Um trecho extenso referente à fixação das características da serra de Sicó e Ansião (por terras de Pombal e Ansião): «Montes que a cercam (Abiul, concelho de Pombal) e uma serra bem conhecida de Sicó (...). Segundo os Geógrafos é acessório ou braço da serra de Ansião, que principia junto de Alvaiázere e se estende entre as vilas de Pombal e Rabaçal»
(...). «A serra é fria em sumo grau, porque por muito alta. É combatida e açoutada em todos os ventos que a inquietam a atmosfera, de maneira que só estando esta muito sossegada na estação do Verão, só então se podem dilatar-se nestes cumes as criaturas por tempo considerável. O seu terreno só é seco e ainda que cria ervas ... é porque as pedras por altas se conservam com as sombras e humor que as alenta» (...).
Este termo e freguesia (Abiul), em todo ele é montuoso com alguns vales que os muitos montes não permitem alargar, mas sim os agasalham muito dos ventos.
Tem nestes mesmos vales e covões dos ditos montes grande quantidade de olivais».
A resenha histórica do topónimo Abiud
A carta de Foral de 1167, atribuído por D. Afonso Henriques, ao seu aio Diogo Peariz e sua esposa D. Examena, em homenagem ao patriarca bíblico da Casa de David. Morreram sem descendência, revertendo a vila para a coroa.
Monumento erigido ao Foral Manuelino de 1515, no sítio do palácio de André da Silva Coutinho
Lopo da Silva
João da Silva 4º Senhor de Vagos casou com Branca Coutinho
D. Fernando Coutinho, Bispo de Lamego e do Algarve, teve uma filha a quem deixou a Vila do Bispo entre outras terras no Algarve.
D. Beatriz da Silva casada com Manuel de Melo, alcaide-mor de Olivença
Gonçalo da Silva, alcaide-mor de Abiul
D. Isabel da Silva casada Fernão Mascarenhas, comendador de Aljustrel
D. Leonor da Silva casada com Cristóvão de Melo, alcaide-mor de Évora e com D. Henrique Henriques, 3º senhor das Alcáçovas.
Resumo das Memorias Paroquiais de 1758, dos distritos de Leiria e Santarém
José Viriato
Capela Henrique Matos
Sandra Castro
O CONCELHO DA VILA DE ABIUL
Ouvidoria/correição de Montemor-o-Velho. Comarca de Tomar
Abiul (vila e termo)
Refere o número de vizinhos e pessoas da vila: 47 vizinhos e 152 pessoas maiores de 7 anos e menores 13. Refere o número de vizinhos dos lugares e casais que são 52: Castelo, 2; Chão de Urmeiro, 2; Brinsos, 11; Maçãs, 2; Casal dos Marques, 3; Ramalhais de Baixo, 9; Ramalhais de Cima, 28; Fetais, 3; Covões, 1; Cheiras, 11; Lagoa, 3; Vermelha, 1; Serôdio, 9; Portela, 2; Carrascal, 5; Vale do Milho, 6; Vale das Velhas, 31; Zambujais, 4; Vale do Perneco, 9; Ribeira de Ansião, 20; Carreira Velha, 1; Marnotos, 2; Antões, 2; Entrudos, 3; Aroeiras, 10; Vale do Rodrigo, 2; Araioa, 2; Crujeiras, 6; Lameirinha, 6; Cadavais, 2; Outeirinho, 9; Fontainha, 8; Pragueira, 3; Abelheira, 2; Milhariças, 5; Gaiteiro, 4; Rebolo, 6; Gesteira de Cima, 5; Gesteira de Baixo, 6; Fonte da Gata, 8; Vale da Figueira, 8; Amieira, 6; Azenha, 10; Vale d’Eira, 5; Vale de Mourão, 3; Barreiro, 2; Ramalheira, 6; Ventoso, 20; Cardais, 2; Seirrão, 2; Tiçoaria, 8; Quinta da Graça.
O forno medieval de Abiul , com o destruído de Pombal o de Santiago de Litem e de Penela, sendo ainda vivo o de Avelar, na tradição de cozer o bolo para distribuir pelos peregrinos e romeiros na festa do Divino Espírito Santo, o bodo aos pobres, que alguns dizem foi aduzido pela Rainha Santa Isabel.
O forno de Abiul, explica a etnografia desse passado
O forno era aceso de véspera com 6 a 7 carradas de lenha.
Questiono como era possível fazerem um bolo de farinha de trigo feito com alqueires de trigo, ao que parece dois, entre 110 a 120 Kg. Era chamado bolo, por ser pão alvo, o povo só comia broa escura. Mas, como o tenderiam e metiam no forno quente sem se queimarem? Sabemos que era usado uma padiola, para o transportar, até ai tudo bem, o problema é como o metiam dentro do forno quente, a escaldar, apenas há relatos da entrada para tirar o bolo...
A boca do forno era tapada a barro. A abertura da porta de forma eclíptica para melhor e mais rápido tirar o bolo cozido, outro segredo!
No dia da festa um homem entrava no forno, depois de confessado e de ter comungado, retirada do andor um cravo e punha-o na boca. Há anos, em conversa com uma senhora de Abiul, na feira de velharias em Ansião, confidenciou-me que o seu avô em Abiul, foi o penúltimo a entrar no forno para tirar o bolo, de cravo na boca vestido de chapéu de aba larga, que era uso à altura, botas, tudo encharcado para aguentar o calor, o ritual era dar três voltas ao forno e trazer o bolo cozido... no ano seguinte coube a função a outro que foi infeliz, não teve sorte de escapar ileso, vindo a morrer queimado, acabando o povo beatizado a dizer se morreu estava impuro com Deus... Cenário na presença do andor da Virgem, colocada em frente ao forno. A tradição foi mantida até 1913.
Mandato do Presidente da Junta de Freguesia de Abiul de 1901 a 1969...
Em dia de festa a fonte de leque de água, devia estar a funcionar...
Decoração da vila com candeeiros de braço e de pé alto com pedestal de pedra com a rosácea a imitar a escultura visigótica
Apontamentos de embelezamento a pedra
Homenagem aos cidadãos de Abiul que participaram como militares e os que padeceram a servir a Pátria nas ex. colónias
Belo Cruzeiro de pedra quinado
O términus aponta para aqui ter sido reutilizado vinda quiçá do primitivo Pelourinho...
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