece não haver qualquer dúvida.Há outros que atribuem a primeira praça a Abiul em paralelo com Sousel. A festa brava provavelmente foi trazida por «D. Gabriel Ponce de León e Lencastre nascido em 1667 o 7º Duque de Aveiro em 1720. Morto solteiro, sem filhos, o Ducado de Aveiro passou para José de Mascarenhas Lencastre, seu primo afastado. D. Gabriel de Lencastre ou Gabriel Ponce de León e Lencastre, cujo nome completo era Gabriel de Lencastre Ponce de León Manrique de Lara Cardenas Giron e Aragão nascido em 1667 e faleceu em 1745 e foi o 7º Duque de Aveiro em 1720, confirmado em 1732 e 6º Marquês de Torres Novas. O 7º Duque de Aveiro D. Gabriel era o 2º filho do fidalgo castelhano Manuel Ponce de León, 6º Duque dos Arcos, e da sua mulher Maria Guadalupe de Lencastre Cardenas Manrique, que se tornou a 6ª Duquesa de Aveiro. Por promessa judicial, Gabriel herdou o Ducado de Aveiro de sua mãe, com a condição de vir morar para Portugal. O Ducado dos Arcos ficou para seu irmão mais velho.Morto solteiro, sem filhos, o Ducado de Aveiro passou para José de Mascarenhas Lencastre, seu primo afastado.»
«Em 1766 o Bispo de Coimbra D. Frei Miguel da Anunciação, bispo conde de Arganil chegou a excomungar as touradas de Abiul que se realizavam no dia de celebração das festas em honra do seu orago, Nossa Senhora das Neves, situação desabonatória que provocou um grande diferendo com o povo amigo da festa brava e veio a ter despacho de el-Rei D. José I no dia 27 de Agosto de 1769
" (...) para não faltar ao costume e devido culto, que nesta posse se conservam desde tempos que excede a memória dos homens, presidindo a Câmara a todos os atos desta festividade, porém que neste presente ano sucederá que julgando Vós não ser decente outro festejo que não fosse o da Igreja, pretendestes estabelecer que não houvesse touros, nem os costumados divertimentos que vêm em consequência deles… sou servido declarar-vos, que tão dissonante é impedirdes a festa que costuma fazer naquela igreja a Câmara e o povo de Abiul, com excesso e abuso da vossa jurisdição e ministério é proibir direta ou indiretamente os touros e que a uma ou outra coisa vos deveis abster…", com esta decisão os touros continuaram a ser lidados nos dias de festa em honra da sua padroeira. As touradas mantiveram-se no terreiro até 1898, ano em foi substituída por uma outra praça em madeira que tinha a sombra do tejadilho de lata com rendilhado pintada de vermelho. Em 1951 as ruas eram fechadas com carros de bois e toros de pinheiros para a largada dos toiros.»
Conheci Abiul na década de 60
O meu pai era aficionado das touradas. Em 69 levou a família de táxi à inauguração da praça de toiros atual. Em 1969 no 1º domingo de agosto estive na praça tinha doze anos. Havia muita gente vestida de negro e outros de corres garridas onde estava junto dos arcos em meia derrocado o repórter Fernando Pessoa com o seu grande microfone da EN a fazer reportagem naquela voz sonante a dar ênfase «seria aqui, aqui, neste preciso lugar onde me encontro, o varandim do palácio dos Duques de Aveiro, de onde avistavam o boi»... A título de curiosidade nesta região de Sicó o povo chama bois aos toiros. E as mulheres dos Ramalhais, as conhecia de venderem loiça e barros na feira de Ansião, vestidas de traje castiço que jamais foi objeto de recolha e divulgação. Altas e secas de carnes, cara rude vestidas de negro com saia dobradas pelas costas à laia de xaile a brilhar d'oiros, orelhas com grandes arcadas e ao pescoço cordão com medalhão - dizia para a outra, anda ver o boi... e abalam em passo corrido em cima de pernas tortas ao mesmo tempo que elevaram mãos para ajeitar o lenço da cabeça e o baixar a guisa de palas aos olhos para em bicos de pés esgueiradas e curiosas espreitavam pela guarita, o curro!
«Em 1766 o Bispo de Coimbra D. Frei Miguel da Anunciação, bispo conde de Arganil chegou a excomungar as touradas de Abiul que se realizavam no dia de celebração das festas em honra do seu orago, Nossa Senhora das Neves, situação desabonatória que provocou um grande diferendo com o povo amigo da festa brava e veio a ter despacho de el-Rei D. José I no dia 27 de Agosto de 1769
" (...) para não faltar ao costume e devido culto, que nesta posse se conservam desde tempos que excede a memória dos homens, presidindo a Câmara a todos os atos desta festividade, porém que neste presente ano sucederá que julgando Vós não ser decente outro festejo que não fosse o da Igreja, pretendestes estabelecer que não houvesse touros, nem os costumados divertimentos que vêm em consequência deles… sou servido declarar-vos, que tão dissonante é impedirdes a festa que costuma fazer naquela igreja a Câmara e o povo de Abiul, com excesso e abuso da vossa jurisdição e ministério é proibir direta ou indiretamente os touros e que a uma ou outra coisa vos deveis abster…", com esta decisão os touros continuaram a ser lidados nos dias de festa em honra da sua padroeira. As touradas mantiveram-se no terreiro até 1898, ano em foi substituída por uma outra praça em madeira que tinha a sombra do tejadilho de lata com rendilhado pintada de vermelho. Em 1951 as ruas eram fechadas com carros de bois e toros de pinheiros para a largada dos toiros.»
Conheci Abiul na década de 60
O meu pai era aficionado das touradas. Em 69 levou a família de táxi à inauguração da praça de toiros atual. Em 1969 no 1º domingo de agosto estive na praça tinha doze anos. Havia muita gente vestida de negro e outros de corres garridas onde estava junto dos arcos em meia derrocado o repórter Fernando Pessoa com o seu grande microfone da EN a fazer reportagem naquela voz sonante a dar ênfase «seria aqui, aqui, neste preciso lugar onde me encontro, o varandim do palácio dos Duques de Aveiro, de onde avistavam o boi»... A título de curiosidade nesta região de Sicó o povo chama bois aos toiros. E as mulheres dos Ramalhais, as conhecia de venderem loiça e barros na feira de Ansião, vestidas de traje castiço que jamais foi objeto de recolha e divulgação. Altas e secas de carnes, cara rude vestidas de negro com saia dobradas pelas costas à laia de xaile a brilhar d'oiros, orelhas com grandes arcadas e ao pescoço cordão com medalhão - dizia para a outra, anda ver o boi... e abalam em passo corrido em cima de pernas tortas ao mesmo tempo que elevaram mãos para ajeitar o lenço da cabeça e o baixar a guisa de palas aos olhos para em bicos de pés esgueiradas e curiosas espreitavam pela guarita, o curro!
O contraste do antes e do depois do muro antigo na foto de cima com a em baixo, consolidado.
Entrada para o varandim pela lateral a poente.
O muro da frente do palanque até ao forno sem vestígios de aqui ter havido qualquer casa.
Antes indicia apenas serviu unicamente de palanque
O bolo cozido no forno
Pinho Leal no dicionário antigo e moderno« Abiul tinha 420 fogos, implantada num vale cercada de outeiros, com um ribeiro, Seiçal. Havia antigamente por ocasião da festa de NS das Neves em agosto muitas festas de touros, cannas, justas, cavalhadas, etc, etc, - havia na praça um grande forno que se acendia na sexta feira antecedente, e depois de arder até ao domingo ( para o qual se gastava 12 ou 13 carradas de lenha) que lhe metiam dentro um bôlo (fogaça) de 10 ou 12 alqueires de trigo (é grande...) indo um sujeito, previamente confessado e sacramentado, dentro do forno virar o bolo. Consta que em 1561/2, houve uma grande peste nesta villa, que matou a maior parte de gente da freguesia. Um figurão daqui prometeu então fazer todos os annos a festa do bôlo e a de NS das Neves, que fez logo cessar a peste. Por morte do tal figurão se continuou a festa, por muitos annos, à custa da câmara e depois foi feita por mordomes voluntários.»
Pinho Leal no dicionário antigo e moderno« Abiul tinha 420 fogos, implantada num vale cercada de outeiros, com um ribeiro, Seiçal. Havia antigamente por ocasião da festa de NS das Neves em agosto muitas festas de touros, cannas, justas, cavalhadas, etc, etc, - havia na praça um grande forno que se acendia na sexta feira antecedente, e depois de arder até ao domingo ( para o qual se gastava 12 ou 13 carradas de lenha) que lhe metiam dentro um bôlo (fogaça) de 10 ou 12 alqueires de trigo (é grande...) indo um sujeito, previamente confessado e sacramentado, dentro do forno virar o bolo. Consta que em 1561/2, houve uma grande peste nesta villa, que matou a maior parte de gente da freguesia. Um figurão daqui prometeu então fazer todos os annos a festa do bôlo e a de NS das Neves, que fez logo cessar a peste. Por morte do tal figurão se continuou a festa, por muitos annos, à custa da câmara e depois foi feita por mordomes voluntários.»
Realçar neste excerto em época medieval as festas concorridas com touros, abrilhantadas com música de canas, ainda me lembro do som magnifico que exalavam as canas rachadas numa das pontas, engalanadas de fitas coloridas, e o tocador com toques de mãos em mestria delas fazia soar música, as justas seria um combate ou duelo amigável para apurar o popular mais forte e cavalhadas o mesmo entre os nobres.A quantidade mencionada de alqueires de trigo os entendo em grão, para depois de moídos ser menor a quantidade. Não encontrei equivalência para um quilo de trigo em grão em farinha. O bolo ou fogaça nada mais que um pão de trigo alvo, em tempo que só comiam pão escuro - broa de milho ,centeio , cevada, bolota ou castanha.Se o bolo era colocado com a ajuda de uma pá larga, só se compreende a necessidade de alguém entrar dentro do forno para o virar quando o forno se encontra de calor mais brando já em final de cozedura, doutra forma seria impossível.A entrada de um homem dentro do forno é mais um ritual em demonstrar força com proteção divina do milagre de sair salvo que rotula o FIGURARÃO, em retratar à época um homem destemido exibicionista, desafiador do perigo, e bucho cheio de vinho, vigorou até aos finais do séc XX, além de fortemente beatizado, analfabeto e afoito preparado com os sacramentos da confissão e comunhão designado pelo povo, de Juiz, nome que o enchia de orgulho, acompanhava o andor da igreja ao largo do forno e retirava da mão da Senhora um cravo que o prendia nos seus dentes para não se queimar, armado de chapéu molhado e tamancos entrava no forno onde dava três voltas, virava o bolo e saía sem ter sofrido quaisquer queimaduras. Tudo isto se passava sob o olhar de Nossa Senhora das Neves colocada em frente ao forno para a sua protecção, perante assistência de povo incrédulo que o via sair vivo e salvo - milagre, debalde de vez em quando um morria...para se dizer - pecador.. Esta tradição foi mantida até ao ano de 1913, quando morre o último homem que entrou no forno, foi uma sua neta que me contou .Não há relatos do que se fazia com o bolo - naturalmente seria dividido em pequenas porções e distribuído por todos...que o entendiam como amuleto contra pragas, doenças e outros males que não sabiam justificar e encaixavam na sua alta beatificação.
O autor da tese de Mestrado não abordou estas mensagem em latim nem as traduziu...
Não sei a quem pertenceu este solar em ruína defronte da Praça velha de gaveto a merecer atenção
Seria a Casa da Câmara? E a cadeia, ainda existe?
Seria a Casa da Câmara? E a cadeia, ainda existe?
Casa Senhorial com belas janelas ao estilo de avental de quem teria sido?
Muito ainda falta para explorar e inventariar em Abiul...
A quem se deve o celeiro? Onde foi?
Não se encontra identificado.
Faz falta a menção do nome das famílias nas Casas Senhoriais.De as ver requalificadas.O município devia apoiar os proprietários para as manter na sua traça.
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal em Portugal Antigo e Moderno
Excertos sobre as queixas (...) do povo de Abiul dos seus fidalgos que cometiam toda a casta de despotismos e arbitrariedades; e tantas queixas fez o povo, e tantas alçadas aqui vieram, que por fim ficou a aldeia limpa de gente tão daninha. Na verdade a fidalguia sentia-se superior , maltratava quem muito trabalhava e pouco recebia.
Excertos sobre as queixas (...) do povo de Abiul dos seus fidalgos que cometiam toda a casta de despotismos e arbitrariedades; e tantas queixas fez o povo, e tantas alçadas aqui vieram, que por fim ficou a aldeia limpa de gente tão daninha. Na verdade a fidalguia sentia-se superior , maltratava quem muito trabalhava e pouco recebia.
Solar reforçado com placa julgo há anos sendo que se encontra em derrocada iminente.
Ao fundo enxerga-se um penico, e disso me recordo há anos de o ver, ou não?
Varanda castiça do século XVII
Igreja
Estava fechada, devia estar aberta pelo menos até ás 5 H para os turistas a poderem apreciar.
Segundo Pinho Leal «D. Manuel I, os Duques de Aveiro e o povo reedificaram a igreja em 1520»
Estava fechada, devia estar aberta pelo menos até ás 5 H para os turistas a poderem apreciar.
Segundo Pinho Leal «D. Manuel I, os Duques de Aveiro e o povo reedificaram a igreja em 1520»
Encontrei as pedras visigóticas que se encontra nas vergas exteriores laterais do portal da igreja num arquivo PDF, debalde não consegui copiar
Não encontrei esta Cruz altaReplica do Pelourinho?
O que aconteceu ao primitivo Pelourinho de Abiul?
Escola de Música de Abiul
Terá aqui nesta casa nascido José Lourenço Júnior ?
Terá aqui nesta casa nascido José Lourenço Júnior ?
Excertos de http://www.solidariedade.pt/site/detalhe/13233
«A Fundação foi criada, em 1992, por vontade de José Lourenço Júnior e por
abnegado empenho de Alberto Vaz Serra e Esmeraldo Cunha, presidente e
administrador secretário, respetivamente. Nascido em 1902, o benemérito, segundo resenha escrita pelo próprio, “queria ser médico ou advogado, mas o pai não tinha meios financeiros
para lhe dar o curso. Foi falar com o avô, o Sr. Morgado da Fonte Fria
(Freixianda) que lhe disse que só o ajudaria se ele quisesse ser padre,
porque os médicos «matam as pessoas e os advogados são ladrões!».
Resignado, desistiu”.
Iniciou, então, uma primeira carreira, começando por trabalhar numa farmácia em Abiul.
Mais tarde, com o sonho de ser advogado concretizado, José Lourenço Júnior desenvolve uma carreira de sucesso entre o Brasil e Lisboa e, já com 90 anos de idade, faz nascer a Fundação que perpetua o seu nome e o da esposa. Falecido cinco anos mais tarde, não veria a sua obra edificada.
“Ele chegou a um determinado momento da sua vida em que, não tendo nenhum descendência direta, quis deixar uma marca, um legado importante para a população, para que esta se recordasse dele. Apesar de ter estado muitos anos fora no Brasil e ter desenvolvido a sua carreira profissional em Lisboa, acabou por não se esquecer da terra que o viu nascer e o apoiou”, conta Isabel Vaz Serra.
Mais tarde, com o sonho de ser advogado concretizado, José Lourenço Júnior desenvolve uma carreira de sucesso entre o Brasil e Lisboa e, já com 90 anos de idade, faz nascer a Fundação que perpetua o seu nome e o da esposa. Falecido cinco anos mais tarde, não veria a sua obra edificada.
“Ele chegou a um determinado momento da sua vida em que, não tendo nenhum descendência direta, quis deixar uma marca, um legado importante para a população, para que esta se recordasse dele. Apesar de ter estado muitos anos fora no Brasil e ter desenvolvido a sua carreira profissional em Lisboa, acabou por não se esquecer da terra que o viu nascer e o apoiou”, conta Isabel Vaz Serra.
“Sem descendência, José Lourenço Júnior entendeu que queria deixar em
Abiul o seu legado e, sendo a principal missão da Fundação o acolhimento
à terceira idade, quis também que o lar tivesse o nome da esposa, Lar Otília Lourenço”
“O apoio à
população é feito através do Lar Otília Lourenço, com as três valências:
Estrutura Residencial, Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Dia”.
O benemérito de Abiul
O local onde se encontra implantado o Lar é tão verdejante e belo que nos transporta para uma zona de água e flores em abundância.
O menos bom em estética com o centro histórico de Abiul?
Prédio novo ou requalificado em má aposta pela arquitectura simplista que nem os painéis azulejares lhe conferem graça tão pouco os postes provisórios das festas e dos fios em inestético estar...apenas o suporte da varanda a salientar.Se o seu proprietário apostasse em tirar o reboco e as persianas ganharia outra graça o casario com o painel azulejar de Nossa Senhora recolocado acima dos outros.
Cenário mais bonito e bem enquadrado na frente
Voltar à Praça Velha
Em verdade Abiul goza de ter sido o primeiro local em Portugal onde se toureou, por isso catalogada como a praça de toiros mais antiga de Portugal. A festa brava provavelmente foi trazida por «D. Gabriel Ponce de León e Lencastre nascido em 1667 o 7º Duque de Aveiro em 1720. Morto solteiro, sem filhos, o Ducado de Aveiro passou para José de Mascarenhas Lencastre, seu primo afastado.»
Em verdade Abiul goza de ter sido o primeiro local em Portugal onde se toureou, por isso catalogada como a praça de toiros mais antiga de Portugal. A festa brava provavelmente foi trazida por «D. Gabriel Ponce de León e Lencastre nascido em 1667 o 7º Duque de Aveiro em 1720. Morto solteiro, sem filhos, o Ducado de Aveiro passou para José de Mascarenhas Lencastre, seu primo afastado.»
Onde foi o velho redondel ?
Aqui nesta praça onde havia um grande carvalho que fazia sombra ao redondel.
Obras na praça de saneamento foi retirado o fontanário de carranca com dois sóis que os duques mandaram fazer tendo um vizinho velhote se disponibilizado logo para o guardar no pátio de sua casa mandando recado a um antiquário do distrito de Setúbal, vinha amiúde a Pombal onde ficava sediado numa pensão e varria a região e logo lhe o vendeu ...quando era do povo!
Aqui nesta praça onde havia um grande carvalho que fazia sombra ao redondel.
Obras na praça de saneamento foi retirado o fontanário de carranca com dois sóis que os duques mandaram fazer tendo um vizinho velhote se disponibilizado logo para o guardar no pátio de sua casa mandando recado a um antiquário do distrito de Setúbal, vinha amiúde a Pombal onde ficava sediado numa pensão e varria a região e logo lhe o vendeu ...quando era do povo!
Excertos retirados de https://deskgram.net/explore/tags/Abiul
«HEMEROTECA ABIULENSE A 16 de agosto, no ano de 1963, a revista quinzenal «GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO» na rubrica «TERRAS DA NOSSA TERRA», publicou o artigo «As Cinco Vilas», da autoria de António Simões do Rosário. Referindo-se às vilas de Aguda, Avelar, Chão de Couce, Maçãs de Dona Maria e Pousa Flores, refere que em Avelar, no primeiro domingo de setembro tem lugar uma romaria e o forno que era a atração principal da festa, também conhecido por «festa do forno», igualmente realizada em Pombal e Abiul, proibida pelo «bispo-conde de Coimbra». O autor conclui com a interessante nota relativa ao bailado criado com base nesta tradição: “O homem do cravo na boca”. «Símbolo da passada autonomia municipal, possui o Avelar o seu pelourinho, incluído entre os nossos monumentos nacionais e, no vasto terreiro central, a Igreja Matriz, de Nossa Senhora da Guia, sem grande interesse arquitectónico ou artístico, mas na qual, no primeiro domingo de Setembro, se faz uma concorridíssima romaria, a que não faltam numerosas fogaças – como aliás ocorre em todas as que se realizam nos mais pontos das Cinco Vilas. Próximo e ainda no Terreiro, vê-se o forno que constituía o centro da chamada festa do forno (que também se realizava em Pombal e Abiul) e que foi proibida, já há algumas dezenas de anos, pelo bispo-conde de Coimbra. Nessas alturas, acendia-se o forno na véspera da festa e nele se punha a cozer um bolo; no dia seguinte, um homem de cravo na boca e de chapéu armado entrava nele, dava três voltas no seu interior e retirava o bolo já cozido, no meio do entusiasmo algo supersticioso dos romeiros. Esta festa deu origem ao bailado, do grupo Verde Gaio, O homem do cravo na boca.»
«HEMEROTECA ABIULENSE A 16 de agosto, no ano de 1963, a revista quinzenal «GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO» na rubrica «TERRAS DA NOSSA TERRA», publicou o artigo «As Cinco Vilas», da autoria de António Simões do Rosário. Referindo-se às vilas de Aguda, Avelar, Chão de Couce, Maçãs de Dona Maria e Pousa Flores, refere que em Avelar, no primeiro domingo de setembro tem lugar uma romaria e o forno que era a atração principal da festa, também conhecido por «festa do forno», igualmente realizada em Pombal e Abiul, proibida pelo «bispo-conde de Coimbra». O autor conclui com a interessante nota relativa ao bailado criado com base nesta tradição: “O homem do cravo na boca”. «Símbolo da passada autonomia municipal, possui o Avelar o seu pelourinho, incluído entre os nossos monumentos nacionais e, no vasto terreiro central, a Igreja Matriz, de Nossa Senhora da Guia, sem grande interesse arquitectónico ou artístico, mas na qual, no primeiro domingo de Setembro, se faz uma concorridíssima romaria, a que não faltam numerosas fogaças – como aliás ocorre em todas as que se realizam nos mais pontos das Cinco Vilas. Próximo e ainda no Terreiro, vê-se o forno que constituía o centro da chamada festa do forno (que também se realizava em Pombal e Abiul) e que foi proibida, já há algumas dezenas de anos, pelo bispo-conde de Coimbra. Nessas alturas, acendia-se o forno na véspera da festa e nele se punha a cozer um bolo; no dia seguinte, um homem de cravo na boca e de chapéu armado entrava nele, dava três voltas no seu interior e retirava o bolo já cozido, no meio do entusiasmo algo supersticioso dos romeiros. Esta festa deu origem ao bailado, do grupo Verde Gaio, O homem do cravo na boca.»
Festas do Bodo
Alusão à Rainha Santa Isabel e ao culto ao Espírito Santo em dar o bodo (pão) aos pobres
Alusão à Rainha Santa Isabel e ao culto ao Espírito Santo em dar o bodo (pão) aos pobres
Escadaria na ligação da Praça Velha ao que foi o Palácio a norte
O duque de Aveiro um nobre Távora
Viu-se implicado numa tramóia contra o Rei D. José. Para muitos historiadores e para mim perpetuada pelo Marquês de Pombal, homem visionário por ansiar o poder apenas para ele e claro os nobres Távora eram ao tempo os que tinham mais poder no reino. O avô paterno do Marquês vivia em Pombal numa quinta cuja proximidade com o Senhorio dos Duques era próxima. «O Duque de Aveiro veio a ser condenado à morte, a 12 de Janeiro de 1759 e todos os bens da Casa de Aveiro foram confiscados para a Coroa e vendidos em hasta pública tendo sido adquiridos por D. Manuel de Sousa Alvim, fidalgo da Casa Real e Capitão-mor do termo de Abiúl, e se mantiveram na posse dos seus descendentes até meados do século XIX”. (Eusébio,2007:136).» Alguns bens móveis quiçá roubados vendidos a varejadores antiquários, em verdade sempre por aqui andaram.
«Fatal o declínio da vila de Abiul e sede de concelho, constituída apenas por uma freguesia, entre 1167 e 1821.O que restou do fausto da vila de Abiul do século XIII a meados do século XVIII sofreu outra machada final com a passagem da 3ª invasão francesa em 1810 e ainda a pestilenta cólera-morbus que dizimou muitos populares para na derrocada final acontecer em 1821 ao ver extinto o julgado e concelho de Abiul e em 1870 a Misericórdia ser anexada à de Pombal que passou a ser o concelho.» Também muito contribuiu o traçado da ferrovia e da estrada nº 1 na ligação Lisboa/Porto pela mão do então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco.
Viu-se implicado numa tramóia contra o Rei D. José. Para muitos historiadores e para mim perpetuada pelo Marquês de Pombal, homem visionário por ansiar o poder apenas para ele e claro os nobres Távora eram ao tempo os que tinham mais poder no reino. O avô paterno do Marquês vivia em Pombal numa quinta cuja proximidade com o Senhorio dos Duques era próxima. «O Duque de Aveiro veio a ser condenado à morte, a 12 de Janeiro de 1759 e todos os bens da Casa de Aveiro foram confiscados para a Coroa e vendidos em hasta pública tendo sido adquiridos por D. Manuel de Sousa Alvim, fidalgo da Casa Real e Capitão-mor do termo de Abiúl, e se mantiveram na posse dos seus descendentes até meados do século XIX”. (Eusébio,2007:136).» Alguns bens móveis quiçá roubados vendidos a varejadores antiquários, em verdade sempre por aqui andaram.
«Fatal o declínio da vila de Abiul e sede de concelho, constituída apenas por uma freguesia, entre 1167 e 1821.O que restou do fausto da vila de Abiul do século XIII a meados do século XVIII sofreu outra machada final com a passagem da 3ª invasão francesa em 1810 e ainda a pestilenta cólera-morbus que dizimou muitos populares para na derrocada final acontecer em 1821 ao ver extinto o julgado e concelho de Abiul e em 1870 a Misericórdia ser anexada à de Pombal que passou a ser o concelho.» Também muito contribuiu o traçado da ferrovia e da estrada nº 1 na ligação Lisboa/Porto pela mão do então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco.
Apelido Coimbra
Os Duques de Aveiro tinham ligação ao Duque de Coimbra onde iam amiúde com serviçais.
Neste tempo o povo tinha por costume dois nomes próprios sem apelido, muitos para se distinguirem agregavam alcunhas e nomes de terras de onde provinham.Encontrei um pedido de passaporte em nome de António Coimbra, sem saber se regressou.
António Coimbra
1896-03-16 com Idade: 28 anos
Filiação: Joaquim Coimbra / Florinda de Jesus Naturalidade: Vale das Velhas / Abiul / Pombal Residência: Vale das Velhas / Abiul / Pombal
Destino: S. Paulo ( Brasil ) Observações: Não escreve
Da aldeia de Cancelinha em Abiul saiu alguém para casar na Ameixieira ou Matos em Ansião onde ainda existe em Albarrol e Sarzedela.
Feitiçaria em tempo de Inquisição
Excerto http://ch.guimaraes.pt/uploads/actas/1CHI/vol3_1/1chi-vol3_1-005.pdf «Um curador de êxito considerável Manuel Ferreira, porteiro do concelho da vila de Abiúl, delatado por seis ocasiões entre 1742 e 1743. E Dom António Velasques Sarmento Alarcão , natural de Penela e morador em Abiúl, era fidalgo da Casa Real , o qual consultou algumas feiticeiras, tendo inclusivamente mantido uma relação próxima com a famosa Maria de Gouveia. »
Onde foram as suas casas? Deviam estar assinaladas.
O Mestrado para Turismo Interior
Valoroso, pese embora o defina incompleto, na minha perspectiva de autodidacta e conhecedora do local faltou abordagem aos fidalgos que tiveram solares em Abiul, dos apelidos do passado que ainda vigoram, e da sua interligação aos concelhos limítrofes, mais saber sobre o porteiro de Abiul, dos problemas do povo com a Inquisição, o que aconteceu ao seu Pelourinho, Fontanário de carranca com dois sóis que um idoso sem escrúpulos vendeu a antiquários, o sitio da Cadeia, da Câmara, Casa da Roda, Casa de Almocatés, Celeiro, Lagares, de uma sepultura romana desaparecida e,... enfim do que foi uma grande sede de julgado e seria hoje a sede de concelho se não tivesse acontecido o fatal morticínio na família Távora, perpetuado pelo visionário e louco pelo poder absoluto- o Marques de Pombal com a preciosa ajuda do jurisconsulto de Ansião - Pascoal José de Mello Freire dos Reis, então com 19 anos, em especular o que lhe ofereceu?Com o arresto de bens para a Coroa, pelo menos os da região centro o Marquês os vendeu aos manos Lemos Faria Pereira Coutinho- o Desembargador e Bispo Conde de Coimbra formando a Casa de Pereira , com várias propriedades em Ansião, a quinta das Sarzedas, hoje Sarzeda, então no limite a sul com a herdade de Ansião.E ainda sem dar aparente importância ou valor à minha crónica na altura com grande visualização, como qualquer livro escrito! http://quintaisisa.blogspot.com/2010/10/festa-brava-em-abiul.html cujo conteúdo não foi dignificado em WEBGRAFIA ...
Sabendo ainda que qualquer trabalho desta envergadura deve ter visita obrigatória ao cemitério para entender a arte fúnebre para mais explicar o passado dos seus nobres e de outros que deixaram obra, e saber se lá se encontram sepultados. Ainda não visitei o cemitério de Abiul, reparei que foi acrescentado ao passar ao seu lado distingui um grande muro em cimento armado e a capela mortuária em grandeza.
Os Duques de Aveiro tinham ligação ao Duque de Coimbra onde iam amiúde com serviçais.
Neste tempo o povo tinha por costume dois nomes próprios sem apelido, muitos para se distinguirem agregavam alcunhas e nomes de terras de onde provinham.Encontrei um pedido de passaporte em nome de António Coimbra, sem saber se regressou.
António Coimbra
1896-03-16 com Idade: 28 anos
Filiação: Joaquim Coimbra / Florinda de Jesus Naturalidade: Vale das Velhas / Abiul / Pombal Residência: Vale das Velhas / Abiul / Pombal
Destino: S. Paulo ( Brasil ) Observações: Não escreve
Da aldeia de Cancelinha em Abiul saiu alguém para casar na Ameixieira ou Matos em Ansião onde ainda existe em Albarrol e Sarzedela.
Feitiçaria em tempo de Inquisição
Excerto http://ch.guimaraes.pt/uploads/actas/1CHI/vol3_1/1chi-vol3_1-005.pdf «Um curador de êxito considerável Manuel Ferreira, porteiro do concelho da vila de Abiúl, delatado por seis ocasiões entre 1742 e 1743. E Dom António Velasques Sarmento Alarcão , natural de Penela e morador em Abiúl, era fidalgo da Casa Real , o qual consultou algumas feiticeiras, tendo inclusivamente mantido uma relação próxima com a famosa Maria de Gouveia. »
Onde foram as suas casas? Deviam estar assinaladas.
O Mestrado para Turismo Interior
Valoroso, pese embora o defina incompleto, na minha perspectiva de autodidacta e conhecedora do local faltou abordagem aos fidalgos que tiveram solares em Abiul, dos apelidos do passado que ainda vigoram, e da sua interligação aos concelhos limítrofes, mais saber sobre o porteiro de Abiul, dos problemas do povo com a Inquisição, o que aconteceu ao seu Pelourinho, Fontanário de carranca com dois sóis que um idoso sem escrúpulos vendeu a antiquários, o sitio da Cadeia, da Câmara, Casa da Roda, Casa de Almocatés, Celeiro, Lagares, de uma sepultura romana desaparecida e,... enfim do que foi uma grande sede de julgado e seria hoje a sede de concelho se não tivesse acontecido o fatal morticínio na família Távora, perpetuado pelo visionário e louco pelo poder absoluto- o Marques de Pombal com a preciosa ajuda do jurisconsulto de Ansião - Pascoal José de Mello Freire dos Reis, então com 19 anos, em especular o que lhe ofereceu?Com o arresto de bens para a Coroa, pelo menos os da região centro o Marquês os vendeu aos manos Lemos Faria Pereira Coutinho- o Desembargador e Bispo Conde de Coimbra formando a Casa de Pereira , com várias propriedades em Ansião, a quinta das Sarzedas, hoje Sarzeda, então no limite a sul com a herdade de Ansião.E ainda sem dar aparente importância ou valor à minha crónica na altura com grande visualização, como qualquer livro escrito! http://quintaisisa.blogspot.com/2010/10/festa-brava-em-abiul.html cujo conteúdo não foi dignificado em WEBGRAFIA ...
Sabendo ainda que qualquer trabalho desta envergadura deve ter visita obrigatória ao cemitério para entender a arte fúnebre para mais explicar o passado dos seus nobres e de outros que deixaram obra, e saber se lá se encontram sepultados. Ainda não visitei o cemitério de Abiul, reparei que foi acrescentado ao passar ao seu lado distingui um grande muro em cimento armado e a capela mortuária em grandeza.
Mais uma partilha de uma amadora no papel de cidadania cultural sobre Abiul !
FONTES
Pinho Leal Dicionário de Portugal Antigo e Moderno 1873
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/13161/1/RUI_RUA.pdfPinho Leal Dicionário de Portugal Antigo e Moderno 1873
https://www.cm-pombal.pt/freguesias/freguesia-de-abiul/
https://deskgram.net/explore/tags/Abiul
http://www.solidariedade.pt/site/detalhe/13233
https://mosteirodeseica.com/artigos/
Memórias Paroquiais
Queria desde já dar os parabéns pelos artigos partilhados por este Blog, já em diversas pesquisas vim aqui ter.
ResponderExcluirTeria todo o gosto em responder a algumas questões que coloca ao longo do artigo realizando novamente um passeio pela vila.
Deixo o meu e-mail pessoal para podermos combinar, se tiver interesse.
rui.pedro.rua@hotmail.com
Cumprimentos,
Rui Rua
Caro Rui Rua bem haja pela cortesia e pelo elogio ao blog, que agradeço. Já lhe respondi via email como sugeriu.
ResponderExcluirCumprimentos
Isabel Coimbra