sexta-feira, 20 de abril de 2018

Moinho d'água da Quinta de Além da Ponte, em Ansião

Nesta última estada por Ansião em véspera despedida o dia mostrava-se radiante pelo que convidei o meu marido para uma caminhada a ver águas do Nabão onde descaradamente me sentei num dos bancos da Ponte da Cal para saborear o tempo que era palco de casais de namorados , em lamento jamais ter sido meu e disso tenho pena, pois em tempo de águas, o cenário mostra-se de extraordinária beleza. 
Seguimos para norte pela Rua de S Pedro, sem saber se havia ligação nos caminhos para voltar ao Nabão. Encontrámos o nosso bom amigo "Chico Serra" do Escampado de Belchior, arrumava a ceifeira, trocámos conversa até que a filha nos adverte e, bem, que ainda tinha de ir para a catequese...Cortámos à casa que foi do alfaiate, pai da Irene e do Fernando, ainda me lembro dele a trabalhar no r/c de grande tesoura na mão e reparei noutra casa que lhe está adoçada mais pequena, muito bem restaurada com a pedra viva à vista em brutal contraste com um casario de imensurável dimensão que se avista ao fundo do caminho para nascente e desconhecia. Ao chegar mais perto mostrava-se de linha direita sem modernidade, na estranha ligação com uma parte antiga, sem saber que arquitecto lhe destinou o traço em as unir e, ainda pela cobertura de betão armado a imitar pála do telhado.Não imagino a utilidade do imóvel, quiçá turismo de habitação? Questionar se  o arquitecto da câmara para aprovar o projecto de construção e ampliação aqui veio e não se deu conta do valor histórico que aqui existe, ou não, ajuizar o contraste, sem harmonia nem graça com a  modernidade, a colidir com o antigo, porque o abafa ,  retira identidade e sobretudo brilho, e ainda a nova passagem de serventia larga a poente a mosaicos de cimento...Um desatino!
O que me pareceu estranho foi a impuridade abarcar o que  foi um solar do século XVII não o dignificando na sua ancestralidade com a contemporaneidade, quando bem podiam conviver separados em ambiente intemporal.Confesso fiquei sem fôlego indignada pela atrocidade a que este belo exemplar da arquitectura ansianense, do pouco que ainda resta do seu património dum passado rico, a que foi votado.

A origem da Quinta de Além da Ponte
Verossímil que a quinta de Além da Ponte nasceu do desmembrar da quinta das Lagoas onde um dos ramos se fixou na primeira casa  junto da estrada romana que foi ativada com a construção da Ponte da Cal depois de 1648; no gaveto com a Rua de S Pedro onde deslindei uma parede com janela de avental, denota antiguidade, que localizei em bicos de pé, por causa do muro e postei na cronica de um nobre Alarcão que viveu nesta quinta. 
A casa da "D Fernanda 29", aventa ser dos fins do séc XIX e tenha sido construída pelo novo dono Abel Falcão, quando regressou de África  que a tenha comprado a conterrâneo do Espinhal da família Alarcão que sabemos viveu na quinta de Além da Ponte. 
Recordo o povo chamar a casa dos Abéis.
O solar junto do moinho da centúria de 700 onde possivelmente nasceu a mãe do Conselheiro António José da Silva.
O moinho de Além da Ponte, no séc XX,  era usado pelo Sr Pires da Sarzedela, a quem o dono por não ter filhos, julgo deixou o solar que é citado na crónica, o moinho e chão, hoje na posse dessa família.

Solar do século XVII
Um dos poucos exemplares de solar com balcão e varanda alpendrada, típico da construção medieval que na Beira Baixa em Medelim, o povo ainda conserva mais de 200 e, em Ansião se contam pelos dedos das mãos...Deixo o alerta para além do conhecimento não se descuidarem com a sua preservação e não mais se permita que sejam continuadamente demolidos, alguns por força do alargamento de estradas.Há que estar atento e haver consciência em defender o património!
Visível a placa em cimento armado da cobertura e a coluna na frente de suporte
Qual a família do passado de Ansião que foi a donatária desta casa e quinta que se abrange até ao Nabão?
Na verdade a minha ideia de aqui vir ocorreu-me depois de ter lido no Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas uma Informação do Concelho de Ansião dada pelo seu juiz, Manuel Rodrigues em 1721  que aborda a "Capela que instituiu Joana Baustista do Moinho d'Além da Ponte termo desta vila feira a dita instituição aos 13 de setembro de 1696 annos; he possuidor e administrador della Manoel Matheus do mesmo termo; manda dizer quatro missas cad'hum anno." O excerto revela que em 1696 Manoel Matheus era possuidor e administrador da capela mandada instituir por Joana Baustista.  Indicia que a instituidora da capela   -Joana Batista estava ausente de Ansião - o que se mostra comum noutros instituidores de capelas nessa altura, para ter deixado um administrador  para dela tomar conta. 
Janelas de avental com pedras a ladear para os vasos
Frontaria a poente

Data de 1056 ? Não creio, contudo o algarismo "0"  mostra-se  bem visível.Merece um olhar atento depois de limpa a pedra para ser decifrado com veracidade
O que resta do Moinho de Além d'Ponte e da sua capela
 
 Visão de nascente sobre o Moinho de Além d'Ponte seguido do casario da casa nova e do solar
A ribeira da Mata, aqui não sei que nome tem, com leito de boa água corrente e  transparente vinda da Fonte Carvalho, depois de passar pela Ribeira do Açor, beijar a Constantina para aqui  se espraiar no Porto Largo, a caminho da foz no Nabão que por aqui nas hortas ainda é  menino...

O que resta do caneiro ou levada para o Moinho
Desde pelo menos no século XIV que Ansião assistiu a um numero elevado de moinhos de água e lagares. Em 1359 houve uma contenda com os almocatés sobre os pesos e as medidas que se encontra arquivada na Torre do Tombo, refere os almocatés dos moinhos .
Descortinei parte da levada , o ribeiro artificial, que alimentava o Moinho d'Além da Ponte que foi cortado com o estrangulamento do IC8  e da abertura do caminho a norte  que lhe fica paralelo . 
Apesar da vegetação onde a água da levada entrava no Moinho de Além da Ponte.

Reti o olhar entre a farta vegetação onde jaz hirta a Mó - seria a delgada, por ser fina...Tanto património em aparente abandono que devia merecer mérito para vir a ser apreciado pelas pessoas nas suas caminhadas. Arte ancestral de séculos nesta terra que as crianças deviam ter compromisso de aprender e respeitar o que foi o seu rico passado na vantagem em produzir riqueza com o aproveitamento da água quando a havia, para fazer mover os moinhos e os lagares, por vezes a mesma levada dava para mais do que um moinho. 
Durante séculos o caminho de ligação de Ansião à Constantina,  Lagarteira  e Torre de Vale Todos, se faria por aqui, Por volta de 1917  se abriu uma estrada pelo Moinho das Moutas com ponte de madeira de estrado largo para abarcar a levada para os moinhos das Moutas e do Nabão. Hoje esta estrada  encontra-se cortada pelo IC8.

FONTES
Livro Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas Mário Rui Simões Rodrigues e de Saul António Gomes

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Feira de velharias no Avelar no concelho de Ansião

Faiança de Coimbra em miniatura alusiva aos afectos - AMOR...
Na particularidade da palavra começar e acabar de igual maneira com a terra em foco - AVELAR!
No dia 31 de março em véspera do dia de Páscoa decorreu a I Feira de Antiquários, Velharias e Colecionismo na vila do Avelar,  no concelho de Ansião. Tomei conhecimento do evento através do Jornal Serras na casa da minha mãe, apesar da hora tardia e da farta chuva telefonei para um dos contactos a demonstrar o meu interesse em participar. Havia de me surpreender na capacidade de ultrapassar  alguns percalços; o meu marido teimou dizer que não me acompanhava por razões plausíveis, debalde sou mulher sem preconceitos nem clichés, quando faço uma feira, que é muito raro pelo cansaço das intémperis ( vento, chuva, frio e calor) mas também da maré do público ultimamente mal habituado pelo carisma dos vendedores emergentes que apenas pretendem facturar a qualquer custo, muitas vezes nem sabem o que vendem com consequentes dissabores causados aos outros ao vender ao desbarato o mesmo artigo que o colega do lado tem a preço justo, por exemplo um candeeiro a petróleo, já vi a ser vendido a 5 € quando o valor justo é no mínimo 25 € na soma do pé em vidro da Marinha Grande, do bocal em latão e da chaminé, já que os chineses hoje fazem replicas vendidas a mais de 30 €. As feiras para mim são sinónimo de prazer em estabelecer contactos anónimos na partilha do poder da passagem da informação da faiança portuguesa, correndo o risco do incauto-, dos ladrões, por levianamente julgar que as guardo em Ansião, e não é verdade, levei de Lisboa os caixotes que guardo num armazém de um amigo e ainda assim o meu marido contestou a minha decisão aflorando que disso eles , os ladrões, não sabem...Também o percalço com o carro da minha mãe que costumo usar estava semi avariado, ainda assim não impeditivo de fazer a viagem em segurança,  pior foi de manhã ao ter chegado mais cedo do que o previsto a sua casa, tomei um grande susto...Depois de piores momentos Deus emanou-me Luz e calma para rapidamente tudo se mostrar logo bem e enfim ainda dentro da hora prevista partir rumo ao Avelar onde cheguei em cima das 8 H. Estacionei e dirigi-me a um grupo de feirantes para saber se já se encontrava o staf da JFA,  segundo eles apenas havia um elemento que se encontrava no adro da Igreja...Deixei-os para descer à praça onde senti um primeiro imbróglio em desrespeito pela JFA e cumulativamente aos feirantes presentes, ao constatar antiquários precisamente do Avelar terem abancado estaminés sem aparente autorização (?) enquanto os demais a aguardavam .Gesto que considerei deselegante porque estas Feiras obrigam a direitos e deveres onde obviamente o Respeito é devido para não se colidir  mau estar com ninguém, já basta as fracas vendas...De imediato apareceu o Sr Presidente da Junta de Freguesia do Avelar na pessoa do Dr. Fernando Inácio, além de um homem de silhueta bem enxuto, carisma distinto, denotou perfil para o contacto humano,  sobretudo no papel de ouvinte pelo que gostei francamente de o conhecer, além de bem falante, simpático se revelou de grande abertura à cidadania. Com agrado constatei a escolha da praça para se realizar o certame, da animação musical e da oferta do almoço, pelo que seja de esperar outras credíveis iniciativas de valor no desempenho do seu mandato.
Com autorização para abancar  cada feirante habituado a estas lides imediatamente utilizou os espaços sem problemas de maior apenas ouvi mexericos com os que levaram os veículos para dentro da praça, os incitando na pressa dos retirar antes da montagem das mesas para que não ficassem bloqueados.
De realçar esta boa iniciativa de âmbito cultural na vila do Avelar abençoada  pela escolha do 5º sábado, sendo parco quase nulo em certames de Velharias,  não havendo nas redondezas outra feira a que acresceu a novidade e ainda porque daqui muitos seguiam para a feira mensal de Miranda do Corvo no dia seguinte e outros para feira anual em Figueiró dos Vinhos, factores abonatórios a originar forte adesão de participantes neste primeiro certame.
A Praça Costa Rego 
Ao fundo os prédios de arcadas que antes foram da família do Dr. Manso

O local escolhido a  Praça Costa Rego de abrangência tamanha no que foi o antigo terreiro da Feira do Avelar, se mostra de cara lavada, embelezado com espelho de água e jardim para as crianças, da parte da  tarde se mostrava em alvoroço com tanta criança e ainda a valência do café tendo no tardoz os WCs. Melhor local impossível, apresenta-se amplo, airoso ao jus de socalcos, o tempo manteve-se seco e soalheiro abrilhantado por trio de Gaiteiros, jovens da terra que além do bombo tocavam a gaita de foles, dando animação ao evento que sobretudo da parte da manhã recebeu grande moldura humana o que conotou esta inauguração de muito satisfatória que pelo que deve continuar a ser dinamizada.
O trio de gaiteiros da terra
Os feirantes tiveram direito a almoço gratuito servido no Mercado onde não faltou arroz de legumes, bem confeccionado , carnes de porco e enchidos grelhados. Fiquei a tomar conta do estaminé do meu vizinho enquanto foi almoçar, para o ver de volta de cariz amofinado a remoer palavras " não gosto de arroz seco nem de carnes grelhadas é tudo muito seco, não comi nada..." de facto é difícil agradar a todos, e nesta 1ª iniciativa que por ser inédita deve ser valorizada, além do arroz e das carnes e enchidos havia pão, vinho , laranjada, coca-cola, maçãs e tartes doces, portanto é vontade de dizer mal, porque também almocei e achei o repasto satisfatório.O que pode melhorar? As carnes podiam ter sido de melhor corte, mas isso é um mal dos talhantes do concelho, sem a experiência dos talhantes da cidade cortam grossas as febras e as entremeadas sendo bem melhor se forem mais finas, e o assador não as pode deixar assar em demasia, as deve regar com sumo de limão, para ficarem macias e saborosas, tudo tem segredos. O que faltou? Uma boa salada com alface, tomate, cebola, pepino, milho, pimento e pêra abacate, bem temperada com vinagrete e no final do repasto umas fatias de queijo, do nosso queijo do Rabaçal. Mas claro para isso era preciso ter alguém a tomar conta, enquanto os vendedores se serviam da comida, as bebidas deviam estar todas juntas e não como vi ao longo das mesas dispersas sumos e coca cola, quando o certo era estarem junto dos packs do vinho  porque veio a originar muito desperdício...Em repto a iniciativa é meritória e quem disse mal é suposta má pessoa ou chateado por não ter facturado de manhã, e ainda porque a "cavalo dado não se olha o dente"  reza o ditado popular. Contudo ainda reparei numas pessoas que vieram comer sem ser feirantes, sem saber se tinham ligação a algum elemento da JF (?), nomeadamente uma delas, senhora obesa que antes na feira me perguntou o preço de um prato da Fábrica de Sacavém para me dar em resposta "você é que sabe vender, vendi os meus a 5 euros cada um..." respondi para dentro com vontade de lhe falar bem alto - a senhora vendeu a esse preço e achou muito dinheiro, mas na verdade denota sobre os pratos pouco saber, desconhece o motivo - Buçaco e é bem antigo ainda da Real Fábrica de Sacavém,  raro , de valor superior a outros motivos e épocas que a fábrica laborou, porque não é tudo a mesma coisa, por isso tanta ignorância , falta de conhecimento e incapacidade em avaliar o que é faiança industrial...Nem sempre consigo engolir atrocidades de incultura, de um modo geral estou sempre aberta a ajudar, a explicar, a ensinar  e a partilhar, mas quando vejo burrice descarada  nem sempre me contenho!
Na verdade quando os compradores de velharias se chegam à porta das pessoas e lhes perguntam se tem alguma coisa velha para vender, em geral vão buscar alfaias, loiça etc ficando contentes com o que o comprador lhes oferece, porque em geral pelo desconhecimento tendem a desvalorizar o que tem pelo uso, velho e loiça esbeiçada, a que acresce o gosto de sentir dinheiro a saltar na sua mão, sem saber se o que vendem tem efectivamente valor mesmo não estando totalmente impecável, para em repto dizer que vendem o que tem a qualquer preço, quando para mim tudo tem valor emocional na ligação dos objetos a quem os manuseou por contarem estórias com história, para mim não tem preço...Nesse pressuposto detesto  palpites na boca de gente de parca cultura sem saber dar valor ao que tem efectivamente valor, além do desconhecimento acresce a falta de humildade, sem vontade de aprender! 
Os meus queridos netos -Vicente e Laura vaidosos com os óculos que a minha irmã lhes ofereceu...
Da parte da tarde não vendi rigorosamente nada, entretanto pelas 5 H  a minha irmã apareceu com a minha filha e netos para na frente da banca se deliciavam em correrias  e antes que se partisse a loiça, e partiu-se uma grande bacia de lavatório pintada a volúpias de Coimbra, o melhor foi começar todos a arrumar os cacos para mais tarde os colar...Sentia-me muito cansada tinha levado umas botas um nadita apertadas e a minha vontade era de ir para casa, apesar do Sr PJFA  ter telefonado a um comum amigo JCMarques, um filho do Avelar, anunciando a minha presença no certame.Lamento o desencontro sobretudo na troca de um forte abraço, porque na verdade se tem revelado um grande amigo e mais do que isso um homem de cultura que não se inibe de me recomendar a quem de direito e essa virtude tenho de agradecer. Bem haja pelo apoio e incentivos que me tem deferido .
O que senti realmente falta foi sobretudo da visita dos ilustres da terra, senti ausência nesta terra em véspera da festa da Páscoa onde seria verossímil estarem presentes para além de revisitar a família, os defuntos e os amigos; o Sr. deputado Dr. Medeiros, o antigo presidente do Sporting aqui com raízes e julgo casa, o Pedro Tochas, o meu amigo virtual das Cinco Vilas um grande e fervoroso amante do Avelar, Rui Manuel Coelho e tantos outros que desconheço. Porque a verdade é só uma - se os da terra influentes não comparecem a este tipo de iniciativas a terra continua em impasse para caminhar para a frente. Também não dei conta da visita do Sr. Presidente da Câmara de Ansião, ao que parece tinha prometido (?)...Tive a sorte de reencontrar uma Senhora que foi uma grande modista que a conheci no meu tempo de criança quando a D. Preciosa dos CTT deu o contacto à minha mãe quando aqui ao Avelar se deslocava a trabalho, a sua casa fomos algumas vezes, recordo a estranheza da Rua onde morava se chamar Rua do Castelo e não encontrar no horizonte nem castelo, muito menos jeito dele, senhora bonita, desempenada e simpática acompanhada pelo marido me distinguiu com uma compra. Também estabeleci contacto de alegre cavaqueira com uma família de apelido "Coelho", oriundos da Covilhã na década de 40, moradores na entrada da nova variante antes do celeiro.De uma simpatia estonteante, no papel de anfitriões da dita elite da sociedade da vila do Avelar, por tão bem os terem representado na sua aparente e sentida ausência (?) apesar de estarem em cima da hora do almoço, sem tempo se mostrarem atentos, carinhosos e bons ouvintes , estendendo convite para visitar a sua casa. Gente bonita, moderna que considerei  de alto valor e estirpe pelo que muito honram a vila onde residem e tem raízes, a quem desejo sinceros votos de Bem hajam!
O meu estaminé , ao fundo a bacia que se partiu...
Na voz de um homem o ritual de antanho alusivo ao prato pintado com o galo - "Oh mãe onde está a carne? Resposta na ponta da língua em casa de parca comida - no fundo do prato - e o era verdade, só que pintado!
O xaile bordado em rosa em seda com flores e aves ao jus do bordado de Castelo Branco.
Na verdade não seja apenas desta cidade, o foi também dos concelhos limítrofes que se estendeu a Ansião, a minha avó paterna tinha peças bordadas por ela com este bordado.Recordo umas almofadas em cetim vermelho bordadas com ramos de cravos, que tristeza a minha mãe não ter tido melhor cuidado com obras de arte popular, afinal pouco ou nada lhes confere de grandeza em constaste comigo que sou demais amante!
Pouco surdir a oferta do meu estaminé a preços diferenciados desde 1€ ;5 e 10 € 
Panorâmica geral do estaminé
A minha banca maioritariamente de loiças em faiança, vidros e cerâmica,  ainda levei um xaile em seda branco, bordado a seda, na cor monocromática  rosa com franjado grande em branco,  uma obra d'arte que lamentavelmente ninguém lhe deferiu um olhar atento, apenas uma miúda lhe bateu os olhos quando me viu em final de feira a colocá-lo numa caixa que logo me questiona se podia ver, confesso já cansada e chateada com o prejuízo da bacia partida sem vontade de o retirar para mostrar, eis no ápice que lho coloquei sobre as costas, momentos em que se sentiu a brilhar, afinal trata-se de um xaile de brilho, naquela idade adolescente encantamento tamanho quiçá a rivalizar orgasmo intelectual, por certo fabricado numa fábrica do Avelar...foi comprado a uma senhora acima de Coimbra , tinha sido de uma mulher que faleceu com mais de 90 anos, que o usou em solteira para brilhar ...Ouvi a estória do xaile deliciosamente para me transportar àquele tempo em que este xaile tão exuberante por ser branco e pela cor do bordado o atrevimento em o usar, das duas uma ou a mulher que o usou era muito feia e com ele brilhar e dar nas vistas, ou não, o foi bonita e com o xaile mais encanto e sedução quis imprimir aos rapazes e disputar boa conquista... A arte do fabrico de xailes nesta terra tão rica no passado, quem se lembra das tricanas de Coimbra com eles pelas costas? O que me pareceu a tradição desta arte não passou para as gerações seguintes como devia, isso francamente senti e assim  dela se perde muito do seu rasto....E não devia!
Também levei um pratinho ligado aos afectos que os rapazes ofereciam às noivas com dois corações entrelaçados numa chave, ninguém reparou nele, em qualquer feira quando levo um o vendo logo...Denota a falta de afectos, ou os tendo se inibem em os demonstrar, o povo precisa de desabrochar, ser mais aberto, dinâmico e interagir ...
De facto a selfie deixou-me com muito má cara... 
Em repto vendi umas coisas a um casal amante de velharias de Alcobaça aqui aportado pela publicidade alusiva ao evento, um típico casal varejador de feiras da especialidade, habituado a comprar ao desbarato a gente que vende espólios a 1 euro, e claro querem tudo ao preço da "uva mijona". No caso até eram cultos, mas de cariz avarento, sobretudo a esposa que ainda se revelou de boca descarada em estragar um suposto negócio de vidros... Haviam muitos mirandas- os vulgares mira e anda e ainda os que gostam de apreciar com a retórica - não tem espaço, outros não tem sitio, os que se desculpam com as  mulheres que não gostam, e aqueles de fundilhos rotos, os mais numerosos...
Em final da Feira o Sr. PJFA fez uma última abordagem aos feirantes colhendo a opinião do panorama do certame, no básico prós e contras, para encerrar em mim a dissecar algumas alterações a tomar doravante como a marcação dos espaços, apesar de gratuitos, para optimizar a Praça esteticamente, e não como se mostrou a praça principal com grande lacuna sediada ao meio. Faltará confirmar se é autorizado a entrada de veículos e a hora limite da sua retirada, ou melhor  não, em virtude de não se estragar mais o piso da mesma, pois constatei que se encontra altamente destruído sobretudo as placas de limite do desenho central. Quanto ao futuro do certame? A maioria dos feirantes entendeu que o calendário mensal seria demasiado, que corroboro inteiramente. Este mês de abril por já estar anunciado se volta a realizar no 4º sábado para futuramente se fixar apenas aos 5º sábados, o que equivale a dizer com periodicidade de 3 em 3 meses. Medida que me parece correta, em detrimento de outra possível escolha por os feirantes já terem calendarizadas feiras nos 4  fins de semana habituais e o 5 por ser raro, menos utilizado.
O que mais senti? Deus queira esteja enganada, a população não se mostra fiel aderente em aquisição de bens, pelo que pode ditar o hipotético fracasso do certame, ou pior uma feira da ladra em que todo e qualquer um aqui apareça para vender...Por isso a necessidade de haver regras. Não sou contra quem tenha artigos para venda a participar no certame onde deve ter além de ordenamento, harmonizidade onde os vendedores chamados emergentes devem reconhecer o valor certo dos artigos que vendem e não facturar ao desbarato, para não colidir com a venda dos colegas com os mesmos artigos e assim não dar azo ao descrédito do negócio e mau estar com colegas, o cliente é que tem de saber discernir os artigos e fazer a comparação justa dos preços, que devem ser justos, não é certo haver grandes discrepâncias no mesmo artigo. Compete a cada um o dever de saber estar no mercado de velharias, onde a lei da oferta e da procura se mostra interessante onde se pode ganhar , nada do que foi noutros tempos, em prol do interesse em facturar o que está no sótão a  qualquer custo.A meu ver faltou maior publicidade ao evento no IC8. Desde que seja  bem publicitada pode virar sucesso como é a de Miranda do Corvo, pela adesão dos novos habitantes estrangeiros e os de fora, quem diria!
O saldo da feira?Podia ter saído a zeros, já por mais de uma vez me aconteceu, mas não, facturei uma codorniz e um periquito, não cheguei à pombinha . No fiel da balança o prejuízo pela bacia partida e pelo salutar assalto consentido, não quis receber dinheiro, da minha irmã ao levar uma belíssima peça, uma bandeja em gradinha das Caldas da Rainha, e da minha filha que escolheu o pratinho dos afectos e mais dois bons pratos de faiança de Coimbra e ainda uma cafeteira de esmalte antiga para decorar o novo espaço em Lisboa...Numa feira tenho sempre de comprar algo para mim, é da praxe. Comprei um bule de caldo delicioso para a minha coleção. Ao não dar ouvidos ao meu marido fiz uma excelente aquisição além de ter gostado francamente de participar e ainda das escolhas delas da minha banca. Entende-se a razão de ter deixado o meu curso de Economia na prateleira precisamente pelo deficit na balança de pagamentos e recebimentos por dar sempre mais do que recebo, assim o tem sido toda a minha vida e teria por certo sido má gestora!
Por último este tipo de iniciativa cultural é bem vindo e só engrandece a vila e o concelho, a que deve comparecer a população da vila, arredores e vindos de fora, pelo que falta o Museu anunciado sobre a história da tecelagem na região, porque o terreiro do Pelourinho vai  em breve  finalmente merecer atenção de  dignificação pelos mais de 500 anos que encerra.Soube ainda com agrado que o embelezamento do último executivo de mau gosto não pelas fotografias do rico passado desta vila , mas pela estética ao terem sido assentes em alusivos fálicos pénis anões,  fatalmente o que salta ao mais incauto a rivalizar em marasmo a praia do Meco, quem teria sido o seu  mentor?
Porque o jardim do forno merece reconhecido valor credetício. Ainda não tinham sido retirados pelo tempo de chuva, mas vão ser! 
Distingui de bom gosto ao longe uns quadros alusivos à Via Sacra a imitar muitas das Bandeiras das Misericórdias encimados pela pequena Cruz e ainda do  pano em vermelho púrpura ao jus de cascol, de grande rigor e eloquente elegância.
Deparei de menos bem apenas três notas -  a estrutura de ferro apenas usada na festa de Nossa Senhora da Guia requer um olhar atento e estético em ser retirada depois das festas e bem guardada para apenas ser reposta quando for necessária; os plátanos estavam por podar, felizmente ainda não abrolhavam, e por isso não senti alergias em ninguém, em último reparei a sul com um muro alto a ligar casario em mau estado com ervas a carecer urgente manutenção, seria bonito retirar o reboco e deixar a pedra brilhar.
A JFA está de Parabéns pelo brio e desempenho da Feira e das iniciativas tomadas como a oferta do almoço, que devia a meu ver ser dado na Praça, em ambiente de feira, porque o mercado fica longe...

terça-feira, 27 de março de 2018

O farmacêutico Francisco Teixeira Botelho em Ansião

Falar do farmacêutico do meu tempo de criança na vila de Ansião no intuito de não se esfumarem as memórias de gente que aportou a esta vila no dever de as aflorar. Personagem distinta julgo jamais foi destacada na visão que bem merece em lhe acrescentar informação, debalde, pouco, quase nada, encontrei escrito sobre a vida e estada em Ansião. O título de ilustre apenas privilégio de alguns, assim considerados.Sem rigor desconheço o que a palavra ilustre retrata, melhor, não sei a bitola que foi usada para distinguir outros concidadãos para os vir a considerar neste reconhecimento pessoas  nascidas ou aportadas a Ansião. Para mim o conceito de ilustre é todo aquele que deixou obra feita ou prestação de serviço de interajuda ao povo, num tempo passado beatizado e de incultura, sem receber gorjetas nem afins.
O Dr Teixeira Botelho aqui aportado como farmacêutico mostrava-se homem de extraordinária figura, e boa personalidade, pacato, tanta vez o vi passar de casa para a farmácia ou vice versa. Vestido de perfil e carater selecto, a soberba alta silhueta, homem mui distinto no estar e no falar, um doutor, como se dizia naquele tempo pela distinção dada no elegante cumprimento e no trato no atendimento,  casado, a esposa de nome Domitilia , o povo dizia que só saia de casa para atravessar a rua para o quintal do Sr Quintela onde o marido estacionava o carro, seriam naturais do norte, teria aqui aportado para exercer a profissão, tendo vivido provavelmente desde o inicio da década dos finais de 30 (?) até se reformar.Não teve filhos.
Excerto de http://pesquisa.adb.uminho.pt . Inquirição de genere de Francisco Teixeira Botelho
«Código de referência PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/09112 Datas de produção 1731-11-20 ? a 1731-11-20 ? Âmbito e conteúdo. Filiação: João Correia Mesquita e Joana Botelho. Natural e/ou residente em CARVA, São Sebastião, actual concelho de MURÇA e distrito Vila Real. Outra informação: Árvore Genealógica.» Alvitra este excerto apesar de não descrever a árvore genealógica desta família, detentora dos mesmos apelidos, a sua provável origem atribuída a norte em Carva, Murça. Em abono da verdade já assim pensava que tinha raízes nortenhas para agora ficar com mais certezas. Desconheço se foi muito ou pouco participativo na vida social na vila de Ansião, no seu tempo nem sei se ainda haviam as palestras do Partido Republicano na casa do grande impulsionador - Adolfo Figueiredo sita defronte do fontanário de ferro, na casa de grande letreiro aonde aos domingos muitos ansianenses se reuniam, e disso é prova esta fotografia atendendo aos trajes compridos anos 20(?).

No mesmo falar desconheço se foi frequentador assíduo do teatro amador no Ensaio, se era apreciador da Filarmónica, apenas encontrei uma notícia retirada do  jornal de Figueiró dos Vinhos Excerto do Jornal o Figueirense  de 15 de setembro de 1952 «(...) os sócios do Clube dos Caçadores em Ansião acorreram em grande número, acompanhados de suas famílias, lembrando-nos ter visto, entre muitos, os Ex.mos Srs. Drs. Adriano Rego, António Amado, Teixeira Botelho (...)» Dita o excerto que foi sócio do Clube dos Caçadores fundado em 1950 pelo colega médico Dr Fernando Travassos entre outros de Ansião, inicialmente o Clube se veio a instalar em regime de aluguer na casa mandada construir pelo Dr Pascoal José Freire de Mello dos Reis, que não a viu acabada, para um sobrinho de Almofala a ter vendido nos finais do século XIX ao  pai do jurista de Ansião Júlio de Lemos Macedo.
Acredito teria sido frequentador dos cafés do Calado e do Valente e ainda amante das tertúlias de poesia e de cariz politico que então se viviam em ascensão.Não foi professor no Externato António Soares Barbosa, pela actividade que se ocupava , mas podia ter sido. Em idade da reforma vendeu o alvará da farmácia, a minha mãe então viúva, ainda ponderou a sua aquisição, a pensar que alguma filha se licenciasse na especialidade...Expectativas goradas, recordo o valor sendo alto se mostrava simpático, mas que não tínhamos. Antes de deixar em definitivo Ansião em meados da década de 70 doou um lindo armário em nogueira ao seu grande amigo o Dr Fernando Travassos, que a sua governanta, a Srª D Lurdes veio a oferecer para o Espaço Museológico, debalde não o enxerguei...
Quando deixou Ansião  corria na  voz do povo" foi-se embora com uma mão atrás e outra à frente (?), valendo-lhe para se suprir uma irmã que tinha em Coimbra..." O que se estranha, sem estranhar ouvido da boca de quem o conheceu melhor do que eu, sem papas na língua sobre as alegadas e substanciais razões de um negócio sem rival na vila que se revelou fracasso para o seu dono...Alegadamente perpetuado pelas artimanhas de alguém que soube aproveitar a vantagem de um homem integro, bom, abnegado para lhe passar a perna nas contas...
Persistem ainda hoje genes dos vários clãs dos povoadores da comunidade judaica que se estabeleceu em Ansião. O clã de linhagem dada pela fisionomia de alta silhueta e caracter do Dr Teixeira Botelho serão os mesmos genes que também carrego por parte paterna natural de Ansião, mas  sendo o Dr homem oriundo do norte se explica no passado de Ansião migrantes do norte para esta região, de Murça, Macedo de Cavaleiros e outras terras, ainda hoje há gente igualzinha nestas terras com outros em Ansião. Todos os clãs se distinguem pela personalidade e aspecto físico, porque cariz inteligente todos aparentam ter  talentos, a distinção está em ser caracter bom e menos bom, em que os primeiros em nada se assemelham à linhagem do clã a que supostamente pertence o Dr Teixeira Botelho.
Em verdade reconheço que me  falta a lábia para enganar seja quem for, por isso não tenho nenhum jeito para ser dona de negócios, dou mais do que recebo, uma eterna fiel aos ascendentes judaicos do clã do Dr Botelho, cujo perfil ainda se existe em alguma descendência, disso não me suscita qualquer réstia de dúvida. 

Excerto http://www.cdf.pt «Em maio de 1928 aparece o nome de Francisco Teixeira Botelho, na lista de farmacêuticos convidados para a associação de farmacêuticos do centro de Portugal.»
« em  1939 aparece no maço de carteiras profissionais Francisco Teixeira Botelho
Com a Carteira n.º 539, do Sócio N.º 1160
Além da inscrição e no maço além dele aparecem também:
Antero Mendes Namora do Alvorge
José Augusto Lopes do Rego em Chão de Couce »
Os nomes do colegas de Cabaços e Maças de D Maria não os consigo na totalidade decifrar.

A Farmácia do Dr. Teixeira Botelho em Ansião sita em plena Praça do Município
Agora ornada a porta com flores da nova loja...
Prédio que foi herança da D. Clarisse Veiga, casada com o Dr Alberto Lima. A casa onde morava a D Angelina Franco, era a cocheira da casa.
A minha querida mãe sentada em banco de madeira
A Farmácia Botelho funcionava no r/c da casa sita ao meio da foto, que agora se mostra de porta enfeitada. No átrio da entrada haviam dois grandes bancos corridos fazendo-se a divisão do atendimento ao público por platibanda de balaustres em madeira com portinhola, como havia igual na Matriz para depois ao ser introduzido outro altar na capela mor foi retirada, sitio de poisar as mãos na espera de vez no atendimento, as vezes que aqui entrei para aviar algodão hidrófilo, palavra que repetia sistematicamente até ser atendida para não me esquecer mas na hora atrapalhada a pronunciava sempre mal-, o algodão vinha numa latinha, que depois de vazia se enchia com grilos apanhados com um junco de nó na ponta ao adro da capela de Santo António, para caçar passaritos em piscussanhas armadas com a minha irmã nos valados de figueiras e silvados. Também comprava comprimidos Melhoral e Saridom para a D. Maria Augusta Abreu, a chefe dos Correios, senhora natural da aldeia de S.Simão. Recordo as vezes que me perdia a contemplar os belos armários de madeira com as caixinhas arrumadas, ao meio a grande secretária com pedra mármore branca de laivos negros, antevia-se pelo tardoz uma porta de ombreira redonda de vidro fumado e espelhado em preto de letras douradas e brancas com o letreiro da farmácia, através dela quando estava aberta se descobria o laboratório, onde havia outra secretária e armários repletos de frascos de tampa grossa, potes e mangas de faiança e ainda uma balança. Um dia numa receita depois de tirar uma embalagem do armário foi ao laboratório misturar água no frasco e ficou uma espécie de xarope...

Foto da Praça do Município de Ansião
Provavelmente esta foto será da década do inicio de 20 do séc XX , porque a casa do Sr Franco foi construída depois de 1913.Apesar de espelhar mais o lado direito, mostra o lado esquerdo onde se veio a instalar a farmácia, nota-se por cima das portas do r/c uma cimalha de friso relevada sobre o comprido. 
O Dr. Botelho morou em regime de aluguer ao início do Cimo da Rua no 1º andar de uma casa de uma irmã  ou filha de Abel Falcão dos lados do Espinhal, na altura um outro seu irmão licenciado foi presidente da câmara em Ansião e  veio a ser Governador Civil em Leiria, casado no Avelar.
Esta casa reporta pela arquitectura aos tempos áureos do enriquecimento da emigração, não sei se foi feita por ele ou já a comprou. Na verdade sempre achei a casa enigmática, de r/c e 1º andar com escadaria de pedra, lindíssima de gradeamento em ferro ornado de trepadeiras, e a sul para a rua que desce ao Ribeiro da Vide tinha um redondo que nunca entendi a sua funcionalidade, o enigma era esse, depois de vendida sofreu remodelações, julgo com garagens e um terraço...Os pais da Maria Bandeira viviam no R/c com a filha até esta se casar.Disse-me que a dona se chamava Conceição, ao que parece teve problemas financeiros por isso arrendou a casa, segundo a Maria , a mãe ia pagar a renda à casa do Bastiorra, ao Moinho das Moutas onde ela vivia num quarto alugado.
Casa onde viveu em regime de aluguer
Depois foi vendida. Em junho de 2017 sofreu nova remodelação do telhado

quarta-feira, 21 de março de 2018

O Ensaio no associativismo do teatro e da música de Ansião

O primeiro conhecimento de associativismo amador na vila de Ansião
Excerto do livro Estremadura de  Alberto Pimentel na sua estadia em Ansião  (...) Não há Teatro. Em 1903 fez-se a tentativa de fundar  um Club - tentativa que não sei ao certo se chegou a vingar.Até essa época, e talvez ainda  hoje, o ponto de reunião à noite era a Farmácia Lima.
O Ensaio
Foi construída no quintal da residência paroquial,  expropriada após a Republica,com janelas a poente, fato que estranhava em criança quando ao beco entrava no portão para o correio velho. 
Conheci o Ensaio como sala de teatro amador e sede da Filarmónica Santa Cecília.
A minha mãe contava-me que aqui assistiu a teatro com gente de Ansião, actores amadores, Artur Paz, "Júlio do 29" com a irmã Fernanda , César Nogueira e,...A crónica  pretende realçar esta gente e o seu talento abençoados de genes com ascendência judaica em várias facetas e artes; escrever, declamar poesia, veia musical, actores e ainda o associativismo, amigos para a vida, que hoje deixa inveja aos demais, essa alegria que sentiam e viveram na sua amada terra de Ansião. Recordo de ouvir falar que a mãe da Anabela Paz, tinha um baú com as roupas e acessórios para o teatro. Julgo nesta arte apenas a família Valente, ao Fundo da Rua, deu continuidade ao teatro amador, com rábulas ocasionais por altura de festas em família ou com amigos, tive o privilégio de assistir no cinquentenário da minha irmã, no seu salão, a uma rábula para crianças e adultos com a Anabela Paz, vestida a preceito,  no final de rosa vermelha na boca, com a minha irmã a fechar a cena, e havia de me deixar a mim e ao público de boca aberta, atrevimento maior de improviso desliza  no corrimão de inox desde a mezanine, envolta em grande pano de cetim azul clarinho trazido pela tia Amélia do Brasil  em voo esvoaçante, mágico, sobrenatural, autentica princesa!
Num dos últimos espectáculos que aqui assisti, o ilusionista solicitou um voluntário, apressou-se um rapaz da Sarzedela-, sentado no palco, num instante o vi a comer uma batata crua com pele..
Imóvel deixado em total abandono foi vendido. Em agosto de 2014 começaram as obras de requalificação do edifício para a restauração. 
 Citar excerto de http://www.bmfigueirodosvinhos.com.pt
Jornal A Regeneração nº 0909 de 15 de outubro de 1956
«Grupo de amadores do teatro ansianense Artur Paz actor e ensaiador . 
Fernando de Araújo Miranda, Armindo Simões Rodrigues, João Monteiro, Fernando Silva, Álvaro Rodrigues Carvalho, Armando da Veiga Cardoso, Germano Simões Pires, e ainda os componentes da orquestra do mesmo Jaime Freire da Paz. 
Abílio Duarte da Silva , António Duarte da Silva, e António Maria Coutinho, que está chegada a época propicia para dar inicio aos ensaios daquele Grupo cénico, afim de poderem este ano mais umas récitas que continuem o brilhante prestigio naquelas que levaram a efeito no ano transacto e já no principio deste.Daqui se pede a todo os elementos do Grupo que não desanimem , pois que , da união , boa vontade e espírito amador de todos , se fará mais e melhor pelo Grupo de Amadores do Teatro ansianense»

Récita ao Comércio de Ansião
Do início década de 40, pelo verso ao campo de futebol, doação do cunhado do Dr. Adriano Rego.Incompleta, graças à Sra D. Piedade Lopes, minha vizinha em Ansião, com mais de 90 anos que a cantou para eu escrever. Versos da lavra dos irmãos poetas João e Virgílio Valente (pai) do Fundo da Rua.
 
Virgílio és cantador
Cantas bem ao coração, canta-me lá por favor
O Comércio de Ansião, o Comércio de Ansião

E o Comércio de Ansião, cantas tu, cantas eu
Cantas lá óh Fernanda, não digas que te esqueceu
Fernando José da Silva, Fernando José da Silva
O comerciante afamado, no armazém tudo é bom

E na loja tudo é  do Melado
Ourives de profissão lá dos lados da Tojeira
É um grande calmeirão, o Diamantino Ferreira

José Maria dos Santos é da cor da chaminé
Barrigudo e come tanto, vende solas e caxinés
Comerciante afinado  lá de cima da Beira
Também tem o seu pecado, também tem o seu pecado
O prudente do Oliveira, tem dinheirinho de sobra

Anastácio Gomes Monteiro
É direito, direitinho, que nem um fuso
Quando conserta um relógio, quando conserta um relógio
Sobra sempre um parafuso

O Sr. Dr. António Amado de todos és estimado
Alegre sempre na sua chocolateira
Sr. Dr. Adriano irá o Dr. Botelho
Fazer em cima de um telho o campo de futebol?
..........................................................
                                                 
Prédio com mansarda  que foi do Sr. Alfredo Rodrigues e da esposa "Sra D. Augusta do 29"
A alcunha retrata o número da lanchonete no Brasil, segundo nota do seu neto Alfredo Lopes. Agora varreu-se a memoria se foi este avô ou o bisavô. Logo que descubra venho emendar. Mas, de quem teria sido esta casa no passado, a quem a compraram, pois não sabemos...Aqui nasceram os irmãos actores " Júlio e Fernanda 29" e trabalharam no estabelecimento do pai.
A casa comercial de miudezas e tasco da família com alcunha "do 29" viria a ser alugada  e mais tarde vendida, ao Alexandre e Helena, que a exploraram no meu tempo de cachopa; taberna e mais tarde acrescentaram um Café, onde fui amiúde, tinha um reservado com vidros fosco e na ligação do café para a taberna tinha  um frigorífico Bosch. O prédio anos mais tarde voltou a ser dos antigos proprietários, onde se mantém.
O "Sr Júlio 29" 
Falei com ele algumas vezes, foi  meu colega bancário. Muito amigo do Dr. Travassos que visitava amiúde.Julgo que deixou alguns escritos, que deveriam ser reeditados igualmente como os livros de César Nogueira, com estórias de um passado de geração anterior à minha, lacuna que falta reviver de novo sobre Ansião.

Maria Fernanda Rodrigues Lopes nascida em Ansião no mês de julho de 1928 podia ter sido uma grande atriz, pela carateristica "fogo" do seu signo, e pelos papéis desempenhados com brio, no palco do Ensaio.
Foto retirada do álbum do Grupo Ansião
Onde ainda fiquei a saber que era poetisa pela partilha de Rui Valente "Esta Senhora, por ocasião duma excursão ao Santoinho, fez uma quadra para cada excursionista. 
A minha era assim:
E o Ruizito do Valente,
Coitadito a vomitar,
Na fanfarra vai à frente
E nunca o vi enjoar
Livro da irmã "Sra D Fernanda 29"editado pelo filho Alfredo Lopes
A D. Piedade Lopes, sua cunhada, emprestou-me o livro e  foi uma delicia a leitura com relatos do dia a dia que aconteciam sobretudo com os filhos. 

Família Freire da Paz
Músicos, a tocar violino e viola
Praça do fontanário de ferro
Os irmãos Freire da Paz da Praça do Município: Artur, Ilídio, António, Adolfo e Jaime . O Ilídio tocava violino acompanhado pelos irmãos à viola, davam concertos no sobrado da casa de gaveto, não se identifica na foto é a seguir para sul,  no passado em 600, do séc. XX, deslindei foi da família Freire
 
Ilídio Paz a tocar violino
Quase perdida no meu tempo a tradição em Ansião de envolver os cidadãos no teatro amador. Recordo vierem atores de Lisboa fazer umas rábulas nas Festas de Agosto,  com o palco em cima das casas de banho do recreio dos rapazes e também na Placa da Praça. Deixei Ansião em 1978. Existe há anos desde julgo 1997, o Grupo amador de Teatro Olimpo, que não tem sede, ocupa o Centro cultural.
Mas, quando tudo começou nada faltava; desde o ensaiador, a orquestra e os actores e ainda o desfrutar de uma sala acolhedora no Ensaio de varandim suportado em ferro forjado ...
Mantendo-se o prazer da música vivo na orquestra ligeira e filarmónica de Ansião.
Mas julgo violino não se toca (?).Quantos bons actores e actrizes se perderam depois deste grupo amador? Recordo a minha filha na pré  adolescência fazer teatros no colégio , no papel de encenadora, actriz e ainda do guarda roupa, pois levava sacos de casa cheios de roupas para as colegas vestirem.Quando a instigava a razão de levar a roupa dizia-me que as colegas não tinham a mesma responsabilidade que ela, sempre se esqueciam...No fim de semana passado assisti a uma cena teatral com os meus netos Vicente e Laura  com apenas 3 e 2 anos  em palco o sofá, onde tudo foi demais perfeito, bem sei que os pais os levam ao teatro, seriam resquícios do que viram da última vez e os estimulou, com tanto àvontade e graça me envolveu na sua cumplicidade teatral para me deixar francamente emocionada!
Mas, eu nunca fui mulher de Teatro, a veia vem de outro lado!
Nem poetisa, esses foram o meu pai e a minha mãe igual "leão" de signo, poetisa com facilidade.

FONTES
http://www.bmfigueirodosvinhos.com.pt  
Testemunho de D.Piedade Lopes

sábado, 17 de março de 2018

Lobbis em deslocar a mostra da feira de antiguidades e velharias de Setúbal

Recebi à algum tempo uma circular  dando nota de reunião marcada para um departamento do Mercado em Setúbal  para esclarecimentos e novos procedimentos na MAV de Setúbal, à qual não assisti porque não sou feirante assídua, apenas faço algumas feiras quando me apetece, é mais um hobbie para descomprimir com gente anónima pela partilha de saberes que em abono da verdade me dá sempre prazer inexcedível, e claro rever os meus bons amigos, que alguns considero como família. Debalde estive ausente na província e faltei a duas feiras, ainda assim o ganho e sorte da boa amiga, a Maria,  pelo telefonema que me distinguiu dando conhecimento da sua apreensão com as substanciais alterações  que por aí se anunciavam, contudo sem saber se seria boato ou verdade. De imediato enviei um email ao departamento de feiras cuja resposta trazia um organograma do novo espaço onde doravante se passa a desenrolar o certame  e ainda um telefonema despoletado pela incerteza que podia pairar numa maioria de feirantes,  porque a última feira também não se realizou pelo mau tempo não tendo sido entregue circular dando conhecimento dessa realidade. Apenas foram afixados alguns prospectos na baixa da cidade com a indicação da mudança do local da feira, não havendo nenhum Out  door publicitário, o que inviabiliza à partida o insucesso da mesma no acrescer a outras arbitrariedades focadas descaradamente aos feirantes. Fiquei chocada ao saber que na reunião de 22 de fevereiro no Mercado de Setúbal, foram informados dois representantes dos feirantes - Sr Vitor Neves e Sr António Pires,  sobre as novas mediadas a implementar na MAV em deslocar do terreiro habitual  o jardim Luísa Todi  para o Largo Zeca Afonso a partir de 17 de março. Aos meus olhos com dois dedos de testa, trata-se de um lugar desabrigado, uma parovela invadida por gaivotas a esboçar na roda dos caixotes de lixo e habituadas aos empregados dos restaurantes que se divertem em atirar ao ar  carcaças secas para o terreiro onde doidas em magote se debatem em voos a pique até que as picam...Se a feira já se mostrava fraca sendo o seu local central, aqui pela certa será fracasso total por se mostrar desenquadrado dos meandros geradores de grande movimento como o  Pingo Doce, Mercado, centro histórico e do movimento das excursões.
O novo terrado em  calçada antiga já com bastantes aluimentos hoje se mostrava alagado em grandes poças de água, os lugares não estão marcados, antes medidos a "olho", quando o deveriam ser pela medida certa, a que efectivamente é paga, como em qualquer outro certame assim ditam as regras, embora pese a ideia que um bocadito a mais não implica em nada, e nisso se tem o staf mostrado benevolente. O que se lamenta e protesta é a atitude apressada com a brutal mudança de local  o habitué efectivo há anos para vendedores e clientes fidelizado por ambos na restauração ali a dois passos, e do  buliçoso movimento gerador dos vários pólos; Museus e do Mcdonald's, mas sobretudo das excursões pela novidade que lhe davam vida, havendo  sempre alguém que compra alguma coisa, porque o Sado, esse belo rio azul em distância  se mostra relativamente, a mesma. O lobbie do estacionamento na avenida, necessário para os turistas que enchem os hotéis...o que falta fazer pela câmara é  um silo com restaurante panorâmico no mirante e resolver a falta de estacionamento!
Desagrada substancialmente a forma como os vendedores foram tratados, sem respeito algum que bem o mereciam, quer pelos seus representantes, em abono da verdade não reconheço os nomes, podendo até os conhecer de vista, o certo é qualquer pessoa que aceite ser líder de uma comandita para os representar deve ser  pessoa armada de perfil bastante para se debater nos interesses que representam, com garra para marcar posição e destaque, quiçá se  impor determinado às contrariedades, e na verdade constatei que ninguém me abordou sobre esta temática ou me transmitiu fosse o que fosse, afinal pergunta-se que papel tiveram estes representantes a favor dos seus interesses e o dos colegas?
Também desprestigiar o papel da Sra Presidente da edilidade, sendo uma senhora filiada no partido comunista, de quem à partida pelos normativos que se rege esperava sinceramente mais na abordagem pessoal, no terreiro da feira, onde supostamente nunca foi e devia ter ido para auscultar da boca dos feirantes, as suas mágoas, entre muitas estiveram anos a fio sem casas de banho, apenas agora o foram recentemente abertas ao público e a pagar, e ainda a imposição do impropério na obrigatoriedade de todos terem chapéus brancos para o sol para o certame se apresentar esteticamente harmonioso, digo eu... o que a sra Presidente devia ter feito era o trabalho de casa e deslocar-se a Lisboa a feiras como Belém, de grande afluência turística e retirar proveitos, local onde a JF disponibiliza um atrelado com as bancas e respectivos telheiros fazendo publicidade à freguesia, e assim todas as bancas se mostram no certame iguais que em nada colidem com ninguém aos pés dos Jerónimos,  somente a sala de visitas a poente de Lisboa!
Estranhei pelo Natal a colocação de uma enorme árvore alusiva à época natalícia patrocinada por um hotel, ao meio do jardim,  sem aviso prévio obrigou à deslocalização de alguns feirantes, que os vi coitados durante o tempo que ali esteve andarem na procura de um lugar provisório para armarem a banca.Não é justo, os feirantes tem direitos e obrigações, mas todos lhes faltam ao RESPEITO. Nomeadamente a sra Presidente feliz com a nova viragem que a cidade está a tomar comandada pelos grandes interesses de meia dúzia de capitalistas milionários depois de quase toda a Lisboa já comprada alguém do imobiliário lhes abriu os olhos para investirem a 50 km, atendendo às acessibilidades das duas pontes em meia hora estão na capital. Lembro-me bem como era Setúbal desde há 20 anos onde em geral me deslocava todos os sábados para desfrutar do centro histórico que me deleitava e fazia compras sobretudo no Mercado, de todos os que conheço no País o mais deslumbrante pelo painel azulejar azul e branco da parede sul, do buliço e policromia na abundância de peixes, frutas, legumes, queijos e pão... Para assistir a se definhar abruptamente com lojas a fechar e a galopante  reviravolta que se assiste há uns poucos anos pelas grandes obras de vulto, que a cidade bem merece para desfrute de todos os concidadãos quer setubalenses e os demais que aqui  aportam. A grande explosão imobiliária que está a acontecer a olhos vistos nas malhas da cidade de Setúbal não é alheia a ninguém que vá ouvindo o que diz o povo desprotegido, ao que parece alegadamente estão a desalojar um grande mamarracho perto do Mercado para se fazer mais um hotel. E são estes os lobbis de grandes interesses que chama  turismo de massas e gente muito endinheirada que alegadamente exerce  forte pressão na autarquia para a libertação do jardim Luísa Todi para se poderem fazer passear livremente no passeio púbico, à imagem do século XIX...Portugal a cada dia mais pobre a vender-se descaradamente aos estrangeiros, não me conformo!
Medidas desta natureza drásticas, desprestigiando o cidadão feirante, aquele que tem menos recursos sem quaisquer atenção, tão pouco o merecido respeito em os rotular de coitadinhos, emergentes desempregados, sem eira nem beira, uns pobretanas, tanto descrédito aos profissionais mercantis ambulantes que se desgrudam para ganhar alguma coisa e ainda se habilitam a confrontar as intempéries do mau tempo de chuva, calor e vento, quantas vezes a perder mercadoria e a sair da feira sem fazer um euro, ainda tem de acatar o que lhe ditam sem refilar, ninguém lhes dá ouvidos, ninguém os protege, ninguém os defende, é comer e calar, analisados com altivez de cima para baixo sem lhes denotar qualquer crédito, actuação fria e calculista porque os reconhecem como arraia miúda , sem voto, ou o tendo não lhe dão qualquer valia nesse continuado desprezo, agora de maior verticalidade este vexame de os enxotar para fora de portas para um infinito marasmo imensurável de chão a perder de vista, por se mostrar tão cru nem apetece ao comum visitante atrevimento de o ultrapassar, mal alindado de pórtico inestético, quanto a mim o grande Zeca Afonso merecia  ser perpetuado com arquitecto de melhor traço e ainda urbanista em retraçar o terrado que se mostra um fracasso naquela urbe.

Tamanha  descredibilização e irritação neste mau estado a que acrescento no último mês ter assistido em Algés à passeata do Dr Isaltino Morais a ser abordado por uma  colega  sobre a questão da entrada das viaturas no recinto, que lhe responde - "estou em dia de folga, por favor não me incomode"...quando o certo é todo e qualquer presidente camarário estar sempre presente, a toda a hora, para auscultar os seus cidadãos por isso se candidatam a um cargo de extraordinária exigência, e ainda o dever em ser delicado sem magoar na resposta ali a feirante que usou um tom frio e ríspido, que era também sem ele o saber, o dia do seu aniversário!Podia ter tido a sapiência de responder por outras palavras, sem magoar!
O meu grito em repto no lamento que nas últimas autárquicas o PS não tenha ganho as eleições em Setúbal!
Engº Fernando Paulino  candidato à Câmara PS e o seu staf
Citar excerto do Diário da Região
" O Engº Fernando Paulino, candidato à Câmara Municipal, salientava que “a lista para a Câmara Municipal era constituída por número igual de homens, mulheres e de independentes” e que a candidatura se alicerça “nas pessoas, nos jovens e menos jovens, pessoas que nos diferentes órgãos autárquicos do concelho se candidatam para afirmar a sua cidadania, em prol da sua terra e das suas gentes, para tornar Setúbal a capital da igualdade e da solidariedade”.
O programa estratégico do PS para os próximos quatro anos de mandato “assenta em seis eixos, Setúbal Qualifica, Setúbal Emprega, Setúbal Aproxima, Setúbal Solidária, Setúbal Justa e Setúbal Melhor”.
Os portugueses sabem hoje que, graças ao governo do PS, temos um Portugal melhor. Pois também os setubalenses e azeitonenses sabem que confiar no PS para liderar a Câmara Municipal é sinónimo de uma Setúbal de todos e para todos, uma Setúbal Melhor”, afirma o cabeça-de-lista à Câmara Municipal para vincar os compromissos assumidos pela candidatura socialista."
Conheço o Engº Fernando Paulino há anos, cliente e visitante habitual do certame de velharias de Setúbal e de Azeitão, onde há mais de 10 anos numa banca o meu marido apreciava um relógio para encaixar numa peça que herdou do pai , até ao momento que se aproxima acompanhado da esposa, apenas nos conhecíamos de vista das feiras na cumplicidade do mesmo gosto de apreciar e comprar, que ao se aperceber tira do bolso um relógio já comprado na feira e ali nos oferece. São gestos simples como este, independentemente do valor facial que nos deve engrandecer e fazer acreditar que se trata de pessoa de valores credíveis e altruísta, teria sido a escolha certa no voto útil dos setubalenses, e o não foi porque infelizmente o grau cultural das gentes é ainda muito baixo a que acresce a "cassete riscada da cdu" que ainda se mostra tão vincada em muita mente apesar de mais de 40 anos de globalização e televisão sem qualquer ganho ou capacidade de pensar filosófico, de gostar do seu eu, de ser lutador da sua causa e audaz em fazer aquilo que meditou e achou melhor para si e para a sociedade onde vive. 
Em Almada por a cidade estar mais perto de Lisboa  mostrou-se primeira a consegui-los derrubar....e muitas outras câmaras ganhas pelo PS.Felizmente!
Havia de o vir a reencontrar na feira após as eleições e dizer-lhe no meu jeito frontal e espontâneo faltou-lhe ter na campanha uma pessoa da minha estirpe,  nas redes sociais apesar de não votar pela terra que amo Ansião, desempenhei desalmadamente esse papel -  diz-me ele, pois foi e ganharam em Ansião, ao que lhe respondo, ao Engº faltou-lhe alguém para acordar mentalidades e abrir os olhos a quem tem MEDO DE MUDAR, partindo da premissa de valorizar  cada um em lhe dizer cara à cara tu tens de decidir o melhor para ti e não para os outros no voto que é secreto... ambos a rir  no adeus em aceno de vitória ... 
Na verdade este episódio dá-nos conta que este candidato é apreciador do certame antiguidades e velharias ao invés da Sra Presidente que se mostra sem gosto algum, aliás o desprestigia e de que maneira mais imprópria e contundente, sagaz e desumana!
Hoje desloquei-me a Setúbal sob uma chuva intensa com muitos lençóis de água abundantes que se mostravam de perigosidade. Chegada ao local os representantes do departamento que se tem revelado pessoas amigáveis de boa formação e capacidade de encaixe para aguentar reclamações, mas de pés e mãos atadas, em resolver mais do que o estipulado. Não me agradou em nada o local. Pior fiquei ao ter conhecimento por um transeunte que a sra Presidente supostamente se encontra no Brasil no gozo dos últimos resquícios do verão e nós ali todos encharcados. Não que a senhora não mereça férias, como qualquer outro cidadão, claro que merece, o que estranho é ter ido para o Brasil, quando se fala que os filiados no partido comunista tem de entregar alegadamente uma parte do seu salário ao comité central.  A deixar-me guiar pelo presidente da CDU o Sr Jerónimo de Sousa, se mostra pessoa pacata nem deve passar férias cá dentro, quanto mais lá fora ...A Sra Presidente na voz de quem a conhece é de boas famílias e endinheiradas, alegadamente dinheiro é coisa que não lhe falta...Será que tanta riqueza se mostra compatível com a doutrina de esquerda?
Prudente estar alerta sob o que possa alegadamente estar acontecer em Setúbal, se especula à boca cheia haver supostos lobbis e supostas  contrapartidas a deslindar por quem tem competências nesse juízo no justo direito de se isentar uma câmara destas insinuações desabonatórias olhando à sua cor politica de esquerda, a certeza e o dever de ser ainda mais do que qualquer outra se  mostrar idónea na defesa dos interesses dos seus concidadãos mais desfavorecidos em todo e qualquer certame por chamar mais gente e da vida que acrescenta à cidade,  no rigor e elegância de jamais se deixar corromper com o deslumbre dos milhões e da suposta boa vida caliente em águas mornas na crista da onda da corrupção, porque cá ainda mandam os portugueses e ainda são eles a ditar ordens e não o contrário, era o que mais faltava!
Feira de Setúbal 
Não sou guarda tão pouco fiscal, mas levo jeito!

O certo seria repor o certame no jardim Luísa Todi, enquadrado esteticamente, para poder coexistir sem chocar o coletivo da urbe e passeantes, para isso a autarquia a cobrar terrado deve patrocinar as infra estruturas como Belém com vigilância para manter a ordem e controlar exageros e ainda  fazer a cobrança via Multibanco, porque estamos no séc XXI , de grande avanço tecnológico.
Aguarda-se a reposição do que deve ser feito na sapiência em discernir o certo, proteger os mais desfavorecidos,  e não se deixar levar na suposta  loucura  do deslumbramento fulminante sem se acautelar da perigosidade, a queda, no mau presságio lhe possa vir a ser fatal!
No meu ponto de vista dita a mudança do local a morte do certame pelo que devia ser Gratuito, e ainda assim se mantém as reservas do insucesso do certame MAV, Para já a única vantagem a do estacionamento gratuito em chão de terra e de entulhos de areia e afins...
Em repto sem ser bruxa nem astróloga quero expressar o desígnio do último reinado cdu, na câmara de Setúbal, se não voltar atrás neste hediondo proceder que envolve a  nefasta alteração !
Emano votos para que cresça de vez este povo  conservador e nas suas cabeças se faça luz à fulcral e urgente, a benvinda Mudança!

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